Silent Hill: Sombras do Passado - Convergentes escrita por EddieJJ


Capítulo 2
Encontro nos Esgotos


Notas iniciais do capítulo

"A primeira impressão é a que fica."



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/558090/chapter/2

– Ah... - Sebastian suspirou escorando-se na parede e passando a lanterna mais uma vez na entrada do túnel pelo qual havia entrado - Não vou chegar a lugar algum... Parece um labirinto. - concluiu.

De fato, Sebastian já havia dado voltas e voltas, atravessado túneis e tubulações e não havia chegado a lugar algum. Tudo naquele lugar parecia igual, e a outra realidade, com sua escuridão e distorção, bom, não ajudava nenhum pouco. Ao menos não havia encontrado mais ameaças e isso já era motivo de gratidão.

– O jeito é continuar andando... - ele ergueu-se e continuou seu caminho.

De uma coisa estava certo: já estava muito longe de onde caíra e seria um problema reencontrar Emma dependendo de onde conseguisse voltar a superfície, e, embora não soubesse exatamente onde estava, a aparência, localização e o cheiro do lugar só convergiam para uma coisa: os esgotos. "Como um buraco numa hospedaria pode me trazer para cá?", ele se perguntava, muito embora aceitasse o fato de que aquilo era a coisa mais normal que já havia acontecido dentro daquela realidade.

Atravessados mais alguns túneis, Sebastian chegou a uma encruzilhada, onde ficou em dúvida quanto a direção que devia seguir... Dependendo de por onde fosse poderia acabar mais distante, ou mais perdido, ou mais perto ou quem sabe achar uma saída, era incerto. Depois de pensar um pouco decidiu que não deveria mudar de direção, pois supôs que poderia afastar-se de uma saída que talvez já estivesse próxima.

Continuando por mais alguns minutos Sebastian passou a ouvir os zumbidos semelhantes aos dos insetos que o atacaram da outra vez. Temendo reencontra-los, ele acelerou o passo, mas de nada adiantou, pois os zumbidos pareciam cada vez mais próximos, como se ele já tivesse sido visto.

Correndo em frente, ele chegou a um corredor sem saída: apenas uma grande grade despedaçada, onde o líquido que corria no chão daquele lugar desaguava numa "piscina" de água corrente enorme e profunda feita daquele mesmo líquido.

Era aparentemente nojenta, mas os zumbidos se aproximavam e era como se os insetos fossem sair das tubulações novamente a qualquer momento. Sebastian então fechou os olhos e pulou lá dentro, afundando na água e sendo arrastado, pedindo para que a corrente o levasse a um lugar mais próximo de uma saída ou pelo menos mais seguro.

Em certo ponto, os zumbidos já eram quase imperceptíveis e a corrente já havia aumentado tanto em velocidade e violência que já era preciso esforço da parte de Sebastian para manter-se equilibrado na superfície da água. A água toda, que corria sem parar, convergia para um túnel, pelo qual arrastou Sebastian sem pena como um tobogã assassino. Em meio ao túnel Sebastian avistou uma pequena escadinha, na qual se segurou, por muito pouco.

No topo da escadinha de mais ou menos dois metros havia uma grade redonda e fina de metal, sem muito esforço, Sebastian arrebentou-a e subiu a um andar completamente novo, isto é, ainda eram os esgotos, mas, devido à estrutura e a alguns equipamentos, estava mais para uma estação de tratamento ou estudo, ou algo assim.

Sebastian começou a andar pelos corredores do lugar, estava completamente abandonado. Havia algumas salas espalhadas, mas Sebastian não encontrou nada além de equipamentos velhos e materiais esquecidos e consumidos pelo tempo. Porém nenhum sinal de saída. Sebastian continuou andando.

...

– Mas como?! - uma voz foi ouvida ao longe, vinda de debaixo dos seus pés.

– Eu não sei! Deveria estar funcionando, mas, por algum motivo, não está! - outra voz respondeu.

– Pessoas! - Sebastian exclamou e correu à procura da fonte do som até chegar em um corredor, cujo centro possuía uma grade redonda e fina, semelhante àquela pela qual ele havia chegado no andar.

Sebastian olhou pela mesma e viu, em um corredor no andar de baixo, três indivíduos: um era maior que os outros e segurava uma espécie de cajado com um objeto piramidal na ponta, os outros dois possuíam a mesma altura. A única coisa imperceptível naquele momento eram seus gêneros e feições, pois os três vestiam longas capas com capuzes, no estilo dos filmes, como se fizessem parte de alguma irmandade. Estavam conversando.

– Estamos muito perto de concluir... Não podemos permitir que esse contratempo nos atrapalhe. - o maior deles disse - Temo não termos pessoas suficientes para ajudar na busca...

– Ainda me pergunto como foi possível ela fugir do nosso controle... Achei que o Flauros...- um menor com voz mais feminina comentou.

– O Faluros já fez muito por nós. - o maior interrompeu - Que tipo de hereges seríamos nós se não nos esforçássemos um pouco pelo nosso deus? A outra realidade que nos rodeia neste momento nada mais é que um sinal divino que nos revela que ela está por aqui. E não descansaremos até acha-la. É assim que provaremos nossa fé e devoção! Incansavelmente dia após dia. - o maior disse novamente.

