Life is Unexpected escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 20
Capítulo 19




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Jade estava nos braços de Cobra, os dois girando suavemente pela pista de dança, sem movimentos abruptos para a grávida. Os novos Sr. e Sra. Cobreloa, recém-casados e completamente apaixonados. A cerimônia já havia acabado há quase duas horas, e Karina ainda não conseguia parar de chorar.

A cerimônia ecumênica foi belíssima, como esperado. Jade não era de chorar muito, mas se derreteu diante da emoção do marido. Quando os dois entrelaçaram as mãos por cima da barriga dela, o mundo poderia ser inundado pelas lágrimas dos presentes.

Annie era completamente paparicada, mas estava mais interessada em dançar com Samuel, priminho de Karina. Os dois arrancavam suspiros de fofura, se balançando ao lado dos apaixonados noivos. A prima mais velha do menino, aliás, tinha seu próprio momento “mela-cueca” com seu guitarrista, dançando próximo aos noivos.

A pista estava repleta com os casais, e os olhos de Mari só focalizavam Jeff e Ella, que rodopiavam aos risos. Quando eles foram até Annie e Samuel, os tirando para dançar, a cantora se levantou e sumiu para o jardim.

“Mariana Noronha, pelo amor de Deus, coloca um sorriso nesse rosto.” Lírio parou ao seu lado, sem conseguir parar de sorrir. “A Jade tava te olhando toda triste. Ela não vai conseguir curtir o dia totalmente vendo você chateada.”

“Qual é, Lírio, eu sou a única solteira aqui. Tenho direito a uma colher de chá.” Resmungou a moça, apanhando mais uma taça de champanhe. Talvez fosse a décima, não sabia mais dizer.

“Jeff perdeu a paciência?” Ela o fuzilou, mas ele não se importou. “Qual é, Mari, eu passei anos com vocês, vendo ele se contentar com migalhas e descaso. Você podia ter feito algo há muito tempo, Mari, mas não fez.”

“Você não devia estar com a Joaquina, hein?”

“Ela tá fazendo xixi, o bebê aperta muito a bexiga dela.” Ele lembrou, o sorriso novamente indisfarçado. “Em todo o caso, talvez não seja tarde demais. Um amor tão antigo não morre de uma hora para a outra, isso eu te garanto. Talvez seja a hora de fazer seu último lance.”

Ele a deixou sozinha nos jardins, observando o pequeno lago que havia no local. Apanhou mais uma taça com um garçom, perdida em pensamentos.

“Você não é o que eu chamo de forte para o álcool, Mari.”

“O que foi, Jeff? Vai regular o quanto eu bebo agora?” Ela se virou para o rapaz, que vinha se aproximando com as mãos no bolso. Os primeiros botões da camisa estavam abertos, e ele havia se livrado da gravata e do terno.

“Hey, calma aí... Só vim te chamar para dançar.” Ele ergueu as mãos em rendição, recebendo um olhar incrédulo. “Vai, Mari... Pelos velhos tempos.”

“E a Ella?”

“Se não quiser é só dizer, ok?” Ela revirou os olhos, se aproximando. Ele sorriu de forma convencida. “Sabia que não iria resistir. E só para informação, a Ella está com a Bells e a Ester, dando um descanso para o João e a Fabi.”

“Se vier me dizer que eu deveria estar cuidando da minha filha ao invés de bebendo, te mando a merda.” A morena resmungou, enquanto ele a enlaçava pela cintura.

“Na verdade eu ia dizer que acho que você demorou até. É sério, você deveria ter incluído álcool na sua dieta há muito tempo, de uns dois anos para mais. Teria te deixado mais tranquila, relaxada, desencanada...”

“Que tipo de conselho é esse, Jefferson?” Os dois riram, abraçados. Ela apoiou a cabeça no ombro dele, suspirando.

“Você se arrepende, Mari? Se ter tido a Bells?” Ele sussurrou, a apertando com força.

“Minha filha é a melhor coisa da minha vida, Jeff, eu nunca vou me arrepender de ter lutado por ela. Mas às vezes eu fico frustrada, é verdade, pensando em tudo o que eu deixei para trás. Era para ela ser algo meu e do Franz, algo pelo qual lutaríamos e triunfaríamos juntos. Mas ele morreu, de repente, e tudo se perdeu. Eu perdi meu marido, meus sonhos se perderam em algum lugar do caminho...” Ela disse calmamente, enquanto Jeff a afastava.

