As férias chegaram ao fim, voltei para Hogwarts no mesmo compartimento que minhas amigas, eu sentiria muita falta de Druella. Enquanto estava com o braço entrelaçado com minha amiga e lhe contando sobre minhas férias, percebi uma marca em seu braço esquerdo, subi sua manga e lá estava ela, a marca negra, Ella abaixou a manga da blusa às pressas.

– Terei que usar um vestido de manga comprida na formatura. - ela diz encolhendo os ombros.

Queria estar aqui para a formatura. - pensei entristecida.

– Vai ser bem empolgante. Eu não devia te dizer nada, mas Tom tem planos para a formatura. - Druella certificou-se que Ângela e Walburga conversavam animadas sobre as férias delas.

– Que tipo de planos? - perguntei hesitante, eu não sabia se queria saber.

– Ele quer abrir a câmara secreta. - ela diz em um sussurro.

Que ótimo que não vou estar aqui para a formatura. - retifiquei.

Cruzei os braços e fiquei emburrada.

– Ah Liz, pare de ser boba, devia se juntar a nós e ter orgulho dele, Tom é um pouco perigoso, mas é um grande bruxo.

– É eu sei, mas dispenso. Conte-me como foram as suas férias? - pergunto mudando de assunto.

Tive um ultimo banquete de natal e quando todos os alunos iam para seus dormitórios, tomei um rumo diferente e fui até a sala de Dumbledore. Bati na porta, sentindo um nó na garganta, sentiria falta dos amigos que fiz ali, das aventuras, das coisas que descobri e de Tom é claro.

– Entre. - ouvi a voz de Dumbledore e entrei fechando a porta atrás de mim.

– Eu estou pronta, senhor, para fazer o que deve ser feito.

– Fico feliz que tenha feito à escolha certa, Srta. Elizabeth.

– Mas antes tenho perguntas, Tom vai se lembrar de mim?

– Receio que sim, senhorita.

– E o que dirá a eles? Eu não me despedi, odeio despedidas.

– Direi que... Que decidiu terminar de se formar em Beauxbatons. Tom não irá acreditar nisto, mas...

– Eu lhe escrevi uma carta explicando. Fiz mal?

– Não, fez muito bem na verdade, vamos começar então.

[...]

POV Tom

Os outros garotos do dormitório conversavam balelas enquanto eu arrumava meu malão, tirava minhas vestes de lá para me preparar para dormir, pensava e maquinava tudo o que faria na formatura, um final glorioso para o fim dos anos que estive em Hogwarts, a morte de um sangue ruim, até mais de um se for possível.

Entre as vestes, encontrei algo que eu não tinha colocado ali, um pergaminho, eu o peguei e abri, a letra era de Elizabeth, franzi a testa e comecei a ler.

Querido Tom

Em nossa primeira noite de volta ao castelo, irei procurar o professor Dumbledore e voltar para o ano de onde vim. É o certo a se fazer, eu sinto falta da minha família e não quero ser a Lady das Trevas que fui um dia, o que vai acontecer se eu continuar aqui. A história não vai se repetir. Desculpe por não te falar antes, mas eu odeio despedidas, você sabe que eu não sou muito sentimental e acabaríamos brigando de qualquer jeito. Dumbledore apagará a minha memória e eu me esquecerei de você, esquecerei de tudo, vou ser só Elizabeth Snape, uma garota normal (na medida do possível).

De sua eterna Princesa Mestiça.

Elizabeth Lily Snape.

P.S: Não deixe Voldemort tirar o que você tem de melhor.

Sentei em minha cama, chocado e sentindo algo apertar dentro de mim, um sentimento horrível que me fez preferir voltar a ser o monstro que não podia amar, ela não podia me deixar.

– Tom, você está bem? - perguntou Malfoy. - Está parado olhando para o nada, o que é isto?

– Não é da sua conta. - digo agressivo antes de sair do dormitório batendo a porta, a carta de Elizabeth ainda em minha mão.

Corri, odiando pela primeira vez que o dormitório da sonserina fosse nas masmorras, tão longe de tudo. Subi as escadas e logo cheguei até a sala de Dumbledore. Abri a porta sem nem ao menos bater.

– Elizabeth, não faça isso... - somente Dumbledore estava em sua sala, ninguém estava com ele.

– Eu lamento, Tom. - disse o professor com seu tom de voz compreensível, como se ele entendesse alguma coisa.

Amassei a carta em minha mão, sentindo raiva daquele velho por tirá-la de mim, mais do que nunca eu tinha vontade de matá-lo, de destruir todos os sangues ruins daquela escola e esquecer Elizabeth.

– Ela fez a escolha certa, eu espero que você também as faça.

– Boa noite, professor, desculpe incomodá-lo a esta hora da noite. - digo mecanicamente, antes de fechar a porta e voltar furioso para meu dormitório, eu teria que esquecê-la de uma vez por todas.

[...]

Elizabeth acordou no meio da noite no dormitório feminino da sonserina, fitou o teto sentindo um vazio no coração que não conseguia entender, era como se ela tivesse que se lembrar de alguma coisa, mas não conseguia. Por fim virou para o lado e achou melhor tentar voltar a dormir, afinal no dia seguinte começava o seu 6º Ano em Hogwarts.