Violetta levantou e colocou a carta intacta na lixeira, ela olhou em volta e novamente com a sensação de estar sendo observada, logo encontrou um corpo que ela não distinguia ser de homem ou mulher ele ou ela apenas poderia ser reconhecido/a por uma longa capa vermelha com detalhes brancos na ponta e uma bota de cano longa que mesmo com a penumbra da noite aparentava ser marrom.

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–Mas já estivemos alguma vez lá ? -Indagou Leon com um sorriso de lado, enquanto tomava um café que havia pego sido oferecido pela aeromoço a instantes atrás.

–Sim, em uma de nossas turnês -Afirmou Violetta -Fizemos muitos shows em Roma -Contou-lhe enquanto brincava com a mão de Leon.

–E esse tal de Federico e eu eramos amigos ? -Indagou Leon. Tomando mais um gole de seu café enquanto observava a travessura de Violetta.

–Sim, vocês eram muitos amigos, acho que acabamos nos reconciliando certa vez por causa dele, do Maxi e da Francesca -Respondeu Violetta.

–Quem são Maxi e Francesca ? -Perguntou Leon puxando a cabeça de Violetta para o seu ombro.

–Francesca era minha melhor amiga, deu como morta na noite do acidente, jamais acharam o corpo, acham que ele foi carbonizado -Contou-lhe e Violetta sentiu uma teimosa lágrimas escapar de seus olhos, uma teimosa lágrimas que rapidamente foi enxugada por Leon -E Maxi está vivo, não sei seu paradeiro mas Ludmila deve saber, eu tenha certeza que ela sabe e logo o procurarei então seja lá onde ele estiver eu vou atrás -Afirmou Violetta sorrindo ao recordá-se do amigo.

–E Federico fala nossa língua ? Porque pelo que você me contou ele é Italiano -Violetta apenas assentiu confirmando que ele tinha a proeza de falar na mesma língua que eles dialogavam no momento -Ótimo, porque eu não me lembro de como fala em Italiano -Leon deu uma risada sem graça que nem ele mesmo sabia o motivo.

Passageiros por gentileza apertem o cinto, estaremos pousando em Roma em cerca de quinze minutos !

Anunciou uma voz feminina aparentemente doce, Violetta olhou para Leon que já havia terminado o seu café e que sorria ternamente para ela.

–Eu iria adorar novamente conhecer Roma, com você como minha guia -Afirmou Leon com um pequeno sorriso tímido estampado nos lábios.

–Seria um prazer mostrar-lhe Roma, novamente -Proferiu Violetta em resposta.

Violetta apertou seu cinto e Leon imitou seu ato e assim ela novamente encostou a cabeça no ombro de Leon, iria fechar seus olhos mas logo viu todos os passageiros descerem e Leon levantou-se e ela fez o mesmo, eles já estavam em Roma.

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–Nossas malas -Disse Leon voltando com duas malas uma grande branca que era de Violetta e uma média prata que lhe pertencia.

–Vamos pegar um taxi e ai rumaremos ao hotel -Anunciou Violetta tentando pegar a mala das mãos de Leon.

–A bela dama não carregará nada -Anunciou Leon sorrindo.

–Obrigada -Agradeceu com um pequeno sorriso nos lábios mas sem mostrar os dentes.

Logo eles saíram do aeroporto mas sem proferir palavra alguma apenas andaram pelo imenso corredor, onde haviam muitas pessoa que choravam abraçadas, muitas com sorrisos estampados nos rostos, alegrando-se por ver algum amigo ou ente querido, outras choravam provavelmente pela ideia de nunca mais ver alguém que ama, ou uma longa distância e tempo que enfrentariam separados.

–Buon giorno (Bom dia) –Violetta cumprimentou o taxista e o mesmo respondeu com um sorriso.

–La dove la signorina me e la mia vecchia auto vuole consegnato ? (Onde a senhorita gostaria que eu e meu velho carro a levem) –Perguntou o motorista aparentemente muito simpático.

–L'Hotel Central per favore (Ao Hotel Central, por favor) –Ele assentiu e Violetta e Leon entraram no carro e Leon lhe indagou:

–O que ele te disse ? -Estava emburrado.

–Aonde eu queria que ele me levasse -Respondeu sorrindo e Leon revirou os olhos.

–Parecia mais que ele estava te cantando, isso sim ! -Exclamou Leon de punho cerrados e Violetta soltou uma risada pelo nariz.

–Ele não estava me cantando, apenas sendo gentil -Afirmou.

Logo, após um trajeto de aproximadamente quarenta minutos o carro parou a frente de um hotel, ao menos por fora era um belo hotel. Francesca contava que tinha primos alemãs e quando eles vinham a Itália visitá-la quando pequena, sempre preferiram ficar naquele hotel, mas Francesca também dizia que ela ficava junto a eles, porque aquele lugar é um sonhos para Italianos.

