Beyond two Souls escrita por Arizona


Capítulo 26
Ameaças


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas. Saudades!
Primeiro: eu queria agradecer muito, mais muito mesmos a essa pessoa que atende pelo codinome de Cupcake de Brigadeiro, por ter recomendado Beyond de uma forma tão maravilhosa como ela fez. De verdade, fiquei muito feliz, obrigada mesmo Brigadeiro.
Segundo: esse mês terei mais tempo para escrever a fic, não posso garantir, mas de dois a três dias um capitulo novo sairá.
Então leiam, comentem, favoritem e recomendem Beyond two Souls.
Beijos, e obrigada!



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Deixo o olhar de Peeta me fitando sobre a porta, não me atrevo a fecha-la sem virar para traz. Passamos tantos dias longe um do outro enquanto ele estava na Capital, e agora que ele voltou, eu estou indo para a Turnê. Serão mais 12 dias longe dele.

Por fim, minhas mãos puxam a maçaneta de uma vez. Suspiro pesado, como se todo ar que existissem em meus pulmões pesassem toneladas. Estou tão distraída por ter que me despedir dele que não percebo minha mãe parada a minha frente.

– Foi bom o passeio, querida? – ela pergunta.

– Mãe, você sabe que eu...

Antes que eu possa terminar de falar, Prim surgi atrás dela, abraçada a Buttercup. Ela olha para mim apreensiva, calculando cada movimento que eu faço como sinal de alerta.

– Não temos visitas.

A voz de minha irmão sai nervosa da garganta, só consigo compreender a aflição de seus rostos quando dois homens estranhos aparecem ao fim do corredor. O gelo que percorre meus ossos é inevitável, sei que a presença deles significa algo errado.

– Srta. Everdeen, por aqui. – um deles me guia até o escritório.

A porta está entre aberta, um cheiro estranho começa a me chegar nas narinas, um perfume forte, adocicado, que me enjoa na mesmo estante. O outro homem – que está mais à frente – abre a porta completamente para que eu entre. E ao fazer isso, tenho um bela surpresa.

Coriolanus Snow está na minha casa, atrás da mesa de Mogno, virado para a janela, com uma xícara nas mãos, nem parece ter notado que estou aqui. Só quando a porta atrás de mim é fechada, ele se pronuncia.

– Quanta coragem, quanta bravura. – ele continua olhando pela janela – Esses com certeza são elementos que definem um vencedor. Mas você se tornou mais que uma vencedora, não é srta. Everdeen?

Os olhos de serpente de Snow agora estão em mim, ele põe a xícara devagar sobre a mesa, puxando a cadeira para sentar, me observando se cima a baixo.

O perfume adocicado ficou mais evidente no momento que entrei aqui e pude distinguir o cheiro, não sei direito, mas acho que são a rosas, as mesmas rosas que ele usa na lapela do terno. No enteando, o mais curiosa é a miasma de sangue que sobressai.

Pelo que parece, as rosas são só para desfasar o vestígio de sangue, e o mais arrepiante, esse odor vem de Snow.

– Presidente Snow – tento sorrir forçadamente – quanta honra.

– Ora, vamos querida! – ele desdenha de mim – Sou eu, não precisa fingir. Vamos fazer uma acordo, hum? Que sejamos francos um com o outro.

– Sim, sejamos.

– Ótimo! Alguns dos meus conselheiros acharam que você poderia ser difícil de lhe dar, mas eu disse a eles que não seria, e eu estava certo não é mesmo? Afinal, eu disse a eles: você tem uma família para proteger, sem falar no namorado que tanto ama...

É singelo como um gota que cai da torneira e ninguém a nota, feitos os ventos frios que sopram do sul no início da primavera, as ameaças descem de sua boca, escorrendo pelos lábios como veneno, me fazendo estremecer até o final da espinha.

Snow me dar um largo sorriso, mostrando todos os seus perfeitos dentes possíveis. Faz um gesto para que eu sente a sua frente. Gentilmente servi chá em uma xícara para mim, me oferecendo biscoitos em seguida.

Apanho um dos biscoitos, reparando na florzinha de glacê que o decorra, lembrando das mãos delicada que fez esse desenho, algo tão simples e amável, assim com Peeta.

– Eh... já que vamos ser francos, então o que devo a sua visita? – por fim tome coragem de perguntar.

Ele parece satisfeito por eu finalmente dizer algo, se recosta na cadeira ficando ainda mais à vontade na nossa conversa.

