A nova Geração Brasil escrita por Cíntia


Capítulo 24
Loucura


Notas iniciais do capítulo

Meninas muito obrigada pelos comentários, eles me animaram muiiito, valeu. Mas esse capítulo é especialmente dedicado a Laryssa, a Neide e a Isadora que recomendaram essa história. Isso mesmo foram 3 recomendações. Valeu meninas, eu fiquei tãooo feliz. Vocês são demais! Me esforcei e consegui colocar esse capítulo no último dia do ano especialmente para vocês. Espero que todos gostem e comentem muito.



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Por Verônica

Remexi na cama, e as lembranças abrasadoras da noite anterior vieram a minha mente. Procurei por Jonas no colchão, mas não o encontrei. Por um momento, torci para que tudo não passasse de um sonho, um sonho incrível, mas apenas um sonho. Só que ao virar mais uma vez e abrir os olhos, o vi sentado já vestido numa das cadeiras em volta da mesa do quarto. Percebi que em cima de mesa havia uma bela bandeja de café da manhã. Jonas a trouxera para mim, e de certa forma, apesar de saber o quão errada era aquela situação, achei o seu gesto bem dócil. Ele se aproximou de mim sorrindo e falou:

– Bom dia!

Eu ainda estava um pouco confusa, não resisti ao seu sorriso e sorri de volta. Ele ficou mais perto e me beijou. Começou bem de leve, e de certa maneira, me senti no céu. Por uns instantes me deixei levar e retribui o beijo. Os momentos que havíamos passados juntos foram indescritíveis, eu ainda queria sentir mais, ahhh, Jonas Marra sabia como me tocar e mexia comigo pra valer!

Mas quando ele começou a aprofundar o beijo e suas mãos percorreram o meu corpo. Pensei na loucura que tinha feito, na loucura que continuava a fazer, eu não podia continuar com aquilo. Aquela situação era insensata, surreal e insustentável. Eu não era aquela pessoa, não era aquele tipo de mulher que tinha casos com homens casados, que destruía famílias. Apesar de estar agindo como uma, eu não era uma vadia.

Me afastei dele e comecei a me vestir. Percebia o olhar atento de Jonas em mim, notava uma indecisão e até algum receio nele. Ele me esperou terminar de vestir, se aproximou, me abraçou por trás e beijou o meu pescoço levemente. Era tão reconfortante e gostoso, que me senti mole, e novamente pensei em ceder, ainda mais, quando ele sussurrou sedutor e intenso em minha orelha:

– Verônica, não faz assim. Não depois daqueles momentos maravilhosos... Você foi maravilhosa. Eu pre...

– Não, Jonas, pelo amor de Deus- balbuciei o interrompendo e me desvencilhei dele – Eu não posso! – olhei em seus olhos.

– Não precisa ser assim, ontem você também... – ele começou a argumentar, fui em direção à bandeja e coloquei um pedaço de pão em minha boca, estava muito nervosa, e precisava comer- Verônica... – ele tentou continuar.

– Jonas, eu e você sentíamos uma forte atração pelo outro. Ontem nós a concretizamos. Pronto. Creio que foi o suficiente Não pode acontecer de novo! Não vai acontecer de novo! – fui enfática, tentei ser firme por mais que o meu corpo e meus sentimentos pedissem mais dele.

– Eu ainda estou louco por você. Preciso sentir a sua pele, o seu cheiro de perto... – ele disse enérgico.

– Não faz isso. Foi errado! É errado! Você é casado! Não sabe a culpa que eu estou sentido ... – comecei a sentir as lágrimas se formando em meus olhos e fiz força para não chorar.

Jonas colocou a mão no meu rosto e disse de maneira mais calma e até carinhosa:

– Verônica, não precisa se ...

– Boss... – Murphy apareceu o interrompendo, eu e Jonas desviamos o olhar para ele. E o secretário de Jonas ficou envergonhado.

– Murphy!- Jonas disse alterado.- Fala!

– Sorry, mas é que Miss Megan está há algum tempo sentada na margem do rio. Davi está chegando. E eu tô com uma impressão ruim. Ela...

– Você veio aqui só por isso? Achei que o mundo estivesse acabando! – Jonas ficou irritado.

– A nossa conversa já terminou mesmo. Quero ver o que está acontecendo no concurso. – peguei um pedaço de bolo e saí do quarto.

Jonas e Murphy me seguiram. De certa forma, fiquei aliviada em fugir daquela conversa. Também eu estava lá para cobrir o concurso e me certificar sobre a segurança dos candidatos. Não para me envolver e ter conversar íntimas com Jonas Marra.

