Os Protagonistas escrita por Menina Estrela


Capítulo 2
Alerta: quase cegar um professor gera estresse e perigo de recuperação


Notas iniciais do capítulo

Oieee! Obrigada gente diva pelos três comentários *-* e desculpem a demora! OMG UM FAVORITAMENTOOOO! Vlw msm Pseudo Me Oieee! Obrigada gente diva pelos três comentários *-* e desculpem a demora! OMG UM FAVORITAMENTOOOO! Vlw msm Pseudo Me s2 (tô usando esse coração retardado pq não dá pra usar outro aqui mais) sua fofa! Fiquei feliz em saber que tem gente acompanhando. Espero que gostem do capítulo e desculpem algum erro ortográfico por aqui. Ah! E a demora tbm, prometo não demorar tanto dessa vez



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– Escrava. Es-cra-va. É isso que você é. E vai continuar sendo até mandar o Jake ir pastar. – era a milésima vez que Jenna dizia isso. Ainda não se conformava por eu ter pego a fila do lanche pra ele... De novo.

– Pessoas não pastam. – retruquei.

– Cavalos sim.

Suspirei. Se os olhos de Jenna fossem metralhadoras, Jake já estaria mortinho. Eles tiveram um relacionamento há três anos atrás antes de eu entrar na escola. Mas pelo visto as coisas acabaram muito mal e ela não aceitou muito bem o término. Jenna se tornou minha amiga todas as quartas e quintas feiras quando caminhávamos juntas para a aula de física e depois para a de história, mas poucas vezes saíamos juntas. Segundo ela “não dá pra sair com alguém que é uma empregada noventa e sete por cento do tempo”, mas eu e Jake ainda íamos ficar juntos, eu estava conquistando-o, entrando aos poucos em sua vida, indo com calma.

– Indo com calma há mais de três anos. – ela bufou.

Nunca gostei de aula de história. Na verdade o professor é que era um saco, e nesse exato momento eu e Jenna conversávamos aos sussurros enquanto outros dois alunos roncavam atrás de nós.

Eu a deixei falar. Eu não queria começar aquela mesma discussão de novo. Jake havia me chamado para sair mais tarde, iríamos ao cinema, e eu já estava pensando em qual roupa iria usar quando lembrei que deixei minha calça branca favorita na lavanderia.

– Droga. – resmunguei.

– O quê?

Ignorei sua curiosidade e levantei a mão para que o professor me olhasse. Todos se viraram para mim. Ninguém nunca levantava a mão ou participava dessa aula já que a capacidade de prestar atenção de todos já havia sido esgotada há muito tempo.

– Srta. McWallf?

A expectativa era grande. Será que estavam mesmo pensando na possibilidade de alguém estar dando atenção aquela aula?

– Preciso ir ao banheiro. – falei com minha melhor cara de angústia.

As pessoas soltaram risadinhas ao redor e Jenna balançou a cabeça.

– Vá, mas não demore.

A caminho da saída Jenna resmungou algo que, como sempre ignorei, mas em minha cabeça a palavra “trouxa” ficou rodopiando de forma bem chamativa, me fazendo questionar se afinal, ela estaria certa.

Balancei a cabeça. Não estava. Não poderia. Tudo bem que o que eu fazia não estava certo, mas era a única maneira de me aproximar dele o suficiente para que um dia pudesse me enxergar como uma namorada. E não parecia estar tão longe de acontecer com os nossos beijos se tornando cada vez mais frequentes, mesmo que na maioria das vezes Jake fizesse isso para conseguir algo comigo. E bem, eu até tenho consciência disso, mas vai por mim, é impossível recusar quando a minha boca já está ocupada com a dele.

Quando ele disse que me pegaria as sete para ir ao cinema tive certeza que era pra pagar as outras vezes em que desmarcou comigo. Sempre alguma coisa, era cada desculpa que eu preferia simplesmente fingir acreditar. Perguntei se ele acabaria desmarcando dessa vez, mas Jake me prometera que desta vez, às sete, eu estaria dentro de um carro a caminho do cinema.

Comecei a sonhar em como a noite terminaria. Talvez com um beijo ou com Jake me dizendo coisas lindas, como naqueles filmes colegiais de romance onde o garoto é super fofo e te diz coisas de derreter qualquer coração. Imaginei a voz de Jake pronunciando palavras assim, e a paranoia começou quando sua voz foi ficando cada vez mais real e eu já podia ouvi-lo de forma distinta dizer coisas do tipo “você sabe que minha vida não teria sentido sem você”. E ficou ainda mais real quando uma voz aguda e feminina respondeu em um tom meloso e de brincadeira que ele dizia isso para todas. E então ouvi risinhos e o silêncio repentino de repente me congelou.

Com passos silenciosos e agora total precaução me aproximei devagar em direção ao rumo dos armários de onde as vozes vieram. Encostado na parede, no final do corredor e escondido em um canto, estava Jake. Seus braços puxavam uma das garotas do segundo ano pela cintura bem próximo de si e já não havia mais espaço entre seus corpos colados. Levou assustadoramente uns trinta segundos para que eles fizessem uma pausa no beijo e recuperassem o ar.

No início não tive reação, mas me apoiei silenciosamente no armário ao lado sem que eles me vissem esperando perceber que era algum mal entendido ou talvez só querendo ser feita de otária por um pouco mais de tempo.

– Você vai vir hoje noite, não é? – a garota perguntou obviamente tentando se livrar da boca dele tempo suficiente para falar – Na festa da Tessa.

– Eu não sei, tenho um compromisso e além do mais a garota não me convidou.

Por um momento entrei em expectativa. Se ele tinha marcado comigo desta vez não iria cancelar, havia feito uma promessa. E também havia dito que tinha um compromisso.