– Sabe Katniss, muitas coisas aconteceram desde que você venceu os Jogos. – Snow dar mais um gole do chá, ponderando nas palavras – Você não sabe, é claro que não, mas existe algo muito sério além das fronteiras do 12, algo que você não pode medir, mas foi você quem provocou no momento em que estendeu a mão com as amoras na arena.

Minha cabeça começa a queimar. Estou totalmente confusa, não consigo entender onde ele quer chegar com isso, embaralhando minha mente.

Como assim algo que eu criei, e não posso medir? Nada está fazendo sentido. Por que Snow veio para o 12, e justo no dia da Turnê?

Ele continua falando

– Se Crane tivesse um pouco de juízo, teria te explodido em pedaços, mas não. Ele, assim como as pessoas na Capital, ficou comovido pela sua história romântica, e você está bem aqui. Não havia mais nada a se fazer do que deixar vocês dois voltarem juntos. Pode imaginar onde Crene está agora?

Seneca Crane, o Idealizador Chefe dos Jogos, lembro dele de entrevistas de outras edições, mas não o vi pessoalmente. As regras são claras, só pode haver um vencedor, só que no ano passado Gale e eu saímos de lá vivos. Eu cheguei a pensar que eles poderiam fazer algum com um de nós, e polo jeito alguém pagou por isso sim, mas não era em eu imaginava.

– Eu não compreendo. Onde quer chegar me dizendo isso.

– O que estou querendo dizer; é que em todos nos Distritos se convenceram de que você é uma menina loucamente apaixonada. E se um garoto, do Distrito 12 ainda por cima, pode desafiar a Capital, o que impede os outro de fazer o mesmo? Eu não quero nem uma ameaça de levantes srta. Everdeen?

– Levantes? – a palavra me assusta – Houveram levantes nos Distritos?

– Não, ainda não. – ele sorrir – Mas se isso acontecer, você não sabe as consequências. Tem ideia das centenas de pessoas mortas? Da fome e da destruição? Seu Distrito reduzido a pó e cinzas? Acredite quando eu digo que a Capital se sobressairia a todos. Mesmo que por um curto período de tempo o sistema desmorone.

Snow que me intimidar com morte e sangue. Ele não veio até aqui para me dizer sobre o que está acontecendo nos Distritos à toa. Eu sei que ele está tentando me persuadir a fazer o que ele quer, se segundo ele mesmo, fui eu quem provoquei isso com as amoras.

– Deve ser um sistema muito frágil se pode cair com uma punhado amoras.

– É sim, mas não como você pensa.

– O que você quer que eu faça? – vou direto ao ponto.

– Eu quero que você convença. Faça seu teatrinho, exagere nas declarações, der seu jeito. Eu só não quero uma rebelião instalada no meu Governo, você entendeu? – pergunta-me exasperado.

– Sim. – respondo

– Sim, o que?

– Eu vou convence-los.

– Não, convença a mim. – ele relaxa os ombros, suspirando como de alivio – Diga-me, quando o senhor Hawthorne percebeu sua indiferença?

– Eu não sou...

– Combinamos não mentir srta. Everdeen.

Não reparei que meus punhos estavam serrados. Mesmo sentindo o medo espalhar pelo meu peito, a raiva é bem maior, o pior de tudo é saber que sou impotente, tudo o que posso fazer é o que Snow me manda. Sinto lágrimas se formando em meus olhos, me seguro para que ela não desçam.

Ele pode vim aqui, me ameaçar, dizer que minha família corre perigo, mas não vou chorar na sua frente, não vou parecer mais vulnerável do que já estou diante dele.

Depois de um tempo apenas me olhando, Snow se levanta calmamente, chegando ao meu lago. Ele se inclina deixando seu rosto bem próximo ao meu. Tenho a certeza que o cheiro de sangue é dele, é só o que sinto quando ele chega perto, me provocando ânsia.

– Convença, srta. Everdeen – antes de sair ele enfia a mão no terno, tirando uma rosa branca de lá, me entregando – Para você. Ah! Eu já ima me esquecendo.

Ele paga o controle de cima da mesa, apertando uma botão. A minha esquerda uma imagem em holograma se materializa. Peeta e eu nos beijando perto da cerca. Agora é impossível controlar o tremor no meu corpo, tudo dentro de mim toma um choque.

Era o meu Peeta ali, o Peeta que já sofreu tanta na Capital, e se tornou um dos meus pontos fracos. Snow sábio no que estava mexendo.

