Química Perfeita escrita por Matheus Cardoso
No dia seguinte, na escola, o representante da nossa turma, Paulo André, nos dá o roteiro da peça para ensaiarmos. Com a permissão do professor de inglês, durante a sua aula, ensaiarmos a peça. Achei legal e meio estranho ao mesmo tempo, falar essas palavras que nunca passaram na cabeça. A cena que eu mais gostei de fazer foi a morte do Romeu:
– Julieta, meu amor! A morte roubou seu sopro de vida mas não roubou sua nobre beleza! Oh, querida Julieta, porque és ainda tão bela? Ohols meus, olhai pela última vez... Braços, abraçai-a pela última vez... E lábios, beijai-a última vez... Bebo isto ao meu amor...
Bebo o veneno e digo, antes de beijar a mão da Julieta:
– E assim, com um beijo, eu morro.
Todos da sala me aplaudem. Agora, é a vez de Alice interpretar a morte da Julieta.
– Era aqui que eu deveria estar...Esperando pelo meu Romeu.
Ela percebe que Romeu estava morto.
– Meu querido, não recebeste a carta de Frei Lourenço? O quê é isso? Veneno? Tomaste tudo, meu amor? Não deixares nada para mim? Vou beijar teus lábios, com sorte, ainda terão veneno...
Ela me beija e concluí:
– Ah, seus lábios ainda estão quentes...
Ouve-se barulhos se aproximando.
– Ah, eu tenho que ser rápida.
Ela encontra um punhal preso na minha cintura.
– Essa é a sua bainha punhal amigo, repouse cúmplice dentro de mim e deixe-me morrer!
Todos e inclusive, eu a aplaudo.
– Muito bom! Muito bom, namorada!- eu grito.
Ela olha para mim, envergonhada.
– Essa vai ser a melhor peça já representada na história desse colégio!- grita Murilo, que interpreta o Conde Páris.
Depois de uma manhã cheia de ensaios, eu e Alice voltamos para casa, almoçamos e decidimos assistir "Romeu e Julieta", a versão de 2013. Só que Juliana liga para Alice com uma ideia melhor.
– Vamos para o cinema? Vai um tempão que não vamos!
– Nós fomos não tem nem um mês, Juliana!
– E daí? Vamos! Precisamos esquecer um pouco Verona, Romeu, Julieta, Capuletos e Montéquios... Vamos! Por favor!
– Tá bom! Vou falar com o Diego!
Concordei na hora e meia hora depois, já estávamos juntos, partindo rumo ao cinema e decidimos assistir "12 anos de Escravidão", que fala sobre um escravo que foi liberto mas foi sequestrado e obrigado a trabalhar numa plantação por 12 anos.
Saímos da sala, no final do filme, comentando-o. Eu gostei do filme mas Juliana não parava de falar sobre ele.
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