Rosa Cristalizada escrita por flaviovini


Capítulo 7
Capítulo 6 - Adeus ao azul




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Não queria conversar com Edward, subi rapidamente as escadas em direção ao meu imenso quarto branco com cortinas carmim, eu sabia que não era necessário um banho, já que minhas células humanas não funcionavam, o odor era atrativo para as presas de qualquer maneira, contudo, havia hábitos que eu não queria deixar... Liguei o chuveiro e deixei a água quente cair suavemente pelo meu corpo novo e sensual.

 Fiquei embaixo da água durante uma hora refletindo sobre os passos que eu daria daqui para frente. Enrolei-me em uma toalha e peguei a escova para pentear meus cachos imortais.

 Caminhei até o espelho enorme que era para o meu corpo inteiro e fiquei boquiaberta com a imagem refletida.

 A mulher pálida e loira do espelho era uma divindade, sem dúvida, a mulher mais bonita que eu já havia visto na vida... Seus cachos eram longos e impecáveis descendo pelas costas em ondas, eram um loiro-dourado maravilhoso, ela era alta, esbelta, e seguia todos os meus movimentos. Minha mente confundia-se pensando nessa Deusa como eu... Um detalhe foi fundamental para essa confusão... Seus olhos...

 Seus olhos calorosos e expressivos eram formosos e belos, mas não havia o antigo azul neles e muito menos o violeta, era como se o vermelho em torno do azul estivesse transbordado e preenchido todo o espaço, não era mais o céu de antes, o azul extinguiu-se, tingindo-se de sangue, como o mar vermelho.

 Seus olhos era um rubi forte, era como se todo o sangue de meu corpo se juntasse apenas nas janelas da alma – olhos – Se é que eu tinha alguma alma depois disso.

 Fiquei com alguma inveja por meus olhos não serem dourados, mas naquele momento agradeci aos céus por ter essa nova vida, eu era a mulher mais bela do mundo, meu corpo, meu cheiro, minha voz... Era tudo o que eu sempre quis, e todo o gelo, todo o fogo, tudo... No final valeu a pena, isso porque, eu agora era simplesmente a melhor.

 Sorri tanto, minha imagem percebia a adoração e continuava a sorrir, passei horas olhando o anjo que eu havia me tornado... Uma beldade que jamais teria sonhado existir. Pensei comigo mesma, se antes eu me achava bela, agora, com certeza não havia palavra para descrever o que eu era, e o que eu seria eternamente.

 A única coisa que eu podia me permitir fazer naquele momento era dar adeus ao azul, e acolher de bom-grado o vermelho-sangue que dominou meu mundo. Minha sede não era nada perto da adoração que me deslumbrava.

 Esme tinha me dado algumas roupas, alguns vestidos, casacos e outros tecidos que faziam humanos acreditarem sermos um deles.

 Arrumei-me vagarosamente usando a velocidade humana para desfrutar cada momento, pensei que não seria possível, mas depois de algumas horas eu estava muito mais perfeita do que a garota do espelho, meu humor aumentou sem dúvida e todos perceberam isso. Carlisle já havia terminado seu turno e Esme estava com ele ouvindo Edward tocar piano, uma música muito bela, a que ele dedicava para Esme, a ‘Favorita de Esme’. Todos me olharam orgulhosos e senti-me a melhor pessoa existente no universo.

 

 “Rosalie... Você está maravilhosa, querida” Esme não conseguia esconder o fascínio que dominava.

 

 “Sem dúvida, a vampira mais bela que já vi na vida... Depois de Esme” Carlisle falava abraçando a esposa, eu sabia que não era verdade – a parte sobre Esme – mas fiquei muito satisfeita.

 

 “Está muito bonita, Rosalie” Edward dizia terminando a canção.

 

 “Obrigada a todos... Mas, tenho uma pergunta...” Estava na hora de saber algo.

 

 “Pode perguntar filh... Rosalie” Não deixei passar a palavras ‘Filha’, mas continuei mesmo assim.

 

 “Porque meus olhos são vermelhos e os de vocês são dourados?” Minha curiosidade me matava.

 

 Eles riram da minha pergunta e Carlisle voltou a falar.

 

 “Isso é resultado da sua transformação... No primeiro ano seus olhos ficarão dessa cor e com o tempo serão dourados também, a não ser...” Ele não conseguiu continuar.

 

 “Os vampiros que se alimentam de sangue humano continuam com olhos vermelhos, a nossa família é a única com os olhos dessa cor, pelo menos, de acordo com as observações de Carlisle” Edward, como sempre, mais direto.

