Geração Pamerval - A história do início ao fim escrita por Sophie Carsifur


Capítulo 169
Capítulo 169


Notas iniciais do capítulo

Gente, pelo amor de Deus, eu exijo lágrimas nesse capítulo, hein! Hahaha
Porque se eu chorei rios e rios, é justo que vocês façam o mesmo U.u
Cês não têm noção...! Principalmente ouvindo instrumental de A Thousand Years



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Por Pamela:

 

O sol estava fraco naquela tarde e tudo parecia correr monotonamente como em todos os outros dias dos últimos meses. Apenas para me martirizar um pouquinho, ou pelo simples fato de eu sentir saudades daqueles tempos, eu estava vendo umas fotos antigas, sentada na cama.

As lágrimas saudosas eram inevitáveis... saber que todas aquelas cenas jamais se repetiriam era como pensar que eu deixei toda a minha vida passar sem perceber. Os dias já não estavam fáceis, aquela barriga crescendo dia após dia, também não. Eu estava mesmo contando com a minha morte naquele parto... só Deus sabe o quanto estava sendo difícil não me emocionar já que eu vivia chorando de saudades daquele que sempre fora meu amor e que seria pai sem nem saber.

Mas naquela tarde eu comecei a ouvir alguém gritar meu nome. Que era Herval eu não tinha dúvidas, mas eu não podia ir atende-lo. Ele chegou completamente surtado! Quando ele berrou “Pamela!” pela primeira vez, eu pulei da cama e não sabia o que fazer, quanto mais ele insistia, mais ficava difícil me conter dentro do quarto e mais difícil ficava não chorar.

Talvez aquela fosse a minha última chance de vê-lo na minha frente... talvez fosse a última vez que eu poderia tocá-lo...

Eu tentei controlar minhas próprias emoções, eu tentei ser mais forte que o meu amor e o meu desejo de ao menos olhá-lo uma última vez para morrer com sua imagem na mente, só que você sabe que isso é impossível. Eu tive que ir...

A cada palavra que Herval falava, meu coração ficava mais apertado, e a cada palavra fria que eu proferia, meu coração sangrava! Tudo o que queria dizer era que o amava e que continuaria lhe amando até meu último suspiro. Mas eu não podia... fraquejaria. Seria vencida pelo desespero. Entende porque precisei ser dura?

O problema é que Herval caiu ajoelhado aos meus pés e isso acabou de me destruir. Embora eu estivesse conformada com o meu destino, saber que morreria sem ele me doía dentro da alma... eu não conseguia parar de chorar e nem ele! Meu corpo estremecia a cada toque, cada frase, cada olhar... eu me sentia mais fraca, mais culpada por não poder ter sido o grande amor que Herval esperava e quando eu já não suportava mais estar dentro de mim, de tão desesperador que era aquilo, tombei fraca.

Senti algo escoar-se pelas minhas pernas e também um frio na espinha como um presságio de que aquilo era só o começo do meu fim.

Todos ao meu redor se alarmaram enquanto eu sentia todos os meus músculos enrijecerem e o ar me faltar aos pulmões de tanta dor que eu sentia. Se eu não tivesse gritando tanto, encheria Kate dos mais diversos xingamentos porque era por culpa dela que Herval estava ali, assistindo a cena derradeira do meu sofrimento e eu não posso... explicar em palavras... o quão doloroso era, o quanto aquilo adoecia o meu espírito.

— Sete meses, Herval! Sete!— Dorothy revelou-o e eu quis matá-la também. Eu guardara aquele segredo para mim por meses à fio, para evitar o sofrimento dele e ele é jogado na cara de Herval assim?!

Mas a quem eu estava tentando enganar...? Mais cedo ou mais tarde ele descobriria, e talvez fosse até pior! Acabei admitindo.  

Sem conseguir olhar Herval nos olhos, admiti que o filho era seu. Eu estava em seus braços e pude sentir ele estremecer com a notícia. Pude sentir seu desespero e o seu coração gritar: “não, isso não pode ser verdade! Eu não estou prestes a perder a mulher que eu amo e talvez até meu filho! Não... eu não fiz tanto mal a Deus...”

Tudo o que ele pôde fazer foi correr comigo até seu carro. Estava chovendo e entre meus gritos de dor, eu podia sentir gotas de chuva molharem minha pele, quem sabe, pela última vez... eu não queria. Não queria que aquela fosse a última vez.

Foi aí que eu chorei de verdade. Imagine-se perdendo a pessoa mais importante da sua vida, pronto, a maneira que você choraria foi a maneira que eu chorei. Perderia toda a minha família, as sensações, os sorrisos, as chances de repetir para todos eles o quanto eu os amava... perderia o ar que eu respirava!

E tudo isso se somava as dores. Dores profundamente fortes que me faziam cada vez mais querer não estar mais viva. Era uma mistura. Se eu pudesse escolher, escolheria viver, mas já não suportava... estava cansada e podia finalmente descansar, morrendo.

Herval me colocou no banco traseiro do carro e eu logo vi Dorothy sentar ao meu lado. Herval foi para o banco do motorista e sem esperar um só segundo, arrancou com o carro de vez.

— Her-Herval... – Chamei-o tentando respirar, mas sem conseguir parar de chorar, o que deixou tanto ele quanto Dorothy mais aflitos do que já estavam.

— Que foi, Pam? – Olhou-me preocupado pelo retrovisor.

I'm sorry...— Murmurei entre os dentes, tentando não gritar de dor. Ele cerrou os lábios e desviou o olhar um instante, deixando uma lágrima lhe verter o rosto. – Eu não queria ter que te esconder a verdade, mas eu não podia contar...

