A escuridão cai sobre a cidade

Ela parece te seguir

Mesmo que não peça clemência

Não há nada você que possa fazer

O berrador não chegou, mas depois do jantar, quando todos os alunos já estavam indo para seus dormitórios, Harry foi até a mesa da sonserina, junto de Rony e Hermione.

– Enlouqueceram?! – foi a pergunta de Harry. – Vão ser punidos por isto, sabe disto não é?

– Eu sei. – foi só o que eu disse para as broncas de meu irmão, Harry já sabia de Riddle e eu, mas não deixou de ficar chocado pelo beijo.

– Estão nos chamando na sala do professor Dumbledore. Eu acho que você está ferrada, a cara do Snape durante o jantar era horrível.

– Não pior do que o normal. – disse o Weasley.

– O que acha que vão fazer comigo? Não podem me expulsar, podem?

– Não sei, mas o professor Riddle com certeza sim, é terminantemente proibido qualquer tipo de relacionamento entre professores e alunos, está nos regulamentos da escola. – disse a Granger.

– Ah é mesmo? Eu nem imaginava. Vamos Harry! – eu digo me levantando e puxando meu irmão, deixando os outros dois para trás.

Chegamos à Gárgula e Harry diz a senha, batemos na porta e entramos após o consentimento. Na sala do diretor estão minha mãe e James, meu pai, Tom, Nagini, Minerva e o diretor.

– Mataram os pais da Marlene e ela escapou por muito pouco, foram torturados e mortos, eles estavam escondidos Dumbledore, alguém de dentro da Ordem está contando para Grindelwald onde os membros da Ordem da Fênix estão escondidos. – dizia minha mãe para o diretor quando entramos e eu semicerrei os olhos.

– Diretor, mandou nos chamar? – perguntei hesitante.

– Sim Srta. Snape, já deve bem saber o motivo. – disse o diretor me olhando por cima dos óculos de meia lua e eu assenti.

– Isto é verdade Liz? E você sabia disso Harry? – foi minha mãe quem perguntou. – O que Minerva nos contou, você e Tom Riddle? Ele é... Ele é muito velho para você e é seu professor.

Não muito, só uns 50 anos mais velho, pensei.

– Sim, é verdade, mas gosto dele, não podem nos punir por isso. Harry não sabia de nada. – menti a última parte.

– Na verdade pode, Riddle deve ser expulso e ficar longe dela, devo lhe lembrar que é contra as regras da escola, Dumbledore? – disse meu pai visivelmente aborrecido.

– Ora sim é contra as regras Severo, mas acho que muitas vezes não podemos controlar por quem nos apaixonar, não é mesmo? – disse Dumbledore e eu quase sorri quando o diretor deu uma piscadela para mim.

– Bem... – minha mãe não parecia muito aborrecida, apenas preocupada e surpresa. – Riddle tem ajudado muito a Ordem da Fênix, Sev. Cuidou da Liz durante as férias e foi ele quem a salvou da Lady das Trevas, além de que conheço Elizabeth há quase 17 anos, proibir seria o mesmo de incitá-la a ficar com ele escondido.

Não consegui conter um sorriso travesso mesmo que ela me lançasse um olhar severo, minha mãe me conhecia bem, e Tom tinha conquistado todos eles, talvez não fosse ser tão difícil quanto pensamos que seria, mas Riddle não parecia tão entusiasmado quanto eu. Meu sorriso vacilou quando ouvi a voz de Tom em minha mente, eu sinto muito Elizabeth, lhe lancei um olhar interrogativo.

– É claro que eu a salvei, - ele se pronunciou pela primeira vez. – Não podia deixar que minha Lady machucasse Elizabeth, ela foi uma boa distração nos meses em que estive neste castelo extraordinário, não imaginam como é difícil conter uma bruxa das trevas enciumada.

– O que você está fazendo? – perguntei descrente e ele riu frio e debochado me lembrando de como ele era quando era Voldemort.

– Tolinha, achou mesmo que eu sentia alguma coisa por você? Garota estúpida. Como se Lord Voldemort fosse perder tempo com uma garotinha. – eu acho que todos estavam em choque demais para fazer alguma coisa.

– Tom o que está dizendo? – perguntou minha mãe se levantando.