 

 “Há, sim!” Consegui dizer. E todos rimos sobre o assunto.

 

 A noite continuou maravilhosa, Edward continuava suavemente ao piano e nós acompanhávamos seu momento de prazer. Ele era elegante e um excelente músico. Percebi seus lábios formarem um sorriso ao captarem meus pensamentos, definitivamente, era hora de aprender a ser como Carlisle, precisava descobrir a fórmula para bloquear minha mente. Outra vez Edward sorriu e desta vez eu o acompanhei. Esme e Carlisle perceberam nossa conversinha silenciosa e nos olharem de forma paternal. Desisti... Aquilo estava começando a me enjoar, e acredito que Edward também achava aquilo, pois, parou de tocar e despediu-se deslizando para seu quarto no lado oposto do corredor.

 

 Aquela foi a única noite tranqüila que se seguiu, eu ainda lutava para decidir meu destino, e por fim resolvi que o melhor para mim era viver sozinha, sem dúvida, mesmo com o afeto que os Cullen demonstravam, eu não queria ser um peso para eles. Se eu fugisse eles não perceberiam, esses sentidos vampíricos ajudavam bastante.

 Abri a janela devagar, calculei a distância e deduzi que não faria nenhum barulho, pois o baque seria mudo, inclinei-me para o vento que já não me deixava com frio e preparei-me para pular e fugir dali o mais rápido possível.

 Um rosnado saiu de minha garganta ao sentir um braço sob meu ombro tentando me deter. Esse toque me trouxe a lembrança que eu jamais esquecera: Royce e seus amigos.

 

 “Não me toque!” Gritei virando-me numa velocidade incrível pronta para atacar.

 

 “Eu realmente não tinha a intenção de assustá-la” O Doutor se afastou fitando meu rosto incrédulo “Só queria que soubesse que fugir não é a saída mais adequada para resolver os problemas Rosalie” Ele disse e saiu rapidamente para me dar privacidade.

 Carlisle tinha razão, fugir não resolveria nada. Vingança sim, era a única coisa que me deixaria livre de tudo.

 Sim... Vingança... Meu subconsciente planejava isso, eu iria atrás de todos os homens que me fizeram mal e daria o mesmo sofrimento a eles. Eu poderia fazer isso sem esforço algum, já que eles eram os frágeis agora. Eu mataria um a um para que aos poucos todos percebessem o que os perseguia, e pouparia Royce para o final, ele merecia o pior castigo por ter me iludido profundamente.

 Meu plano já estava armado, só faltava pensar em um dia para executá-lo, eu os mataria e depois ponderava se fugiria ou permaneceria com os Cullen.

 Estava no banheiro vendo meus olhos penetrantes desenharem o perigo chamativo que em breve iria acontecer, meus ouvidos captaram o som de passos e me virei automaticamente. Obviamente: Edward Cullen.

 Ele olhava para o chão e andava devagar para não me assustar, como havia feito seu irmão.

 

 “Eu entendo” Edward pronunciou calmamente as palavras enquanto se apoiava na moldura da porta. Percebi sobre o que ele falava e a raiva me inundou.

 

 Olhei seu rosto com os olhos inundados de ódio e respondi numa voz áspera “Você é um homem. Não pode entender nada”.

 

 Ele ficou sem palavras e observou o chão durante muito tempo murmurou “Meu sexo tem muito pouco a ver com isso... Entendo a vontade de vingança pelos atos cometidos a você” Edward continuava fitando o chão sem nada ver.

 

 “Como é possível você compreender?” Debochei. Mesmo ele entrando em minha mente não era o bastante para saber sobre tudo.

 

 Ele fechou os olhos por tempo indeterminado, sua expressão era de dor quando voltou a falar “Já passei por isso... Você precisa achar um jeito de superar isso, Rosalie...” Meus lábios tremiam de ódio “... Você não pode fazer isso sozinha, o que está planejando. Alguém tem que cuidar de você”.

 

 Definitivamente ele estava me deixando confusa, como ele passara por algo assim? E o que ele dizia com eu não poder fazer isso sozinha? Eu ofegava ao responder.

 

 “Você não vai tentar me impedir?”.

 “Não, como eu disse, eu entendo” A resposta dele me deixou chocada, o garoto certinho estava disposto a me ajudar. Ele colocou a mão no bolso e tirou algo para me mostrar.

