A nova Geração Brasil escrita por Cíntia


Capítulo 17
Com a palavra, as meninas


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal. Muito obrigada pelos comentários, eles me animaram muito... E esse capítulo acabou ficando maior que eu imaginava, meio que enquanto escrevia me veio umas ideais de momento, espero que gostem mesmo assim e que comentem muito. Fiquem então com as meninas, Verônica e Megan.



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Por Verônica

Jonas e sua esposa terminavam de apresentar à imprensa os 10 candidatos que participariam do “Geração Brasil”. Havia muitas fotos, informações com o perfil deles, além de um mini-documentário para cada um com a participação da sua família... As apresentações de Davi e Vicente não eram nenhuma novidade para mim, já que no dia anterior um repórter tinha ido a minha casa, feito várias tomadas, e além dos meninos, eu também havia participado. Todos os vídeos mostrados seriam exibidos como chamadas na Parker TV a partir daquele momento, sendo que o concurso começaria dentro de dois dias.

Depois do anúncio oficial dos candidatos, Pamela foi embora e Jonas respondeu várias perguntas. Havia muitos rumores e algumas polêmicas que precisavam ser esclarecidos, sendo que as perguntas se focaram principalmente na participação da sobrinha de Jonas (em menor escala), do meu irmão, como Golias e claro, a de Megan Lilly, a herdeira do império Marra. De certa forma, por tanto falar nos dois, Davi e Megan já eram os astros do concurso. Jonas discursou sobre todo o processo do “Geração Brasil”, exaltou a transparência do mesmo, e citou a participação de uma empresa de auditoria que certificaria a imparcialidade da competição, mais de uma vez ele disse que não haveria favoritismo. Eu sabia que as insinuações em relação a credibilidade do concurso, ainda o perturbavam muito, sendo que essas polêmicas até impediram que o preço das ações da Marra aumentasse tanto como ele imaginava.

Às vezes, quando olhava para Jonas Marra no palco, eu me sentia uma boba cheia de ilusões na cabeça. Ele usava um terno preto, estava extremamente sensual e poderoso, e enquanto respondia às perguntas, em tantos momentos, me parecia que ele me olhava de uma maneira sedenta, o que me fazia sentir arrepios em todo o meu corpo... O que aquele homem fazia comigo? Eu estava mesmo fora de mim.

Após a entrevista, Edna e eu conversamos sobre tudo:

– Essa ideia de uma empresa independente monitorando o concurso pode melhorar a imagem do “Geração Brasil”, mas não acho que convencerá a todos! De qualquer forma, penso que o mundo está curioso demais, e vai acompanhar mesmo assim. – comentou Edna, ela sempre foi muito desconfiada.

– E te convenceu? – perguntei.

– Não sei... Acho essa participação de Megan Lilly muito estranha. Ainda mais que ela não é...

– Não é especialista em computadores e não tem nada na cabeça?

– Isso! Tem aquela história que ela pagou alguém para colocar o nome dela... Mas sei lá, acho que uma pessoa de dentro...

– Edna, eu vi a reação do Jonas no dia da seleção! Ele ficou completamente surpreso e possesso com a entrada da filha. Eu acredito que não houve nem haverá manipulação. E penso que à medida que o concurso for andando, isso ficará mais evidente. Jonas inclusive não tomou nenhuma medida contrária em relação à entrada do Davi. Tá tentando manter as coisas de forma justa e transparente.

– Se a especialista em Jonas Marra diz isso, então vou acreditar – ela sorriu.

– Especialista em Jonas Marra? – perguntei surpresa.

– É, você se tornou a especialista no homem, Verônica. Também vive de lá para cá com ele, e tá cheia de informações exclusivas! Sobre ele e outros dois candidatos, né? Me diz uma coisa, tá rolando algo entre vocês?

– Algo entre eu e o Jonas, como assim? – tossi assustada, como ela havia desconfiado? Eu tentei disfarçar e continuei – Eu só tô fazendo o perfil dele. Por quê?

– Ele lançou cada olhar pra você hoje! –então não era somente eu que senti isso.

– Edna, você sabe que eu não sou assim! Ele só deve ter me olhado tanto pois está acostumado comigo. Isso se me olhou tanto! – comentei, ainda não estava preparada para admitir a outra pessoa que rolava um clima entre a gente.