– Alguns de nós poderiam se esforçar mais um pouco. - o mesmo menor disse, olhando para o outro menor.

– Estou fazendo o mesmo que vocês... - o outro menor comentou.

– Mas não mostra o menor interesse nisso! - o maior bateu o cajado no chão furiosamente, intimidando o menor.

– Flauros...? Deus...? - Sebastian se perguntava assustado - Mas o que... Aaaaahh!! - a grade rompeu-se e Sebastian caiu entre os indivíduos. Ele levantou-se rapidamente - Huh... huh... - os três olhavam para ele do fundo de seus capuzes - Olá... eu sou Sebastian... eu... estou... procurando a saída... Sabem onde posso... huh...

– Peguem-no. - o maior interrompeu Sebastian, em completa indiferença.

Os dois menores avançaram sobre Sebastian, um deles agarrou seu braço mas foi acertado por um soco do rapaz em seu rosto que o atirou no chão, revelando a face por baixo do capuz: era uma menina, por volta de seus 17 ou 18 anos, linda por sinal, cabelo loiro e liso na altura do ombro. Atordoada, a garota começou a reerguer-se enquanto o outro menor agarrou as costas de Sebastian, que respondeu dando uma cotovelada na barriga de seu adversário e jogando-se de costas contra a parede, fazendo o largar.

– O que estão fazendo?! Levantem-se! - o maior gritou, apontando para Sebastian com a ponta do cajado.

Sebastian o encarou furiosamente e correu para o outro lado do corredor. Embora fosse conhecedor de algumas técnicas de luta não daria conta dos dois e o terceiro nem tinha entrado na brincadeira. A menina, ainda atordoada, demorou um pouco para se recuperar, o outro menor rapidamente levantou-se e foi atrás do rapaz.

Para seu azar, não havia saída no corredor que tinha escolhido para sua fuga. Apenas uma entrada redonda de uma tubulação no fim da parede. Sem escolha Sebastian atirou-se dentro dela, pensando em percorrê-la e chegar a outro lugar dos esgotos. As coisas ali ficavam cada vez mais loucas. Só havia um problema: nos meados da tubulação estava instalada uma grade xadrez que não permitia a passagem de nada, se não líquidos.

Era o fim, o menor que o perseguia estava se aproximando e não existia uma única chance de escape. Em desespero e medo do que poderia vir a acontecer caso fosse pego, Sebastian começou a chutar e golpear violentamente a grade, porém era impossível arromba-la.

Logo o menor encapuzado chegou e, pondo-se de frente à entrada da tubulação, olhou fixamente para o rapaz.

– O que... o que você quer...? - Sebastian perguntou, espremendo-se contra a grade.

No fim do corredor, a menina e o homem do cajado apareceram.

– Conseguiu pegá-lo?! - a menina perguntou.

O menor retirou o capuz, ainda olhando para Sebastian. Era um menino, por volta de seus 17 ou 18 anos, muito bonito por sinal, cabelos loiros e lisos bem curtos, era sem dúvida, o gêmeo da garota.

– Ele... - o garoto olhou para a menina e depois para Sebastian - ele fugiu....

– Você o perdeu?! - o maior gritou.

– Ele desapareceu nas tubulações... ainda tentei pegá-lo mas ele foi mais rápido. - Sebastian olhava para ele com um olhar de surpresa e confusão.

– Seu idiota! - a menina gritou - Será que não se pode confiar nem tarefas simples a você?!

– Aarrghhh! Que deus o perdoe! - o maior disse - Se tivesse metade do interesse e zelo que a sua irmã tem por nós e pelo nosso deus você o teria pego. Sabe como isso pode afetar nossos planos? Sabe? Não precisamos de mais um fugitivo. - o silêncio imperou por alguns instantes.

– Desculpe papai...

– Suas desculpas não salvarão este mundo! - ele disse se retirando.

Sebastian não fazia mais ideia do que estava acontecendo e não sabia como processar tudo aquilo.

– Você não serve para nada mesmo! - disse a garota - Decepcionou o papai de novo... - ela também saiu.

Sebastian olhava com angústia para o menino, que permanecia ali parado, no entanto continuou imóvel contra a grade.

– Obrigado... eu... eu não... - Sebastian cortou o silêncio, perplexo diante do favor que lhe fora prestado.

– Eles estão com raiva porque não peguei você.... - o garoto lamentou.

– E o que vai acontecer com você?

O garoto tirou um papel de dentro do bolso da sua capa e o entregou a Sebastian.

– Eu... - ele suspirou - Eu vou ficar bem, mas não digo o mesmo de você se continuar nessa cidade... - disse, antes de ir atrás dos outros.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sebastian, fugindo de mais insetos nos esgotos, acaba encontrando mais pessoas em Silent Hill, estas, porém, parecem fazer parte do culto sobre o qual ele e Emma leram quando chegaram na cidade. E para uma primeira impressão, bom, não se mostraram tão amigos.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Silent Hill: Sombras do Passado - Convergentes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.