O Casamento escrita por M Schinder


Capítulo 2
Parte II: Interesse e Cachecol


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores! Como estão??
Como disse, cá está a segunda parte da minha grande OneShot kkk
Espero que estejam curiosos ;3
Boa leitura!!!



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Hyuuga Hinata não esperava ouvir o que acabara de ouvir. Chocara-se quando explicaram porque todas aquelas princesas estavam lá: casamento. O Kazekage decidira se casar e chamara algumas pretendentes para essa posição. Todos estavam em seu escritório, esperando que voltasse da sua volta pela Vila.

A garota estava tão indignada que trincara os dentes. “Quem ele pensa que é para se oferecer em casamento para três garotas?” pensou cruzando os braços. Hinata estava encostada na parede perto da porta, com Shikamaru a seu lado, em pé. As princesas estavam sentadas em cadeiras em frente à mesa do Kazegake e seus guardas pessoais estavam esperando em pé as suas costas. Temari e Kankuro esperavam ao lado da cadeira vazia do líder.

O ruivo entrou seguido de dois Anbus da areia, eles fizeram uma breve mesura e sumiram. Ele olhou ao redor da sala, todos os olhos já estavam voltados para si, e reconheceu dois ninjas da Folha.

– Kazekage-sama – começou Temari desgostosa. – Apresento a você as princesas escolhidas. Lilian Itsumoto, Sayaka Sora e Natsume Mika, Fogo, Vento e Pedra, respectivamente.

– É um prazer conhece-las – cumprimentou educado. Apenas de vê-las, Gaara soube que aquilo seria uma tarefa perdida. “Pelo jeito vou acabar mandando todas embora...” pensou sem alterar sua expressão.

Todas o cumprimentaram e começaram as formalidades. Hinata e Shikamaru tiveram que esperar até que todas tivessem se apresentado e feito todos os tipos de elogios sobre si mesmas para poderem falar com o Kazekage a sós.

– Kazekage-sama – cumprimentou Shikamaru se aproximando. – Somos Nara Shikamaru e Hyuuga Hinata, viemos acompanhando a princesa Itsumoto.

– Não pude falar com vocês até agora, peço que me perdoem – falou sem realmente parecer arrependido. Pela primeira vez Hinata quis revirar seus olhos.

– Isso tudo é muito problemático, mas já que são suas pretendentes, não posso fazer comentários – resmungou Shikamaru fazendo Temari rir. – Pois bem, espero que não atrapalhemos enquanto estamos aqui.

– De jeito nenhum. Seus aposentos já estão prontos para recebê-los. Espero que tenham uma boa estadia.

Os dois ninjas de Konoha se curvaram e pediram licença, foram guiados por um Anbu da Areia. Gaara ficou observando a porta por longos minutos, o que fez seus irmãos ficarem confusos. O Kazekage podia ser chamado de qualquer coisa, mas nunca de distraído. Ele notara, perfeitamente, os olhares de repulsa da menina Hyuuga e ficara intrigado com aquilo. “Só alguém muito corajoso para passar aquela aura para um Kage” pensou curioso com a reação.

Shikamaru viu a parceira bater a porta do quarto um pouco mais fortemente do que o necessário. O ninja mais inteligente de Konoha também percebera o desgosto da amiga em relação ao Kazekage e ficara ainda mais confuso que o mesmo. “Hinata não é desse jeito, o que será que aconteceu?... Que problemático” pensou desistindo de queimar os próprios neurônios com os problemas dos outros.

Hinata saira do chuveiro com seu pijama e se jogara na cama de forma leve. A noite em Sunagakure era como todos diziam gelada e escura. Suspirou quando percebeu que não conseguiria dormir, por estar alerta demais, e levantou para dar uma volta. Como esperava, todos já haviam se recolhido. “Estão sendo mais espertos que eu, se escondendo desse frio.”

Ela chegou até uma janela baixa e se sentou no batente. O vidro estava tão limpo que Hinata podia enxergar toda a Vila Oculta da Areia. Olhou para o céu e se surpreendeu, as estrelas pareciam mais bonitas que em Konoha.

– O que faz acordada, Hyuuga-san?

Hinata se virou assustada e quase deixou que o kimono, que usava como casaco, caísse no chão. O Kazekage a observava de forma neutra. Ao vê-lo, sentiu a indignação voltar, mas como não era de sua natureza, apenas deixou que ela passasse rapidamente.

– Kazekage-sama, eu não consegui dormir, então levantei para dar uma volta, mas se quiser posso voltar para meu quarto imediatamente – murmurou de forma gentil.