– O que me dizem uhm? Se encantavam com o talentoso e brilhante Tom Riddle, novo professor de Hogwarts e enquanto isto eu ensinava magia negra a seus alunos e levava informações da Ordem da Fênix para a Lady das Trevas bem debaixo do nariz do grande Alvo Dumbledore, mas não o culpem, ele está velho e sua bondade é sua fraqueza, achou que eu tinha mesmo me rendido ao amor, ridículo.

Tom veio até mim, ficando a centímetros de distância, eu prendi a respiração.

– Mas você foi ótima sweetheart, haverá um lugar entre os meus comensais para você se quiser. – não quis encarar o olhar abismado e de repugnância de minha mãe, mas encarei com as feições dura o olhar frio e malicioso de Voldemort.

– Afaste-se dela. – o primeiro a se manifestar foi Harry atacando Voldemort com feitiços. – Eu te avisei que se a machucasse mais uma vez eu te mataria, Voldemort.

– Harry! – minha mãe gritou, mas foi Dumbledore quem afastou meu irmão, tomando o lugar dele em um duelo direto com Voldemort, o que destruiu parte de seu escritório enquanto minha mãe protegia a Harry e a mim, meu pai e James o ajudaria, mas foram atacados por Nagini. Tom fugiu utilizando a janela e desapareceu em uma fumaça negra, se ficasse ali não sairia ileso, eram seis contra um, mas ele foi rápido na fuga.

Todos os olhares caíram em mim depois disto.

– Me diz que você não sabia quem ele é. – disse minha mãe furiosa.

– Eu disse desde o começo que não confiava nele. – disse meu pai.

– Agora não adianta, todos confiamos em Riddle, todos fomos enganados por ele, inclusive Elizabeth que é mais vitima dele do que nós, não é Liz? – perguntou James, mas eu não respondi e a resposta ficou subentendida, eu sabia que ele era Voldemort e não estava com cabeça para mentir, eu só não entendia por que ele tinha feito aquilo, não conseguia entender e isto me frustrava, me irritava.

O silêncio foi incomodo, todos se sentiam traídos por Riddle, o professor responsável, talentoso e galante que eles acolheram, quase fazia parte da Ordem da Fênix.

– Está de castigo, vamos leva-la de volta para casa, Dumbledore. – disse minha mãe decidida ao diretor e se dirigiu a mim. – Vá arrumar suas coisas, já foi o bastante por hoje.

Saí da sala do diretor sem dizer nada e rumo ao meu dormitório, no caminho, porém, parei nos aposentos de Tom. A porta estava apenas encostada, eu entrei. Olhei para suas coisas sempre tão bem arrumadas.

– Não faz o menor sentido. – pensei em voz alta e coloquei a mão no bolso me espetando com alguma coisa. – Aiii!

Chupei o sangue que saía de meu dedo e tirei do bolso algo que não estava ali antes, uma rosa branca, eu tinha me espetado com seu espinho.

Em sua cama tão bem arrumada havia apenas um papel em cima, virado do avesso, eu o peguei e me surpreendi ao encontrar naquela folha um desenho, um desenho meu pintado em cores fortes e com uma legenda Black Diamond.

– Estava mentindo! – me pareceu claro como a água, ou por que outro motivo ele deixaria Hogwarts sem matar ou ferir um aluno sequer? – É claro! Ele estava mentindo.

Guardei o desenho comigo e fui para o meu quarto onde arrumei meu malão, me despedi e expliquei brevemente o que aconteceu a Pansy e voltei até a sala do diretor.

– Estou pronta. – digo.

– Desculpe por isto diretor, mas Elizabeth não pode sair impune desta, vamos filha.

– Não seja tão dura com ela Lily, tem certeza que quer leva-la? – minha mãe assentiu. – Pode não ser seguro.

– Nós vamos protege-la.

Lily, James e Harry deixaram a sala do diretor e meu pai também, Snape se despediu de mim apenas com um aperto no ombro antes de sair. Aproveitei que eles já tinham saído para falar com o diretor.

– Ele estava mentindo. – eu disse a Dumbledore que semicerrou os olhos.

– O que disse senhorita?

– Eu conheci Voldemort, ele é bem pior do que isto. Ele está mentindo.