O Casamento escrita por M Schinder


Capítulo 3
Parte III: Desencontros e Sensações


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Como estão? Curiosos? rsrs
Espero que gostem da parte III o/
Boa leitura!!



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Temari estava parada ao lado do irmão mais novo e observava a tudo que acontecia no salão de forma hostil. Odiava bailes e odiava ainda mais usar vestidos. Mas deixara seus ódios de lado pela preocupação com o irmão. Na noite anterior, enquanto conversavam, Gaara contou a ela e a Kankuro o que acontecera com Hyuuga Hinata e deixou os dois chocados. Nenhum deles esperava que o irmãozinho se interessasse por alguém naquela semana.

– Bem, pelo menos sabemos que Hinata-chan é uma pessoa boa e confiável – foi o que Kankuro dissera, mas Temari estava preocupada com o que as princesas diriam quando Gaara anunciasse que queria conhecer a ninja da Folha melhor e não elas.

Sentou-se na cadeira destinada a si e olhou para o próprio vestido. Ele era longo, na cor verde-oliva e caia bem em seu corpo, sentia-se desconfortável sem seu leque e suas armas. “Ser obrigada por aqueles velhos a usar isso é detestável” suspirou pesadamente.

– Temari, você poderia se acalmar? Seus nervos estão afetando todos nós – reclamou Kakuro com um camarão na boca.

– Se você não calar a boca, vai ter que engolir vários desses camarões de uma vez – ameaçou cruel.

Kankuro puxou o prato de comida para longe da irmã e a encarou hesitante. Gaara gostava de ver a interação entre os irmãos, aquilo sempre o deixava um pouco mais tranquilo. Levantou a cabeça quando as princesas começaram a entrar, estavam todas com grandes e longos vestidos, todos com a cor de cada nação. Gaara não conseguia sentir nenhum tipo de atração por aquelas garotas.

Logo atrás das princesas estavam Shikamaru e Hinata. O garoto usava um terno simples, preto e bem discreto; já a garota usava um vestido roxo escuro, que ia até metade de sua coxa e sapatilhas delicadas. “Parece um anjo” pensou Gaara observando-a. Desde a noite que conversara com ela não conseguia parar de pensar na menina. “Acho que desde que ela chegou” concluiu sério.

O ancião do conselho começou a falar o quão estavam honrados pela ilustre presença das três e outras bajulações que deixavam Temari enjoada. Depois que ele terminou de falar e disse que o Kazekage iria dançar com as três garotas, a loira se levantou e foi até onde os ninjas de Konoha se sentaram.

– Boa noite.

– Boa noite, Temari-san – cumprimentou Hinata corada.

– Temari – disse Shikamaru com um bocejo.

Ela sentou-se para conversar com os dois e Gaara levantou-se para dançar com a princesa Sayaka Sora. Hinata se distraiu observando o ruivo. Para ela, ele estava lindo em seu terno preto e sapatos sociais. Segurou um suspiro indesejado e tentou se concentrar na conversa. Enquanto observava os dois, Hinata sentiu vontade de dar risada. “Eles realmente formam um belo casal”. A garota saiu de fininho para não atrapalhar.

Depois de mais alguns minutos de “elogios”, Temari começou a procurar em volta, perdida.

– Onde está a Hinata?

– Ela saiu faz algum tempo – informou Shikamaru com a mesma expressão preguiçosa de sempre.

– Não deveríamos deixa-la sozinha.

– Não se preocupe, ela vai ficar bem...

Vendo que estava sendo ignorado, Shikamaru revirou os olhos e se levantou, puxando a mão de Temari consigo levemente.

– O que foi, seu idiota? – questionou com um pequeno rubor.

– Pare de ser tão agressiva, sua problemática. Vamos, venha dançar comigo.

Hinata estava do outro lado do salão, quase na porta para o jardim, quando viu Temari e Shikamaru dançando juntos. Sorriu feliz pelos amigos e saiu para se sentar no meio das flores. Com certeza preferia ficar sozinha a ficar no meio de toda aquela gente.

Enquanto dançava sua segunda música, agora com a princesa Natsume Mika, Gaara procurava a Hyuuga no meio de todas aquelas pessoas. Começou a ficar um pouco agitado por não encontra-la em lugar algum, mas continuou com a mesma aura indiferente. Quando a música terminou, antes de dançar com a terceira princesa, Gaara puxou Kankuro de lado.

– Kankuro, quero que encontre Hinata e a traga aqui.

