Beyond two Souls escrita por Arizona


Capítulo 30
Incendiar


Notas iniciais do capítulo

Sem muita inspiração hoje :/

Foi mau aí galera.



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Abril chega com uma facilidade espantosa, os dias se afunilaram assim como a incerteza da minha futura existência. Permiti um sorriso raro quando Peeta sobra as velas dos seus 17 anos, Gabriel fez uma festa para o filho mais novo, o que poderia ser a última festa de aniversário.

Logo em seguida, em Maio, foram meus os parabéns. Parei de me importar com o amanhã, os dias não se repetem e eu não iria desperdiçar o que tinha com lamentos.

Já tenho meu destino somado, sabemos bem para que esse Massacre Quaternário servirá. É apenas uma alternativa simples e plausível.

Um dia depois o anuncio, Peeta subiu pela minha janela novamente, ele chora e fedia a vinho, precisava do álcool, eu sei. Havia renunciado a mim, e ao sentimento de tínhamos, mas agora, nem um capricho da Capital valia a pena. E desde esse dia, minha cama nunca mais esteve vazia, nem meu coração.

Peeta fez questão de ir comigo para o Massacre, seja lá quem dos três tributos masculinos focem sorteados, ele estaria comigo na arena. Gale quase pirou quando dissemos para ficar, ele ainda insistia em ficar ao meu lado, coisa que Peeta na permitiria. No entanto, existiam coisas mais importantes para proteger.

Nossas famílias.

Gale tinha três irmãos pequenos e uma mãe viúva, pessoas que precisavam dele mais do que eu. Eu deixei uma grande quantidade de ouro estocado para Prim e nossa mãe, Peeta havera feito o mesmo por Gabriel.

Se nem um de nós dois voltássemos, eles ainda teriam Gale para ajudar. E por mais bêbado que Haymitch estivesse, ele estaria lá também.

– Você será mais útil vivo, Gale. – Peeta o disse.

Os dois se abraçaram em despedida, não esperava que se abraçassem. Gale chorou nos ombros de Peeta e pediu perdão, assim como também perdoou.

Essa era a nossa despedida. Já passava da meia noite, o que significava que hoje já era o dia da Colheita. Nos entupimos de bebidas forte, água-ardente, cerveja, whisky, rum, vinho, e todas as bebidas que Haymitch poderia ter em casa vieram parar em nossa sublime insignificância.

Catamos como todos os bêbados cantam, cambaleando em algumas silabas, mas estávamos felizes, em um adeus passageiro, estávamos felizes.

Ainda poderíamos voltar para casa?

Eu não sei.

O calor do verão já se tornou insuportável, por isso optei por usar roupas leves. O céu está tão limpo, com estrelas tão nítidas, é ruim pensar que certamente essa será a última vez que verei a noite no meu Distrito, mesmo assim ainda me sinto em paz.

Peeta me arrasta para sua casa como quase sempre, me empurra contra a parede arrancando minha camiseta em seguida. Minhas mãos não se demoram em lhe arranhar as costas. Livro-me a camisa que tanto me incomodara, posteriormente dos botões da calça jeans.

Aprendi a toca-lo com a repetição de vezes em que fizemos amor. Deslizo seu pênis para fora da cueca, me dando a visão do brilho lubrificante na ponta. Peeta não conta tempo em me tirar as outras peças de roupas, e logo estamos nus em pelo.

Peeta é não forte de chega me segurar com uma das mãos em seu enquanto caminha para a cozinha. Senta-me na bancada me tocando no meio das pernas. Já estou quente, úmida para ele.

Assim que nossos corpos de unem, não existe mais nada, e o mundo foi reduzido a aquilo que posso chamar de Peeta e eu, as únicas almas que habitam o mundo nu e sem forma.

Me sinto tonta no meio dos seus braços, o aperto firme nas pernas me tira dos eixos. Os músculos dele se contraem cada vez que alimenta o ritmos do sexo, viril como ele é.

– Te amo...

Sussurro em seus ouvidos. As palavras saem misturadas a gemidos ofegantes, coisas que nunca imaginei saírem da minha boca, mas que Peeta as provocou.

Ele me excitava demais.

Depois da cozinha chega a vez do sofá acomodar nossos corpos, e depois o chão da sala, a parede na escada, a cama, e por fim, o chuveiro.

