Pequenas Histórias Ambulantes

Aqui, sentado nessa cadeira de escritório que parece ser um pouco mais confortável do que devia, passo minhas tardes, noites e ocasionalmente até minhas manhãs. Já perdi a conta de quantos amores despertei, de quantas mortes encenei com minhas simples palavras... Das vezes que me levantei da cadeira pronto para gritar ao mundo que finalmente havia conseguido a ideia perfeita e das vezes que realmente gritei isso.

As musicas que ouvi, e as cores que vi. O mundo lá fora, despertando em mim, algo como um prisma, uma fonte de conversas. Lembro-me com carinho das vezes que me sentei no banco mais alto do ônibus, olhando e pensando nas pessoas, em suas pequenas historias.

Desde um homem massivamente enorme e forte, que segundo minha humilde opinião deveria ser um ótimo pai a uma senhora sorrindo atoa, como se tivesse acabado de saber que passou no vestibular, e... Quem sabe ela não tivesse passado?

É aqui onde coloco vida na vida. Repito, em forma de palavras os prazeres e desprazeres de se estar vivendo, pinto em forma de ideias os sentimentos e pensamentos mais obscuros, se humanos que nem sequer estão vivos fora da minha cabeça. Ou quem sabe, eles existam? Quem sabe meus anjos e demônios, pianistas e homens que param o tempo existam... Existam na cabeça de quem lê, e assim como eu... Acredita que eles são ao menos um pouco de todos nós.