 

 Se meu coração batesse, ele estaria a ponto de explodir ao ver o botão de metal bronze do casaco arruinado. Peguei o objeto de sua mão, segurei junto ao peito com as duas. Olhei para seus lindos olhos dourados intensamente e por fim, abri minha mente para que Edward pudesse ver tudo o que eu escondia dele.

 Mostrei todo o meu plano de vingança recém-criado, também mostrei o detalhe infantil que eu não conseguia abandonar... Fazer tudo aquilo com o meu vestido de noiva, eu iria roubá-lo para essa ocasião especial. Edward entendeu tudo prontamente e vi a dúvida em seu rosto.

 

 “Rosalie, entendo o que você quer fazer, mas deve tomar muito cuidado, você é uma recém-nascida, quando se prova sangue humano é impossível parar no primeiro, isso se torna um vicio e...” Ele me explicava o que sem dúvida deveria ter sido um desafio para ele, entendi um pouco do que ele falava sobre ter passado por isso.

 

 “Edward, espere, não entendeu meu plano com perfeição...” Vi sua sombrancelha se levantar com minhas palavras. “... Não quero nenhum deles dentro de mim” Expliquei.

 

 Eu jamais beberia sangue de violadores, seu sangue deveria ser podre, eu não queria dar uma morte tão fácil para eles e sabia que não conseguiria resistir ao cheiro de sangue humano. Eles apenas sofreriam a ponto de implorar pela morte.

 

 “Tudo bem, eu irei ajudá-la, mas é melhor não contarmos para Esme e Carlisle ou eles tentarão impedi-la” Ele me apoiou e por um momento senti compaixão por Edward.

 

 Ele se retirou para me deixar livre, recolhi uma folha de papel e com minha letra elegante e formosa desabafei em algumas letras o que estava sentindo. Eu escrevia rapidamente e parei para ler o que meus pensamentos descreviam, não era um poema, era um desabafo, mas foi bastante profundo para me deixar abalada com as palavras:

 

 

Nada Restou...

O mundo inteiro já me destruiu

Cada pessoa já me apunhalou

Foi nessa fria noite de abriu

Que o meu coração enfim parou.

A morte então foi quem me consumiu

Nem mesmo o amor me consagrou

Cada detalhe que foi meu sumiu

E nada do meu ser restou...

 

 

  Esse pequeno texto exibia tudo o que eu pensava, o que eu era, Rosalie Lillian Hale já não existia, não havia nenhum pigmento dela em mim.

 Como se fosse para reafirmar isso, olhei ao redor e vi o pequeno medalhão de ouro, abri-o para recordar minhas memórias apagadas após a transformação. A foto me deixou ressentida, aquela garota bonita – Não tanto quanto agora – com seus impecáveis olhos-cor-de-céu. Por dentro meu corpo ficou rígido e lagrimas transbordaram, mas não foram capazes de deslizar, já que outra negação nessa minha vida foram as glândulas lacrimais.

 Os olhos azuis mais belos, com violetas em seu contorno, o céu azul que foi vetado para mim, a vida que me foi arrancada e jamais seria devolvida, tudo o que me era permitido fazer era lamentar e outra vez dizer adeus ao azul, a melhor parte que existia em mim.

 Isso me lembrou que era hora de organizar meu plano. Saltei da sacada e corri velozmente pelas ruas até a casa que em lembranças foscas eu lembrava ser de Rosalie Lillian Hale.

 Uma sensação nova me dominou, tive medo de continuar, mas iria até o fim. Escalei a lateral da enorme casa e deslizei em direção ao quarto enorme que um dia foi meu.

 Nada havia mudado, tudo estava igual ao dia em que a morte se apoderou de mim. O cheiro doce da humanidade inflamou minha garganta, me senti novamente como uma leoa em caça, contudo, esta era a família que um dia foi minha e eu não queria ser um monstro, não queria ser vampira e negaria ao máximo essa vida, iria relutar até que não resistisse mais, cortei o fluxo de meus pulmões para me concentrar melhor e delicadamente procurei sem fazer barulho pelo quarto, meu vestido de noiva, levei algum tempo para recordar o local em que eu o deixara, enfim encontrei-o.

 O vestido era maravilhoso, mesmo aos meus novos olhos, me virei para sair e percebi um pequeno objeto refletindo para mim, um cubo de cristal armazenando uma pequena e aparentemente frágil rosa. A Rosa Cristalizada.

 Mais do que nunca eu me sentia dessa maneira, essa pequena rosa era muito bela e nunca mudaria, assim, eu também nunca teria mudanças. Eu estava congelada no tempo, Cristalizada nessa vida nova. Peguei o cubo e guardei-o para ter mais lembranças, também recolhi o coraçãozinho de alabastro.

