Hope: O Retorno de Urano - INTERATIVA escrita por Lu Vasquez


Capítulo 35
Capítulo 34 – Sentimentos? É muito mais complicado que isso!


Notas iniciais do capítulo

Olá Amores!! Desculpa a demora :/ Mas aqui está um capítulo novo!!



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P.O.V. Louise Barllon

Eu acordei, aliás, eu levantei. Não havia dormido. E com isso eu quero dizer que não dormi mesmo! Nem um pouco. Passei a noite na varanda observando as estrelas. Até as lágrimas haviam me abandonado, depois de eu tanto as derramar. O que me levava a questão de “por que eu havia chorando?” Christian... seu nome me vinha a mente junto com a lembrança de seu sumiço. Eu não pude fazer nada, assim como quando meu pai morreu.

Ainda me lembro da garra do monstro perfurando seu peito. Era para ser eu, e ele se pôs na minha frente. Talvez meu pai poderia ter sobrevivido, se a garra não fosse envenenada. Ele morreu em meus braços. Seus olhos azuis perdendo o brilho que eu tanto amava. E suas últimas palavras “Seja valente minha flor” são como uma âncora que me mantém vivendo. Só que agora eu não estava sendo valente, e sei que o estava decepcionando. Mas o que podia fazer? Eu estava me sentindo tão estranha. Era como se todas essas emoções não me pertencessem. Eu sentia dor, tristeza e um grande vazio. E novamente, por que?

Nata entrou no meu quarto e arregalou seus olhos.

– Deuses! Você está horrível. – ela fala se aproximando de mim.

– Eu sei. – eu me sentia horrível.

– Oh Loui. – ela me abraça. Seu cheiro floral se espalhou pelo ambiente, me fazendo relaxar por alguns instantes.

– Você sabe se a busca já partiu? – murmuro.

– Sim, eles já foram. – ela responde. – E o café já vai ser servido, você precisa se apressar. Essas olheiras estão enormes.

– Eu não estou com fome.

– Ah nem vem. Você come mais que dois gulosos juntos. Como pode estar sem fome?

– Perdendo ela. – tento fazer alguma piada e Nata até solta uma risadinha, mas eu não consigo nem sorrir de canto.

– Então deixa eu te deixar linda, e vamos ver se encontramos essa sua fome lá no salão de refeições. – ela diz me levando até o closet, e eu acabo indo. Mais porque estava sem vontade de contrariar do que por qualquer outra coisa.

No salão as selecionadas conversavam baixo. Acho que já sabiam do sumiço de Christian e por isso a áurea no salão ficava tensa e preocupada. Eu me sentei no meu lugar e olhei para o lugar vago na minha frente. Meu coração se comprimiu, e eu senti falta do seu sorriso e suas brincadeiras. Céus, o que estava havendo comigo?

– A guarda real já saiu na busca. – Derick murmura ao meu lado. Eu assinto, acho que se eu falar agora as palavras sairão cortadas. Ele me olha preocupado. Não quero que ele se preocupe comigo, então tento falar.

– Eu estou bem, apenas preocupada. – tento um sorriso, e ele também o faz.

O café estava correndo rápido, e foi quase no fim da refeição que um guarda entrou. Ele andava ansioso até a cadeira de Nicholas e sussurrou algo em seu ouvido. Alívio passou pelos olhos de Nicholas e ele também sussurrou algo no ouvido do guarda. Eu via tudo curiosa e ansiosa.

– Senhoritas, teremos que nos retirar agora. Vocês poderão continuar com seu café à vontade. – Nicholas avisa. E com um olhar, eu, Derick e os reis e rainhas o seguimos.

– O que houve Nicholas? – Henry pergunta curioso.

– O encontraram. – meu coração faltou uma batida com sua resposta. O encontraram. O encontraram!

Eu agradeci a todos os deuses pelo caminho. Mas ainda precisava vê-lo, precisava sentir seu cheiro. Céus, eu queria tanto abraça-lo! Isso era estranho e incomum, mas eu não me importei com nada. As portas do salão principal se abriram e pude ver o momento que ele virou e nos encarou. Eu o olhei. O olhei bem nos olhos, mas ele afastou meu olhar. Meu coração se comprimiu. Por que ele não me olhava de volta?

– Christian! – Nicholas respira aliviado. – Onde estava? Nunca mais nos assuste dessa maneira!

Christian deu um meio sorriso para seu amigo. Então para Nicholas ele até sorria, e quanto a mim nem dignava o olhar? E por que isso me importava tanto agora?

– Okay, lhe aviso quando eu for raptado por fúrias. Você vai adorar ir junto. – ele brinca.

– Para onde te levaram? Você voltou sozinho? – Nicholas continuava.

