Um Amor Definitivamente Inumano escrita por Carol Potter Greymark


Capítulo 17
Sacrifício


Notas iniciais do capítulo

Feliz Natal atrasado, e Feliz Ano Novo adiantado! Demorei para postar porque estava de castigo, mas escrevi dois capitulos super-especiais para voces! Este está bem curtinho, mas o outro é maior.



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Sem que eu perceba, lagrimas escorrem pelo meu rosto. Eu mordo meus lábios, não antes do detetive Basso perceber. Encaro a lua pálida sobre os edifícios. Estamos adentrando a parte que menos gosto em Coldwater : a suja e velha zona industrial.

Aparentemente as ruas poeirentas estão vazias, exceto por ocasionais mendigos que saem de becos escuros, atraídos pelas luzes e pelo som da viatura. Basso finalmente estaciona em frente a um dos prédios cinzentos. Não sei como ele sabe que é este, pois para mim, exceto por números de latão gastos em ordem decrescente, todos os prédios são idênticos. Eu estou a ponto de abrir a porta de passageiro quando ele segura meu braço.

–Vee – esta é a primeira vez que ele me chama pelo primeiro nome, e não por Srta. Sky. – Você sabe que não precisa fazer isso, não sabe?

Eu concordo com a cabeça levemente. Pelo que parece, detetive Basso não entende o que é amar alguém como eu amo Scott. Minha Mao vai automaticamente para a maçaneta da porta, mas ele não solta o meu braço.

–Espere. Vou anunciar nossa chegada. – ao ver meu olhar confuso ,ele explica. – Gregory não gosta que as pessoas apareçam sem serem convidadas.

Eu observo enquanto ele desce e dá três batidas na porta metálica.

–Gregory, sou eu, detetive Basso. – não havendo reação ele suspira e começa a falar em uma língua que nunca ouvi antes, que me lembra um pouco sueco e o som melódico de piano. Capto somente a palavra ‘nephilim’, antes que a porta se abra, revelando uma figura encapuzada e sombria. Agora sei como Basso identificou o local. Aquela bruma, aquela energia forte e completamente inumana, emana do homem encapuzado em grandes ondas. Ele sussurra algo na língua estrangeira para Basso, que logo em seguida faz um sinal para que eu os acompanhe. Eu deixo o carro cautelosamente, as ondas de energia se intensificando com a proximidade do arcanjo, serafim, ou o que quer que ele seja. Assim como uma súbita sensação de esperança.

–Por aqui. – ele diz, seu inglês surpreendentemente perfeito, sem nenhum sotaque. Com um ultimo e receoso olhar para a viatura, eu os acompanho.

A primeira impressão que tenho é de estar entrando em uma clareira. Apesar de lá fora ser noite, dentro do prédio há uma luz quase cegante. Eu olho para cima, esperando encontrar um teto e nele a fonte dessa luz, mas novamente sou surpreendida. Há apenas mais luz, luz essa que não parece ter fim. Mas Gregory, felizmente, não nos mantém ali. Ele nos conduz por uma estreita porta e meus olhos imediatamente piscam com a súbita mudança de luminosidade. Estamos agora em uma câmara de pedra, fria e escura. Gregory fecha a pesada porta de madeira, fazendo com que a única iluminação provenha das velas precárias espalhadas em uns poucos castiçais. Há uma bancada de mármore negro, muito semelhante a da cozinha de Patch, exceto pelos estranhos instrumentos que estão sobre ela : frascos de vidro vazios e cheios de líquidos multicoloridos, serrotes de bronze, plantas secas que desconheço e o mais sinistro, um vidro cheio de liquido azul fosforescente, com um coração humano pulsante mergulhado. Gregory parece ter percebido meu olhar assustado, porque pega o vidro e o guarda dentro do longo armário prateada com uma porta corrediça. Eu tenho um lampejo de outros vários vidros idênticos a esse, talvez com outros órgãos humanos, e sinto ânsia de vomito antes dele fechar a porta.

–O que os fez virem até aqui? – ele nos encara sob sua capa, sua voz melódica ecoando de maneira consoladora pela câmara.

–Nós... – Basso começa, mas eu o interrompo. Já que sou eu que pagarei o preço, nada mais justo do que fazer o pedido.

–Precisamos de um antídoto para Devilcraft. Nosso amigos estão correndo risco de vida.

Gregory pondera sobre minhas palavras antes de prosseguir.

–Muito bem... – ele diz. – Vocês sabem que algo tão valioso não irá custar barato...

Como resposta eu tiro o anel de Dante do bolso da minha jaqueta. Tenho que admitir que ele fora bastante esperto. Usar um anel com seu próprio sangue não contaminado por Devilcraft o deixou extremamente forte.

Gregory começa a murmurar na língua desconhecida, claramente surpreso.

–Você está certa disso? Sabe o que está sacrificando ao colocar seu sangue no cristal? – ele pergunta.

–Ela... – Basso começa a falar novamente, mas eu o interrompo.

–Sei. – digo com firmeza. – Estou disposta a me tornar humana para salvar meus amigos.

–Você tem muita coragem, nephil. – ele desaparece por um instante, e volta com uma adaga dourada cravejada de rubis na mão e o capuz atrás da cabeça. Eu o consideraria bonito, com seus cachos loiros e seus traços angelicais, se ele não estivesse prestes a tirar os meus poderes. – Que assim seja... De-me seu braço direito.

Eu o faço. Ele começa a recitar palavras na língua que agora classifico como celestial, e eu me sinto tonta.

–Agora repita...

Eu, Vee Harrolds Sky, ofereço meu sangue e minha imortalidade em troca da sobrevivência de meus amigos, Scott Parnell, o nefilim, e Patch Cipriano, o caído. A partir de hoje, viverei como uma mortal, até o último dia de minha existência.

Eu sinto uma punhalada em meu braço. Algo parece ser retirado de mim a força, como se um gancho invisível estivesse puxando um pedaço da minha alma. Eu caio no chão, minhas pernas, outrora fortes, já não agüentam o peso do meu corpo. Mas o que mais me causa impacto é o ferimento em meu braço, um corte fundo e pulsante, de onde sai um fluxo vermelho constante que encharca minha camisa. Há algumas horas, minutos talvez, esse mesmo corte estaria cicatrizado. A verdade me atinge como um soco no estomago, mas não me arrependo nem um pouco do que fiz. Sou humana, mas Scott e Patch estão vivos, e é isso que importa.

A partir de agora, Matthew não terá mais que se preocupar... Minha morte é só uma questão de tempo...

Essa é a ultima coisa que penso antes de perder a consciência...


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Notas finais do capítulo

Gostaria de confessar uma coisa para voces. Estou um pouco desmotivada, porque tenho dez pessoas acompanhando mas só tres (Clary é excessao) comentam regularmente. Queridas leitoras (ignorem Ester e Anjo), me deem satisfaçoes. Se voces estao acompanhando , é porque gostam, não é? Se importam em comentar, sei lá, qualquer coisa... Ficaria grata, e bem mais motivada... As vezes acho que escrevo muito mal e devo abandonar a Nyah... Afinal, apenas com tres pessoas comentando...

Desculpe-me por ser tao sincera... Mas eu precisava desabafar...



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