 Meu coração se dilacerou dentro de mim, essa poderia ser a ultima vez que veria cada membro de minha antiga família, queria saber se todos estavam bem, e a lua enorme no céu azul-escuro me dizia que era a melhor hora para fazer isso, já que os humanos dormiam...

 Tentei ser o mais cautelosa possível, meus passos pareciam almofadados e leves, passei pelo corredor e encontrei o quarto de meus pais: John e Vivian Hale. Eles dormiam, mas suas expressões não eram tranqüilas, aproximei-me deles e vi o tom arroxeado em torno de seus olhos, devia fazer dias que eles não dormiam, por palpite eu diria que não dormiam desde o dia que eu fui impedida de dormir. Tremi por dento com esse pensamento, o mais claro, o da dor de minha transformação, algo que eu tinha certeza que era impossível de esquecer, mesmo que vivesse milhões de anos.

 Vislumbrei pela última vez as pessoas que me trouxeram ao antigo mundo e caminhei em direção ao outro quarto.

 Meus dois irmãos dormiam feito anjos, eles eram anjos, Richard e Philipe, os melhores irmãos do mundo, ambos com uma determinação e alegria contagiante, algo que sem dúvida me faria uma falta eterna.

 Eles eram pedaços de uma vida que eu me prenderia sempre, a vida em que fui feliz e não percebi, a vida que agora; daria tudo para ter...

 Philly tremeu um pouco e me assustei com o movimento, ele virou o rosto sonolento em minha direção e soltou um longo bocejo. Observei sua face bela e um pouco mais madura – após perder a irmã mais velha – Suponho.

 Permaneci assim por mais alguns minutos e decidi deixá-los, pois era o certo a se fazer. Ouvi uma respiração mais alta e um coração acelerado, em choque e relutância girei e percebi as pálpebras abertas de Philly. Pelo olhar dele, ele parecia estar vendo um fantasma ou imaginar estar vivendo em um sonho muito real, aproveitei-me disso para ter uma última conversa, sabendo que pela manhã ele esqueceria tudo, ou se acharia um louco.

 

 “Rosalie... Nós te esperamos no jogo... E esperamos... Mas você não apareceu... Dias se passaram e nada...” Ele dizia entre lágrimas acreditando ser um sonho e desabafando para minha imagem “... Mamãe e Papai lhe procuraram por toda a cidade... Eu te amo tanto... E sei que jamais te verei... Só queria que soubesse isso... Mesmo que seja um sonho...” Ele soluçava muito.

 

 A Rosalie que pensei estar morta dentro de mim se manifestou, ela gritou por entre meu ser, e derramou-se em lágrimas ainda dentro de mim, a Rosalie Hale morria dentro de mim ao ver seu lindo irmãozinho lamentar, eu sentia cada pedaço dela se desfazer, sentia a dor que ela sentia, eu queria poder chorar junto com ela, mas estava proibida. Ela gritava enquanto seu coração era fragmentado e depois arrancado, os gritos mudos eram tudo o que eu exibia, porém, por dentro tudo era dor.

 Ela me condenava também, e eu sabia que ela estava certa, a culpa era minha, eu que tinha acabado com sua vida ao escolher um homem falso. Eu faria Royce implorar para morrer, assim como eu fiz...

 A Rosalie dentro de mim cansou de gritar e quis dominar o corpo por completo, eu me afastei e deixei ela ter seus últimos minutos em família. Todos esses pensamentos duraram o tempo de dois batimentos cardíacos...

 

“Philly não diga isso, você é um rapaz maravilhoso, eu o amo demais também, mais do que imaginas, quero que cuide de nossa família, você é forte, acredito em você, eu confio em você... Por favor, seja muito feliz meu irmão, todos seus desejos se realizarão, eu sei disso, você é um belo príncipe e terá em breve seu trono...” A Rosalie dentro de mim dizia sem pensar, apenas tentando curar a dor do irmão, e expressando tudo o que ela sentia de humano.

 

“Eu queria estar no seu lugar... Eu queria ter estado com você sempre... Não consigo continuar sem você...” Ele se atrapalhava com as palavras.

 

“Nunca... Jamais diga isso... Você está exatamente aonde deveria estar, e quero que você seja forte... Por mim... Você é forte, e será um soldado exemplar” Eu sabia que esse era o sonho dele. Philly sorriu por alguns segundos enquanto as lágrimas deslizavam em sua face, brilhando como estrelas na escuridão do quarto azul.