–Spero che divertirsi, una bella ragazza così come si deve godere la bella Italia, tu e il tuo fidanzato come i locatari spero (Espero que se divirta, uma moça tão bela quanto a senhorita, tem que aproveitar a bela Itália, espero que você e seu namorado aproveitem a estádia) –Disse o motorista passando a conta para Leon.

–Grazie, spero di avere il divertimento, venire a visitare un vecchio amico, e lui non è il mio fidanzato (Obrigada, espero que divertir, vim visitar um velho amigo, e ele não é meu namorado) –Violetta afirmou meia sem graça pela comparação feita pelo motorista.

Logo ela e Leon saíram do carro e adentraram no hotel, era exatamente como Francesca havia o descrito, fotos diversificadas de monumentos de Roma, comidas tipicas da Itália (massas) um ambiente amplo, uma miniatura da "torre de pisa" a construção do hotel do lado de faro é semelhante a do "Fontana di Trevi".

–Oitavo andar, quarto cinqüenta e nove -Anunciou Leon voltando da secretária com um papel em mãos e um folheto com o que aparentava ser pontos turísticos.

–Poderíamos visitar depois a "Basílica de São Pedro", "Catedral de Milão" e "Santa Maria del Fiore" –Violetta sugeriu.

–Está bem, mas só depois que eu tirar uma bela noite de sono –Afirmou Leon “chamando” o elevador para os levar até o oitavo andar.

–Não irei lhe contrariar –Respondeu Violetta adentrando no pequeno espaço do elevador, ela respirou fundo.

Violetta definitivamente não suportava lugares fechados e isso não era devido a uma fobia, ela simplesmente preferia estar ao ar livre, ou melhor em seu velho banco de praça, pela primeira vez quebraria a velha tradição de escrever a carta no mesmo lugar de sempre, mas uma hora seu costume teria mesmo de ser interrompido e talvez aquela fosse a hora exata para isso. Em pleno sétimo andar Violetta sente o elevador estremecer e ali parar. Resumindo: estava presa no elevador junto a Leon e uma mulher loira, um pouco mais alta que ela, que a mesma jamais havia visto antes.

–Oh meu Deus ! –Exclamou a mulher desconhecida por Violetta.

–Fala nossa língua ? –Indagou Leon sorrindo.

–Sim, vocês também são turistas ? –Ela indagou e Leon assentiu em resposta. Violetta observou Leon sair de seu lado e aproximar-se mais daquele mulher.

–Meu nome é Leon –Ele disse com um encantador sorriso.

–Me chamo Luna –Respondeu e ambos apertaram as mãos.

Violetta simplesmente não podia acreditar no que estava ocorrendo, Leon estava a ignorando, conversava a tempos com Luna e trocava sorrisos, ela sabia que estava com ciúmes, mas não o demonstraria, seu único desejo era sair daquele local, não sabia o que era pior: seu desgosto por lugares pequenos ou a aproximação de Leon e a tal de Luna.

Finalmente haviam saído daquele cubículo, eles ficaram lá, presos por volta de duas horas, duas longas horas em que Violetta teve a “sorte” de ver Leon e Luna flertando em sua frente, Leon estava esparramado na cama e Violetta havia acabado de sair do banho e sentado-se em uma cadeira, não queria de modo algum que ficar próxima a Leon naquele momento.

–O que foi Vilu ? está séria –Leon comentou gargalhando.

–Eu não tenho nada, apenas estou sentada, não está vendo ? –Indagou o mais fria possível.

–Sim, sim estou vendo –Afirmou com um sorriso de lado –Mas não sabia que ficaria com tanto ciúmes ao me ver conversando com alguém –Afirmou Leon novamente gargalhando, gargalhadas que estavam roubando a sanidade de Violetta.

–Fica quieto –Pediu com o pouco de sanidade que lhe restava –Não estou com ciúmes –Afirmou sem fitá-lo.

–Então não se importaria se eu saísse com a Luna para jantar ? –Ele indagou e Violetta o fitou com o canto do olhos e negou com a cabeça suspirando.

–Não, não me importaria ! -Exclamou Violetta sentindo seus olhos começarem a arderem.

–Então irei jantar com a única garota que desejo ! -Exclamou Leon sorrindo.

–Eu vou sair –Ela afirmou levantando-se da cadeira, pensando em coisas boas na tentativa de evitar que lágrimas rolassem por sua face.

–Onde vai ? –Leon indagou, enquanto Violetta girava a maçaneta.

–Visitarei Federico –Afirmou saindo e ouviu Leon gritar:

–E não vai me levar junto ?

Ela preferiu não utilizar o elevador depois daquele dia, levaria tempos para recobrar a confiança naquela máquina sempre temeu, o único problemas eram os oito lances de escada que necessitava enfrentar para chegar ao térreo.

