Beyond two Souls escrita por Arizona


Capítulo 25
Não estamos à salvos


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Fiz um esforcinho e consegui postar esse capitulo. Espero que gostem. Boa leitura.



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P.O.V Peeta

Eu já havia me acostumado com seu rosto, mesmo assim não me cansava de olha-la, queria gravar cada um de seus traços na minha memória, esconde-los dentro de mim enquanto ela dormia em meus braços.

A neve caia lá fora, é uma tarde escura, mais uma tarde escura dos dias de inverno. Katniss chegou aqui ainda de manhã, ficamos jogando conversa fora, sentados no sofá, vendo um monte de filmes antigos, comendo besteira que eu havia feito. Ela adorou meus biscoitos de chocolate, e me fez prometer que a ensinaria como faze-los.

Às vezes, tenho medo de dormir, não mais por causa dos pesadelos que me atormentam, não, esses parecem ter sido espantados, mas por achar que ela não está aqui comigo de verdade, que vou abrir os olhos e perceber que tudo era uma frágil ilusão.

Mas quando ela sussurra em meus ouvidos e me beija, sei que nem em meus maiores delírios eu conseguiria imaginar a sensação que seus lábios me causam.

Ela se mexe devagar ainda abraçada a mim, abrindo os olhinhos ainda cheios de sono, sorrir ao me ver. Com carinho, arrumo seus cabelos tirando as mechas que caem por sua face, ela me observa em cada movimento.

– Você está me olhando a muito tempo? – sua voz soa bem baixinha.

– Tempo suficiente para não me entediar. – brinco com ela.

– Ah, e quando você irá se cansar de mim?

– Nunca.

Não sei porque ela fica tão envergonhada quando a digo palavras doces, sempre estamos próximos, dando e recebendo afeto um do outro, e ela ainda se constrange quando falo que a amo. No entanto, eu adoro vê-la de bochechas coradas.

– Então, quer aprender a fazer biscoitos? – pergunto e ela assente – Tá, vai lavar esse rosto, que tá todo amassado.

– Você um idiota Peeta.

Apesar do xingamento, ela sorrir e eu roubo um beijo. Ela vai ao banheiro enquanto sigo para a cozinha, separando os ingredientes que vamos precisar para fazer os biscoitos.

Katniss vem até onde estou ainda preguiçosa, esticando o corpo, murmurando alguma coisa. Pego um dos aventais que tenho, a puxo pelo braço deixando de costas para mim, encosto bem nossos corpos abraçando-a por traz, esticando o avental na sua frente.

– Primeiro passo para se fazer biscoitos Snta. Everdeen – digo ronronando em seu ouvido, amarrando o avental em sua cintura – é colocar o avental, se não vai se sujar muito.

Gosto de provoca-la com lascívia, sabendo que ela não se agrada nem um pouco quando faço referencias, ou gestos sexuais. Só que desse vez ela não se intimida, fica de frente para mim com um sorriso torto e os olhos diabolicamente sensuais.

– Se você não quiser causar um certo transtorno em suas calças – ela passa a mão bem no meu amiguinho – é melhor não me incitar.

Fico totalmente desnorteado depois disso. Como assim ela acaba de pegar no meu pênis e não fica vermelha? Katniss olha para mim com a maior cara de inocente, rindo de mim como se nada tivesse acontecido. Ah, ela quer que eu a pegue a força depois disso, é o que estou quase fazendo.

– Devia ver a cara com que está. – diz ainda rindo, indo para longe de mim.

– Katniss...

Tento agarra-la, mas ela é mais rápida e logo está do outro lado da cozinha, zombando de mim. Acho que aquela coisa de garoto pura se dissipa aos poucos dentro dela. Querendo ou não, eu tenho uma parcela de responsabilidade por isso, quase sempre eu a provoco.

– Não, Sr. Mellark. Agora é ora de fazer biscoitos.

Olho para a situação que fiquei quando ela passou a mão em mim. Respiro fundo para me acalmar enquanto posso, coloco meu avental, então começo a ensiná-la sobre os biscoito. Fica difícil quando a tentação de olhar pros seus seios é maior, mas eu me controlo.

Misturamos os ingrediente com forme cada passo da receita. Meu pai me ensinou que as melhores comidas são feitas com as mãos, por isso deixo que Katniss amacie a massa dos biscoitos do jeito que ela prefere com suas mãos. Mesmo que ela não seja paciente, resmungando o tempo todo que é difícil, batendo com força a massa conta o balcão espalhando pedaços dela junto com farinha por toda cozinha.

