Life is Unexpected escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 21
Capítulo 20




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No aeroporto, os recém-casados acabavam de despachar suas malas. Se preparavam para o voo de algumas horas até o nordeste, onde desfrutariam de um hotel resort 5 estrelas, com tudo incluso. Havia sido o presente de casamento dos pais do rapaz, e eles voltariam alguns dias antes de ele embarcar para seu congresso.

“E então, minha dama, o Gabe está dando um descanso?” Perguntou o marido, sentando ao seu lado na sala de embarque.

“Ele está sossegado, acho que ele também está cansado do dia de hoje. Mesmo não tendo participado da parte mais animada da festa, eu não parei quieta.” A grávida riu, acariciando a barriga. “Eu to muito feliz, vagabundo.”

“Eu também, minha dama... Feliz demais.” Ele beijou os lábios dela com carinho. “Sinto muito por termos feito tudo às pressas.”

“Eu entendo, Cobra... Esse congresso vai ser muito importante para a empresa, e não tem como eu ir. Eu e você cuidamos da parte administrativa, teria que ser um de nós.”

“Eu sei, mas eu não queria te deixar aqui nesse momento. Eu queria curtir a gravidez do nosso filho, nossa vida de recém-casados, finalizar as coisas do apê... Mas ao contrário, vou passar três meses em Chicago.”

“O Pedro vai te encontrar em algumas semanas, depois do congresso. Vocês têm que encontrar alguns fornecedores e contatos por lá. Tem muita coisa que vocês podem trazer do exterior que farão uma grande diferença na empresa, e na hora do cliente escolher. Depois disso, temos todo o tempo do mundo, meu amor. Você volta quando eu estiver no oitavo mês, vamos tirar três meses de licença para curtir nosso filhote... Vai dar tudo certo.” Ela acariciou o rosto dele com o indicador, lhe arrancando um sorriso.

“Você é incrível, sabia? Mais do que eu mereço.”

“Não se desmereça tanto, meu amor. Eu sou incrível, mas você também é... E nosso filho será foda.” Os dois riram, trocando outro beijo. “E esse avião? Vai demorar muito?”

“Tem uns vinte minutos até começar o embarque, Jade, vamos demorar um tempinho ainda para decolar.” Ele observou o relógio de pulso.

“Por que nós não esperamos para viajar amanhã? Que droga, queria curtir minha noite de núpcias.” Resmungou a morena, cruzando os braços sob a barriga.

“Você mesma me disse, meu amor... Temos todo o tempo do mundo!” Ele beijou a ponta do nariz dela, a puxando para deitar a cabeça em seu ombro.

Do outro lado da cidade, um carro seguia seu rumo tranquilamente. O motorista tinha os olhos fixos na estrada, e batucava os dedos no volante, nervoso. A loira ao seu lado o observava apreensiva, pensando que nunca o vira tão nervoso quanto naquele momento, exceto talvez na Disney, alguns meses antes.

Ele estacionou na sua vaga, descendo e correndo abrir a porta para ela. Entrelaçou seus dedos e saiu correndo, apertando o alarme quando já estavam dentro do elevador. Apertou o número 5 e começou a quicar no lugar.

“Pedro Ramos, o que diabos você está aprontando?” Ela resmungou, irritada.

“Já vai ver, minha esquentadinha.” Ele prometeu, enquanto o elevador parava. “Chegamos!”

E sem prévio aviso, passou uma venda pelos olhos dela.

“Pedro, você sabe que eu odeio surpresas!” Reclamou a loira, sendo guiada para dentro do apartamento.

“Paciência, meu amor.” Ele abriu a porta do apartamento, e a puxou por alguns metros. “Pronto. Agora jure pela vida de Rony e Hermione que não vai tirar a venda até eu mandar. Jure.”

“Aí já é sacanagem, sabia? Mas tá bom, eu juro pela vida deles.”

Ele soltou o corpo dela, se afastando depressa. A moça ficou parada, batendo os pés no chão, ansiosa. Ouviu movimentação ao seu redor, mas logo tudo se silenciou.

“Pode abrir.”

Ela puxou a venda de forma ávida, sendo surpreendida pela maior parede do apartamento recoberta de fotos. Devia ter mais de uma centena, e todas do casal. Com passos cuidadosos, ela se aproximou mais. Seus dedos trêmulos tocaram cada uma das imagens, as reconhecendo.

Retratos tirados na Disney durante as férias, recordações de momentos vividos com Annie, algumas tiradas na cama, ao acordarem. Havia uma particularmente engraçada, de um dia em que ele havia resolvido fazer panquecas e se sujado inteiro, vestindo um avental cor-de-rosa de Mari para ajudar. Aquilo lhe rendera muita zoação e diversas fotos engraçadas.

Quando ela afinal sentiu a ausência dele e pensou em procurá-lo, a luz de um projetor se acendeu e iluminou a parede. Ela procurou a fonte, encontrando o aparelho sob uma mesinha. Caminhou até ele, encontrando um bilhete “aperte o play”. Observou o aparelho de DVD ao lado e seguiu as instruções. Antes que pudesse se preparar, uma contagem regressiva de cinema estava aparecendo na parede.

