Um Amor Definitivamente Inumano escrita por Carol Potter Greymark


Capítulo 16
Eu posso


Notas iniciais do capítulo

Estou super feliz pois ganhei o melhor presente de Natal que poderia ter imaginado! Minha primeira recomendaçao! Obrigada Clary! Te amo muito! E Anjo, acho que voce esta certa! Ainda tem muita historia pra rolar... Curtam esse capitulo feito com todo meu amor!



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Por um momento fico observando seu rosto adormecido na penumbra. Suas feições ficam mais suaves e infantis quando ele está dormindo. Eu resolvo ir para a sala, onde solitariamente sentado sobre a mesa de madeira obliqua está o detetive Basso. Ele observa folhetos cinzentos que me parecem fichas criminais com as sobrancelhas erguidas, o rosto contraído de concentração. Eu me esgueiro atrás dele sorrateiramente. Se ele me percebeu não fez nada para evitar que eu me intrometesse. Eu começo a passar os olhos pelo papel, minha boca se abrindo em espanto com poucas linhas.

Heavensly Mission

Nome: Edward McCarty

Caso: 1048 (celestial)

Crime: Estupro, Sequestro, Tortura e Possessão pré-juramento de Nephil

Defesa: Disse que estava a mando de outro anjo caído, seu superior. Não sabia porque, mas estava a procura de uma garota com sobrenome Harrolds.

Sentença: Danação Eterna sem julgamento .

Eu solto um suspiro engasgado. O detetive Basso olha para mim como se essa fosse a primeira vez que tivesse me visto.

–Harrolds... – ele diz. – Você tem Harrolds no nome?

–Sim. – eu digo. – Meu nome é Vee Harrolds Sky, mas sou mais conhecida apenas como Vee Sky...

–Bem... – ele gesticula inutilmente. – Parece que essa procura por você não é coisa atual, não é?

Eu me sento na cadeira ao seu lado.

–O que tem em você que atrai tanto os anjos caídos, Srta. Sky? – ele me mede de cima abaixo, como se procurasse por algo precioso. Eu não me impeço de ruborizar. Ele é bonito, e algum tempo atrás eu não me envergonharia de ter seus olhos em mim, mas agora que eu e Scott... Bem...

–Não sei... – agora sinto raiva. Por que ele fez essa pergunta?Ele está me culpando? – Não tenho culpa se há dezoito anos um anjo caído transou com a minha mãe e agora tenho o sangue que tenho. – ele encara meus rosto, claramente ofendido. Estou pouco ligando para o que ele acha.

Ele então volta a mexer em suas fichas criminais até encontrar a que procura. Eu deparo novamente com a do meu pai.

Heavensly Mission

Nome : Adam Harrolds, como humano. Arthuriel, como anjo.

Caso : 1033 (celestial)

Crime: Possessão de outro anjo caído,envolvimento , assassinato e violência aplicada em mortais.

Defesa: Em relação a possessão, disse que todos erram uma vez. E quanto a mortal, ele disse que se apaixonou e não foi possível evitar o envolvimento.

Sentença: Inferno, sem mais.

–Está vendo isso? – ele pergunta. – O intervalo de tempo entre as fichas é de quinze casos. Supondo que ocorra um caso a cada ano, quantos anos você tinha desde o crime com Edward?

–Quinze... – eu digo. – Isso foi no ano em que o pai da Nora...

Ele pega outra ficha, e como isso sempre acontece a menção desse nome, meu sangue congela.

Heavesly Mission

Nome: Rixon DeLarusso

Caso: 1049 (celestial)

Crime : Traição a sua espécie, tortura, envolvimento com humana e tentativa de homicídio.

Defesa: Disse que estava a mando de outro anjo, mas no fim descobriu algo mais lucrativo e desistiu do plano inicial.

Sentença: Inferno

–Como Patch nunca desconfiou disso? – eu abro minha boca antes de o detetive Basso dizer qualquer outra coisa. – Como eu nunca desconfiei disso? Rixon saía comigo porque estava a mando de Matthew, e ele deveria estar lhe pagando generosamente. Mas no fim a possibilidade de se tornar humano sacrificando Nora o tentou mais...

–Tudo se encaixa... – ele conclui. – Apenas uma ficha...

Nesse momento Patch e Nora, que apóia seu namorado, entram na cozinha.

–O que estavam fazendo com minhas fichas?- ele pergunta, se sentando ruidosamente na cadeira ao lado do detetive Basso. Ele analisa as fichas que pegamos por alguns segundos antes de tirar sua conclusão.

–A questão é... – ele cruza os dedos sob o queixo. – Onde está a ficha de Matthew? Ninguém se esconde dos arcanjos, apenas com o poder das tre...