Logo está tudo uma bagunça, o chão todo lambuzado de pó e casca de ovos, tem um pouco de leite derramado escorrendo pelo balcão, sem falar na nossa aparência.

Katniss não conseguiu segurar um saco de farinha, era passado demais para ela, e acabou derrubando metade na própria cabeça. Eu não resistir e comecei a rir dela, a graça não durou muito já que por pura maldade ela terminou derramando a outra metade do saca em mim. E agora estamos os dois sujos de farinha de trigo.

Mostrei como moldar os biscoitos, e ela me ajudou, colocamos no forno ansiando o momento em que ficariam prontos. Olhamos um para o outro, e ao nosso redor, vendo o desastre do lugar, então começamos uma faxina na cozinha.

Aos poucos vamos dando um jeito em tudo, guardamos o resto das coisas que sobraram, lavamos as vasilhas, varremos, passamos pano, deixamos tudo em seu lugar. Me distraio verificando os biscoitos quando um gritinho agudo me assusta. Olho em direção ao grito, a tempo de ver Katniss caindo de bunda no chão ainda molhado.

Demoro meio segunda para me mover e está levantado ela, que reclama de dor. Eu a abraço deixando beijinhos no seu rosto ainda sujo de farinha, mas ela continua se contorcendo, suspirando por causa da pancada. Deve doer mesmo.

– Deixa eu ver – digo já empurrando suas calças para baixo.

– Peeta, não! – ela dar um tapa entalado em minhas mãos – Eu não vou deixar você olhar minha bunda.

– Katniss, deixa de frescura. – novamente seguro suas calças – Pode ter machucado, deixa eu ver.

– Peeta, você é tarado.

– Ah, olha quem fala: a garota que me deixou duro a pouco.

Katniss solta um grito frustrado depois de bufar se dando por vencida. Ela mesma abaixa as calças até a altura do machucado, se virando de costas para mim. Eu já imaginei essa cena algumas vezes, confesso, só não achei que fosse essa a situação.

– Eu sempre te deixo duro, por isso digo: você é tarado.

Não ligo pro que ela diz, e vou logo examinar seu machucado. Agacho-me para ver melhor, está meio avermelhado, vai ficar roxo. Realmente ela tem razão em dizer que sempre me deixa duro. Oh, Deus! Que coisa mais perfeita é a bunda dessa garota.

Ela reclama que estou demorando demais, passando a mão demais ali, digo que estou vendo se tem outros machucados, mas na verdade estou admirando ela. Quando passo mão outra vez, ela dar um pulinho de dor. Murmuro que eu vou cuidar dela, e dou um beijo no machucado, não parando por aí, beijando as outras partes também.

Como sou pervertido.

– Peeta, já chega. Você já abusou muito de...

Não deixo ela terminar de falar e ataca seu lábios. Katniss está tão acesa quanto eu, corresponde meu beijo com a mesma intensidade, puxando-me pelos quadris. Ponho a mão em sua nuca, puxando seus cabelos de leve, sinto quando geme em minha boca, o som rouco da voz dela me faz arrepiar inteiro.

Seguro-a pela penas, a levantando e ponde em cima do balcão. Suas mãos tremulas tateiam meu peito, arranhando de leve a pele do meus pescoço com as unhas. O cheiro dele me embriaga. Enfio as mãos por dentro de sua blusa, sentindo a curva divina em suas costas.

Suspiros, línguas, céu da boca, ar, o açúcar em sua lábios, as cores que ela tem, tudo me enlouquece. Desço meus beijos por seu pescoço, mordendo de leve seu queixo.

Minha camisa voa do meu corpo, tornando meu peito livre para suas mãos. Abra os primeiro botões de sua blusa, já podendo ver os seus desejosos seios, beijando-os de forma desajeitada. Céus, nunca pensei que ficaria nervoso ao toca-la desse modo, mas estou.

Katniss me surpreende de novo, abrindo o zíper da minha calça sem o menor pudor. Meu corpo está entre suas pernas, suspensas, mantidas presas ao meu redor. Termino de abrir os botões de sua blusa, vou escorregando-a pelos seus braços, exibindo seus ombros que morda a medida que aparecem.

Mas cruelmente somos interrompidos pela porta da entrada batendo, e Haymitch – maldito seja – Abernathy entra em minha casa gritado por mim.

Os olhos desesperados de Katniss me fazem finalmente reagir se não ele nós pegaria. Apanho minha camisa do chão, vestindo-a rapidamente, fecho o zíper da calça correndo em direção a entrada da cozinha para que ele não veja Katniss. Esbarro na frente dele bem a tempo.

– Garoto! – ele exclama – Que droga, você não atende mais telefono? E por que você está ofegante?