– Algum problema? – perguntou surpreso para o mais novo.

– Apenas faça o que estou mandando.

Vendo que o ruivo falava como Kazekage e não como irmão, Kankuro concordou e saiu imediatamente. Ficara preocupado, mas era melhor agir do que ter a fúria do mais novo sobre si. Mesmo depois de tantos anos ainda sentia certo medo do poder de Gaara.

Quando voltou para perto da terceira princesa, Gaara notou que ela estava com uma aura diferente. O ruivo ficou mais frio e sério de repente, seus instintos diziam que alguma coisa daria errado naquela noite.

***

Shikamaru estava muito consciente da loira em seus braços e sabia que ela estava do mesmo jeito consigo. Nenhum dos dois admitia, mas sabiam que ser só amigos ou colegas de trabalho não era a deles. A situação e os sentimentos eram muito diferentes para serem menos de algo mais sério. “E mais problemático” pensou sorrindo.

– Por que está sorrindo? – perguntou Temari desconfiada.

– Quer mesmo saber? Pode fugir de novo, como fez em Konoha, se quiser – retrucou sério.

Temari desviou o olhar e aquele dia em que esteve em Konoha voltou a sua mente.

FlashBack on

A loira fora até a Vila da Folha como embaixadora. Aquele sempre era seu trabalho, principalmente naquela Vila. Depois de conversar com o Hokage sobre novos tratados e o que poderiam melhor para as duas partes, Temari saiu do prédio principal na hora do almoço.

Assim que almoçou, voltou a andar e acabou esbarrando no ninja mais preguiçoso do mundo. Shikamaru a encarou de forma preguiçosa, mas puxou-a consigo dizendo que precisavam conversar.

Temari e ele já mantinham, há algum tempo, um tipo de amizade colorida. A loira não queria admitir, mas era apaixonada por aquele ninja problemático. Quando Shikamaru parou de andar, ela percebeu que estavam bem mais afastados da cidade do que esperava.

– Shikamaru, o que é isso?

– Já disse, nós precisamos conversar – falou sentando para deitar.

– Conversar deitados? – questionou irônica.

– Temari, pare de ser problemática – falou, de repente ele ficara sério. – Você sabe que não podemos só ficar do jeito que estamos.

– Eu não estou entendendo... – é claro que ela entendera, muito bem por sinal, sobre o que ele estava falando.

– Você entendeu sim – afirmou o óbvio. – Pare de fugir da gente e me escute – nesse ponto ele segurava sua mão com firmeza. – Isso é tão problemático, mas eu te amo.

Aquelas eram as palavras que ela mais queria ouvir e ao mesmo tempo não queria nem saber. Em um impulso, ela pediu desculpas e literalmente saiu correndo. De tão repentino, Shikamaru não conseguiu ir atrás dela e ficou lá, sentado.

FlashBack off

– Eu acho que te devo desculpas...

– Por quê? Por ter me dado um fora sem motivos?

– Eu não te dei um fora! – exclamou irritada. – Eu só não queria que as coisas mudassem e...

Shikamaru já sabia de tudo aquilo, ele era um gênio afinal. Puxou-a mais para perto e beijo sua boca, fazendo-a se calar. Quando se afastou, olhou naqueles olhos verdes e suspirou.

– Eu te amo, sua problemática.

– Eu também te amo, preguiçoso – respondeu sem hesitação. Pela primeira vez o moreno ficou feliz que algo problemático fosse seu.

***

Lilian Itsumoto dançou com Gaara como se ela fosse a escolhida. Estava tão grudada no homem que parecia que era a própria dona dele. O ruivo estava odiando aquilo e quando tentou se soltar só a ouviu murmurar:

– Eu não faria isso se fosse você...

– Isso foi uma ameaça? – o tom de voz de Gaara ficou baixo e perigoso. A princesa quase recuou assustada, mas manteve-se firme e ainda agarrada a ele. – Responda-me, garota.

– Não diria que uma ameaça – começou tentando se manter indiferente ao tom dele. – Apenas um conselho. Eu não gostaria que acontecesse nada a Hyuuga-san.

Gaara parou de dançar e começou a encara-la: - O que você fez?

– Seja mais educado, Kazekage-sama – disse com um sorriso. – Desde que cheguei aqui você tem ignorado nós, as princesas, apenas para depois começar a se interessar por uma ninja? Você tem alguma noção de gosto?