– Sobre você, eu sei, Verônica! Mas toma cuidado, pois Jonas Marra é um tremendo sedutor, e aqueles não me pareceram olhares de costume, não!

A minha amiga não era burra, e eu era uma péssima mentirosa, a minha sorte é que consegui fugir de Edna, já que tinha marcado uma entrevista com Pamela Parker naquela tarde.

Como estava fazendo o perfil de Jonas, precisava falar com a família dele. E com o argumento de que Megan estava prestes a entrar no concurso, marquei naquele dia. Mas a minha principal motivação em fazer aquilo naquele momento, era ter um choque de realidade. Eu não me reconhecia mais e agia feito louca, sentia que estava prestes a cair no precipício Jonas Marra, pois não parava de pensar nele.

Seria potencialmente doloroso, mas talvez conhecendo a família de Jonas, vendo as pessoas que estava prejudicando, eu voltasse ao rumo e parasse de pensar nele daquela maneira inapropriada.

Cheguei à mansão Marra alguns minutos antes do que havia combinado. Na hora que marcamos, Pamela apareceu, ela estava linda, com a maquiagem, penteado e roupas perfeitos. Ela tinha um sorriso resplandecente... Aquela mulher nem parecia que era real, e sim uma daquelas personagens dos seriados dos anos 60-70, sempre linda, arrumada e feliz! Fiquei pensando em como Jonas podia me olhar tanto se tinha uma mulher daquelas dentro de casa.

Pamela foi muito simpática comigo. Falou do marido, mesmo depois de 20 anos parecia apaixonada por Jonas. E fazia parecer que ele era um esposo exemplar e apaixonado também, sempre fazendo surpresas românticas e declarações públicas. Citou algumas antigas e uma mais recente quando ele saltou de paraquedas na renovação de votos deles há alguns meses. A cada frase dela, a minha dor aumentava, eu me sentia uma pessoa horrível e egoísta por desejar Jonas, e sentia uma dor excruciante ao saber que aquele homem era de outra mulher e não podia ser meu:

– ... Ele pulou de paraquedas e falou na frente de todo mundo Pamela Parker Marra, baby, eu te amo, quer se casar novamente comigo? – disse Pamela.

– Yeahhh. Isso depois de te deixar horas desesperada sem saber onde ele tinha ido, o que estava fazendo ou se ia voltar. Mas foi lindo e você adorou, mom... igual as outras vezes. Quando dad dá uma mancada, você sempre... – Megan apareceu como se estivesse surgindo de um falha geológica e foi interrompida pela mãe.

–Honey, as surpresas são assim.... Surpreendentes!

– Off course.. Suprise!!!. Depois das ausências dele nos seus jantares especiais, na minha formatura do High school, no ... – ela parecia irritada

–. Ele é um homem muito responsável e trabalha muito!

– Não, mom! Dad sempre coloca ele e a Marra em primeiro lugar. Nós ficamos com o resto.

– Megan Lilly Parker Marra não fala assim do seu Dad. – ela deu uma bronca na filha, e eu quis arrumar um buraco para enfiar a minha cabeça por testemunhar aquela discussão de família -Essa é Verônica Monteiro, a jornalista que está fazendo o perfil do seu dad. Ela vai acabar achando que é verdade!

– Ok. Vou lá fora fumar – disse Megan com desprezo, eu percebi que isso não devia agradar a mãe – Já que dentro dessa casa não podemos fumar, quase nunca podemos comer carne de verdade e muito menos podemos falar a verdade sobre Jonas Marra, ainda mais para jornalistas! Em suma, não podemos nada! – Megan saiu e sua mãe se voltou para mim.

– Yes... My Megan is a little bit rebelde. - Ela justificou envergonhada.

– Eu entendo. Você deve estar um pouco cansada. Acho que já está bom por hoje – falei me retirando.

Percebi que Pamela escondia coisas pelo marido, como muitas mulheres, ela zelava pela boa imagem do casamento, e exaltava os melhores momentos do casal. Eu achava que aquilo era um pouco superficial e estranho, ainda mais no mundo de hoje, mas devia ser muito difícil, já que ela teria que aguentar as piores coisas calada e ter que se mostrar feliz sempre. Haja tolerância e abnegação. De certa forma, era admirável, e para mim, ela realmente amava Jonas. Também, por experiência própria, eu sabia que ele era “irresistível”, devia ser muito difícil não amar um homem como aquele, mesmo com seu quê de canalha...