– Você ligou para mim? – desconverso ao reparar que realmente estou ofegando.

– É, mas você não atendia, por isso vim até aqui – ele tenta ir em direção a cozinha mas não deixo – Você vestiu a camisa ao contrário, e sai da minha frente garoto, estou com fome.

Haymitch me empurra sem a menor cerimônia, internamente rezo para que Katniss já esteja recomposta. Olho para mim mesmo por causa do comentário de ele fez, na pressa acabei pondo a camisa de dentro para fora.

– Docinho! Que saudade de você – ele vai até ela dando-lhe um beijo e a abraçando de lado.

Sobro de alivio ao vê-la íntegra de novo, não mas depois do abraço de Haymitch, mas pelo menos suas roupas estão no lugar. Ela me olha sugestiva e eu apenas dou de ombros.

– É, Haymitch, mas você bem que poderia tomar um banho.

– Qual é? É desse jeito que você trata seu velho mentor? – vai abrindo a geladeira, vasculhando dentro dela – O que vocês estava fazendo para estarem sujos de farinha?

– Biscoitos. – ela responde.

– Biscoitos! Hum, aqueles com gotas de chocolate que você faz? Cadê? Quero come-los.

O olho grande Haymitch não permite que ele coma uma coisa por vez, enquanto bebe o suco direto na jarra, já pensa nos biscoitos que ainda assam no forno.

Quando eles finalmente ficam prontos, dividimos igualmente. Katniss diz que vai vela-los para Prim, que ela vai adorar, já Haymitch nem espera que esfriem, comendo um atrás do outro. Devo dizer que para seus primeiros biscoitos, Katniss fez um bom trabalhos, ficaram macios e deliciosos.

Ficamos conversando como a muito não fazíamos, só nós três. Já anoitecendo Katniss se despede de nós e vai para casa. Eu a levo até a porta, beijando sua mão antes de ir. Ela me pergunta em silencio se vou estar lá para dormir, ainda em silencio respondo que sim.

Sento-me ao lado de Haymitch no sofá, suspirando, ele me olha furtivo, apenas o ignoro, mas o sorrisinho sarcástico permanece em seu rosto.

– O que é?

– Garoto, não precisa mentir para mim, eu sei que vocês anda dando uns pegas.

Reviro os olhos de chateação. Quando ela estava nos Jogos, sofri muito, eu estava lá como mentor, mas o que queria realmente era entra na arena e salva-la. Precisei desabafar com alguém, Haymitch foi meu mentor, e é meu amigo, um dos poucos que posso confiar, contei a ele que era apaixonado e ele me consolou naquele dia.

– Você nós viu?

– Vocês não são tão cuidadosos assim. – murcho os ombros concordando – Tenha cuidado garoto, se eu os vi, outros também podem ter visto, e sabe quem são esses outros a quem me refiro.

Sei exatamente de quem ele fala, das ameaças que podem fazer, e o medo que me assola por isso. Haymitch tira do bolso um envelope bem amassado, e me entrega. Ele diz que alguém da estação entregou na sua casa por engano, e quando abriu viu que eu era o destinatário.

Ao segurar o envelope totalmente branco em minhas mãos, um calafrio assombroso me corre pela espinha. O brasão em alto relevo da Capital, revelando a fonte da minha agonia. Haymitch vai embora me deixando só, estrangulado sem fôlego.

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Caro sr. Peeta Mellark.

Vencedor da 70° edição dos Jogos Vorazes.

A Capital solicita sua presença, para o cumprimento dos vossos exercícios como Vitorioso.

Atenciosamente; Governo de Panem.

Não adiantava reler aquela carta, as palavras não mudariam. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde ele chegaria, assim como as outras chegaram. Em alguns dias seria natal, e depois o ano novo logo chegaria, eles iriam requeri meu trabalho.

Conto a Katniss sobre minha viagem quando vou dormir com ela. Mesmo dizendo que tudo bem, que ela me entendo, sei que dentro dela queima de insatisfação, eu me sentiria da mesma forma se fosse comigo.

No dia seguinte estou dentro do primeiro trem para a Capital, é madrugada quando chego. A notícia da minha vinda deve ter propositalmente espalhada, na porta do luxuoso hotel onde sempre me hospedam, há pelo menos 50 garotos me esperando para tirar uma foto, ou pegar uma autografo.

Rir forçadamente já não me incomoda mais, não com essas garotas. A maioria das minhas fãs tem a mesma idade que a minha, algumas delas são apenas crianças, elas não tem culpa muitas coisas da Capital, são criadas vendo os Jogos com normalidade, e aprendem que a devoção aos tributos é necessária.