Gaara não se surpreendeu pela pequena hostilidade que a Hyuuga mostrara ter passado, pelo que Temari dissera, ela não era alguém que nutria esse tipo de sentimento. Olhou bem para a garota e se surpreendeu, achou-a atraente, coisa que nunca achara em uma mulher, observou bem seus olhos e negou com a cabeça, arrancando um olhar confuso da moça.

– Não precisa voltar se não quiser, Hyuuga-san. Aproveite como se estivesse em casa.

– Então, se me der licença, Kazekage-sama, gostaria que me chamasse de Hinata – falou sorrindo. Ela não se surpreendeu por achar o Sabuko lindo, fora avisada por Ino que o dito cujo era um “pedaço de mau caminho”. "E além disso, fui infantil no modo como me comportei mais cedo, ele é realmente muito educado. Me lembra um pouco Neji quando era vivo" pensou com saudosa.

– Tudo bem, Hinata-san. Me chame de Gaara – devolveu sucinto.

Ela continuou sorrindo para ele gentilmente, mas se levantou amarrando o kimono de uma forma melhor em volta do corpo. Estava tão cansada que não sabia como continuava em pé. Vendo que a garota se retiraria, Gaara acompanhou-a até seu quarto temporário e se despediu.

***

A semana seguinte passou num piscar de olhos. Todas as princesas faziam de tudo para chamar a atenção do Kazekage, que parecia não estar interessado de jeito nenhum. Hinata ficou confusa com aquilo e resolveu perguntar para Temari o que estava acontecendo. Quando foi procura-la não a encontrou em lugar algum, então desistiu da ideia.

Shikamaru andava pela Vila. Tentava encontrar o lugar perfeito para tirar um cochilo. O dia estava mais quente que o anterior e ele não aguentava mais ficar em pé, andando. “Tem que ter algum lugar... Que procura problemática” pensou parando o mais distante que conseguiu do centro do lugar.

Deitou-se na areia e passou a observar as nuvens, seu passatempo favorito. Estava pensando em Kurenai e seu filho. “Será que ela está bem? Quem normalmente a ajuda somos eu e Hinata” preocupou-se.

– Que problemático – suspirou em voz alta.

– O que é problemático?

Uma sombra bloqueou sua visão. Ele encarou Temari de um jeito preguiçoso e viu-a sentar-se a seu lado. Aquela garota era a confusão em pessoa; Shikamaru normalmente era um cara controlado e desligado, mas perto dela sentia vontade de provoca-la para que toda sua atenção estivesse apenas em si.

– Você e minha preocupação com o filho de meu finado sensei são problemáticos.

Temari revirou os olhos quando ele disse “você”, mas achou fofo o jeito com que ele se preocupava com a criança. Sabia o quanto Asuma fora importante para o moreno a seu lado, então preferiu não aprofundar naquele assunto.

– Está aqui para dormir? Por que não faz isso como uma pessoa normal e dorme no seu quarto? – perguntou revirando os olhos.

– Por que você não faz como uma pessoa normal e me ignora? – devolveu de olhos fechados.

Esse foi seu pior erro. Claro que Temari ficou irritada com aquele comentário, quando Shikamaru percebeu a aura assassina da garota foi tarde demais, ela acertou-lhe um soco poderoso em seu diafragma e se levantou para ir embora. Shikamaru tentava voltar a respirar a todo custo.

Desde que Temari contara o que viu, Kankuro teve a louca ideia de treinar com a garota Hyuuga. Estava entediado de ficar observando as princesas falarem sobre nada entre si e ver Gaara ignorando-as facilmente.

Hinata aceitou rapidamente o convite, também estava entediada por não ter o que fazer. Ela e Kankuro estavam frente a frente na área de treinamento. A garota usava uma camisa preta de mangas, com o símbolo de seu clã nas costas, e uma calça de lycra também preta. Kankuro usava suas roupas de Jounnin normais.

Os conselheiros obrigaram Gaara a sair com as princesas pela Vila, mas quando estavam na porta o ruivo viu o irmão e a garota de olhos perolados prontos para treinar. Sabia que iriam encher sua paciência se apenas deixasse as princesas sozinhas, então as convidou para assistir consigo. Os quatro sentaram-se a uma distância considerável e ficaram assistindo.

Kankuro puxou suas marionetes: - Kugutsu no Jutsu! (Técnica de Marionetes).

Seus servos se levantaram e tomaram uma posição ofensiva. Hinata lembrava-se vagamente de ele usando aquela técnica no exame Chunnin, mas não tinha lutado nenhuma vez contra usuários de marionetes. “Vou ter que tomar cuidado” pensou se afastando com um salto. Ela fez o selo do Bode:

– Byakugan!

