Traga-a pela Maré escrita por TropicalGirl


Capítulo 8
Capitulo 8 -


Notas iniciais do capítulo

#NaoConfieNoJames
#AndeComCintoNoCarro



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Eu abri os olhos e olhei para o lado. Minha mãe corria em direção a sala que eu estava. Eu não estava conseguindo ouvir muita coisa, mas fiz leitura labial e ela estava dizendo que tudo ia ficar bem. Um médico se aproximou e colocou uma luz em meus olhos, e eu a segui, em seguida ele fez dezenas de outros exames... e finalmente ele disse:

– Tudo pronto, está tudo bem, mas sua perna está um pouco machucada, então ele terá que ficar mais um tempo até que o médico enfaixe, mas ele poderá andar sem ajuda de muletas. - ele disse para a minha mãe, que agora já parecia mais calma.

Percebi que ela estava com lágrimas no rosto, e sua maquiagem, que sempre estava impecável, dessa vez estava totalmente borrada. Com certeza o choro não era para mim.

– Mãe - eu sibilei - onde está o meu pai? - logo depois que eu terminei de falar mais lágrimas brotaram do olho dela.

– Em coma, filho. Traumatismo craniano - ela disse com dificuldade, mas tentando não desabar de tristeza em minha frente. Meus olhos também encheram d'água, e então eu a perguntei :

– Como? Eu estou bem, e ele não?

– O caminhão bateu de lado, bem do lado do seu pai, e ele bateu a cabeça no volante, e foi muito forte - ela respirou fundo e continuou - ai deu o traumatismo.

Nós dois agora estávamos chorando muito. Abraçados e sofrendo. Minha mãe, separada do meu pai, ainda sentia um tipo de amor por ele, mesmo depois da separação eles nunca pararam de ser amigos. E eu meio que nunca parei para pensar que isso é um privilégio.

Passaram- se 10 minutos e minha mãe foi embora, a dor na minha perna era muito grande, então me deram um remédio, mas que provavelmente me daria sono... e então eu dormi, um sono bem profundo.

Não sei quantas horas ou dormi, mas eu abri os olhos e olhei em direção a janela e Jadge estava saindo dela. Entrando no meu quarto e sentando do meu lado.

Eu ainda estava meio confuso, a visão embaçada e minha mente não estava muito acordada. Ela olhou para mim, assoprou como se fosse a hora de contar algo muito secreto e chegou bem perto de mim e disse :
– J, eu tive o bebê, é prematuro.
E eu não consegui dizer nada, fazer nada, e fechei os olhos pesados e abri, eu sussurrei:
– Jadge?
E quando eu abri ela estava saindo da janela e uma dor de cabeça enorme veio. Fechei novamente os olhos, e voltei a dormir.

Ainda na cama do hospital, acordo desesperado gritando por Jadge. Não sei se foi um devaneio ou a realidade, mas todas as piscadas que eu dou o momento vem em minha cabeça. Maldito analgégico! Eu penso.
Jessica, minha madrastra aparece no meu quarto com Todd e Micah, os olhos dela estão vermelhos e fundos, Todd está com uma aparencia de quem secou de tanta lágrima que caiu. E por fim, reparei em Micah, seus pequenos olhos estavam vermelhos e ele estava com sono.
– Jessica! - eu disse, e confesso que nunca tive tanta vontade de ajudar ela. Eu sempre fui distante dela, nunca a aceitei muito,as agora me dava pena. E eu iria me esforçar para a ajudar, ajudar a cuidar do Todd e do Mic, enquanto meu pai estiver em coma.
Mesmo depois do meu "Jessica" ela não disse nada, mas Micah e Todd se soltaram dos braços dela e vieram me abraçar. Cumplicidade.
Minha mãe chegou na hora e então eu disse para ela :
– Jadge veio aqui.
– Filho, você está cansado. Jadge está desaparecida.
– eu tenho certeza que ela veio mãe - mas mesmo depois disso ela não acreditou. Não sei nem se eu acreditei em mim mesmo. Mas eu podia pressentir que era verdade. Eu estava normal, agora eu não sentia mais dor. A familia do meu pai foi embora.
Olhei novamente para a janela e tinha uma marca de uma mão imprensa na poeira. Jadge, pensei.
Na janela estava dando um reflexp, o reflexo de Tessa, olhei para o outro lado e ela estava realmente correndo em minha direção, respiração ofegante, ela quase não conseguiu parar, então quase bateu em mim. Eu me sentei e a beijei :
– Está tudo bem.
Ela não estava chorando, mas precupada, não tinha motivo para chorar. Eu estava ainda com o negocio da Jadge na minha cabeça:
– Tessa. Jadge está viva.
– O que te faz ter tanta certeza?
– Ela veio aqui Tess - eu disse e a reação dela foi muito inesperada, ela acreditou em mim.
– Uau. Você tem certeza? - ela disse me interrogando, porém não meu julgando.
– Olha a marca da mão na janela. Entrou pela janela, eu vi isso.
Tessa pareceu surpresa e acreditva, mas ela não estava convencida totalmente que Jadge estava viva.
– James, como você sabia que Jadge estava grávida? Você disse que vocês fizeram... Você sabe - ela disse, tocando no assunto que eu estava prestes a esclarecer com ela.
– no dia da interrogação eu lembrei do que aconteceu no meu aniversário, ela me contou que estva grávida, de mim. E eu fiquei muito louco, bebi, muito. E ... Ficou assim, eu finalmente lembrei o que aconteceu nesse dia, e ... Entrei em choque.
– ...
Ficamos em um silêncio por um tempo
– Eu só queria saber quantos meses ela está, ela não tinha nem barriga de grávida naquele dia. Queria ter tido cabeça para discutir sobre o futuro... Sobre se era menino ou menina... Eu realmente estou desapontado comigo mesmo
– Era menina.- Tessa disse num suspiro.
– Você sabia??
– Não, eu estou falando do meu... O que eu abortei.
– Tessa... Você não precisa...
– eu quero falar sobre isso!
E do nada o médico entrou na sala e disse que eu podia ir, que minha perna já estava estável e que eles viram os exames e nada estava quebrado.
– bom, terminamos a conversa depois... - eu disse para Tess.
Fui andando em direção à minha mãe. Ela me perguntou se eu queria ver meu pai, e eu fiz que não. Provavelmente eu deveria ter visitado... Mas eu não queria ver mais tragédia, pedi que ela me levasse amanha para vê-lo.
E Assim foi. Cheguei em casa, e deitei em minha cama. Olhei para o dia. E pensei que eu queria que essei a acabasse, porque a partir de amanha eu seria uma pessoa diferente. Então eu fechei os olhos e embarquei em meus pensamentos conflitantes .


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