Aproveitamos essa noite da maneira mais intima que podíamos, nos amando.

Quando o sol bate na janela finjo que é só mais um dia qualquer. Ainda deitada sobre o peito dele, recuso-me a levantar. Peeta acaricia as minhas costas sabendo que já estou acordada, suas mãos quentes são a lembrança mais recente que tenho.

Dei um beijo demorada nele antes de ir. Procurei minhas roupas no andar de baixo e assim que as visto novamente, volto para casa. Preciso me arrumar para a Colheita.

Tomo uma banho gelado esperando dispensar o calor da manhã. Escolho um macacão preto, e botas, a Capital não vai precisar de um menina bonita, não hoje.

Mamãe entra no meu quarto e assim com na colheita do ano passado, ele é quem penteia meus cabelos, emoldurando um simples trança neles.

Ao terminar, guia-me até a sala de jantar, onde Prim nos espera ao lado da mesa, sorrindo. Almoçamos juntas, em silêncio, aproveitando o companhia umas das outras.

Não vejo pena em seus olhos, não há outra tributo feminina para ser escolhida, mas elas confiam em mim. Eu venci uma vez, e esperam que eu vença de novo. Porém, dessa vez existem outras coisas e jogo, temo que meu retorno não seja garantido.

Pouco antes do meio dia uma carro de Pacificadores chaga para busca os vitoriosos. Peeta está ao meu lado, onde é o seu lugar, segurando minha mão para que eu não caia.

A praça está extremamente silenciosa, apesar da multidão de pessoas nela. Ficamos dispostos já em cima do palco, o grande vaso do sorteio na minha frente, agora só contém um nome, o meu.

Uma Effie nada comparável aquele criatura sorridente puxa óbvio, chamando meu nome que está no papel. Uma pequena lágrima me escapa, uma lágrima inevitável.

Na vez dos rapazes Haymitch é sorteado, mas como já havia sido acordado, Peeta tomou seu lugar, se tornando meu companheiro de Distrito dessa vez.

Gale serra a mandíbula como única resposta. Ao sermos anunciados como tributos representante, a primeira reação do nosso povo é declarar o seu respeito a nos.

Todos na praça encostam os dedos da mão esquerda e os levantam no ar. É uma reação espontânea, um justo de compaixão

Nós tributos, repetimos o ato.

Sem mais nem menos, somos arrastados por Pacificadores para dentro do Edifício da Justiça.

Não... – tento de me soltar em vão do Pacificador – Espera! Tenho que me despedir.

– Mudança nas regras.

Eu não havia reparado que Thread me puxava.

– Me solta. Preciso me despedir...Prim...

Não há tempo para mais palavras, as portas se fecha e a última visão de tenho é da minha irmão com os braços esticados na minha direção. Thread machuca meu braço pressionando com força, luto para tirar suas mãos de mim, e ele aperta ainda mais meu braço.

– Aí! – sou um grito de dor – Você está me machucando.

Peeta que está do outro lado da sala, também sendo seguro por um Pacificador, repara o que acontece aqui. Em segundos ele se libera do Pacificador, voando em cima de Thread, que não tem tempo de se defender do soco que recebe.

– Isso é para você aprender a nunca ferir uma mulher!

De imediato os outros Pacificadores avançam na nossa direção. Peeta me joga nas suas costas para me proteger do que eles possam fazer.

Um dos Pacificadores tenta atingir Peeta com um cassetete, mas recebe um contra golpe, mais outro veio para cima, e ganhou um olho roxo. Não importava quanto Peeta teria que lutar, furioso como está vai despedaça-los.

– Parem! Chega! – Thread ordena enquanto limpa o sangue do queixo – Defende a sua putinha o quando puder, sabe que no fim não vai conseguir salva-la, não é? – desdenha rindo – Você ainda vai ter o que merece, pirralho.

Peeta está furioso, posso ver o sangue pulsar nas suas veias. Me aproximo dele desfazendo seus punhos fechado, atraindo sua atenção para mim.

– Tudo bem, calma.

Ele respira fundo, acariciando meu rosto se assegurando de que realmente estou bem.

Chegamos a na estação, e rapidamente somos colocados dentro do trem que começa a se mover em sua velocidade habitual. As coisas continuam como eram antes, os mesmos banquetes, as mesmas bebidas, a extravagância em lustres de cristais, mas uma atmosfera diferente, um ar pesado nos pulmões.