Ela caiu na posição de luta Hyuuga e preparou seu Taijutsu. Kankuro fez com que duas de suas marionetes avançassem e cercassem a garota. Hinata percebeu, quase tarde demais o que ele faria. Outras duas marionetes caiam do céu.

– Isso foi muito fácil, Hyuuga! – gritou com a vitória eminente.

Hinata deu um sorriso de lado e falou: - Shugo Hakke Rokujyuu Yonshou (Lâminas Ocultas, 64 palma de Oito Divindades).

Ela começou a girar os braços em volta de si, formando uma grande esfera de linhas de chakra. Quando as quatro marionetes encostaram-se à defesa da garota, elas se desmontaram como se fossem brinquedos.

Kankuro, surpreso, puxou as marionetes desmontadas e fechou uma barreira com sua marionete tartaruga. Precisava tentar consertar as ofensivas. Hinata sabia que ele seria rápido, então usou o Byakugan para encontrar as linhas de chakra que prendiam a tartaruga. Ficou séria de repente.

– Juukenhou - Hakke Sanjuuni Shou (Área Gentil dos Oito Trigramas – 32 Palmas).

Gaara ficou surpreso em ver ela acertar cada linha de chakra que Kankuro usava para controlar suas marionetes de defesa. Conforme as linhas sumiam, a tartaruga ia desmontando. Quando Hinata deu o último golpe e conseguiu ver Kankuro, que só agora percebera que ela estava tão perto, a menina caiu em posição de luta de disse:

– Shukukken (Calcanhar da Palma).

Ela acertou-o no diafragma e ele foi jogado longe. Hinata ainda esperou um pouco, observando para ver se ele voltaria, mas a vitória foi sua. Quando as princesas começaram a puxar Gaara para longe dali, ele viu a Hyuuga ajudar seu irmão a levantar e se oferecer para curar qualquer coisa que pudesse ter machucado.

“Qualquer um apenas o teria deixado de lado... Quem é essa garota?” pensou curioso. Um interesse perigoso estava começando.

***

Depois de deixar as princesas, Gaara voltou para sua sala para poder trabalhar em paz. Estava com dor de cabeça por causa dos assuntos fúteis das garotas com quem tinha que conviver. “Imagino que Hinata-san não deve falar sobre esse tipo de coisa. Sobre o que será que ela gosta de conversar?” pensou distraído.

Percebendo que estava indo por uma linha de raciocínio perigosa, sacudiu a cabeça e começou a trabalhar. Algum tempo depois e com vários documentos espalhados por sua mesa, Gaara virou sua cadeira e observou Suna pela janela. O céu estava começando a escurecer e a Lua já começava a despontar.

Gaara se pegou pensando nas noites em que esbarrara, não por coincidência, em Hinata. Na mesma janela onde a encontrou em sua primeira noite ali. Não tinham conversado muito, mas a companhia silenciosa dela tinha-lhe feito dormir como um bebê, coisa que não fazia há anos.

Por algum motivo lembrou-se das palavras do ancião do conselho: Daqui a dois dias, no baile, você vai ter que escolher uma das garotas para conhecer mais. Gaara deu um sorriso de canto e se ajeito melhor na cadeira. “Acho que tive uma ideia”.

***

Naquela noite, Hinata e Temari estavam no quarto da morena conversando sobre o anúncio que o conselho fizera durante o jantar.

– Eu nunca pensei que eles iriam tão longe – falou Temari séria.

– Por que está dizendo isso, Temari-chan? É só um baile – Hinata falou confusa.

– Eu ainda não te expliquei essa história de casamento, não é? – percebeu Temari. Ela puxou Hinata para se sentar, a menina estava arrumando algumas roupas, e começou a explicar desde o incidente do escritório até as tentativas frustradas das princesas. – E foi isso que aconteceu. Por isso está para acontecer um casamento entre o Kazekage e alguém.

– Mas que horror! – os olhos perolados pareciam pratos. Hinata sentiu-se mal por ter pensado coisas ruins sobre Gaara. “Ele só está pensando em seu povo”.

– Sim, depois desse baile ele vai ter que escolher uma delas.

– Mas ele não passou nem um mês perto das garotas!

– Sim, mas elas são princesas e tem que voltar para suas casas.

Hinata estava chocada. Não iria imaginar em um milhão de anos que era aquilo que estava acontecendo. Mesmo quando Temari se despediu ela continuou tentando entender o que estava ocorrendo. “Graças a Deus meu pai mudou de ideia sobre um casamento arranjado” concluiu quando se lembrou que quase se casara uma vez.