Já Megan tinha certa revolta pelo modo dos pais, e também possuía muita mágoa de Jonas, eu sabia que às vezes adolescentes exageravam, mas ele realmente deveria ter sido omisso com ela. Mesmo assim, algo em seu olhar, em sua entonação, a sua raiva, me diziam que ela amava o pai, e talvez só quisesse um pouco de atenção.

Saí daquela entrevista com uma ideia cada vez mais fixa na cabeça, não podia me envolver com ele. Eu não podia atrapalhar aquela família, que se amava mesmo não sendo perfeita como se mostrava, afinal nada era perfeito... Até porque já entendia que iria sofrer muito se me entregasse a Jonas Marra. Eu tinha que continuar resistindo...

Por Megan

Eu estava na área de lazer da mansão Marra fumando meu cigarro sem nicotina. Ok, a verdade é que eu não gostava de fumar, e além de tudo já tinha lidos vários estudos sobre o quanto o cigarro prejudicava a saúde. Só fumava mesmo (e um cigarro falso) para provocar dad, e principalmente, mom que era naturalista ao extremo, sendo que o álcool era a única coisa que ela consumia, e era considerado prejudicial pelas pesquisas holísticas furadas que ela lia nas revistas de futilidades. Mas também, né? Quem resistiria a um bom drink, vinho ou uma cerveja? Para mim era assim. Cigarro, não! Drogas (tirando o álcool), não! Já em relação a bebidas, eu adorava e realmente exagerava às vezes.

Percebi que a jornalista saía da casa e andava em direção ao estacionamento. A observava de longe, e pensava sobre a sua visita. O que ela fora fazer lá? Provavelmente deveria ter ido pelo filho, que também estava no concurso, ou pelo irmão, quem sabe queria encher a bola dos dois! É, ela era irmã do Golias, aquele nerdzinho asshole. Nos últimos dias, eu pensara muito no concurso e nele... E a minha raiva por Davi Monteiro ainda era grande, tanto que evitei entrar no chat.

Mom dissera que ela estava fazendo um perfil do meu Dad. Será que era verdade? Se estivesse mesmo, talvez isso fosse conveniente para mim e eu até pudesse indagar sobre as reais intenções dela em minha casa. Resolvi ir atrás da Verônica e a alcancei quando ela estava prestes a abrir o seu carro:

– Você veio perguntar sobre meu dad?

– Ahh – ela gritou, e depois se virou para mim!

– Não queria te assustar.

– Sem problemas, eu me assusto facilmente – ela já estava se recuperando e eu achei a sua expressão a little funny.- Vim? Vim! Eu vim fazer uma entrevista sobre o seu pai. O próprio Jonas Marra propôs que eu fizesse o seu perfil.

– Meu dad? Que pena, então deve ser um perfil chapa branca! Vai falar do todo poderoso e perfeito Marra Man!

– Não! – ela disse firme – De jeito nenhum, eu sou uma jornalista de verdade e não a marqueteira pessoal dele. Quero mostrar as várias faces de Jonas Marra.

– Se é assim, Verônica. Talvez você queira me ouvir!

– Claro, eu marquei a entrevista hoje justamente porque você ainda estaria aqui e não no concurso!

– Então comece a gravar – eu já achava que ela não era tão mal, ou pelo menos não tão ruim quanto o irmão, e ela tirou um gravador pré-histórico do bolso, que me deu vontade de rir, mas me segurei – Megan, como é a sua relação com o seu pai? Como é o Jonas Marra como pai?

Assim, eu comecei a falar sobre os vários momentos de ausências do meu Dad, a sua obsessão com a Marra, comentei um pouco sobre alguns casos que envolviam a minha mom... Não diria que fora um desabafo, já que escondia tantas coisas sobre mim e meus sentimentos. Mas de certa forma, mostrei uma face bem imperfeita do perfeito Jonas Marra:

– Megan, você tem algum caso bom, alguma lembrança boa sobre o seu pai? – Verônica me perguntou.

– Pensei que não era uma biografia chapa branca- falei irritada.

– E não é, eu só queria saber se há um lado bom, muitas vezes, as coisas tem dois lados! - ela argumentou, e eu pensei bem, era uma pergunta sobre a qual precisava refletir.