A música que começou lhe era conhecida. Sorriu ao reconhecer os acordes de “Esse seu jeito”, uma música que Pedro havia composto após começarem a namorar, e que ele havia pedido para Mari cantar, já que sua voz não era das melhores.

Na tela, a seguinte narrativa começava, acompanhada de tantas outras fotos.

“Era uma vez uma certa esquentadinha, com um olhinho fechado, um sorrisinho assim de lado. Ela era linda, e muito inteligente. Bem mais que um certo guitarrista. Ela tinha três anjos da guarda, e elas viviam bem felizes em sua fortaleza particular.”

Algumas imagens dela com as amigas e Annie apareceram na tela. Ela sorriu, os olhos marejados, ouvindo a voz do guitarrista contar aquela bela história por cima dos acordes.

“Até que um dia apareceu o menestrel do capiroto, e ele andava mais perdido de minhoca em galinheiro. Ele sofria há anos, desde o dia em que havia deixado a esquentadinha ir embora da sua vida, sem ter lhe dado o valor merecido. Ele era um frouxo, enquanto ela era corajosa e decidia. Mas para a sorte do capirotinho, o anjinho menor resolveu ajudá-lo!”

Ela gargalhou com a imitação que ele fez da voz de seu pai ao dizer o apelido que Gael havia lhe dado, e se maravilhou com as fotos dos dois com Annie.

“E a partir daquele dia, o capirotinho passou a se sentir um rei, com sorte e alegria. E ele queria fazer daquela esquentadinha sua rainha, do seu castelo. Mas ele percebeu que ela já era uma rainha sozinha. E o que restava a ele era pedir, humildemente, que ela aceitasse ajudá-lo a construir seu próprio castelo...”

E então entrou um vídeo, feito por ele certa manhã, quando Karina ainda estava grogue de sono. Os dois falavam sobre planos para o futuro, sobre filhos, uma casa só deles. E de repente, entrou o vídeo do último aniversário dele, algumas semanas antes. Os dois estavam juntos atrás do bolo, e após ele apagar a vela, os amigos extremamente maduros começaram o coro de “com quem será.”

“Vai depender, vai depender, se a Karina vai querer...” o coro cantava, enquanto a loira corava e escondia o rosto no peito do namorado, que ria. A imagem foi sumindo, sendo substituída pela imagem do próprio, que sorria para ela. Ele estava no meio do depósito de decorações, trajado com uma camiseta dos Rolling Stones e uma calça jeans.

“Ela aceitou, ela aceitou. Tivemos muitos filhos e o amor continuou! Hehe, gostou da surpresa, meu amor?” Ela assentiu para o vídeo, mesmo se sentindo idiota. As lágrimas vertiam grossas de seus olhos. “Eu te amo, Karina, e eu quero muito passar o resto da minha vida com você. Se você também quer isso, por favor, se vira e me deixa colocar uma coleita no seu dedo. Depois a gente se beija e rola pelo tapete, mas isso é outra história. Te amo, minha esquentadinha.”

A imagem dele sumiu, dando lugar a uma foto do casal, em Hogsmeade, trajados com os uniformes da Grifinória e Sonserina. Ela se virou e deu com o rapaz, ajoelhado no chão, descalço e com a camisa aberta, os cabelos mais rebeldes que de costume.

“E então? Você aceita?” Ele perguntou com a voz trêmula, enquanto ela sorria.

“Aceito. Ai, caramba, é claro que eu aceito.” Ela estendeu a mão e pegou a caixinha que ele segurava. Ali dentro, o anel mais lindo que ela já havia sonhado, especialmente porque combinava muito com o estilo dela. “É para eu colocar?”

Ele riu, se levantando e apanhando o anel. A caixinha voou longe, enquanto ele deslizava a peça pelo dedo dela, tremendo mais que vara verde.

“Eu te amo muito, Karina.”

“E eu você, Pê... Vai ser sempre você, só você!” Ela sussurrou, o puxando para um beijo. Como previsto, logo estavam rolando no tapete. Ele bateu a mão no DVD, dando play, e tirou o volume. E ali, iluminados pelas fotos daquele amor, o consumaram uma vez mais.

Há poucas ruas dali, Jeff acabava de colocar Annie na cama. Havia dito que Mari estava exausta e havia dormido na festa, então ficaria com elas naquela noite. Deixou a mais velha no sofá, enquanto ajudava a afilhada a se banhar e vestir o pijama. Penteou seus cabelos e ajudou a escovar os dentes, antes de colocar ela na cama.

“Tio Jeff... Você e a mamãe brigaram?” Perguntou a pequena, quando ele se sentou ao seu lado.

“Por que você pergunta isso, meu anjo?”

“Vocês não estão mais se falando, você nunca mais veio jantar aqui, a gente não vai mais no cinema... É por causa da Ella? Por que a mamãe não gosta dela?” Ela piscava os olhinhos com curiosidade.