Teve uma ideia repentina, Hinata pulou da cama e vestiu seu casacão característico. Ainda estava com a parte de baixo do pijama, mas saiu do quarto e foi em direção à janela em que sempre encontrava o Kazekage.

Como esperava ele estava ali, sentado no batente e olhando para sua Vila. Sorriu ao ver aquela cena, depois de conviver uma semana com ele, Hinata sentia um carinho imenso pelo ruivo. Aproximou-se sem tentar esconder sua presença, sabia que ele já notara sua chegada.

– Gaara-sama...

– Hinata, apenas me chame de Gaara – falou o ruivo voltando seu olhar para ela. – O que faz acordada a essa hora?

– Hã, eu não conseguia dormir porque estava pensando no seu casamento, Gaara-san... – admitiu séria. Gaara levantou uma das sobrancelhas inexistentes e encarou-a curioso.

– Por que estava pensando nisso, Hinata?

– Porque não acho justo que você tenha que se casar sem realmente amar alguém! – explicou emocionada.

Gaara estava perplexo. Aquela garota que chegara a poucos dias estava tão preocupada com ele quanto seus irmãos e parecia realmente emocionada com tudo aquilo. Entretanto...

– Hinata, pode me responder uma pergunta? – falou sem alterar sua expressão.

Pega de surpresa, Hinata concordou com cabeça: - C-c-claro, Gaara-san.

Por algum motivo, Gaara gostou de ouvir a menina gaguejar e de vê-la corar.

– O que é o amor? – vendo a expressão de confusão no pequeno rosto decidiu que era melhor explicar com mais clareza. – Eu cresci em um ambiente hostil e perigoso, então não faço ideia do que seja o sentimento que chamam de amor.

Hinata hesitou muito. Se ela fosse admitir, só tinha alguma ideia do que era o amor, achara que sentira isso por Naruto, mas descobrira que depois de tanto tempo apenas o observando o sentimento se transformara em admiração e depois veio Kiba, mas nunca chegou a achar que sentisse isso pelo amigo e companheiro de equipe.

– Hinata, algum problema? – perguntou Gaara visivelmente preocupado.

– Nenhum, Gaara-san. O g-g-grande problema é que sua pergunta é muito s-s-s-subjetiva... Quero dizer, o Amor é d-d-diferente para cada um. Pode ser fraternal, paternal, maternal, filial e conjugal. Cada um é diferente do o-o-outro e...

– Mas como você sabe que está amando alguém? – pela primeira vez Gaara se via interessado naquele assunto.

– Você apenas sabe... – vendo que aquilo não seria o suficiente para o kazekage, Hinata suspirou. – Você quer proteger a outra pessoa; quer ela só para si e quer trata-la com todo carinho possível, mas principalmente quer que ela seja feliz. Não importante se é com você ou não. Normalmente ele pode começar de uma amizade ou de uma paixão.

– Você parece saber bastante disso – comentou Gaara. Sentira-se incomodado com a ideia da Hyuuga amar alguém, ainda mais porque ela parara de gaguejar e parecia um pouco sem chão falando sobre aquilo.

– Eu achei que sentia isso por alguém, quando era mais jovem – confidenciou olhando-o nos olhos. – Mas depois passou e pelo que eu ouvi amor verdadeiro nunca vai embora.

Ao ver a tristeza passar por aqueles olhos perolados, Gaara teve vontade de conforta-la. Queria traze-la para dentro de sua defesa absoluta e protege-la das coisas ruins do mundo. E ao mesmo tempo em que parecia inocente, fazia o ruivo querer puxa-la para seus braços e leva-la para um lugar onde só ele pudesse toca-la.

Enquanto a observava, Gaara percebeu que ela tremia levemente de frio. Seguiu seus instintos e se levantou, desenrolando seu cachecol azul clarinho do pescoço. Para a surpresa de Hinata, ele envolveu seu pescoço com o pano e passou levemente a mão em seu rosto.

– Posso estar começando a entender o que quis dizer, Hinata – murmurou sério.

Hinata não era burra, muito menos lenta. Entendeu o que ele quis dizer e ficou vermelha como um pimentão, abaixando sua cabeça para não ter que encara-lo. Enquanto Gaara se deleitava com as expressões dela e a proximidade em que estavam, alguém observava os dois do final do corredor.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam, pessoas??
Me digam em seus reviews: quem vocês acham que os viu? O que vocês acham que Hinata vai fazer? e o mais importante: Gostaram e querem mais ceninhas ShikaTema?



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