– Mas eu estou te convidando. – a risadinha daquela garota me irritou profundamente – Por favor, Jake. Mais tarde meus pais não estarão em casa, sabe. Vão viajar.

Ouvi seu suspiro. Fechei minhas mãos em punho tentando manter a respiração calma. Ele não desmarcaria.

Por favor Jake, não desmarque.

– Tudo bem - ele disse por fim -, te pego às sete então?

Mais risinhos.

– Bom... Antes da festa podemos dar uma saidinha. Ir a alguma lanchonete.

Sair não foi tão fácil quanto chegar. Poderia jurar que aquela porcaria de lixeira não estava ali há alguns minutos atrás. Nem levei tanto tempo assim para me recompor, mas quando virei para trás Jake tinha uma das sobrancelhas arqueadas.

– O quê? – perguntei inocente.

– Você não deveria estar em aula?

Olhei ao redor. Bem atrás de mim estava a porta do banheiro feminino. Apontei com o dedão em direção a porta.

– Ah. – ele suspirou com aparente alívio – Ouvi um barulho vindo daqui.

– Esbarrei na lixeira. – respondi com o melhor sorriso que consegui reunir. Eu estava arfando por dentro.

– Claro. – disse em tom de brincadeira – E Libby, sobre hoje a noite...

– O que foi? Não vai desmarcar de novo, não é? – ameacei fazer um biquinho, mas achei melhor não forçar demais.

– Sinto muito, eu esqueci de que prometi de levar minha avó ao asilo. Você sabe, com meu avô morando lá e ela se recusando a ir, eu meio que fiquei responsável pelas visitas dela a ele.

Era uma das piores desculpas que ele um dia já me dera.

– Não sabia que sua avó morava com você. – retruquei.

– Não mora, mas está passando uns dias lá em casa. Então, você me entende Libby?

Seu beijo nem de perto era tão intenso e safado como fora com a garota de alguns minutos atrás. Ao contrário, era bem mais seco.

– Claro que eu entendo. Nos vemos amanhã então. – respondi com um sorriso e entrei para o banheiro.

Tive uma vontade insana de chorar. Mas não, aqui não. Não daria mais desculpas para Jenna usar contra mim. Mas eu estava de saco cheio.

Peguei o celular no bolso já certa do que iria fazer. Com qual propósito eu ainda não tinha certeza.

– Mãe, você pode pegar a minha calça branca na lavanderia? Sim, preciso dela para essa noite.

Suspirei. Jake me prometera que às sete, eu estaria dentro de um carro a caminho do cinema. Ele não disse um carro específico nem uma companhia específica. Isso significava que sua promessa ainda estava de pé, e eu faria com que se cumprisse, mesmo que não a caminho do cinema.

Na sala de aula, não dei atenção aos comentários pela minha demora. Já era de se esperar de que o aluno que conseguisse uma saída fosse desfrutar o máximo dela. Ao contrário do que pensei, não chorei. Eu estava muito mais determinada do que antes e definitivamente não desistiria fácil. Ao me sentar, notei que não faltava tanto tempo para o fim da aula, então peguei meu lápis de olho na bolsinha e fui tentar retocar. O espelhinho redondo não ajudava muito com Tyler refletindo suas palhaçadas no canto dele. É sério, ele estava virando a bunda e rebolando para mim.

– Quer fazer o favor de ficar quieto? – pedi sem me virar para trás.

– Não sou um cara de favores.

Rolei os olhos. Aos poucos meu foco se voltou completamente para o lápis e a quantidade que eu deveria usar no olho direito para que ficasse como o esquerdo. Sempre que me concentro em alguma coisa o mundo desaparece ao meu redor, o que explica o belo susto que levei quando gritaram meu nome e atirei o lápis para a frente da sala por uma questão de puro reflexo. Droga, meu reflexo andava muito mal.

– Argh!

Primeiro espanto, depois falta de reação, e então todos estavam atentos ao Sr. Lee que gemia com uma mão sobre o olho direito e a outra procurando o lápis.

– Srta. McWallf? Eu quero que venha aqui AGORA!

Silêncio. Droga, droga, droga!

Só Deus sabe o aperto pelo qual passei enquanto caminhava em para frente.

– O que exatamente a Srta. pensou quando atirou isto em mim?

– Sinto muito, me assustei quando o senhor me chamou.

– NÃO TERIA SE ASSUSTADO SE ESTIVESSE PRESTANDO ATENÇÃO A AULA!

Sempre odiei quando os professores gritavam comigo, não era nerd, mas me sentia decepcionada comigo mesma. E alguns dele tinham bafo. Pelo menos desta vez o Sr. Lee tinha tido a decência de escovar os dentes antes de sair de casa.

– Sinto muito.

– O meu olho também. Você levará uma advertência e seu lápis ficará comigo. Isso contará em suas notas também. Passar maquiagem durante a aula... Francamente McWallf.

E como tudo sempre está disposto a piorar, encontro com Dakota na biblioteca. O cara não largava do meu pé. Não era um aluno, na verdade eu nem sabia exatamente o que ele era, mas sempre estava ali.

Talvez eu tivesse levado um fora, talvez quase tivesse cegado o meu professor de História e minhas notas tivessem sido ameaçadas. Mas ainda assim, pelo menos eu tinha certeza de que teria uma companhia para hoje à noite.

Não importava quem era.

Importava o propósito.

Importava que essa noite prometia.

Me prometia um ponto final.


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Notas finais do capítulo

Beeeem, demoro a responder os comentários, mas respondo sim, eu os amo *-* Não me achem uma ingrata, mas tenham certeza de que sou uma preguiçosa u-u huehuehue se vc é um preguiçoso vai me entender