“Mari, para um segundo e se escuta.” Ele pediu, segurando o rosto dela. “O que você perdeu? E tudo o que você conquistou? Você tem uma filha incrível, duas amigas inimagináveis, que por anos deixaram suas próprias ambições para estar ao seu lado. Vocês têm uma empresa de sucesso, o que é algo incrível nos dias de hoje. Você tem pais e amigos que te amam incondicionalmente. E daí que você nunca se apresentou nos especiais da Globo, ou no Allianz. São coisas que vem e vão, efêmeras. Mas o que você tem aqui, com as pessoas que tão aqui... É um tesouro, Mari, algo eterno! Mas você só vai conseguir ver isso se olhar para frente, e deixar o passado onde ele deve ficar. Não era o que você dizia para a Karina, não ela teve o joelho destruído? Abra os olhos, Mari, antes que você perca o presente que a vida te dá.”

“Como eu perdi você?” Ela sussurrou, vendo-o se afastar e lhe dar as costas.

“Eu te amo, Mari, sempre amei, desde que nos vimos lá na Ribalta, naquela festa. E Deus sabe que sempre vou te amar. Mas eu não posso mais competir com um fantasma, tenho tentado nos últimos anos e só o que consegui foi sofrer. A Ella é uma pessoa boa, me ama, e quer me fazer feliz. E eu quero fazer ela feliz também.”

“Eu espero que vocês sejam felizes, Jeff, de verdade.” As palavras saiam com um gosto amargo, quase salgado devido as lágrimas. Antes que ele dissesse algo mais, Ann apareceu correndo, se jogando sobre a mãe.

“A tia Jade vai fazer um brinde e jogar o buquê, mamãe, vamos lá!” Ela cantarolou animada, os olhinhos brilhando de animação. A mulher assentiu, virando-se para chamar Jeff, mas sem encontrá-lo. Ao olhar para a entrada da tenda, ele estava ali, abraçando com Ella, lhe dando um beijo carinhoso que antigamente seria endereçado para ela própria.

Já do lado de dentro, Jade e Cobra estavam no meio da pista, cercado pelos padrinhos e pais. Mari se aproximou com a filha, recebendo uma nova taça.

“Eu queria agradecer a presença de todos nesse dia tão especial, quando um se tornam, bom, dois, mas tecnicamente nós somos três.” Cobra começou, enquanto todos riam. Jade negou com a cabeça, recebendo um beijo delicado nas costas da mão. “E eu queria propor um brinde a minha linda esposa, Jade Gardel Cobreloa, e ao nosso pequeno anjo que ainda não nasceu, Gabriel Cobreloa.

As taças se ergueram acompanhadas de gritos de saúde, enquanto o casal trocava um carinhoso selinho.

“Bom, eu queria fazer um agradecimento especial a Karina e a Mari, que organizaram tudo às pressas e de forma tão maravilhosa. Elas são as melhores amigas e sócias do mundo, e o Gabe vai ter uma sorte imensa de ter tias tão maravilhosas!”

Claro que o agradecimento deveria ser endereçado só a Karina, já que Mari mais reclamou do que ajudou. Mas estavam em um momento tenso na relação, era melhor não cutucar.

Logo, a antiga lutadora estava abraçada à amiga grávida, as duas chorando juntas. Mari deixou a filha no chão, cambaleando até elas. O cheiro de álcool surgiu assim que ela abriu a boca, e as outras duas se entreolharam surpresas. Afinal, Mari não era de beber.

“Não abra a boca, Mari.” Karina despejou metade da água de Jade em outra taça, entregando para a amiga. Virou-se para os presentes, que sorriam em expectativa. “Bom, então eu falarei em nome de nós duas e nossos amigos, além da Annie, é claro. Desejamos muito alegria e sorte para a nova família que começa aqui hoje, e que essa nova fase da vida de vocês seja pontuada de alegrias e momentos maravilhosos. Amamos vocês, os três, e esperamos que o Gabe seja tão gato quanto as tias. Um brinde a família Cobreloa!”

Todos ergueram as taças novamente, enquanto as amigas se abraçavam. Karina e Jade mal seguravam a emoção, mas se preocupavam com Mari. Ela abraçou a noiva meio mole, piscando duro.

“Que você tenha mais sorte do que eu, Jade.” Murmurou com a voz embargada. A amiga a segurou com força, enquanto Karina as envolvia.

“Joga o buquê, eu vou levar ela para dentro.” Pediu a loira, saindo puxando a cantora, enquanto Jade atraia a atenção de todos. Logo, as três estavam reunidas no quarto da noiva, Mari apagada no sofá. “Vamos trocar essa roupa, amiga?”

“Ela está desmaiada mesmo?”