– Não sei! Eu me sinto distante do meu dad há tanto tempo! Ele me chama de Peanuts desde criança, é um apelido carinhoso. Pode dizer que ele me mima demais, a gente briga muito, mas ele quase não me dá broncas, quase sempre compra as coisas que peço.

– E um caso bom, Megan? Pode ser algo do passado, um momento em que você se sentiu ligada a ele!

– Well... Ele me ensinou a falar português... Quando eu era a little kid, lembro de brincar com ele, havia um jogo que tinha umas luzes, não lembro do nome dele, nem como era direito, mas era muito divertido. E também my dad me contava histórias de super-heróis... Eu adorava. Principalmente as que eram sobre o Marra Man, a Marra Woman e a Marra Girl, my dad, my mom and me. Ele fazia caras e bocas, às vezes, representava os personagens, e inventava cada história amazing!

– Obrigada – ela disse encerrando a entrevista.

Eu passei aquela tarde e uma boa parte da noite um tanto contagiada pela nostalgia. Lembrei dos momentos bons com meu dad, havia bem mais do que eu contara a jornalista, bem mais do supunha existir. E agora, eu me sentia tão afastada dele. Mas será que tinha que continuar assim? Será que não havia como recuperar o tempo perdido? Eu queria cobrar tantas coisas dele, tantos momentos que ele perdeu, tantos momentos que ele me subestimou e foi injusto comigo. Mas tinha que admitir que apesar do meu ressentimento, apesar de não gostar de tantas coisas em Jonas Marra, eu o admirava como homem... E o amava? Sim, o amava sim.

Então, tomei a decisão mais surpreendente da minha vida. Eu decidi falar sobre a verdadeira Megan ao meu dad, iria contar a verdade sobre como entrei no “Geração Brasil”. Eu tinha um convívio maior com mom, só que ela tentava me moldar a sua imagem, sabia que tinha o sonho oculto de que eu me tornasse atriz, mas nunca me imaginei nesse posto, não era algo que almejava, não era bem o meu mundo e por isso não achava que ela me compreenderia de verdade. Já meu dad, sendo nerd, talvez pudesse me entender. Na verdade, tinha mais afinidade com ele.

Jonas Marra chegou tarde naquela noite. Isso não era novidade. A diferença é que eu o esperava atenta, quando ele cruzou a sala, me manifestei:

– Dad? – falei como uma menininha.

– O que foi, Megan? – ele perguntou irritado!

– Você chegou tarde... – era algo óbvio, eu ainda estava receosa, mas talvez isso fosse o pontapé inicial para a conversa que precisávamos ter.

– Claro, ainda estou tentando arrumar a confusão que você fez na Marra! – ele comentou cruel. E aquilo fez surgir uma fúria em mim, eu estava frágil, disposta a me abrir, e ele me tratava assim?

– Pois saiba que depois que o concurso começar, eu vou arrumar muito mais confusão para você resolver, Jonas Marra! - saí cuspindo fogo, eu já devia ter aprendido, fragilidade não funcionava para mim, eu tinha que ser rebelde mesmo.

No dia seguinte, eu já tinha pensado em tantas coisas que podia aprontar no concurso, Jonas Marra que me esperasse, queria provar a ele que era o seu pior pesadelo. Ele não me conhecia e não devia ter me subestimado... Mas no fim da tarde, já tinha algumas dúvidas, será que aprontaria tantas coisas mesmo, ou talvez devesse mostrar que eu era mais do que todos supunham? Mostrar a verdadeira Megan?

Decidi parar de pensar naquele assunto, como diria Scarlet O”Hara “Vou deixar para pensar nisso amanhã”*. O Geração Brasil começaria no dia seguinte, e talvez seria melhor decidir o que fazer quando o momento chegasse... A verdade é que antes de iniciar o concurso, eu queria fazer algo mais, e resolvi entrar no chat hacker. Golias, Ferris e mais uns dois (que conversavam somente entre si) estavam on-line. Eu tive que conter a minha raiva pelo primeiro:

– Você anda sumida, Ada – comentou Ferris.

– Achei que vocês estariam tão animados com o Golias no “Geração Brasil” que nem sentiriam a minha falta!- depois de dizer isso, percebi que precisava me conter melhor.

