Glass Eyes escrita por PsicodeliCahh


Capítulo 7
Eu Confiei em Você


Notas iniciais do capítulo

E até que emfim eu estou aqui com mais um capítulo dessa história linda que vocês amam (Só que não ;-;)
Esse aqui me deu um puto dum trabalho, então espero que não esteja tão confuso.
Até e boa leitura!!



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Era um dia como qualquer outro, pessoas passeando alegremente, pássaros no céu, que estava totalmente azul e com poucas nuvens, e aquela brisa do ultimo dia de aula, então, não era de se surpreender que todos estavam felizes, principalmente uma garota.

Ela não era muito diferente das outras pessoas, tinha cabelos castanhos presos cuidadosamente em um rabo de cavalo, pele lisa e delicada, e um corpo invejado por muitas garotas, mas o que a diferenciava dos outros eram seus olhos, de um azul profundo, quase violetas. Seu nome era Rebecca.

Ela andava calmamente pela calcada, com sua mochila nas costas e fones nas orelhas, hoje todos na sala iriam confirmar presença em uma festa que estavam planejando a meses, e com certeza ela iria, principalmente porque seu namorado, Ryan, teve a ideia.

Ryan era um cara alto, com cabelos negros que sempre deixava bagunçados, olhos cor âmbar, e usava um piercing em seu lábio inferior. Ele era legal, e Becca gostava dele, mas seu problema com bebidas o deixou agressivo, afastando os dois, porem ela achou que esse dia seria diferente, que ele não iria beber e os dois poderiam curtir a festa.

Quando ela chegou no colégio, todos estavam conversando animados, mas Ryan nem estava la. Logo uma garota de cabelos loiros lisos e olhos com verdes veio correndo em sua direção.

– Oi Becca! Animada? – Danielle perguntou com a voz carregada de animação, provavelmente por causa da festa.

– Claro que sim! Nem parece que você me conhece pra perguntar uma coisa dessas! – Rebecca respondeu um pouco alto demais, mas notou isso e tirou os fones.

– Eu tenho uma super noticia para te dar e também um favorzinho. – a loira limpou a garganta e continuou. – Eu vou começar um blog dedicado a creepypastas! Não é demais?

– Sim, é. Mas e o favor?

– Bem, mas já que eu não conheço tantas como você, eu estava pensando se minha amiguinha do coração não poderia me dar algumas informações. Por favor, diz que sim! Siiiiiiiiiiiiim? – Danielle fez os melhores olhos de filhote que conseguiu, na tentativa de convencer a morena.

Elas permaneceram assim por dois minutos, até que Becca cedeu.

– Ugh! Ta bem! Mas vê se não conta pra ninguém sobre isso! Você tem noção do perigo disso? São informações policiais, e eram para ser sigilosas.

A loira comemorou e as duas foram para dentro da sala junto com os demais alunos.

As aulas correram normalmente, mas Becca não viu Ryan em lugar nenhum, o que ela achou estranho demais. Ela não o viu enquanto sais do colégio nem enquanto caminhava de volta para casa.

– Cheguei! – Rebecca deixou a bolsa na sala e foi para a cozinha cumprimentar seu pai.

Dennis, o pai de Rebecca e Katherine, era um policial respeitável, forte, astuto, e muito experiente, ele comandava casos de assassinatos que envolviam o que as pessoas chamam de sobrenatural. Tinha olhos cinzas e cabelos castanhos escuros, era alto e de estrutura larga, o que o proporcionava mais força que os demais colegas de trabalho, por isso e por sua experiência, ele foi nomeado o chefe do departamento de policia.

E todos os dias eram como uma rotina para ele.

Rebecca ia para o colégio de manha, e Katherine para o cursinho, ele acordava e preparava o almoço para quando as duas chegassem, Becca chegava e o cumprimentava, os dois revisavam as noticias do jornal enquanto Kath não chegava, e depois os três almoçavam juntos, ele saia para o trabalho e voltava a noite.

Mas ninguém pensava que quebrariam essa rotina...

– Oi pai!

– Oi Becca! – Dennis respondeu abraçando a garota. – Como foi na escola?

– Bem. Você viu a noticia? – Becca entregou uma o jornal para o pai e apontou para a primeira pagina, onde se lia.