– Acho melhor você se sentarem. – ele pontou para a mesa retangular e todos sentaram.

– Okay, agora comece. Do ponto em que as fúrias te levaram, Louise já nos contou o que houve antes – Dessa vez foi Henry que falou. E mesmo com a menção do meu nome, Christian não me olhou.

– As fúrias me levaram até Plutão. – ele resume.

– Seu pai, por que? – Derick arqueia a sobrancelha.

– Sim, ele precisava falar comigo sobre... – ele retira um papel do seu bolso. – A profecia.

Um silêncio pairou pelo ar. Profecia? Que profecia?

– Ela está neste papel? – Nicholas pergunta, e Christian concorda.

– Que profecia é essa? – ouço minha própria voz.

Derick foi quem me explicou, e com isso Nicholas leeu a tal profecia.

“Da discórdia que se instalará,

Duas grandes nações irão guerrilhar...

Na chuva de estrelas, o deus dos céus retornará...

O mundo perdido ficará...

A menos que a esperança,

Para seu lugar retornar.”

– Agora faz sentido. A Seleção, o ataque... – Nicholas fala extasiado.

– Sim, meu pai avisou que os deuses tem teorias, mas nada muito concreto. Ele não as revelou. Contanto temos a profecia, e podemos desvendá-la. – Christian fala.

– Certo, devemos começar a pesquisar. O quanto antes melhor. – Nicholas completa.

– Concordo, mas gostaria de um descanso. Talvez podemos começar amanhã. – Christian responde.

– Está bem, está bem. – E com a palavra de Nicholas a reunião fica encerrada. Todos estão saindo e eu me apresso seguindo Christian até o corredor do terceiro andar. O paro antes que ele entre em seu quarto.

– Você... você está bem? – pergunto receosa.

– Preciso descansar. – ele responde seco.

– Christian... você está com raiva de mim? – por que minha voz está tão fraca? Por que eu estou me sentindo tão fraca?

– Não. – ele respira fundo apertando os olhos. Quando os abre, estão sólidos e opacos. – Mas também não acho que tenhamos algo a falar.

– Por que? – minha voz altera.

– Por que Louise? – ele me encara frio. – Eu não preciso de uma filhinha de Deméter me dizendo o que é certo ou errado. Porque eu simplesmente quero você longe!

Eu fico em choque. Por que ele está me dizendo tudo isso? Algo não está certo. Suas palavras me ferem e eu contenho as lágrimas que pedem passagem.

– Okay. Se é o que você quer, é o que terá Christian. – falo pausadamente e olhando fixamente em seus olhos. E é aí que tenho a certeza de que realmente tem algo errado.

Ele se vira e entra no quarto rapidamente. E por mais que eu tente conter, uma lágrima rola solta. Eu me viro para ir, limpando a lágrima ao mesmo tempo, foi quando me deparo com a Rainha Meliandra.

– Oh, Rainha. – a saúdo.

– Não precisa disso Louise. – ela parece meio sem graça. – Eu acabei ouvindo o final de sua conversa...

Eu travo sem saber como reagir.

– Bem, então deu para entender. – respondo rápido.

– Vocês levam as diferenças muito a sério. Não deixe uma coisa tão banal separa-los. São um casal bonito. – eu quase engasgo com suas palavras.

– Ah não, não. Não somos um casal. Acho que nem somos amigos. – respiro fundo. Por que essas palavras parecem tão pesadas de falar?

Meliandra solta uma delicada risada.

– Eu vi e ouvi a maneira como conversavam Louise...

– Não tem nada a ver. – interrompo.

– Ah sim, então por que chorou querida? – ela arqueia uma sobrancelha. – Por um acaso não lhe magoou suas palavras?

– Sim, mas... – eu não sei mais o que falar. As palavras de Christian me magoaram muito. Foi como uma flecha envenenada direto em meu coração. Mesmo eu desconfiando da veracidade do que ele disse. E a vontade insana de abraça-lo me vem à mente. Junto com o toque de seu beijo. Eu abano minha cabeça. O que estava acontecendo? – Eu não sinto nada por ele.

– Ah, sentimentos... – ela sorri de canto. – É bem mais complicado que isso Louise. Vou lhe dar um importante conselho: É muito difícil entender o que sentimos, principalmente quando sentimos o que não queremos.

E com isso ela se despede, deixando-me ainda mais confusa.


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Notas finais do capítulo

Eu tinha feito uma nota final explicando o meu sumiço, mas o Nyah! bugou e apagou, e eu to morrendo de dor de cabeça agora, além de um monte de publicidade tá invadindo a tela do meu computador. Mas espero que tenham gostado do capítulo (a profecia finalmente e "realmente" apareceu *-*)! No próximo eu explico o porquê do meu sumiço.
Kisses
— Lu