P.o.v Ally

Dia 7 de março

–Não acredito que você e o Dallas terminaram. -Meu pai resmungava enquanto teclava o computador.

Passei a mão em meu cabelo e me olhei no espelho.

–Aonde você vai a essa hora a noite? -Ele questionou no mesmo segundo que minha mãe havia chegado em casa.

–Trabalho. -Falei o olhando.

Ele me olhou confuso,pelo o fato por eu ter falado a mesma coisa ontem.

–O trabalho é sobre a amizade.Para conhecer aquela a pessoa ao seu lado. -Expliquei.

–Ah,quem é o garoto? -Ele me olhou desconfiado.

–Austin...Austin Moon. -Falei enquanto minha mãe sentava ao lado do meu pai.

–Moon?! Aqui em Miami? -Ele parecia ter paralisado.

–Sim,qual o problema? -Perguntei confusa.

–Não deve ser a família que eu estou pensando. Esquece...Mas cuidado,ele é um garoto viu?!

Soltei um beijo para eles dois e fechei a porta.

Se ele realmente soubesse o motivo que eu terminei com o Dallas...

Nem mesmo acredito que já o beijei.

Ele fez coisas inacreditáveis.

Como? Nem me pergunte.

O conheço desde que ele tinha cinco anos,tento me responder oque o tornou assim.

Meu pai o adora.

Não o julgo,ele antigamente era uma pessoa incrível.

Nossas famílias sempre se conheceram,sempre ficamos juntos.

Talvez por esse motivo o namoro...

Meus pensamentos estavam a mil,enquanto eu andava até o jardim de Miami.

Não era um lugar muito habitado,principalmente as oito da noite.

Eu e o Austin fizemos um acordo

O trabalho era pra falarmos de amizade,da nossa amizade,certo?!

Nós nos conhecemos a pouco tempo,então decidimos passar essas duas semanas juntos.

Olhei para uma árvore onde um garoto loiro estava sentado escorando a coluna no tronco.

Ele lia um livro com muita atenção,e percebi que ele sorria.

Cheguei perto e ele me olhou.

Sentei ao seu lado,e apenas olhei o seu estrelado.

–Eu sempre fazia isso em Nova York...Ia ao Central Park de noite,onde não tinha quase ninguém,e ficava no silêncio,apenas lendo,e olhando as estrelas. -Ele falou sorrindo e eu sorri pra ele.

Eu me encantava por ele toda vez que ele falava.

Ele nunca fala algo fútil ou inútil.

Ele é engraçado,sem nenhum pingo de maldade.

–Que livro é esse que você nunca desgruda?! -Perguntei tirando aquele clima meio vergonhoso.

Ele me mostrou a capa do livro,de Romeu e Julieta,e eu fiquei impressionada.

Ele sorriu da minha expressão surpresa.

–Você tem alguma frase preferida? -Questionei.

–Eu tava lendo ela a alguns segundos antes de você chegar. -Ele se aconchegou sentado mais perto ao meu lado.

–Lê pra mim. -Sorri e ele me olhou de um jeito tímido.

–Amor é como fumaça que se eleva com o vapor dos suspiros; purgado, é o fogo que cintila nos olhos dos amantes; frustrado, é o oceano nutrido das lágrimas desses amantes. O que mais é o amor? A mais discreta das loucuras, fel que sufoca, doçura que preserva. -Ele disse e depois me olhou.

Eu sempre fui ótima em falar oque eu sentia.

Mas como eu conseguiria falar algo,que não tenho certeza?

Eu senti sua mão em minha bochecha e sorri.

–Sua mão está fria. -Foi a única coisa que veio a minha mente. Mas que coisa imbecil de se falar...

Talvez ele tenha lido meus pensamentos,e se perguntado estava acontecendo com duas pessoas que não se conhecem nem a dois meses,e se isso era algo...Correto.

Ele se afastou e sorriu.

Ele apenas olhou para o céu e segurou minha mão.

E a única coisa que passava na minha a cabeça era se a sensação de beijo-lo era mais apaixonante do que apenas ficar no silêncio,segurando a sua mão,e se era possível existir algo melhor que isso.