– Acho que ele também é importante. – diz antes de sair.

Permaneço sentada onde estou. Tudo o que aconteceu a minutos atrás repassa diante dos meus olhos, todas as palavras, cada uma das frases. Não acredito que isso está acontecendo, o que fiz para salvar minha família foi em vão, e agora mais do que nunca eu desejo ter comido aquelas amoras.

Amoras.

Uma coisa pequena causará um estrago grande, mas tem algo que estou deixando passar, eu sei que tem, está martelando na minha mente. Snow falou de um coisa que não posso medir, mas não consigo descobrir.

Penso, penso, penso, porém é como um labirinto sem fim, em cada esquina que viro me deparo com uma parede nova.

Tudo é uma questão de escola, eu escolhi viver e trazer Gale comigo. O sentimento que tive contra a Capital naquela hora, quando disseram que dois seriam vencedores mas era mentira, me transtornou, não pensei em consequência nem uma, eu queria que experimentassem o sabor amargo do engano, e foi o que fiz.

Em poucas horas estarei dentro de um trem que me levará para onze Distritos estranhos, onde verei as famílias dos tributos mortos, e com indícios de levantes não sei o que me espera.

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Minha equipe de preparação chegam a minha casa. Flávius, Venia e Octavia, continua falando as mesmas futilidades. Effie – que não via a meses – está mais rosada do que nunca. O único que se salva é Cinna, meu amigo que vem trazendo araras e mais araras de roupas.

Perto do fim da tarde, já estamos todos prontos. Caesar Flickerman fará uma chamada ao vivo com os “Amantes do Doze”, por isso Gale e eu vamos para o pátio da Villa – mesmo nevando – sentar em um banco de madeira diante das câmeras para demonstrar o nosso amor.

Então tudo começa novamente, as pecinhas no jogo de tabuleiro. Elas estão se movendo.

Cedo pela manhã desembarcamos na estação do 11. Rue logo me vem à cabeça, ela permanece pelo resto do meu dia, principalmente quando vejo sua família. Uma mulher junto com mais quatro crianças menores ao seu lado. – irmãos de Rue – e a família de Thresh, meu coração apertou.

Gale estava lendo os cartões que Effie havia preparado, eu optei por sorrir e não dizer nada, mas quando vejo aquelas duas famílias, eu tinha que dizer algo.

Espontaneamente as palavras me escaparam. Digo como lembro de Rue toda vez que vejo um tordo cantar, ou quando as flores nascem na beira do caminho, quando olho para minha irmã, vendo nela a mesma doçura que Rue tinha.

Ela era tão jovem, tão meiga, eu queria salva-la, mas eu falhei. Queria poupar sua vida assim como Thresh poupou a minha. Ele era bom, e eu nunca consegui agradece-lo pelo que fez.

O silencio desse lugar gela minha alma, um luto que permanecer impresso nos olhos de cada ser ali. Por fim, interrompido por um assovio de quatro melodias, as melodias cantadas por Rue na arena. E lá no meio da multidão, vejo três dedos no ar, seguido por uma onda deles. O cumprimento do meu Distrito, o mesmo que usei para Rue quando ela morreu.

Antes que eu possa retribuir, um grupo de pacificadores entra no meio das pessoas, então um confusão se instala. Começam a gritar, correr, empurrar. Outros pacificadores me arrastam para fora do palco, pondo-me de volta para o Edifício da Justiça, só que ainda consigo ver quando um homem já idoso é arrastado para o palco pelos pacificadores.

Ele é colocado de joelhos e em seguida uma arma é apontada para sua cabeça e disparada. Corro em direção a saída novamente, mas Haymitch me segura pela cintura, me impedindo de ir.

Ele nós puxa para o terceiro andar do prédio, um sala vazia com moveis antigo e quebrados, trancando a porta quando Gale passa por ela. Não tive outra saída senão contar a eles sobre a visita de Snow, e tudo o que ele me disse. Contei até mesmo sobre Peeta.

Haymitch ficou louco ao saber, já Gale ficou furioso, me acusando, dizendo que Peeta só estava na minha vida par me causar problemas. Levou algum tempo para o idiota perceber que Madge também corria perigo.

O conselho de Haymitch foi fingir que nada no onze aconteceu, ler os cartões da Effie, sorrir, nos beijar e sermos o casal mais apaixonado que Panem já viu. Entretanto, isso estava mais do que complicado de se fazer.

