Abri os olhos lentamente, escutando a música do meu celular. Ainda com um peso enorme de sono em cima de mim, arrastei o meu braço para o aparelho eletrónico irritante na mesinha ao lado da cama, atendendo, sem prestar a menor atenção no nome escrito.

– Olá…? - Murmurei com toda a voz de sono e cansaço.

– White, ainda está dormindo?!– Gritou a voz de Bianca, enquanto eu continuei de olhos fechados.

– Uhum… Tem problema? - Falei novamente sem motivação alguma, pronta para desligar o celular.

– White!! São uma e meia da tarde! Você e o Black encontram- se às duas horas!!– Berrou novamente, e eu fiquei processando uns minutos.

– Grande merda!! - Gritei de volta, saindo à velocidade da luz para me arranjar. - Obrigada Bell, falamos depois!!

Desliguei sem esperar resposta, vestindo as minhas calças Jeans, e tudo o que arranjei no dia anterior. Passei uma maquilhagem bem leve e o mais discreto possível; Nada de grandes coisas, afinal, era um encontro de amigos normal. Ou era assim que eu queria pensar.

Comi apenas umas bolachas (Sim, são bolachas e não biscoitos, calados!), e corri para o meu carro, correndo contra o relógio, por serem já duas e dez.

A minha sorte é que o ginásio fica a uns cinco minutos, e consegui chegar apenas um quarto de hora atrasada. Não era tão grave assim.

Estacionei o meu carro num parque de estacionamento mais afastado, que era uns minutos andando. Uns cinco. Porém, eu corri a toda a velocidade, para que Black não pensa- se que o deixei por não vir na noite passada. E se ele for embora agora, nunca mais me irá querer ver na frente, por achar que o deixei.

À medida que corria (Obrigada por levar tênis), avistei o ginásio da diva de Unova se aproximar, perto da roda gigante. E conseguia ver bastantes pessoas lá.

E agora, eis a questão: Cadê ele?

Parei de correr, olhando em toda a volta. Black Hilbert seria tão difícil de achar como uma agulha num palheiro. Fiquei procurando por cada canto com os olhos, até sentir alguém parar atrás de mim; Nem liguei, apenas estava focada em encontrar Black.

– Procurando alguém, Touko?– Perguntou uma voz masculina, que me arrepiou da cabeça aos pés de tão… Não sei explicar. Era lenta e sedutora, grave e doce ao mesmo tempo. Algo única; Uma voz linda.

Virei- me para trás, observando o homem que procurava, com um sorriso nos lábios. Olhei para cima, por ele ser uns (quase) trinta centímetros maior que eu; ou mais. Ele era igual à fotografia: Olhos castanhos, brilhantes e claros, que pareciam sorrir para mim; Uns lábios igualmente brilhantes de tão suaves que aparentavam ser; Um rosto totalmente angelical, e um cabelo castanho que dava vontade de bagunçar todo.

Admito: Ele era um gato. Mas tipo, um gato mesmo!

– O- Olá eu acho… -Libertei um sorriso tímido, rindo baixinho. Ele me olhou bastante surpreso, e pareceu paralisado por um bom tempo ao ver- me de alto a baixo. - Hey! -Eu acordei- o de pensamentos falando meio alto, deixando- o vermelho. - Sei que sou bonita, não precisa de se babar, okay?

– Tsc… Até aqui você é assim, baixinha chata e tábua? - Perguntou rindo, colocando a mão na minha cabeça, bagunçando o meu cabelo. Obviamente, bufei com raiva, fazendo um biquinho. - Prazer em te rever, Toukozinha!

– Touko nada!! - Bufei novamente, com mais raiva, pisando o pé dele. - E tábua o caramba!!

– Ai! Cuidado, essa doeu Hildatinha…. - Murmurou, e eu suspirei.

– Você é péssimo em apelidos. - Afirmei, e ele libertou um grande sorriso, concordando. Achei aquele sorriso algo lindo; único. Um sorriso de pura felicidade e de fazer sorrir qualquer um!