Haymitch veio como nosso mentor, e Effie como sempre, a acompanhante dos tributos. Ela vem até onde estamos com um roupa diferente da Colheita, agora está parecendo que foi enrolada em papel celofane dourado a cabeça aos pés, inquestionavelmente ela.

– Por que o dourado? – Haymitch a provoca.

– Bom, tem um motivo especial. – explica – Katniss tem seu broche dourado do Tordo, eu tenho meu cabelo, quero algo para vocês também rapazes.

– E para que isso?

– Ora, para que saibam que somos uma equipe, e continuaremos sendo... – ela para de falar por um instante e posso vê-la engolir em seco – Não importa a situação, estaremos sempre juntos.

Haymitch segura sua mão como apoio, eu faço o mesmo do outro lado. É difícil imaginar uma Effie sem sua futilidades, mas aí estava ela, à beira de ficar em pratos por nos ver voltar a arena.

A noite cai trazendo a ânsia de que pela manhã chegaremos a Capital. Chego a ir para o meu quarto-vagão, mas já sabendo que não suportarei dormi sozinha, escapulo para o vagão de Peeta.

Ele já me esperava, apenas esticou os braços e me acolheu junto a si.

***

Sou acordado por Peeta beijando minha testa, ele diz que já chegamos e precisamos nos vestir. Ouço a gritos histérico vindos de fora, sei que a maioria deles é por causa de Peeta, mas segundo Haymitch, o fato de eu também está aqui significa uma histeria em dobro.

A Garota em Chamas e o Ceifador Noturno, desejados e amados, é demais para os coraçõezinhos capitalistas. Em conta partida somos considerados uma caminhão de patrocinadores.

De longe reconheço Cinna, não mudou nada desde a última vez que nos vimos. Ele acena para mi e sorrir, está feliz por ter sua garota flamejante de volta.

Haymitch passa para nós o sorteio dos outros Distritos, Peeta conhece a maioria dos tributos sorteados. Eles me apresenta o perfil de cada um deles, pelo que me parece, os carreiristas dessa edição, são mais perversos do que os adolescentes que sempre vemos.

É claro, não é mais um joguinho de crianças.

Cashmere e Gloss são os irmãos do Distrito 1, o que têm de esplendorosos, têm de fatais. Brutos, do 2, é com certeza o maior homem que já vi em toda minha vida, e a companheira dele, Enobaria, mandou afiar os dente só para poder rasgar a garganta dos adversários.

Para fechar a corja de carreiristas, Finnick Odair, um Narciso, como Haymitch falou. Jovem, bonito, com um sorriso encantador, nem parece ser uma carreirista. Descobri que depois de Peeta, Odair é o segundo vencedor mais jovem dos Jogos, com 14 anos. Ele e uma senhora de idade chamada Mags, que foi voluntaria por uma outra moça, representam o Distrito 4.

Algumas horas antes do desfile nas carruagens, Cinna e Portia vêm nos arrumar. Fiquei pensando no que eles fariam para nossa apresentação hoje.

– Você ainda continua sendo a Garota em Chamas!

Cinna exclamou sem me dar detalhes. Por fim, estou eu como um vestido negro opaco, e botas que chegam até as coxas, meus calos em ondas caídos nos ombros, acompanhados de uma pequena coroa, e a maquiagem está me deixando com um ar endurecedor.

Fico tão ansiosa que acabo por descer até a garagem sozinha. Olho ao redor, mas não tem ninguém aqui que eu conheça, nem mesmo Effie. Caminho até a minha carruagem esperando que alguém aparece.

Acaricio um dos cavalos para tentar me acalmar, o que ainda é pouco. Eu só gostaria que a gravidade não pesasse tanto assim. De canto, vejo um homem se aproximar, mas permaneço como estou até que fala:

– Quer um cubo de açúcar?

Finnick Odair.

Tão atraente quanto parecia na televisão, reluzindo diante de mim como prata. Os cabelos cor de bronze, os olhos verdes do mar, o corpo queimado de sol, tudo nele lembra o seu Distrito natal.

Um rede de perca presa a cintura e um colar de algas marinhas, são as roupas que usa para o desfile. Finnick sorrir para mim de uma jeito atraente, fico imaginado quantas mulheres já devem ter caído na sua lábia?