– Quero fazer um trato, Kazekage-sama. Se você me escolher e se casar comigo, eu posso pensar em não contar para seus conselheiros seu pequeno casinho com a Hyuuga – falou a princesa como se estivesse com tudo sobre controle. Esse foi seu erro.

– Como você ficou sabendo disso?! – exclamou Temari se aproximando. Shikamaru vinha atrás de si, também sério.

– Ah, vamos dizer que não é o mais sábio ficar flertando com alguém em uma janela no meio de um castelo.

Antes de Temari pulasse em cima de si, a princesa fez algo que ninguém esperava. Puxou Gaara pelo casaco e beijou-o. Todos no baile pararam. Os conselheiros observavam à cena felizes e os convidados começaram a bater palmas.

Quando a garota soltou Gaara, ele levantou os olhos e viu Hinata parada um pouco mais atrás deles, ao lado de Kankuro que estava igualmente pasmo com a cena. Ela observava a tudo com um sorriso triste, ela se virou e saiu de lá como um furacão. O ruivo tentou ir atrás dela, mas não conseguiu, pois todos fecharam o caminho para dar os parabéns.

Temari viu a aflição do irmão e tentou ajudar a afastar as pessoas. Shikamaru foi correndo atrás da parceira. Kankuro usou suas marionetes para conter as pessoas.

Hinata estava sentada na areia. Shikamaru percebeu que seu peito subia e descia de forma irregular. “Ela está chorando” concluiu surpreso. Com cuidado, ele se sentou a seu lado e colocou sua mão em suas costas.

– Hinata-chan?

Ela tentou disfarçar as lágrimas, mas percebeu que seria em vão. O moreno ficou perdido quando viu aqueles olhos perolados brilhantes por causa das lágrimas, não sabia o que fazer para ajudar. “Acho que ser um gênio não ajuda nada nessas horas”.

– Desculpe, Shikamaru-kun. Estou agindo inapropriadamente – falou tentando limpar o rosto mais uma vez.

– Hinata-chan, você se apaixonou pelo Gaara?

A pergunta pegou a Hyuuga de surpresa, mas ela nem tentou negar: - Acho que... Não. Eu me apaixonei sim, Shikamaru-kun, mas ele já escolheu quem quer para ficar ao seu lado e de qualquer maneira eu pertenço à outra Vila.

– Hinata...

Shikamaru não sabia o que dizer. Sabia o que a menina passara com Naruto e com Kiba, ela deveria estar se sentindo a mais azarada do mundo com relação a relacionamentos. Colocou toda sua capacidade mental para tentar arranjar um jeito de ajudar, mas não conseguiu nada. “Acho que só tem um jeito...”.

– Hinata – chamou fazendo com que ela a olhasse. – O Gaara não escolheu a Itsumoto-sama. Ela quem o agarrou e o beijou. Temari me contou que ele sente a mesma coisa por voc...

– Shikamaru-kun, por favor – interrompeu-o com lágrimas nos olhos. – Não precisa disso, eu realmente estou feliz pelo Gaara-san. Agora vou para meu quarto. Boa noite.

O moreno viu a garota sair e suspirou resignado. “Acho que o único que pode consertar isso é Gaara”.

***

Uma semana depois, em Konoha, Kakashi estava preocupadíssimo. Já esperava que a pequena Hyuuga se apaixonasse por Gaara, mas não esperava tamanha confusão e nada do Kazekage aparecer para salvar o dia.

– Droga... Acho que vou ter que colocar alguma pressão em cima do Gaara para que ele faça alguma coisa – pensou em voz alta.

– Disse alguma coisa, Hokage-sama? – perguntou Shizune curiosa.

– Eu? Nada – respondeu com um sorriso amarelo. Para sua sorte tinha a mascara para esconder seu rosto. – Shizune, faça o favor e mande chamar o time oito aqui.

– Tudo bem – concordou a secretária com a sobrancelha levantada.

***

Era noite em Sunagakura e Gaara estava sentado na mesma janela de sempre. Já era a sétima noite que estava ali, esperando que Hinata aparecesse, mas ao que tudo indicava ela o evitava com todas as suas forças. Suspirou e apoiou a cabeça no vidro gelado, não esperava estar tão desesperado por causa de uma mulher. “Ela não é uma mulher comum” pensou com outro suspiro.

– Sabe, seria mais rápido que você fosse até ela, não acha?

Gaara se virou e encontrou Temari o encarando. O olhar maternal que ela lhe lançava era reconfortante e ao mesmo tempo intimidador. A loira sentou-se no outro canto do batente e esperou que seu irmão absorvesse o que dissera.