– Eu sei. Bem White… - Ele pegou na minha mão, e beijou- a, só para se mostrar de cavalheiro; conseguiu me seduzir ali, admito. - Queria levar- te a passear por aí, e falar- mos melhor para nos conhecer- mos. O que acha?

Fiquei vermelha com a ação repentina dele, mas assenti, aceitado. Ele sorriu docemente, segurando a minha mão, puxando- me para o lado dele, e em seguida, largando. Ele tentou não ir rápido demais; óbvio.

– Muito bem, vamos tentar conhecer- nos melhor… - Murmurei, apenas seguindo Black pela cidade. Ele olhou- me de lado, demonstrando uma certa curiosidade. - Para já, sou a White Hilda Touko; tenho 23 anos; estou solteira, já é óbvio né?... O que quer saber em especial Hilbert? - Provoquei um pouco, chamando- o pelo segundo nome. Ele riu um pouco, demonstrando que isso não o afetara.

– Primeiramente: Onde você trabalha? Minha cabeça está roendo de curiosidade! - Afirmou ele, olhando- me com os olhos totalmente brilhantes; pareciam pedras preciosas; lindas.

– B- Bem… - Murmurei, meia corada e sem jeito. - Espero que não seja desilusão mas… Sou vice- chefe e presidente da agência Best Wishes… - Conclui num sorriso amarelo, deixando- o de boca aberta.

– Desilusão?! Nem achei que fosse metade disso! Nossa… Agora sinto- me burro. - Murmurou derrotado. - Sou advogado, acabei de estudar faz um ano e meio e comecei no mundo do trabalho à pouco tempo, e até agora estou saindo- me bem!

– Legal! E já tem a sua própria casa? - Perguntei, apenas para o conhecer melhor. Notei que o nosso trajeto iria dar até um pequeno café da cidade, e achei um sítio perfeito para nos conhecer- mos melhor.

– Obviamente. Os meus pais trataram de tudo isso, antes de trabalhar. Agora, já sou independente. - Disse Black, tentando exibir- se. - E você?

– Oh, eu? Bem, é meio complicado… - Murmurei sem jeito, desviando o olhar. Ainda não podia revelar tudo, e tinha de mostrar que estava a esconder coisas; Assim eles tornam- se mais curiosos. - Eu vivia numa casa normal, até algumas coisas da minha vida não correrem bem, e tive de a vender ao banco, caso contrário era roubada. Agora estou vivendo num pequeno apartamento, naqueles prédios ali! - Terminei de falar, apontando para os apartamentos mais conhecidos da cidade; Eram simpáticos e normais. - Estou juntando dinheiro para a vender e comprar a casa que vendi antes.

– Entendi… - Ele revelou curiosidade ne desconfiança na voz. Bingo! - E como é o trabalho na agência?

– Oh, bem cansativo. Ser vice- chefe e presidente de uma empresa e gerir tudo a 100% é bem trabalhoso, mas nada que prática e com ajuda não se resolva. É preciso organização e calma para pensar em tudo e colocar nos lugares. - Expliquei, enquanto nos sentáva- mos numa das mesinhas do café. - E, se tudo correr bem, em mais ou menos meio ano serei a chefe da empresa!

Isso é fantástico! -Afirmou Black sorrindo imenso. - Parabéns White!

Hehe, sem foguetes antes da festa, nunca se sabe o dia de amanhã. - Respondi, até vir um dos garçons até à mesa.

Acabei por pedir um café e uma sandes por não almoçar, e Black apenas um café igual a mim. Fomos falando de tudo e mais alguma coisa: Comidas favoritas, tipos de música, passatempos… Coisas assim.

Ah, então, tem alg… - Black foi interrompido por uma voz que surgiu no café.

Oh Whiiiiiiteeee… - Arrepiei- me ao ouvir uma voz aguda e feminina, super irritante me chamar. Rapidamente olhei para entrada, paralisando.