– Que isso! Acha que eu ia preferir um marmanjo barbado a uma gatinha como você? Assim me ofende- ele riu

– Também senti a sua falta, Ada... Você foi aparecer logo hoje, tão perto de eu entrar no concurso, não vai dá para a gente se despedir direito. Não sei se você sabe, mas vou ficar no limbo a partir de amanhã. – Golias afirmou e aquilo me desarmou um pouco, por que ele não era fofo assim pessoalmente?

– Eu estava brincando, guys! Ando meio ocupada ultimamente, aí não apareci. A verdade é que a partir de hoje, as coisas ficarão mais complicadas, pois farei uma viagem e não sei quando poderei entrar aqui novamente.

– Não vai me dizer que você está no concurso? – perguntou Ferris e eu gelei.

– No, of course not. Só estou ocupada mesmo. – me forcei a ficar calma.

– O Ferris esqueceu que você não é brasileira, Ada. – disse Golias.

– E você, Ferris? Não entrou, por quê? – perguntei tentando tirar o foco de mim.

– Ahhh, vamos dizer que eu estou um pouco acima da idade permitida!

– Really??? Pensei que não era tão velho.

– Eu não sou velho, Ada. Estou no ponto – ele brincou- Só que nasci no início da década de 80, acho que o nome que uso aqui já indicava isso, não? Ou vocês são jovens demais e não viram Ferris Bueller’s Day Off*?... Mas mais pessoas daqui além do Golias entraram no concurso.

–É, eu sei, o Zac Virus entrou... - falei

– Na verdade, eu creio que entraram mais pessoas daqui do que vocês imaginam! – disse Golias.

– É? Quem? – perguntei interessada.

– Prefiro não falar – Golias declarou.

– Sem graça! – disse aquilo com alívio, eu consegui xingá-lo sem dar bandeira, aquela atitude era sem graça mesmo!

– Estão dizendo que a tal Melissa, é a Mel – falou Ferris.

– Ela? – estava desanimada – Ela não é grande coi ... – parei antes de terminar, era melhor não manifestar a minha opinião.

– Adorei! Ada, mostrando ciúmes da colega, as garotas sempre gostam de implicar com as outras... - Ferris provocou.

O papo continuou e eu procurei me defender, depois a conversa ficou mais solta e interessante, falamos de várias coisas como quadrinhos, filmes e séries, e eu até consegui conversar com Golias e esquecer que ele na verdade era um babaca. Após um tempo, eu e ele nos despedimos, pois ambos teríamos que acordar cedo:

– See you later alligator.- disse Golias.

– After 'while, crocodile*... Giant goliath crocodile. – finalizei.

Antes de me deitar ainda pensei em como Golias conseguia ser sweet, eu conversava com ele tranquilamente, e Davi Monteiro tão difícil e chato... A verdade é que preferi manter em mente o Davi e não Golias... Provavelmente seria o primeiro que eu iria enfrentar, já que ele era a pessoa real, e com certeza ainda nos confrontaríamos muito, ainda mais que seríamos adversários.

Acordei no dia seguinte com um gosto estranho na boca, sensações diferentes e sentimentos contraditórios a flor da pele. Me arrumei com o máximo de cuidado, cabelo, maquiagem e coloquei uma roupa bem bonita e sensual no estilo patricinha de Megan Lilly. Peguei a minha mala que já estava arrumada e me olhei novamente no espelho. Respirei fundo. Eu estava preparada para ir a Marra, e dessa vez não seria para uma visita, uma apresentação ou uma palestra, seria para algo totalmente diferente, pois finalmente o “Geração Brasil” ia começar.


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Notas finais do capítulo

*Ferris Bueller's Day Off ou Curtindo a Vida (adoidado) é uma filme de 1986. Um filme bem cult por sinal, além de engraçado. Ferris tirou seu nick desse filme!
*Scarlet O'Hara é a personagem principal do filme/livro "E o vento levou". É um filme bem antigo, mas é um clássico e é muito bom.
* Esse cumprimento de Ada e Golias, é quase uma brincadeira. Há até uma música sobre ele. Mas no caso Megan, modificou um pouco o final da frase e colocou o nome de Golias nela.

Então o que acharam? Espero que tenham gostado. Eu ainda senti necessidade de mostrar mais esses relacionamentos e ações, estou montando as coisas com cuidado, mas no próximo, finalmente começa o concurso. Eu tô ansiosa e vocês? E assim mais uma fase da história começa, e eu até mudei a capa, gostaram da nova?... Não se esqueçam de comentar, pois isso sempre me anima