Mãe doente mata o próprio filho.

Na noite do dia 26 de marco as 2 horas da manha, uma mulher de 42 anos mata seu próprio filho a facadas. O corpo foi encontrado em seus braços enquanto ela lamentava pela morte do garoto.

Antes da mãe ser presa, ela dizia ter tentado matar um palhaço, mas que ele desapareceu e ela acertou seu filho no lugar.

O palhaço foi descrito tendo dois metros e quarenta de altura, somente nas cores preto e branco, com cabelos que iam ate seus ombros, que estavam cobertos com penas pretas e brancas. Seus braços quase relavam no chão e eram listrados nas cores descritas. Sua pele tinha uma aparência plastificada e seu nariz em forma de cone era listrado como as mangas de sua roupa de palhaço. Seus olhos tinham tons de cinza, preto e branco, e ele nunca deixava de sorrir.

A mulher foi diagnosticada com esquizofrenia e depressão, e esta sendo mantida na clinica psiquiátrica local. A policia esta monitorando sua recuperação e logo ela será transferida para a Prisão de Segurança Máxima de Siles (Autora: Siles é a Capital :D) onde pagara uma pena de 25 anos e passara mais 3 anos prestando serviços públicos.

– E então?

– Laughing Jack ataca novamente... – Ele disse com um suspiro, se inclinando um pouco mais na cadeira. – Eles não vão soltar a mulher...

– O que? – Rebecca torna sua atenção para ele com os olhos arregalados de surpresa. – Como não vão soltar ela?!? Eles não podem fazer isso!

– Só... Não se preocupe muito com isso, ok? Vá descansar um pouco, você vai precisar de muita energia para o que esta por vir... – Dennis falou baixo e a guiou pelos ombros para o quarto, ignorando as perguntas da filha, o que a deixou preocupada, e fechou a porta do quarto, trancando-a.

– Pai! Papai! Destranca essa porta! Pai! – Becca gritava e batia na porta de seu quarto, até que concluiu que era inútil continuar a gritar, então foi até a janela para se acalmar.

Quando ela abriu a cortina, conseguiu ver seu pai saindo para o trabalho, e desaparecendo com o carro na curva mais próxima. Com um suspiro Rebecca levou sua atenção para a paisagem na frente de sua casa, e já que seu quarto ficava no segundo andar, ela tinha uma ótima vista da floresta que ficava a uma quadra de distancia da sua casa, e também um ângulo perfeito para o por do sol, mas ela saiu de seus pensamentos por notar que o sol já estava se pondo, sendo que ela havia acabado de sair da escola, no entanto ela se lembrou do que seu pai havia dito, e achou que tinha dormido a tarde toda, então ela olhou para seu quintal somente para pular de surpresa pela figura que estava parada lá. (Autora: Não. Não é o Slender -_-)

A criatura era totalmente negra, como uma sombra e parecia que usava um cachecol que cobria sua boca, tinha quase dois metros de altura e seus olhos eram totalmente brancos, que brilhavam sobre a noite que caia lentamente na rua. Não demorou muito para ele perceber que tinha sido descoberto e olhar diretamente para a janela, fazendo Rebecca recuar alguns passos, logo começou a se sentir extremamente tonta e caiu na cama, fazendo algumas mechas de seu cabelo cair sobre seus olhos azuis.

Uma pena não poder me comunicar com você sem te deixar fraca...

Becca se sentou rapidamente e olhou para os lados, não encontrando ninguém que poderia ter falado com ela. – Q-Quem esta ai? APAREÇA!!!

Tch! Que falta de educação com a pessoa que te salva de pesadelos quase todo a noite. Vou começar a chorar! Se eu não tivesse ordens claras, te mataria agora mesmo.

– D-desculpa... Eu só-

Me poupe disso e dessa vez abra a janela. Antes de você me perguntar, Sim! Eu sou essa sombra que você vê. E Sim! Eu controlo seus sonhos. Na verdade controlo os sonhos de qualquer pessoa, geralmente transformando-os em pesadelos, mas já que meu chefe viu alguma coisa diferente em você, me deu ordens para cuidar dos seus. De nada!