Durante os dias íamos aos Distritos mostras o quanto éramos felizes e gratos pela Capital. Eu via nos rostos das pessoas o quanto sofriam, alguns chegavam a gritar para mim: fale o que pensa.

Falar o que penso nunca foi uma opção.

A noite viajávamos para o próximo, era quando os pesadelos viam. Meus olhos adormeciam, e quando acordava gritando desesperada, não haviam braços quentes para me proteger. Passava a mão pelo lado da cama, só que ele não estava lá. Em busca de conforta, tudo o que encontrava era a pequena pérola em meu pescoço.

Peeta é preciso para mim, não me perdoaria se ele se machucasse por mim. As vezes tenho tanto medo que me perco no tempo, aí eu lembro da imensidão azul que são os seus olhos.

Quando eu olho pela janela de trem em movimento, quando para de chover, o bastante para ver as estrelas, e aí é bonito. Ou quando me vem à lembrança dele quando o sol vai dormir no horizonte, tocando o mar do Distrito 4, é como se milhões de faíscas tocassem a água.

Como o lago nas montanhas do 2, era tão claro que mais parecia que haviam dois céus, um em cima do outro. E aí quando o sol nasce no deserto do 8, eu não sabia onde acabava o céu, e começava a terra.

Perfeito e lindo.

Eu queria que ele estivesse aqui comigo, mas ele realmente estava.

Quando enfim chegamos ao final da Turnê, a última grande festa seria na Mansão Presidencial. Effie está extremamente excitada com isso, não para de falar um só segundo. Ela só havia vinda aqui uma vez, quando Peeta foi o vitorioso, agora ela não só tinha um, como dois vitoriosos, o que eram um fato inédito entro todos os acompanhantes de tributos.

Cinna me vesti como um tordo para fechar essa noite, como ele mesmo diz. É uma das mais belas criações dele que já vi. Um magnifico vestido negro arrasta pelo chão quando ando, penas em vermelho sobem desde a cintura até a altura dos meus ombros, combinado com a maquiagem pesada e o penteado que foi feito.

Eu estou de tirar o fôlego.

É exatamente o que acontece quando entro acompanhada de Gale na Mansão. As pessoas formaram um corredor para que passemos entre elas. Muitas nos aplaudem, outras parem tão embriagadas com nossa presença que ficam paradas sem reação. Algumas tentam nós tocar, dizem o quando somas ingeríveis, e mais tantos outros elogios.

A música ecoa no ar, todos se empanturram de comida, e quando já estão cheios, vomitam tudo para continuar comendo. Isso é o que me faz vomitar de verdade. Snow é cauteloso com os possíveis levantes dos Distritos, mas ele nunca passou fome, nunca sofreu uma ação que o fizesse lutar. Pelo contrário, ele sempre teve poder, e o poder que ele tem nas mão se chama temor.

Gale e eu começamos a dançar, mas logo um homem gordinho de cabelos grisalhos pede a “honra da minha dança”. Ele se apresenta como sendo Plutarch Heavensbee, o mais novo Idealizador Chefe dos Jogos Vorazes.

Não estou nada bem com os estresse dos últimos dias, então Plutarch começa a me dizer um monte de coisas sem sentido. Eu sou um exemplo de elegância e educação, mas me comporto como posso, porém esse homem estava me tirando do sério. Já estava sendo curta e grossa com ele, quase o xingando quando ele parou nossa dança, dizendo que tinha uma reunião marcada com os outros Idealizadores e precisava ir.

Ele retirou do bolso um relógio de vidro, me mostrando que era meia-noite. Antes de pudesse guarda o relógio novamente, juro que vi o desenho de um tordo na tampa, o mesmo tordo do meu broche.

– Começa sempre a meia-noite srta. Everdeen. – me diz dando as costas.

Isso me deixou ainda mais irritada com ele, além de confusa. Quem marca uma reunião a meia-noite? Por que havia uma tordo no seu relógio, e por que mostrou para mim? Será que significava algo?

Somos todos reunidos em frente a uma sacado onde Snow aparece, fazendo um breve discurso. Busco freneticamente em seu rosto sinais de o plano para convencer os Distritos funcionou, porem com um leve aceno de cabeça quase imperceptível, ele nega.

E agora não sei o que será de mim. Só rogo para que nada aconteça com Prim e ninguém a quem amo.

Fico mais horas perambulando pela festa, falando com estranhos que nunca vi na vida, cumprimentando dondocas, ouvido os seus comentários sobre minha beleza singular.