— Pamela... – Dorothy tentou me fazer calar, mas eu não pararia. Aquela poderia ser a minha última chance de falar com ele.

— Eu não queria que você soubesse... – Dava sempre pausas para que os gritos rasgassem minha garganta. – Porque eu não queria... te ver passar por isso... eu não quero te ver sofrer mais... eu não queria que você tivesse que escolher entre a minha vida e a do nosso baby.— Ele passou a mão nos olhos enxugando as muitas lágrimas.

— Pamela, eu...

— Eu sei que... embora a decisão fosse te fazer se torturar o resto da vida... você escolheria a mim. – E as dores vinham cada vez mais fortes. A cada grito meu, ele acelerava mais. – Só que eu já decidi... e... e não tem mais volta. – Ele continuava cerrando os lábios e olhando para qualquer canto, inconformado, querendo falar, mas sabendo que eu não deixaria. – Você vai ter que me deixar ir, Herval... essa criança tem que nascer! É... é o filho que você... sempre sonhou.

— Que eu sempre sonhei em cria-lo com você! – Disse com a voz tremula pelo choro.

— Talvez isso não seja possível, sweet... e se de fato não for... don’t worry, okay? I will be fine!

— Pamela, não fala isso, você vai sair dessa...! – Dorothy tentou me encorajar, já emocionada também.

— Só estou sendo realista, madrinha... – E voltei a falar com Herval. – Já está tudo certo, já falei com meus advogados sobre a herança de Megan, Joaquim e... – Gritei entre os dentes, de dor. – de mais este que está louco pra nascer!

— Pam, para com isso... você vai...

— Não, Herval. Você sabe que o pior pode acontecer... não vamos nos iludir. – E ele acelerava mais o carro. O desespero tomava conta dele e isso me fez chorar ainda mais. Eu não queria ver aquilo. Não queria vê-lo chorar antes de partir... – Eu estou em paz... eu tomei essa decisão. E se eu tiver que... entrar no hospital para não sair mais de lá viva, que seja.

— Você não vai!

Please, cuide de Megan. Eu sei que agora ela... já é adulta e que... tem Davi para cuidar dela, mas no fundo, no fundo, ela ainda é... uma adolescente rebelde. Ainda é a minha bad girl... e te adora, Herval... você é o pai que ela sempre... sempre sonhou em ter. – E tanto eu quanto ele já soluçávamos de tanto que chorávamos. – Please... prometa que vai cuidar dela... que não vai abandonar a minha little princess... – Ele relutou. Não queria aceitar que aquilo era uma despedida. – Promete? – Já com os olhos vermelhos, me olhou pelo retrovisor e acenou positivamente.

— Mas isso não vai ser preciso. Você mesma vai poder cuidar dela. – Insistiu.

— E do Quim também. – Dessa vez ele suspirou. Já não aguentava mais lidar com aquela ideia. A viagem até o hospital parecia eterna, mas na verdade tudo aquilo estava acontecendo rápido demais. – Nunca deixe ele se sentir menor ou rejeitado por ser adotado... ame o nosso pequeno com todas as suas forças, como sempre fez. Peça-o perdão por mim, por não poder me despedir dele... e não esqueça que repetir sempre que eu o amo demais... não deixa que a minha imagem suma da memória dele...

— Pamela... não faz isso...

— E este aqui... – Passei a mão na barriga, que só doía mais e mais. Não dava para imaginar que não podia piorar, porque sempre podia. – Ame-o. Dedique-se a ele... this baby não tem culpa do que pode acontecer na sala de parto, okay? Este é o nosso filho! Sangue do nosso sangue... o filho que a gente sempre sonhou em ter juntos, o fruto do nosso amor...! – Neste momento o carro parou. Foi então que eu percebi que tínhamos chegado no hospital e que Herval não conseguia se mover, não parava de chorar dentro do carro. Dorothy saiu e se pôs a gritar, chamando alguém para ajudar.

— Eu não... vou deixar... você morrer... – Ele soluçava. Agora, mais do que antes, me bateu um medo imenso.

— Você não tem esse poder... – Ele virou o rosto para mim, enquanto me tiravam de dentro do carro e colocavam em cima de uma maca. Ele também saiu do carro e foi acompanhando.

“Levem ela! Levem! Direto para sala de cirurgia!” — Gritavam.

— Mas teve o poder de me fazer a mulher mais feliz do mundo... – Herval segurou minha mão e não mais soltou. Sentindo que ele não me abandonaria, eu respirei aliviada enquanto me levavam para a tal sala de cirurgia. – Fica comigo. – Pedi.

— Eu não sei se posso, Pam...

— Não só pode, como deve. Pode ajudara manter o quadro dela estável durante o processo. – Disse o doctor. Eu sorri e Herval simplesmente confirmou. Se eu seguisse ou ficasse, estaria bem porque tinha the love of my life bem ao meu lado...

(...)

Depois que me aplicaram uma anestesia na região lombar, eu não sentia nada da cintura para baixo. Como tinha um pano enorme na minha frente, tudo o que eu podia ver era Herval do meu lado, segurando minha mão e acariciando meu cabelo. Ele repetia inúmeras vezes que ia ficar tudo bem, que nós dois voltaríamos para casa com o nosso baby e aquilo, temporariamente me acalmou embora eu soubesse que era mentira, que só ele voltaria com a criança.

— Nós vamos começar. – Avisou o doctor. Senti uma pontada no peito pela expectativa e Herval apertou a minha mão. Eu não sabia se aguentaria, mas aos seus castanhos olhos se resumia o meu universo...


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Notas finais do capítulo

Hasta la vista!
Meta desse e do próximo capítulo: destruir o coração de vocês! ♥
Bjokas '3'



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