“O champanhe subiu depressa. Sabia que devia ter pedido para ela parar há tempos.” Suspirou Karina, ajudando Jade com o vestido.

“Eu não tinha parado para pensar em como o dia de hoje seria difícil para ela. Ela viveu tudo isso, K, e tudo foi tirado das mãos dela.” A morena tinha os olhos rasos d’água, sentando ao lado da amiga. Karina a acompanhou, as duas encarando a adormecida. “Quantos planos ela e o Franz não fizeram, e foram todos arrancados dela, entende?”

“Nós fizemos o que pudemos, Jade, se lembre disso.” Sussurrou ela, a voz embargada. “Mas a vida é uma caixinha de surpresas, e tudo mudou. Nós não poderíamos passar o resto das nossas vidas as três e Jeff cuidando de Annie. Uma hora, teríamos que seguir em frente. E ela também terá. Mas partirá dela isso. Por hora, o que podemos fazer é tentar minimizar os efeitos dessa mudança repentina nela.”

Elas ficaram ainda alguns minutos ali, observando a amiga, antes de voltarem aos afazeres. Logo, Jade estava trajada com uma roupa mais confortável, pronta para se despedir dos convidados e ir para a sua curta lua de mel.

“Divirtam-se, ok? E você tá grávida, mas escangalha esse sushi com o Cobra.” Karina desejou, as duas rindo. Os rapazes estavam do lado de fora, rindo da conversa. “E você, Ricardo... Não esquece que ela tá grávida!”

“Isso está ambíguo, K.” O rapaz riu.

“Ok, em outras palavras: pode trepar, mas maneira no kama sutra, pelo amor de Deus. Acho que um triângulo invertido não é muito recomendado nessas circunstâncias.” Todos riram, enquanto os amigos se abraçavam.

“Ok, sua maluca. Te amo, tá?”

“Também te amo, seu mala.”

“Ok, agora larga minha garota, Cobreloa.” Pedro puxou a namorada, enquanto Jade gargalhava. “E você deixa isso, criatura diabólica?”

“Claro que sim, guitarrista. Porque meu vagabundo só tem olhos para mim e a esquentadinha só tem olhos para você!” Os casais se abraçaram. “E para o Barney.”

“Vocês tem mesmo que lembrar do Barney?” A loira bufou irritada, enquanto os amigos gargalhavam.

“Karina, um boneco de um metro e meio de altura perdeu a cabeça, um braço e até agora ninguém achou o rabo dele. Algo de errado aconteceu.” Cobra assinalou, enquanto o casal corava.

“Aconteceu mesmo, só queremos descobrir o que. Aquele rabo ainda me dá dor de cabeça.” O casal Cobreloa se espantou, enquanto os amigos riam. “Agora vão se despedir do pessoal no salão... O avião não vai esperar.

Se abraçaram novamente, se despedindo rapidamente. Eles já haviam se despedido de Mari, que estava sendo cuidada por Jeff no quarto da noiva, novamente apagada. Logo, os recém-casados eram saudados por gritos, enquanto se dirigiam para a saída.

O guitarrista e a esquentadinha ficaram ali abraçados, observando a agitação no salão.

“Você vai para o meu apê hoje, né linda?” Perguntou o rapaz.

“Não dá para deixar a Mari sozinha nesse estado, Pê, ainda mais com a Annie. Eu tava louca para ir com você, mas não tem condição.” Se desculpou a loira, vendo o namorado fazer um biquinho.

“Relaxa, K, pode ir com o Pedro.” Jeff apareceu com Mari nos braços, dormindo como uma criança. “Ela vai dormir por um bom tempo, então eu vou passar a noite lá na casa, com ela e a Bells. A Ella já levou ela para o carro, e vai embora com a Ruiva. Eu fico lá amanhã até você voltar, ok?”

E sumiu sem esperar por uma resposta. O casal ficou imóvel, em silêncio, até que o guitarrista abraçou a namorada pela cintura e sussurrou:

“Hoje você é minha, esquentadinha.”


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Notas finais do capítulo

Olha a Waal aqui!!!!! Como vão vocês? Tudo bem? Gostaria de deixar registrado, para quem não sabe, que conheci o Rafa e o Cadu, e eles são lindos e gostosos e fofos de se abraçar. Brigada, de nada, toca o bonde.
Tive que dividir esse capítulo em dois, tava dando mais de 8 páginas o: HAHAHAHAHAHA
Casamento Cobrade foi lindo, mas a Mari tá doidona das ideias. Segura essa menina, meu Brasel. Será que vai prestar Jeff levando ela embora bêbada? Hum...
E Pedro? Será que a atitude dele está estranha?
See you soon, babys ;*
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