B- BIANCA!? O que faz aqui?!? - Gritei, levantando- me da cadeira, totalmente corada. Bianca foi até mim a saltirar, olhando para Black sentado *a minha frente, confuso. Depois, olhou para mim, que devia estar mais vermelha ainda, tanto de raiva como vergonha.

Aah… Está numa saída… - Murmurou, olhando novamente para o Black. - … A WHITE ESTÁ NUMA SAÍDA!!

BIANCA, VÁ EMBORA JÁ!! - Berrei com a loira, que já me estava a tirar do sério.

Etto… - Murmurou Black, olhando para nós duas. Ele apontou para a Bianca. - Bell- Chan do liceu?

… Black Hilbert? - Disse, examinando todo ele. Depois, sorriu para ele, olhando de lado para mim, sorrindo maliciosamente. - Hehe, White, escolheu um gato, sabia?

Obviamente, eu e ele coramos violentamente.

Bianca, vá embora, por favor… - Suspirei fundo, e ela riu.

Okay, okay, maldita… - Murmurou, saindo do local aos saltos. - Depois quero saber tudo, viu White? - Ela deu uma risada chata e saiu.

… O que ela estava fazendo aqui mesmo? - Murmurei, sentando- me na cadeira, afundando- me na mesma, cansada. - Aquela maldita tem de vir aonde eu vou?!

Hey, calma White… - Olhei para Black, que sorriu docemente. - Foi a Bianca que te mostrou o MyLoveLife.com certo?

Ele acabara de tocar, pela primeira vez, no assunto do site. Admito, fiquei surpresa por isso.

Sim, verd… Espera um pouco, como você sabe? - Levantei uma sobrancelha, e ele tapou a boca.

Diremos que… Eu falava muito com a Bianca na altura, e entendi à primeira quando era ela falando e você falando. - Denunciou Black, rindo baixinho, deixando- me vermelha. - Desculpe estragar o seu “plano”, mas na altura eu era um grande amigo dela e era apaixonado por você, obviamente sei distinguir.

Hehe… Então essa conversa de ser apaixonado por mim é verdade? - Perguntei, com uma certa curiosidade. Black respondeu normalmente, com toda a calma do mundo.

Sim, eu era. Diremos, que meio que eu sabia que nunca teria hipóteses, quer dizer… Todos gostavam de você, mas nunca deu bola para nenhum. Apenas para o natural, lembra?

Fiquei completamente calada, e já conseguia sentir as lágrimas a sairem- me dos olhos. aguentei, e fiquei calada, olhando para baixo, para ele entender que não devia tocar nesse assunto.

W- White? Falei algo… Que não devia? - Perguntou num tom de preocupação, com medo. Levantei o rosto, sorrindo forçadamente.

Podemos mudar de assunto? Um que não seja o Natural, por favor? - Sorri mais forçadamente ainda, e ele automaticamente fingiu que isso nunca aconteceu.

O resto da tarde foi normal, ficamos falando, e fomos até à sorvetaria, e Black comprou- me um sorvete. Obviamente, agradeci- lhe e fomos comendo até ao lado de Nimbasa ver o por do sôl.

Bem… - Falei, estendendo a mão e sorrindo. - Foi um prazer, Black Hilbert Touya.

Digo o mesmo, White Hilda Touko. - Respondeu, segurando a minha mão, e puxando- me para um abraço. Sorri, abraçando de volta, e ficamos assim uns minutos. Depois de nos afastar- mos, sorri novamente, enquanto ele me olhou nos olhos.

Por mim, ficaria aqui para sempre. - Admitiu, um pouco vermelho, mas sem desviar o olhar. Corei também, fintando o lago a nosso lado.

Bem… Se me quiser levar a casa para ficar mais um tempinho comigo, não me importo. - Respondi, esperando a resposta dele. Obviamente, ele libertou um sorriso enorme.

C- Claro! Porque não iria querer? - Perguntou num tom de ironia. Fomos andando calmamente pelo caminho, que fora uns 15 minutos. Até que, à porta da minha casa, encontrava- se algo que estragou tudo.

Ou melhor: Alguém...