Ao anda próximo ao jardim tenho um surpresa. Peeta está encostado no muro, com um terno cinza e azul que combina com ele. Me observa de longe, meus olhos cintilaram quando o veem. Ele sorrir e manda um beijo, então some dentro da noite.

Eu queria ter ido até ele, queria corre e abraça-lo, beijar seus lábios, possuindo sua língua na minha, mas não podia. O perigo estava rondando por perto, se pegassem nós dois juntos o escândalo seria terrível. Sabe-se lá o que nos aconteceria.

Já não aguento mais aquilo, o peso em meus ombros me descia para baixo. Bebi a primeira taça de vinho como se fosse água, as outras eram divindades na minha boca.

Gale me leva até meus compartimento no trem, estava bêbada demais para ir sozinha. Eu só falo besteiras enquanto ele me deita na cama, me cobrindo em seguida. Ainda uso o vestido, e tinha muita maquiagem em meus rosto. Faço um esforço para levantar, indo ao banheiro.

Tirei a roupa e me joguei debaixo do chuveiro, onde a água fia escorre. Desfiz o penteado, tirando a maquiagem a certa agressividade ao esfregar o rosto. Minha cabeça gira feito um pião, mesmo assim consigo chegar ao guarda roupas. Pego um camisola e a visto sem me importa de estar com o corpo ainda molhado. Não sei da toalha.

Me enfio nas cobertas abraçando-me as travesseiros. Quando desperto já é dia, o sol entra pela janela, percebo que dormi sem pesadelos.

Mexo-me sentindo algo estranho debaixo da minha cabeça. Olho mais atentamente e vejo e estou repousando sobre um braço. Braço que não estava ali antes. Meu coração bate tão forte que chega a doer no meu peito.

Ele está aqui.

Viro de frente para ele devagar, com receio de acorda-lo, mas Peeta já está de olhos bem abertos. Senti tanta falta desse olhos que mais perece uma eternidade desde a última vez que os vi.

– Oi. – ele sorrir.

– Oi. – lhe devolvo o sorriso.

Ele beija minhas mãos, acariciando meu rosto coma ponta do nariz. Por um momento permito que meu inconsciente tome lugar aqui. Imagino-me em um lugar sem a ditadura da Capital, sem os Jogos, um lugar de paz, onde eu possa viver com Peeta, ter filhos com os olhos dele, e sermos felizes. Um pensamento tão distante quanto sempre foi.

– Sem pesadelos. – é uma afirmação.

– É.. Mas tive uma sonho. – ele pede para que continue – Sonhei com Rue, na verdade era um tordo, mas sabia que era ela. Cantava a mesmo melodia dela. Estávamos na campina, eu corria atrás dela, enquanto ela voava.

– E para onde ela te levou?

– Não sei, nunca chegamos lá. O que sei é que estávamos feliz.

Sei que me entende, Peeta é uma das únicas pessoas que sabem sobre os cantinhos que existe dentro de mim. Chego mais perto dele, deixando nossos corpos juntinhos e o beijo. Sinto seu calos chegar até mim novamente, as mão grandes de Peeta me apertando a carne, meu insaciável anseio em tê-lo comigo.

Em pensar que corremos riscos, que vai acontecer um certo ponto em que precisaremos ficar longe um do outro, pois o farda será grande demais e o caminho longo, ou talvez possamos fugir e nunca mais nós achariam, e desistiriam de nós. As coisas não são tão fáceis.

Preciso dele como o fogo precisa da lenha para aquecer no inverno, e estou a pondo de perdê-lo.

Solto seus lábios dos meus devagar, acaricio seus cabelos dourados que brilham com o sol refletindo nele. Eu o amo, eu apreendi a ama-lo, não posso e nem quero negar o que sinto.

– Eu nunca te disse isso em voz alta... Eu amo você, Peeta.


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Notas finais do capítulo

Só para deixar claro (pode ser que alguém ache incrivelmente parecido) mas nos parágrafos 47, 48, 49, e 50 (se contei certo) está um trecho do filme Forrest Gump. Esse filme é um dos meus favoritos, e esse trecho é na minha opinião a cena mais linda do filme. Não queria deixar passar a oportunidade de escrever esse mesmo trecho na fic. Então só para vocês saberem que não estou plagiando nada nem ninguém, estou dizendo de onde tirei. É isso.

Se alguém quiser ver é só colocar no You Tube: Forrest Gump dublado - Melhor declaração de amor.