– Por que acha que seria assim?

– Porque você poderia falar a verdade para ela pessoalmente e dizer, de uma vez por todas, que você gosta dela e o casamento foi cancelado na mesma noite – respondeu calma.

– Pensei que você ou Shikamaru já teriam dito.

– Nós pensamos que você seria homem o suficiente para ir falar com ela e resolver as coisas, mas acho que estávamos enganados.

Gaara lhe lançou um olhar irritado, mas não viu hesitação na postura da irmã. Desviou o olhar para a janela e ficou daquele jeito. Notou que Temari pareceu desistir de tentar convence-lo e viu-a levantar.

– Gaara, não deixe de ser feliz porque está com medo. Eu e Kankuro torcemos para que você não perceba quando for tarde demais.

Depois de dizer isso ela saiu, deixando-o sozinho novamente. Era a primeira vez que se sentia sozinho em semanas e Gaara sabia o porquê. Sabia, também, que a irmã estava certa e que ele precisava resolver aquilo imediatamente. “Não vou perder mais tempo”.

Hinata estava deitada em sua cama, encolhida embaixo das cobertas. Sentia-se perdida, mas não queria mais chorar por um motivo bobo. “Se fosse tão fácil fazer quanto é falar” pensou com um suspiro.

Como não conseguia dormir, jogou as cobertas para o lado e enrolou-se no cachecol que pegara emprestado com Gaara naquela noite fria. “Uma hora preciso devolver” lembrou-se quando sentiu o aroma amadeirado do dono. Ligou o abajur mais próximo e pegou um livro qualquer, estava decidida a conseguir descansar de qualquer jeito. Quando estava quase terminando de se arrumar para ler ouviu baterem à porta.

Hesitante por causa do horário deixou o cachecol em cima de uma cadeira, se levantou e foi até a entrada: - Quem é?

– Sou eu.

A garota reconheceria aquela voz em qualquer lugar. Abriu a porta rapidamente e encontrou aqueles olhos verdes a encarando com a mesma expressão fria de sempre, mas Hinata pode ver um brilho diferente neles, só não conseguiu identificar o que era.

– K-k-kazekage-sama... O-o-o que está fazendo aqui a essa hora? – gaguejou nervosa.

– Vim para esclarecer as coisas.

– Não era n-n-necessário, e-e-eu já entendi q-q-que foi tudo um m-m-mal entendido e...

– Hinata, eu não vou me casar. No mesmo dia depois da festa esclareci a todos que a princesa quem me agarrara e que nenhuma daquelas mulheres servia para mim – falou interrompendo-a. Gaara sentia-se um tolo por estar se explicando a alguém, mas ficou mais leve por ver que ainda teria uma chance de arrumar as coisas.

Hyuuga Hinata sentiu-se aliviada e, pela primeira vez na vida, fez uma coisa por impulso. Ela abraçou-o pela cintura e enterrou seu rosto no pescoço dele. Gaara, mesmo pego desprevenido, passou seus braços pela cintura dela e deixou sua cabeça apoiar na dela.

– Por que demorou tanto para vir?

– Porque eu não queria aceitar... – começou afastando e encarando-a. Antes que ela pudesse se afastar mais ele grudou seus nos dela. O beijo foi profundo e demorado e Hinata aproveitou cada segundo. – Agora, Hyuuga Hinata, você não tem escolha a não ser ficar comigo. Entende?

– Sim, Kazekage-sama.

Gaara a pegou no colo do modo mais gentil que conseguiu e entrou no quarto. Fez com que sua areia fechasse e trancasse a porta. Colocou a garota na cama e retirou suas próprias roupas até ficar só de camisa e shorts. Ele viu seu cachecol pendurado em uma cadeira próxima à cama.

– Preciso lhe devolver ele – murmurou Hinata quando viu para onde ele olhava.

– Você não precisa. Ele é seu agora – Gaara devolveu se colocando embaixo das cobertas.

Hinata se deixou ser abraçada e afundou nos beijos do ruivo. Sabia que estavam sendo precipitados, mas o que importava? “Se eu não viver agora, o que vou ter para me lembrar depois?” pensou antes de se deixar levar pelas sensações.

***

A três dias de viagem do quarto onde estavam os dois amantes, quatro figuras saiam de Konoha com grande pressa. Sua missão: trazer Hyuuga Hinata e Nara Shikamaru de volta para a Vila Oculta da Folha.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam??? Me digam em seus reviews =3



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