–Finalmente –Murmurou ao dar-se conta que estava na recepção e lá estava Luna dando em cima de um dos seguranças, ela simplesmente revirou os olhos e seguiu até o endereço que estava no bolso do seu casaco, Federico não morava longe naquele hotel, apenas necessitaria pegar um taxi. Logo fez sinal e um encostou, para sua surpresa era o mesmo daquela manhã.

–È di nuovo ! (Você de novo !) –Exclamou o taxista sorridente e simpático como a horas atrás.

–Ciao ! (Olá) –Respondeu sorrindo.

–Ora where'll felice di prendere la signorina ? (Agora onde terei o prazer de levar a senhorita ?) –Indagou com o mesmo sorrido que Violetta já havia acostumado-se. A mesma apenas entregou-lhe o papel com o endereço do amigo.

–Grazie (Obrigada) –Violetta agradeceu.

–Avete intenzione di visitare l'amico che mi hai citato questa mattina ? (Está indo visitar o amigo que você me disse nessa manhã ?) –Indagou e ela apenas assentiu.

–Lui ha le risposte di cui ho bisogno (Ele tem respostas que eu preciso) –Afirmou e logo ficaram em silêncio, Violetta abaixou a cabeça recordado-se da cena que presenciará no elevador.

–Problemi di cuore ? (Problemas do coração ?) –Indagou o motorista que havia desfeito o grande sorriso sobrando um simples e tímido sorriso.

–Sí (Sim) –Afirmou - Il ragazzo che era con me questa mattina ha dato morbida per una ragazza conosciuta in ascensore e in cima davanti a me (O rapaz que estava comigo a essa manhã deu mole para uma garota que conheceu no elevador e ainda por cima na minha frente)–Contou-lhe frustrada .

–Ma la signorina mi aveva detto che lui non è il tuo ragazzo (Mas a senhorita havia me dito que não é seu namorado) –Disse.

–E non é (E não é) –Reafirmou recordando-se da amnésia de Leon.

Aquele conversa havia se encerrado ai ele não a indagou mais nada, claramente ele já havia compreendido e ela sabia disto, mas não queria repensar, tudo o que necessitava era rever seu grande amigo Federico, que sabia melhor do que ninguém detalhes daquela noite, isso claro, segundo Ludmila com quem Violetta havia conversado recentemente.

–Qui ! (É aqui !) –Afirmou o motorista, Violetta assentiu e saiu do taxi, pagando a quantia afirmada pelo motorista e estando a frente de um imenso prédio azul com detalhes brancos. Estava prestes a entrar mas o soar de seu celular a impediu, sem observar o identificador de chamadas atendeu.

Ligação ON

Leon: Violetta onde você está ? Passa o endereço que chego aí em cinco minutos–Leon aparentava estar bem desesperado do outro lado da linha telefônica.

Violetta: Se acalme estou bem, não se incomode, fique aí com a sua "amiguinha" !–Violetta exclamou revirando os olhos.

Leon: Eu estava brincando, ela me convidou para sair mas eu não aceitei –Violetta naquele momento sentiu um peso sair de seus ombros.

Violetta: Mas disse que iria sair com ela "A única garota que você deseja" !–Exclamou Violetta com uma repulsa evidente na voz.

Leon: Quando disse isso estava me referindo a você !–Leon respondeu e Violetta sentiu suas bochechas corarem e sorriu involuntariamente, após isso, ela simplesmente desligou.

Ligação OFF

Violetta balançou suas longas madeixar e adentrou naquele prédio que realmente era lindo. Observou as pessoas entrando e saindo, direcionou-se a recepção (mesmo não compreendendo o porque de ser uma recepção e não uma portaria em um prédio residencial).

–Mi scusi (Com licença) –Violetta pediu chamando a atenção de uma das secretárias.

–Vuoi parlare ? (Com quem deseja falar ?) –Indagou a mulher que não aparentava ter mais que trinta anos.

–Con Federico Pasquareli (Com Federico Pasquareli) –Pediu educadamente e a secretária assentiu e continuou:

–Il tuo nome...? (E seu nome...?) –Perguntou e a mesma sorriu em responder.

–Violetta...Violetta Castilho –A mulher aparentou telefonar e apenas assentiu concordando com a entrada de Violetta e passou-lhe o andar e o número do apartamento.

Violetta mesmo com receio optou pela escada, ao contrário do hotel em que ela e Leon estavam hospedados Federico se encontrava no vigésimo nono andar, resumindo: a cobertura. Indagava-se o porque dele ter de morar em um dos prédios mais altos de Roma. Logo saiu daquele local que mesmo sendo outro havia a traumatizado demais apenas saiu do elevador e deu de cara com Federico pelo jeito já estava a esperando.