Ela ainda hesitante abriu a janela para se encontrar de novo com a sombra de olhos brancos, que dessa vez estava de braços cruzados e ainda olhando para a janela. – Então, isso é um sonho?

Talvez sim... Talvez não... Mas lembre-se que eu tenho os mesmos dons nos dois mundos, então cabe somente a você decidir se isso é real ou não... Mas esse não foi o motivo pelo qual eu vim aqui! Escuta com muita atenção. Coisas ruins estão por vir e você não vai poder evitar isso. Eu estou te avisando para você poder se preparar para o pior heheh mesmo que não vá fazer muita diferença...

– Espera! O que você quer dizer com isso? – Rebecca perguntou assustada para a sombra. Suas mãos estavam suadas e tremendo, suas pernas quase cedendo ao peso do corpo. Ela fitava a figura com olhos arregalados até ouvir o barulho de um carro se aproximando em alta velocidade, e é claro, a sombra também notou.

Preciso ir agora, mas talvez a gente se encontre algum dia, e isso... É um fato que não pode se negar heheheheh

Ele se foi no exato momento que o carro parou no meio do quintal da casa da Becca, e de lá saiu um homem que Rebecca reconheceu sendo Ryan, que cambaleava até a porta da frente.

Isso fez com que parte de seu medo sumisse, e ela conseguiu achar forças para chamar a atenção dele. – Ryan! Ryan, me tire daqui! Ryan!

O moreno levantou o olhar para a janela, e logo depois entrou na casa. Seus passos subindo as escadas podiam ser ouvidos do quarto onde Becca estava trancada, depois barulho de chaves e a porta sendo aberta, revelando a cara de bêbado de Ryan quando ele perdeu o equilíbrio e quase caiu, se não tivesse sido segurado pela Becca, que o carregou para a cama e ele finalmente abriu completamente os olhos, para dar de cara com dois olhos azuis.

– Behcca...? Que você ta fazendo aqui? – Ryan perguntou com uma cara de sono, fazendo Rebecca rir um pouco ao se sentar ao lado dele.

– O que VOCÊ ta fazendo aqui. Não era para você estar organizando a festa? Todo mundo já deve ter chegado.

– Eles podem esperar mais um pouco... – Parecia que ele não havia ingerido uma única gota de álcool ao puxá-la mais perto de si e a beijar. Ela retribuiu o beijo por um tempo, até empurrá-lo para onde estavam antes.

– Ryan... Você não pode esperar até o gosto do álcool sair da sua boca?

– E que diferença isso faz? Você é minha. – Antes que ela pudesse dizer mais alguma coisa ele estava a puxando de novo e forçando mais um beijo, mas muito mais intenso, e mesmo que Rebecca tentasse se soltar, Ryan segurou seus dois braços e a deitou na cama, usando o peso de seu corpo para mantê-la presa, mas Becca mordeu sua língua, e quando soltou um de seus braços deu um tapa na cara dele e se afastou para recuperar o fôlego enquanto ele gemia de dor ainda na cama.

– EU NÃO ACREDIT- - Quando ela se deu conta do impacto na sua bochecha esquerda, já estava caída em um canto do quarto, e quando a dor veio ela se deu conta que Ryan havia dado um soco em seu rosto e agora estava segurando ela contra a parede.

Seus olhos estavam cheios de ódio enquanto ele gritava para ela segurando ainda mais forte seus pulsos. – SUA VADIA! COMO EU POSSO TE CHAMAR DE NAMORADA SE NEM PRA FAZER O QUE EU QUERO VOCÊ PRESTA! SUA INUTIL!

A esse ponto as lagrimas já escorriam soltas pelo rosto da Rebecca, e soluços se formavam no fundo de sua garganta a arranhando, e ela tentava achar forcas para se libertar, enquanto o moreno apertava seus pulsos cada vez mais forte, e ele iria quebrá-los se Becca não se soltasse.

De repente um leve crack pode ser ouvido, pois seu pulso direito havia quebrado, e quando ela gritou de dor Ryan a atirou para o outro lado do quarto.