 

“Obrigado Rosalie... Mas... Por favor... Fique! Não se vá...” Ele implorava.

 

 “Eu queria muito... Mas não posso... Lembre-se sempre que eu te amo demais... Sempre que olhar o crepúsculo, lembre-se de mim com meus olhos azuis-avermelhados” Eu dizia para ele segurando os pedaços que se desfaziam dentro de mim.

 

 “Seus olhos... Estão vermelhos... E são... Lindos!” Ele percebeu.

 

“É... Estando em seu sonho, você me imagina assim?” Tentei rir um pouco e ele me acompanhou.

 

“Sendo um sonho, seu toque não deve ser real...” Ele deduziu.

 

 Envolvi meu frágil irmão num abraço e senti o calor de sua pele no gelo da minha. Ele tremeu. Olhei meus antigos olhos azuis na minha frente, no rosto dele e sorri por ter essa lembrança clara, ele retornou o sorriso e sussurrou uma última vez antes de cair no sono real: Eu te amo.

 

 “Eu também o amo” Cantei para ele e saí do local onde cresci.

 

 A Rosalie dentro de mim debulhava-se em lágrimas quentes e rasgou o peito de tanto chorar, mas ela ficou feliz por ter compartilhado esse momento e passou seu domínio para mim, sabendo que assim teria o melhor, ela sabia que eu era a única que podia vingar tudo isso, e por ela, por sua família e por sua vida roubada eu faria o melhor que pudesse. O vestido em minha mão era a prova da vitória que eu teria.

 

 Cheguei em casa e todos estavam na sala me esperando.

 

“Rosalie, o que houve?” Carlisle estava preocupado com meu pesar.

 

“Precisava de um pouco de ar puro...” Edward abriu a boca para dizer o que eu enfrentara, mas olhei para ele e interrompi seu pensamento “... E privacidade!” Ele percebeu que eu não queria falar sobre isso e calou-se.

 

“Eu deveria ter dito isso antes, mas... Há algumas regras sobre o nosso mundo que você deve se conscientizar” Carlisle preparou-se para outro discurso e eu estava preparada para ouvir as ‘regras’.

 

“Tudo se resumi a uma regra especificamente: Não expor o que somos” Ele disse brevemente.

 

“Como assim?” Não era especifico o bastante.

 

“Existe uma família em nosso mundo que domina toda nossa espécie, algo como uma realeza. Eles se certificam de que não estamos expostos, pois, muitos humanos iriam querer acabar conosco, como ocorreu 300 anos atrás. São chamados Volturi, e são três ao trono: Aro, Caius e Marcus... O restante é sua guarda...” Ele explicava rapidamente e tremi ao ouvir os nomes.

 

“... Portanto, tendo um pouco de cuidado com suas novas habilidades perto dos humanos, poderemos viver em paz sempre” Ele sorriu e finalizou.

 

“Entendi Carlisle, eu não deixarei que ninguém saiba sobre nós...” Até porque eu já havia cometido esse erro alguns minutos antes, sorte minha que Philly pensasse estar sonhando.

 

 Ele contentou-se com minha resposta e foi para seu escritório, seguido por Esme. Edward aproximou-se de mim e pelos seus olhos percebi que ele tinha visto tudo o que ocorrera através de minha mente, isso me revoltou... E ele notou.

 

“Esse será um segredo nosso... Não contarei para ninguém” Edward prometeu.

 

“Obrigada” Senti muita compaixão por ele neste momento.

 

“Sinto muito pela sua humanidade...” Ele lamentou.

 

“Sinto muito por não ser capaz de ler sua mente para sentir muito sobre alguma coisa...” Ele gargalhou com as palavras que pronunciei e permanecemos num segundo de harmonia.

 

“Pode dizer que sente muito por eu ser tão estúpido às vezes...” Ele continuou.

 

“Há... Isso sim!” Gargalhamos outra vez e continuei “Eu diria que às vezes é muito pouco, que tal ‘freqüentemente’?”.

 

“Eu topo!”.

 

“Ok. Agora, por favor, preciso de privacidade total... Tente ao máximo não ler meus pensamentos daqui para frente” Eu implorava.

 

“Então se controle e tente não exibi-los como um filme” Ele disse.

 

“Eu topo!” Respondi e a noite transformou-se em dia na casa dos Cullen.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Comentarios hein!!! senaum fuzilo vcs ! kkk



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