“Entende uma coisa, Bells: eu, sua mãe, a tia K e a tia Jade sempre faremos tudo para cuidar de você. Mas agora, algumas coisas mudaram. A tia Jade e o tio Cobra casaram e vão ter um bebê, morar em outra casa; logo, a tia Karina e o tio Pedro também vão fazer isso. E eu tenho um emprego novo, que exige bastante tempo, e a Ella. Isso quer dizer que começaremos a fazer mais coisas separados, mas sempre que possível estaremos juntos. Você entende isso?” Ele explicou calmamente, brincando com a mãozinha dela.

“Entendo. É que eu sempre achei que você e a mamãe iriam se casar, sabe? Não que eu não goste da Ella, ela é bem legal. Mas eu sempre achei isso.”

“Acho que todo mundo achou, pequena. Mas a vida é cheia de surpresas, não é?” Ele sorriu amarelo, beijando a testa dela. “Agora descansa, pequena... Amanhã a tia K vai te levar ao parque, e você precisa estar cheia de energia.”

“Pode deixar, padrinho. Boa noite.”

“Boa noite, minha princesa.” Ele beijou a testa dela, acendendo o abajur e deixando o quarto.

No andar debaixo, foi para a cozinha e se pôs a preparar um chá. Tirou a camisa, já tendo se livrado do paletó, e ficou apenas com a calça social, já que não tinha outra roupa por ali. Logo, ouviu barulhos no sofá e Mari apareceu na porta da cozinha.

“Cadê a Ann?” Perguntou balbuciando, os olhos tentando focar em algo.

“Ela está dormindo. E você, como está?” Ele deixou a xícara no balcão, indo até ela e a apoiando quando ela vacilou.

“Tonta, enjoada, e posso jurar que vi um gnomo pulando por aí.” Ele riu da besteira, a içando em seu colo. “Hey.”

“Quieta, Mari, ou vai acordar a Bells.” Ele subiu as escadas com ela no colo, indo até o seu quarto. A colocou na cama, começando a olhar em volta. “Aonde você guarda o pijama?”

“Não sei... Jeff, você sempre teve essas orelhas de jumento ou eu to me equivocando?”

“Mariana, você bebeu champanhe ou fumou maconha?” Ele se horrorizou, enquanto revirava os armários. “Tá, essa camiseta vai ter que servir por hoje.”

“Ela tem um cachorrinho, eu gosto dela.” Ela observou, enquanto Jeff a ajudava a tirar o vestido e colocar a camiseta. “Você vai me ver peladinha.”

“Não será a primeira vez, se você bem se lembra. Mas agora fica quietinha e deita, Mari, você realmente precisa dormir.” Ele a ajeitou na cama, puxando as cobertas.

“Fica comigo, Jeff, por favor.” Ela sussurrou com a voz trêmula, agarrando o braço dele. Ele suspirou, se ajeitando ao lado dela.

“Eu nunca saí daqui, pequena. Agora descansa, vai, pode dormir.” Ele acariciou o cabelo dela, apoiando a cabeça no travesseiro.

Os minutos foram se passando lentamente, enquanto a carícia continuava em um ritmo constante. Logo, as mãos delicadas da garota começavam a trilhar um caminho pelo peito dele, que se arrepiou.

Não souberam bem quem deu o primeiro passo, mas logo seus lábios haviam se encontrado. Os últimos resquícios de juízo se esvaiam, enquanto seus corpos se entrelaçavam.

“Eu quero você, Jeff. Fica comigo.”

“Sempre, Mari.” Ele prometeu, enquanto se livravam das poucas peças de roupa.

Desde a gravidez de Annie que Mari não dormia com ninguém. Franz havia morrido logo depois, e ela nunca se abrira para um relacionamento. Já Jeff estava morando com Ella, dividindo sua vida e sua cama; mas naquele momento, se sentiam dois jovens virgens e inexperientes, finalmente realizando um sonho aclamado há tempos.

Algumas gotas de chuva começaram a ressoar na janela, enquanto os dois se abraçavam. Suas testas estavam bem próximas, as mãos entrelaçadas, as pernas se enroscando. Não haviam palavras, apenas seus olhares conversando.

Quando Mari fechou os olhos, ainda mergulhada na imensidão dos de Jeff, dormiu com a certeza de que tudo se ajeitaria, e de que no outro dia as coisas começariam a caminhar.

Porém, ao despertar com a luz do sol a atingindo, a única coisa que sentiu foi o lençol enroscado em seu corpo nu, e um vazio do outro lado da cama. Procurou com os olhos, não encontrando nada. Ouviu uma porta de carro batendo do lado de fora, e o veículo saindo depressa. Engoliu o choro e jogou a cabeça no travesseiro, tentando voltar a dormir.

Mas tudo o que queria, na verdade, era Jeff ali, para dizer a ele que o amava.


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Notas finais do capítulo

AAAAAAAAAAAAAAAAEEEEEEEEEEEEE, ALTAS EMOÇÕES. Pedido de casamento, Majeff finalmente foi pra cama, amor Cobrade. Tudo lindo... Será? A vida é inesperada, não é?
Já passamos da metade da fic, acreditam? Pois é.
Comentem o que acharam, ok?
See you soon ;*
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