Rebecca sentiu o gosto metálico do sangue em sua boca e uma onda de adrenalina se estendeu por todo o seu corpo. Logo ela estava de pé, com a cabeça baixa deixando o cabelo cobrir seus olhos, formando uma sombra sobre os mesmos. Ryan notou isso e deu uma risada. – E você ainda pede mais não é? – E avançou na direção da Becca, que afastou uma das pernas e com a outra chutou as partes íntimas do moreno, que caiu no chão gemendo de dor (mais uma vez XD), e ela usou esse tempo para correr para fora da casa, saindo em disparada pelas ruas, sem ter noção de onde estava indo.

O sangue agora estava escorrendo pelo canto de sua boca, e ela segurava a mão direita que começava a inchar.

Quando Rebecca ousou olhar para frente, se viu na frente de uma casa abandonada, já começando a se decompor pelo tempo. Ela se sentiu atraída pela casa, e sentia que precisava entrar, mesmo que no fundo de sua mente sua consciência dissesse o contrário, Becca entrou na casa e lentamente fez seu caminho para o segundo andar, onde entrou pela primeira porta que viu e parou no meio do quarto pela visão que ele proporcionava.

Sangue.

Sangue pelas paredes, chão, cama e cortinas. Sangue em todo o lugar. O cheiro de morte pairava intenso no ar, e isso deixou Rebecca enjoada, com sua mente imaginando inúmeras coisas que poderiam ter acontecido entre essas paredes.

Ela fechou os olhos, não querendo ver mais nada, não queria mais ver as coisas horríveis que a humanidade fazia consigo mesma, ela não queria mais ver.

– Eu não quero que você veja... O que esse mundo se tornou... – Rebecca pulou de medo ao ouvir uma voz em um dos cantos escuros do quarto, e começou a procurar freneticamente a pessoa a quem a voz pertencia, até que alguém a segurou por trás e sussurrou. – Eu não quero que você veja... O que eu me tornei...

E a ultima coisa que Rebecca viu foi a faca indo em direção aos seus olhos...

Escuridão...

– AAAAAAAAAAAAAAAAHHH!!! – Rebecca acordou com um grito e alguém segurando seus ombros. Sua cama estava molhada de suor e sua franja estava grudada em sua testa. Sua respiração estava rápida e desregulada. Foi tudo um sonho.

Não.

Um pesadelo.

Quando ela conseguiu se acalmar, a pessoa que estava segurando seus ombros também pareceu relaxar.

– Você ta bem Becca? – Era uma voz masculina, que Rebecca reconheceu quase no mesmo segundo.

– Jack? O que você ta fazendo aqui? COMO você conseguiu entrar aqui?

– Ah! E-eu... Eu sempre passo na frente da sua casa e hoje eu ouvi você gritando, e-então já que eu não consegui entrar pela porta da frente eu usei a dos fundos... – Ele meio hesitante se sentou na beirada da cama, tirando a franja grudenta da testa da Becca. – Você estava tendo um pesadelo, eu não consegui te acordar então meio que entrei em pânico. Mas estou melhor agora que você esta bem. E... se você quiser que eu saia, t-tudo bem.

Na verdade, ela não queria que Jack fosse embora. Ela não queria ficar sozinha. Não de novo.

– Jack e-eu... Eu não quero ficar sozinha então... Você se importa de ficar aqui essa noite?... Comigo...?

Se Rebecca pudesse ver, e Jack estivesse sem máscara, ela notaria que o rosto do mesmo estava em um forte tom de vermelho.

– C-claro que n-não... Becca eu- - Ele notou a garota abrindo um espaço na cama para ele se deitar, e como se fosse possível, seu rosto ficou ainda mais vermelho. Putzputzputzputz! O que eu faço? O que eu faço? JACK SEU IDIOTA!!!

Depois de alguns minutos ele finalmente se deitou ao lado da Becca, quase atravessando a parede tentando manter distancia de garota, que logo adormeceu.

Jack sorriu ao ver Rebecca agora tão calma, mas logo ele mesmo começou a fechar os olhos, ouvindo a respiração dela, os dois mergulhando em um sono sem sonhos.


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Notas finais do capítulo

Esse foi praticamente o maior capítulo que eu já escrevi... É...'-'
Maaaaaaaaas eu espero que vocês tenham gostado.
Só por falar mesmo, o pai da Becca morreu baleado na mesma noite que ela ficou cega.
Atééééééé!!!!