A Epifania Do Teto Do Cinema

O cinema é uma coisa mágica. As pessoas sentam-se nas cadeiras, comem pipoca, se beijam, conversam... E às vezes até assistem o filme. Mas na última vez que fui assistir a um filme, percebi uma coisa: Ninguém se dá ao trabalho de olhar o teto. Algo tão simples, mas que praticamente nunca acontece.

Imagino as histórias que aquele pedaço de assoalho com carpete azul-escuro já deve ter visto. Assassinatos, dramas, comédias... E mais do que isso, um pequeno pedaço da vida sendo transmitido por cento e vinteminutos. Casais que se fitamtimidamente e sorriem após o primeiro toque, e amigos que se reúnem para ver algo interessante numa tarde quente de sexta feira.

O teto do cinema tem vida própria. Não como se ele tivesse uma consciência pensante, mas o vejo como uma espécie de rei renegado da sala. Ele é algo imutável, onipresente, e mesmo assim não o notamos.

Então por que não dar alguma atenção ao personagem secundário? Muitas das vezes agimos assim, renegando experiências simplesmente por não querer se dar ao trabalho de levantar a cabeça.

A minha experiência cinematográfica é limitada. Não sou um aficionado por tramas, mas quero sentir desde cada nuance do teto do cinema, a aquele alguém que passa despercebido lá na fila da pipoca.