–E mais uma peça do quebra-cabeça se encaixa... – eu sorrio. – Ele não trouxe Devilcraft de volta apenas para conseguir me matar, mas também para se manter longe das vistas celestiais.

Nessa hora o detetive Basso se levanta. Patch quer fazer o mesmo, mas eu e Nora seguramos cada uma um de seus braços, o forçando a permanecer sentado.

–Vocês sabem os efeitos que o Devilcraft proporciona, certo? – ele pergunta, encarando nós três com seus olhos escuros profundos.

Nora engole em seco. Ela sabia muito bem o que essa droga fazia com quem a utilizava.

–Dependência... – ela diz. –Dor, tontura, falsa ilusão de superioridade.

–E a pior conseqüência. – ele conclui, de maneira sombria. – A morte. -

Por um momento ficamos sem reação, analisando e absorvendo as palavras do detetive. Então, como uma deixa, Scott entra na sala.

–Estou com sede... – ele murmura, se sentando cambaleante na cadeira ao meu lado. – Mas a simples ideia de beber água me faz ter ânsia de vomito...

–Eu sei. – Nora suspira. – Significa que o veneno está adentrando suas veias...

Eu me levanto subitamente.

–Mas tem um antídoto, não tem?- pergunto. – Alguém deve saber como reverter os efeitos.

–Eu só conheço uma pessoa... – Basso diz misteriosamente. – Mas ele não cobra barato.

–Eu pago. – eu digo, desesperada. – Pago o preço que for.

Nora entra a minha frente e enfia a mão no bolso. Todos nós nos assustamos quando ela tira um dos anéis do mão negra de lá. Mas este , pelo menos eu, nunca tinha visto. É uma peça de prata pura, o punho fechado usado para deixar marcas é deito em rubi. Deve valer pelo menos o preço da minha casa...

–Nora, como... – Patch começa, claramente surpreso.

–Eu roubei de Dante Materazzi. – ela diz. –Quando estávamos em um daqueles nossos... treinos nefilim. Ele nunca percebeu...

–Você está ciente de que uma vez que entregar esse anel... – Basso começa.

–A pessoa que o receber obterá os poderes da pessoa cujo sangue o preenche? – ela conclui, sua expressão ilegivel. – Sim, sei disso.

Eu fico confusa.

–Do que vocês estão falando? – eu pergunto.

–Esse é um anel de sangue. – Patch explica, seus olhos se endurecendo. – Isso que você vê, que parece uma pedra, não passa de um pingente de vidro repleto de sangue nefilim.

Eu observo mais cautelosamente o anel. Algumas partes do pingente parecem mais escuras que outros, como se fosse sangue seco e sangue fresco.

–Mas esse não é o sangue de Nora... – eu replico.

–Não, não é. – ela diz. – É o sangue de Dante...

–Mas... – isso só me deixa mais confusa.

–Para que o anel valha, é preciso sangue que sangue nefilim de nascença o preencha. O sangue de Nora é nefilim, mas ela não nasceu com ele. – Basso informa.

–E além disso, sangue precisa ser renovado... – Patch completa.

–Então quem...

Eu engulo em seco. Nenhum deles me olha nos olhos. Apenas eu e Scott somos nefilins de nascença nesta sala, e o sangue de Scott está contaminado por Devilcraft. Só resta...

–Eu faço. – eu digo.

–Vee... – Scott começa. – Você não precisa fazer isso...

–Eu farei. – repito, com determinação.

–Você sabe que perderá sua imortalidade dessa maneira, não sabe? – Basso ergue as sobrancelhas.

–Não, eu não sabia. – eu digo, minha voz tremendo um pouco. – Mas estou disposta a arriscá-la se isso significa manter Scott e Patch vivos...

–Não! – Scott grita. – Você não vai fazer isso. Vee Sky eu te proíbo de...

–Não cabe a você decidir... – eu encaro a porta, resignada a não deixar minha lagrimas escorrerem. Nora parece ter perdido a fala.

–Vee não... – Scott tenta segurar meu braço, mas eu me desvio.

–Você não pode me impedir. E você não vai.

Com essas ultimas palavras eu saio da sala, o detetive me seguindo, os gritos de Scott abafados pelo som dos pneus da viatura colidindo com o asfalto. Eu encaro o mar, o sol do fim da tarde tornando as ondas iridescentes. Um vem e vai sem fim. Nunca tinha imaginado que um dia deixaria de poder admirar a beleza da praia, mas a medida que Basso acelera, essa hipótese se torna mais e mais coerente.


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Notas finais do capítulo

Juro que chorei escrevendo esse capitulo... Mas nao chorem! Juro que gostarão muito mesmo do final. Beijinhos da Tia Carolzinha *-*