Minha rotina aqui é agitada, festas, bebidas, dragas, mulheres, dinheiro. Festas, bebidas, mulheres, joias. Festas, sorrisos vazios, mulheres, fortuna. Festas, mulheres, e minha alma em pedaços. Um ciclo, um vício desse lugar pútrido chamada Capital.

Às vezes encontro Finnick, ele gosta de rum, eu prefiro vinho, e nós concordamos que o gosto do whisky é realmente bom. Então nós sentamos, nos embebedamos, e fazemos companhia um para o outro.

Uma senhora chamada Carmen, de 83 anos, fez fortuna por seu talento em criar modelos cobiçados pelas damas da Capital. Ela sempre me tratou como o amigo jovem que toda mulher tem, e não como um amante, mesmo pagando por isso.

Ela sempre permite que eu chore em seus braços, sempre afaga meus cabelos quando isso acontece. A um tempo atrás, confidenciei a ela que queria tirar minha vida por não aguentar mais viver assim. Hoje, eu confidenciei a ela que encontrei uma razão para continuar vivendo, um menina que usa trança no cabelo, e tem olhos azuis tão claros que parecem cinzas.

Minha menina de olhos acinzentados, não parei de pensar nela um momento si quer. Sinto sua falta dos seus braços ao meus redor quando me deito, pedindo para que os monstros na minha cabeça não aparecerem.

No Ano Novo, fogos de artifícios são estourados nos céus, inundando tudo de alegria.

Alegria.

Quantas pessoas nos Distritos não tem motivos para isso, quantas no dia de ano novo não tem nada para comer, apenas se recolhem esperando o sol nascer no horizonte.

No trem votado para casa, meu peito se enche de alguma coisa boa, fazendo um brilho diferente crescer em mim. É esperança em vê-la, logo vou estar com ela. Apesar de saber que vou chegar, e ela partir.

Esse dia será o mesmo em que a Turnê da Vitória sairá, só teremos algumas horas juntos. Talvez em isso.

Quando os pacificadores gentilmente me deixam na porta da Vila, ainda é madrugada. Olhar para sua janela é irremediável, mas resisto a tentação de ir até lá. Lembro-me do que Haymitch me disse, que nos viu juntos e outras também podiam ver, então decido esperar pela ocasião oportuna.

Sei que minha ansiedade não vai permitir que eu durma, resolvo fazer um das coisas que mais me acalmam, cozinhar. Faço pães, biscoitos, bolos, tudo o que consigo para passar o tempo.

Quando termino, subo para tomar um banho. Deixo a água quente descer em minhas costas, me fazendo relaxar. Pela primeira vez em dias, me sinto respirando novamente.

Perto das oito preparo uma cesta com as coisas que fiz, separando as quantidades para as outras três casas da Vila. Fico pensando que Haymitch deve ter atazanado a Katniss por comida todos esses dias.

Depois de um tempo convivendo com ele, entendi que não adianta bater, ele vai sempre está babado demais para fazer a cortesia de abrir a porta da sua casa. Entrar sem bater aqui não é falta de educação.

E que incrível! Haymitch está acordado e discutindo com alguém, e pela voz feminina que vem da cozinha já sei quem é.

–...devia pedir ao Peeta.

– Pedir o que?

O que alguns dias longe não fazem? É tão maravilhoso revê-la, acho que estive morto e me deram de volta a vida. Katniss corre para os meus braços sem se importa com a cesta que seguro. O sorriso em seu rosto tão largo, singelo de uma forma que só ela tem. Abraço-a o mais forte que consigo, como se pudesse matar a saudade que sinto dessa maneira.

Ela não se contenta em me abraçar, segura meu rosto em suas mãos e o enche de beijos. Acho que ela esqueceu que um velho bêbado que não bate bem da cabeça está a poucos metros de nós.

Haymitch faz careta de nojo ao nos ver assim, diz que nós provocamos enjoos nele, e que não gostaria de desperdiçar os belos pães que lhe trouxe pondo-os para fora. Agora vejo que está com o rosto molhado, Katniss deve ter vindo acorda-lo e não funcionou do modo delicado.

Deixamos Haymitch tomando seu café na cozinha e vamos para sala, quero poder dar um beijo de verdade nela. Um beijo louco, frenético, profundo em toda a sua extensão.

– Senti tantas saudades suas Peeta.

– Eu também meu amor, eu também.

Um beijo só não é suficiente, precisamos de mais, e mais para, nem um é capaz de satisfazer a nossa suplica. Só nos separamos com os gritos de Haymitch dizendo que pode ouvir que estamos nos beijando. Pelo jeito também não somos silenciosos.