Ao chegarmos à sala dos monitores, vi em um deles, que Davi se aproximou de Megan, eles trocaram algumas palavras, mas repentinamente, ela correu, acabou pulando no rio e começou a ser levada pela correnteza. Aquilo era muito perigoso, fiquei aflita, e meu coração disparou...

Olhei para Jonas e percebi a sua expressão de preocupação, o olhar estava longe, ele respirava mal, e começou a suar, me lembrando o dia em que o encontrei tendo um ataque depois da visita da sua mãe. Eu não pensei se era conveniente ou não. Só agi, quando vi, estava ao lado dele e abracei o seu ombro:

– Jonas, calma. Alguém não pode ajudar? – sussurrei em seu ouvido.

– Murphy, mandem resgatar, Megan- Jonas ordenou saindo do seu estado catatônico enquanto passou a apertar a minha mão como se tirasse apoio de mim.

– Não tem nenhum salva-vidas por perto, boss. Eu não pensei que alguém pularia nesse ponto do rio. Só mesmo miss Megan... – Murphy não terminou já que Jonas o fuzilava com o olhar, e o meu também não era muito amigável.

Sem ninguém por perto era bem capaz de Megan se machucar muito ou pior que isso. Sentia o meu coração apertado. Não era o tipo de coisa que um pai devia ver, ainda mais sem poder fazer nada por sua filha. Nós três voltamos a olhar o vídeo abismados, e percebi que Davi começava a se mexer...

Por Davi

Por alguns instantes, eu não soube o que fazer, estava em choque. Fiquei muito preocupado, e sentia uma agonia no coração. Não era fácil lidar com aquela crazy girl da Megan. Mas me recuperei enquanto a corrente a arrastava, me agarrei em um cipó, pulei no rio e consegui alcançá-la:

– Megan, se segura em mim. – falei.

– Me deixa, me deixa, Davi! – ela ainda resistia.

– Você tá louca? Quer morrer?- gritei, eu estava completamente alterado. Apertei o seu braço e a puxei para mais perto de mim.

Ela se agarrou ao meu corpo e eu consegui nos levar até a margem. Nós saímos do rio, ela me lançou um olhar, não sei se de arrependimento ou vergonha, eu estava ainda nervoso, preocupado pelo modo que ela agira e a olhei furioso:

– Você é uma patricinha mimada e inconsequente, Megan Lilly! Tem ideia do que fez, arriscou as nossas vidas e por quê? Por uma abelha da Marra. Nada é tão importante quanto uma vida, garota.

– Arriscar sua vida? You are kidding, asshole. Eu não te chamei, não te pedi pra pular no rio! – ela gritou – Aliás, por que você fez isso? Por que não me deixou lá?

– Não sei se você se lembra, mas nós concordamos com um regulamento antes de entrarmos nessa ilha. E lá dizia que se víssemos um candidato em situação de risco, teríamos que ajudá-lo. Eu não quero ser desclassificado. – falei cruel, essa não era a minha real motivação, mas eu estava irritado e queria irritá-la.

Ela não respondeu, mas me pareceu tristonha. Doeu um pouco deixá-la assim, não gostava de vê-la triste. Mas aquela ação era necessária, não podia passar a mão na cabeça de Megan depois do que ela tinha feito.

– Você está bem? – perguntei.

– Estou- ela respondeu firme.

A olhei de cima abaixo, notei que seu braço esquerdo estava todo arranhado, e sangrava. Tirei a minha camisa de cima, ficando somente com a blusa de baixo e a amarrei nele para estancar o sangue.

– Vão bora! – disse duro e a puxei pelo outro braço, só que ela fincou os pés no chão e se afastou de mim.

– Davi, você é parecido com o meu Dad. Mas só por causa disso, não tem o direito de agir como se fosse ele. Pois não é... – ela disse teimosa.

– Vamos embora, Megan. Você já mostrou o quanto é maluca, não posso te deixar aqui sozinha, pois você é um risco constante para si mesma.

– Eu vou, mas não precisa me puxar ou empurrar. Lembre-se que brigar com outro candidato também infringe as regras – ela disse tentando assumir a situação e nós começamos a andar.

Ahh, aquela garota me dava nos nervos, melhor, mexia com meus nervos de várias formas. Não sei por que ainda me sentia tão atraído por ela e queria protegê-la. Ou talvez soubesse sim.

Nós andamos calados por algum tempo. Eu ia à frente e Megan logo atrás de mim. O clima entre a gente era pesado. Só que num momento, ela acabou quebrando o silêncio:

– Davi... – me virei para ela e percebi que Megan havia parado, olhava os seus pés indecisa, mas depois ela levantou o olhar e continuou falando com os olhos em meu rosto, apesar de gaguejar - Eu não devia ter ... Obrigada por salvar a minha vida!

– De nada. Foi um prazer – sorri já desarmado e encantado.

