30 minutos, um piscar de um olho

30 minutos para mudar nossas vidas

30 minutos para que eu mude de idéia

30 minutos para finalmente me decidir

30 minutos para sussurrar o seu nome

30 minutos para suportar a culpa

30 minutos de alegria, trinta mentiras

30 minutos para finalmente me decidir

Riddle corrigia alguns trabalhos dos alunos do 7º Ano e acabara de colocar um enorme X no trabalho de Ronald Weasley, visivelmente copiado da Srta. Sabe-tudo, quando um corvo negro pousou em sua mesa trazendo um pergaminho amarrado na pata. Ele costumava receber corvos umas duas vezes por ano na França antes para receber notícias da irmã que se afastara para não coloca-la em perigo, mas agora os corvos pertenciam a Grindelwald convidando-o a se juntar a ele. Riddle sabia que fosse qual fosse a notícia que aquela carta trazia, não era boa coisa.

Nós temos Hylla Riddle. – era apenas o que o pergaminho dizia, na letra forte e garranchada de Gellert Grindelwald. Tom amassou o pergaminho e bateu o punho fechado na mesa, furioso, no mesmo momento em que alunos do 3º Ano entravam e o olhavam assustados.

– Saiam! – ordenou feroz. – Não terão aula hoje, vão!

Jogou o pergaminho no lixo e assim como nas outras vezes ele virou cinzas.

– Eu tenho que fazer alguma coisa Nagini. – sussurrou em língua de cobra.

– Você tem visita, meu mestre. – respondeu a cobra e só então Tom notou Elizabeth parada e apoiada no batente da porta, os braços cruzados, o observando com os olhos semicerrados.

– O que aconteceu? Os alunos do 3º Ano estão fugindo daqui como se tivessem visto Voldemort. – ela diz num leve tom de voz descontraído e fechando a porta atrás de si.

– Engraçadinha. – disse e sentiu a raiva se esvair assim que os lábios de Elizabeth pressionaram os seus num beijo rápido. – Não foi nada, não devia estar indo para a aula agora? – ele arqueou uma sobrancelha.

– Está mentindo. – ela disse séria, já o conhecia bem o suficiente para saber quando estava mentindo apesar de ele ser tão bom nisto.

– Nada, não insista neste assunto. – desta vez ele diz num tom de voz cortante, encerrando o assunto, o que a faz ficar irritada. Elizabeth abriu a boca para objetar, mas tentou não brigar, seja o que fosse que o aborrecia, parecia deixa-lo bem preocupado. Bem, ela devia mesmo estar indo para sua aula de feitiços e já chegaria atrasada de qualquer maneira, então deu as costas para sair da sala, mas foi impedida por ele que a puxou para um beijo que a fez sentir um frio na barriga.

– Tom eu... – começou assim que se separaram, - acho que devíamos começar a pensar em contar para Dumbledore e para meus pais sobre nós. – Elizabeth mordeu o lábio hesitante, adorava estar com ele e aquela sensação de perigo e de que a qualquer momento podiam ser pegos era realmente divertida, mas queria experimentar não ter que esconder para variar um pouco, não estar namorando com alguém proibido ou com o inimigo seria uma novidade para ela.

– Não é uma boa ideia, pelo menos ainda não. Não enquanto Grindelwald e Olívia estiverem soltos.

– Estou farta destes dois, eu poderia ir para a França hoje mesmo e quebrar a cara daquela loira azeda e estou me perguntando agora mesmo por que eu ainda não fiz isso. – Liz explodiu irritada e olhou indignada para Riddle quando ele começou a rir, mas seu ataque de riso a contagiou, ele a puxou segurando sua mão e beijou seu pescoço de leve.

– Se quiser pode fazer isso estressadinha, mas Olívia deve ter no mínimo cinquenta dos seus melhores comensais da morte para protege-la e boa sorte para tentar sair de Hogwarts, como seu professor não posso deixar que faça tal loucura.

– Bom de qualquer forma eu tenho que ir, estou atrasada para a aula, eu nem devia estar aqui. – disse, mas bem, ela já estava atrasada mesmo, então o beijou, se permitindo bagunçar os fios negros sempre alinhados do professor de DCAT e se perdendo nos lábios finos de Riddle, no perfume de sândalo e nas mãos fortes que abraçavam sua cintura, tanto que nem perceberam quando a porta foi aberta e a vice-diretora adentrou a sala.

– Professor, por que os alunos do 3º Ano estão...? Srta. Snape! E... Professor! Mas, mas isto é...

– Espera professora, eu... – Elizabeth tentou argumentar, embora não houvesse muito o que argumentar, seus lábios mais vermelhos que o normal e os fios negros bagunçados de Riddle falavam por si próprios.

– Terei de reportar isto ao diretor e aos seus pais senhorita, isto é contra as regras, não esperava isto do senhor, professor.

– Faça como quiser Minerva.

– Mas professora...

– Eu sinto muito Srta., é melhor que vá para sua sala.

Elizabeth trocou um último olhar com Tom antes de sair irritada, xingando mentalmente Mcgonnagal de velha enxerida. Riddle se retirou para seus aposentos o mais rápido que pode, não estava a fim de ouvir um sermão de Minerva sobre as normas e regras da escola e tinha que arrumar seus pertences, não ia ficar por ali por muito mais tempo.

[...]

POV Elizabeth

Voltei a ver Tom apenas durante a noite quando ia para o grande salão para o jantar, sabia que àquela hora Minerva já havia mandado uma carta à minha mãe e reportado o que tinha visto a meu pai e ao diretor, esperava receber um berrador durante o jantar.

– Acha que vão te expulsar? – perguntei enquanto adentrávamos juntos o grande salão.

– Não estou preocupado com isto. – ele diz.

– Talvez seja bom nos afastarmos um pouco. – digo incerta e paro, pois chegamos à mesa da sonserina.

– Não vejo porque Elizabeth, eu te vejo mais tarde. – ele diz e acho que perdeu de vez a cabeça quando me beija, um beijo rápido nos lábios, mas que não passa despercebido para todo o salão.

Riddle caminha até a mesa dos professores como um lorde, a capa negra esvoaçando atrás de si e sem se incomodar com os olhares, eu, por outro lado, senti as bochechas esquentarem e usei os longos fios negros para que não percebessem o quanto eu estava vermelha, afinal os olhares de quase todos no salão estavam em mim. Eu me sentei ao lado de Draco que soltou apenas um:

– Uau Snape. – antes de voltar a conversar com uma garota do 4º Ano chamada Astoria, mas Crabbe, Goyle e Blásio ainda olhavam para mim como os idiotas que eram.

– Estão olhando o que? – pergunto com cara de poucos amigos. Os cochichos preencheram o grande salão até voltar a ser os gritos e risadas de sempre, que só cessaram quando Dumbledore se levantou para dar algumas palavras sobre o que estava acontecendo lá fora, sobre as novas regras de segurança do castelo e falar as palavras para o banquete aparecer, não me atrevi a olhar para o meu pai, mas fiquei feliz de deixar de ser o centro das atenções de novo.

– E então o que foi isso? – Pansy Parkinson perguntou.

– Minerva pegou a gente, acho que não é mais um segredo.