Chegando na sala comunal da Grifinória, Harry diz à Neville:

– Não precisa se preocupar comigo e com a Luna. Ela estava apenas me ajudando.

– Como assim?

– Malfoy quase me mandou de volta pra Londres. Enfim, ele usou o feitiço de imobilização contra mim, pegou minha Capa da Invisibilidade e jogou-a sobre mim, no vagão. Luna conseguiu me achar, e depois ela consertou meu nariz, que estava quebrado.

– Aquele Malfoy é um imprestável mesmo.

– Mas agora tanto faz. – diz. – Estou em Hogwarts não é mesmo? Mas... Neville?

– Sim?

– Se gosta mesmo da Luna, é melhor contar pra ela. Talvez ela também goste de você.

Harry sorri como se dissesse “VOCÊ PRECISA CONTAR” e vai ao encontro de Ron, que o está chamando. Como se fosse fácil.

Neville deita em sua cama e pensa no que Harry disse. Talvez ele tenha razão; talvez Luna tivesse o chamado no final do jantar pra dizer que gostava dele de uma forma discreta. Talvez ela também o amasse, mas não poderia arriscar. Não queria correr o risco de perdê-la. E se ela não gostasse dele? Pensou também em seus pais, enlouquecidos por terem sido corajosos, por terem sido leais a ponto de não querer que as pessoas que mais amassem sofressem.

Não queria jamais que Luna sofresse por ele. Afinal, não era bonito, nem muito inteligente. Mas seus pais haviam lhe ensinado a ser sempre corajoso, então ele decidiu que contaria à Luna o que sentia por ela. Mas antes, sabia que precisava de ajuda, e já tinha a pessoa certa em sua mente que o ajudaria.