– Eu ouvia você e a Effie se beijando. – o cutuco pois sei que ele fica nervoso – Aproposito, ela vai chegar hoje, vocês vão passar duas semanas viajando juntos, pertinho um do outro...

– Cala boca Peeta! – ele esbraveja – Effie e eu nunca nos beijamos, isso não é verdade.

Katniss e eu rimos incontroláveis da reação dele. Todas as vezes que eu o provoco usando Effie para isso, ele reagi assim, ninguém me tira da cabeça o flete deles dois.

Separo uma porção de pães para Katniss levar para sua casa antes que o velho alcoólatra coma tudo, enrolo num papel e entrego a ela. Deixo mais um pouco para Haymitch e levo a cesta com a porção para a Casa de Gale. Ele nunca gostou de mim, mas as crianças gostam.

Paramos em frente à sua casa, ela suspira sabendo que teremos que nós separar novamente. Me abraça forte agarrando minha camisa, eu sinto a mesma apreensão que ela. Visitar os Distritos dos tributos que você matou, olhar nos rostos das família que perderam quem amavam por sua causa, é uma barra muita grande de suportar.

– Quando vai sair?

– Em algumas horas. – responde ainda me abraçando – Peeta estou com medo.

– Eu sei. – me distancio para olha-la – Vai ficar tudo bem, Kat. Eu não posso ir com você, mas vou estar com você.

Seguro a pérola que eu mesmo a dei de presente, para que ela tivesse um parte de mim consigo, e ela própria me disse a mesma coisa. Katniss sorrir ainda tristonha, me abraça uma última vez antes da Turnê, e faço questão de lhe beijar no meio da pátio da Vila, sem medo algum de ser visto.

Ela entra olhado para trás, acenando antes de fechar a porta. Vou a casa de Gale onde a pequena Posy me recebe com alegria, entrego a ela a cesta, e ela entra saltitando, sorrindo de orelha a orelha por causa dos biscoitos. Hazelle logo aparece me cumprimentando, conversamos alguns minutos, ela me diz o quanto está preocupada com Gale e a Turnê, diz que ele anda dormindo pouco de ansiedade.

Eu também estou preocupado por essa Turnê, mais por não querer ver Katniss fingindo ser a namorada dele. Aguh! Isso me deixa de cabeça quente.

Chego padaria da minha família feliz por rever todos, abraço os meus pais, os meus irmãos, que me dão alguns cascudos, desejo feliz Natal e Ano Novo atrasado a eles, que não fazem muita questão disso, menos minha mãe é claro, que me cobra um presente da Capital que eu não trouxe para ela.

Fico um bom tempo por lá, ajudo o meu pai com a clientela no balcão, sempre gostei de fazer isso, ajudava as pessoas a escolherem seus pães quando trabalhava aqui.

Finalmente o cansaço me toma, então resolvo ir para casa para descansar, me despeço de todos e rumo o caminha para a Vila. Ando sem muita presa, observando o movimento no meu Distrito, somo pequenos comparados a outros, mas ainda assim vejo o borbulho que todo comercio tem pela cidade.

Próximo à entrada da Vila, um carro preto luxuoso, bem comum da Capital, está saindo de lá. Penso que seja o corro que trouxe Effie e a equipe para o 12, mas carros assim não são dispostos a equipes de preparação nem uma. Meu sangue congela quando o carro para do meu lado e o vidro de trás é baixado.

– Sr. Mellark, faz tempo que não lhe vejo. Como vai?

– Bem, sr. Presidente. Fico muito honrado em vê-lo.

De todas as pessoas do mundo a última que eu esperava ver, era ele. Seus olhos me periciam, devo estar totalmente pálido diante dele, engulo em seco puxando o ar de volta para os pulmões, enquanto seu sorrio arrogante dança em seu rosto.

– Que bom. Então vejo você em minha casa, no final da Turnê, não falte. – eu assinto em confirmação ao seu convite.

Mas antes de ir, ele mexe em seus bolsos, tirando de lá uma rosa branca. Rosa com perfume de sangue, assim como o cheiro dele.

– A Snta. Everdeen acabou de ganha uma - com essas palavras minhas pernas me traem e começas a tremer - Lembre-se do nosso acordo. Não vai querer as pessoas que você ama em perigo, vai?

Ele vai embora me deixando paralisado, acenado e negativo com aquela rosa na mão.

Snow esteve com Katniss, ele a ameaçou, ele sabe sobre nós, eu tenho certeza que sabe. Ele me venceu mais uma vez, ele fez de mim uma peça em seu jogo. Mais uma vez ele me partiu em dois.





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