Megan possuía um jeito todo errado, tinha aquela trajetória e todos os seus atos e histórias erradas, eu nunca pensei que fosse gostar, que me sentiria tão atraído por uma garota assim. Só que havia algo nela, não conseguia explicar o quê. Aquela crazy girl mexia comigo de uma maneira, e eu não consegui ficar mais irritado. Naquele momento, tive que me segurar para não abraçá-la e beijá-la.

Por Megan

Davi e eu já estávamos quase secos. Só que ainda me lembrava de quando pulei no rio e ele me salvou. Eu agira no impulso. Nem sabia direito o que passava em minha mente. Só estava com raiva de tudo, do meu dad, do Davi, do destino, do mundo. E quis desafiar todos eles porque não conseguira chegar à damn abelha. Foi uma loucura, pior, uma burrada...

Mesmo tendo discutindo com Davi, eu sabia que devia a minha vida a ele. Não gostava de me imaginar como uma mocinha indefesa sendo salva por um herói, por isso resisti. Mas Davi fora a hero, e mesmo que ele agisse por causa de uma regra estúpida do concurso, me senti in love pelo seu ato. Ele parecia tão preocupado, e no fundo torcia para que ele tivesse outras motivações... Eu podia estar enganada, mas às vezes, ele me olhava de modo diferente. Se ele gostasse de mim, eu estaria disposta quebrar as regras, e ser desclassificada do “Geração Brasil” por ele. Eu gostaria de abraçá-lo, beijá-lo, sentir o seu corpo e seu toque no meu. Como gostaria. Mas será que ele também me queria?

After minha loucura, a situação ficou a little bit tensa, but now nós já conversávamos de maneira cordial, o me fazia sentir bem. Decidimos não voltar pelo mesmo caminho que viemos, pegamos um atalho que nos levaria a um ponto mais a frente da estrada principal, e com isso talvez ainda tivéssemos chances de encontrar alguma abelha... De certa forma, eu nem me importava mais assim com as abelhas. O que perturbava a minha mente, é se eu deveria falar, tentar alguma coisa com Davi:

– Davi... – o chamei, mas não consegui dizer mais nada, minha língua parecia pesada, as palavras não saíam da minha boca, que estranho, como Megan Lilly, eu não tinha problemas em flertar com garotos. Mas com Davi não consegui, talvez porque tivesse medo demais da sua rejeição.

– O que? – ele perguntou depois de um tempo do meu silêncio.

– Davi – nesse momento, vi algo bem estranho e comentei – Seu drone caiu.- escutei um barulho atrás de mim.

– O seu também, Megan! – ele falou, me virei e constatei que era verdade.

– Jesus, o que está acontecendo? – perguntei preocupada, e acabei decidindo não falar nada sobre o outro assunto. Também era uma bobagem mesmo.

Por Jonas

Verônica e eu observávamos os monitores da ilha. Depois que Megan pulara no rio e Davi a salvara (ao menos uma coisa boa aquele Golias fizera, talvez o moleque não fosse tão difícil quanto eu supunha ), o momento de maior tensão já havia passado. Mas ela continuava atenta às telas. Principalmente as que tinham Davi e Vicente. E nós quase não falamos desde que as coisas se acalmaram. Mas mesmo assim, eu me sentia feliz pela presença de Verônica.

Ela conseguira me acalmar na circunstância mais complicada e agora eu só pensava nos momentos deliciosos que havíamos passado durante a madrugada, na conversa dura que começamos pela manhã, e no quanto eu ainda a desejava... Eu tinha que ter essa mulher novamente! Mesmo que ela resistisse, eu tinha que tê-la. Sabia que ela também me queria.

Não consegui me conter e comecei a olhá-la com vontade. Que mulher maravilhosa e quente ela era. Enquanto a olhava, Verônica se virou para mim:

– Jonas, o que aconteceu? – ela perguntou assustada.

– Como??? – fiquei confuso, será que ela se alterara pelo meu olhar?

– Os monitores... Tá tudo preto!

Assim, me virei para as telas e vi que as imagens de todos os candidatos haviam sumido. Verônica ficava cada vez mais nervosa:

– Cadê o meu filho? Cadê o meu irmão? – se eu não lhe desse uma resposta logo, imaginava que ela me mataria.

– Calma, Verônica! É só um imprevisto. Eu vou resolver isso. Está tudo sob controle.– falei confiante.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? E o que será que aconteceu com os drones? Jonas conseguirá resolver mesmo? E essas relações conturbadas de Jonas e Verônica e Megan e Davi o que vai rolar?
Espero que tenham gostado e que comentem, participem muito, isso realmente significa para mim e me anima a escrever. Um feliz ano novo para todas e até o próximo capítulo e o próximo ano!