A diferença entre mim e elas, é que já tenho meus próprio loiro de olhos cor de mar.

– Tecnicamente são para os cavalos – ele continua – mas quem liga? Eles tem a vida inteira para comer açúcar, nós não.

– Rm... obrigada, Finnick. Não gosto de açúcar. – dou uma boa olhada nele – Mas qualquer dia desses peço essa sua roupa emprestada.

– Ah, gostou da minha roupa? – Finnick chaga mais perto – Onde estão seus vestidinhos de menina, Katniss?

– Bom, eu cresci. Mas cedo ou mais tarde tinha que deixar de usa-los.

– Sei... – continuou mais perto – É uma pena que seu namorado... Gale, não tenha sido sorteado. No entanto acho que você está em boas mãos com o Mellark.

– Sim, ele sabe cuidar muito bem de mim.

– Eu imagino o quanto. – ele para aa minha gente, a pouco centímetros, cruzo os braço como reação de defesa – Pagariam muito por você Katniss, se você não tivesse seu namoradinho, muitos aqui te fariam rica, te dariam muitas joias, só pelo prazer da sua companhia.

– Já tenho ouro mais que o suficiente, e não ligo para joias... – agora decido eu jogar com ele, dou um passo a frete diminuindo ainda mais nosso espaço. É estranho partindo de mim, mas Finnick está provocando – E você? Deve ganhar muito pelo prazer da sua companhia.

– Ah, eu descobri uma forma melhor de ganhar por isso.

– E qual é?

– Segredos. – Odair sorrir de canto – Valem muito mais que ouro ou prata. Tem algum segredo que custe meu tempo, Katniss?

– Minha vida é um livro aberto, e todos sabem meus segredos antes de mim. – dou de ombros o que não deixa de ser uma verdade.

Antes que Finnick possa abrir a boca novamente, Peeta surge atrás dele segurando seu ombro com força, puxando-o para longe de mim, o que eu agradeci.

– Esse babaca te incomoda? – Peeta me questiona ainda olhando para Finnick.

– Ele só estava me oferecendo um cubo de açúcar.

– Açúcar? Você é nojento Odair!

– E você uma bichinha, Mellark. – Finnick abra os braços agarrando Peeta pelos ombros – Como é bom te ver novamente meu amigo.

– É bom te ver também.

Os dois se abraçam forte dando tapinhas nas costas um do outro. Então acabo de descobrir que os dois são amigos a anos, mas mais parecem dois brutos ao se reencontrarem.

– É por essazinha que você me trocou? – Finnick aponta para mim com uma cara de nojo, afeminando a voz – Esperava mais de você benzinho.

– Acontece que essazinha faz muito mais gostoso.

– Peeta!

As palavras de Peeta me deixam totalmente encabulada, ainda mais por ele ter falado na frente de um estranho. O repreendo mesmo não adiantando nada. Ele me puxa me abraçando por trás, beijando a parte de trás da minha orelha enquanto não para de rir. Finnick gargalha do mesmo jeito.

O sinal toca anunciando aos tributo para irem as carruagens. Finnick se despede de nós prometendo conversa mais tarde. Peeta que ainda me abraça por trás não se incomoda com os olhares intencionais para nós dos outros tributos e suas equipes.

Cinna apressadamente nos faz subir a carruagem, pergunto se ficarei em chamas hoje, e ele me entregando um controle para ativa-las. Só agora reparei que Peeta está vestido com eu, a diferença é que é um colete, não um vestido.

– Olhem para gente, sejam duros com o público, não sorriam. – ele instrui.

– Esse vai ser fácil. – digo ao subir na carruagem.

Os cavalos começam a se moverem devagar, seguindo os outros da frente. Naturalmente minhas mãos e as de Peeta se procuram e se enlaçam.

O som dos bumbos que tocam o hino da Capital enchem meus ouvidos, assim como os gritos da multidão polvorosa que nos assiste desfilar.

De longe vejo o semblante pequeno da serpente. Snow me encara com seus olhos venenosos, sorrindo para mim de canto como quem diz: você perdeu.

Mas eu não ficarei por baixo, não diante dele.

Decido que está na hora do verdadeiro espetáculo começar.

Está na hora de ficar em chamas, como eu sou.


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