No dia seguinte...

– Tá na hora bando de estrupício! – Falou ernestina com a chave da van na mão apontando para a saída. Todos estavam sem a menor vontade de ir à escola naquela manhã de segunda-feira. – Tão esperando o que? Levantem o rabo da cadeira e pé na estrada! – Completou aos berros.

– Espera Ernestina, você não vê que ainda falta gente! – Disse Pata.

– Quem é que tá faltando? – Perguntou a mulher, apressada.

– A Vivi e o Samuca. – Respondeu Cris.

– Vai ver eles adormeceram na sala da Carol, que nem o Binho e a Bia! – Zombou Thiago.

– Como assim?! – Perguntaram os menores, estes não faziam ideia do acontecido.

– Thiago, eu acho que você não vai querer outro soco, vai? – Perguntou Binho sorrindo.

– É mas dessa vez, eu quem dou! – Exclamou Bia.

– Eu hein, foi brincadeira... – Concluiu Thiago.

– Estou pronta! – Exclamou Vivi, chamando atenção de todos enquanto descia as escadas. Esta usava acessórios chamativos, maquiagem extravagante, sapatilhas de dar inveja, e o cabelo carregado de babyliss.

– Nossa! – Exclamaram todos.

– Gente eu sei que eu arraso tá! – Falou descendo as escadas.

– Você vai pra escola e não pra um ensaio fotográfico. – Disse Cris.

– Agora só falta o Samuca. – Disse Rafa.

– Eu já tô aqui. – Disse o garoto descendo. Nesse momento, todos o olharam estranhos.

– Você tá bem Samuca? – Perguntou Cris.

– Tô, porque não estaria? – Perguntou o garoto. – Este possuía olheiras enormes, o cabelo bagunçado, e uma expressão vazia no rosto. Porém ninguém percebeu os curativos nos braços, devido ao moletom por cima do uniforme escolar.

– Vamo deixar de papo furado e entrar na van? – Ordenou Ernestina aos berros. Logo todos se direcionaram a saída e foram para a escola.

Na sala de aula...

Mosca, Janu, Rafa e Bel conversavam.

– Não nem me lembra da festa de halloween, tava todo mundo tá rindo de mim até hoje... – Contou Janu.

– Mas no fim das contas, já descobriram quem batizou o ponche? – Perguntou Rafa.

– Ainda não... – Respondeu Bel.

– É tenso, mas eu até suspeito de quem tenha sido. – Disse Janu.

– Quem você acha que foi? – Perguntou Mosca.

– O Janjão... – Respondeu Janu.

– Sabia! – Exclamaram.

– Mas como você pode ter certeza que pode ter sido ele? – Perguntou Rafa.

– Porque ele sempre teve essa mania de pegar bebida da mãe dele escondido. – Revelou Janu, deixando os garotos meio que espantados com o segredo. logo esta percebeu que havia falado demais. – Mas gente, finjam que eu não falei nada, se não vai sobrar pra mim... – Pediu.

– Não, tudo bem... – Disse Mosca.

– É, agente não diz nada. – Concordou Rafa. Porém o que estes não sabiam, era que alguém havia ouvido tudo, e contado a professora, logo em seguida.

No intervalo...

Cris conversava com as garotas, quando alguém a surpreendeu.

– Oi Cris, posso falar com você? – Pediu André.

– Oi André! – Cumprimentou Vivi.

– Oi Vivi! – Respondeu o garoto.

– Caham! – Pigarreou Cris. – Pensei que você queria falar comigo.

– É, eu quero. – Repetiu André.

– Tá, vem vamo sentar alí. – Disse Cris se direcionando a um banco vazio. André a acompanhou. – Então, fala, o que você quer dizer?

– Bom, é que aqui na escola vai ter aulas de teatro você já soube? – Perguntou André.

– Não, é sério? – Perguntou Cris.

– Sim, e eu queria saber se você não podia fazer uma matéria pro jorna da escola divulgando essas aulas. – Explicou o garoto.

– Ah! Claro, posso sim! – Concordou Cris. – Mas iaí você vai participar? – Perguntou.

– Não sei eu ainda tô pensando, porque é uma boa pra aumentar a nota no fim do semestre. – Disse o garoto.

– Sério? Vale nota?! Nossa eu já tava pensando em participar, então agora que eu vou mesmo! – Exclamou Cris.

– Legal... – Disse André. – Então, agente se fala. – Concluiu, saindo.

Perto dalí...

– Nossa vocês viram? – Perguntou Tati. – A Bia falava da Teca mas agora depois que assumiu namoro com o Binho, os dois só andam grudados. – Observando os dois que estavam sentados juntos perto dalí.

– Deixa eles Tati, você fala isso porque tá com inveja... – Disse Ana.

– Oi meninas! – Exclamou Dani chegando.

– Oi... – Respondeu Ana. Tati ignorou a garota.

– Tati, eu disse oi! – Exclamou Dani.

– Não falo com amigas fura-olho. – Respondeu Tati, saindo.

– Nossa, o que deu nela? – Perguntou Dani.

– Acho que ela tá brava por causa do beijo que você deu no Thiago. – Lembrou Ana.

– Quê, eu beijei o Thiago?! – Exclamou Dani. – Eca!

– Você não lembra? – Perguntou Ana.

– Não... – Respondeu Dani. – Deve ser por iso que quando eu passei pelos garotos eles riram e ficaram tirando sarro dele...

– Pera, então você também não lembra do que disse quando eu tava com o Tatu? – Perguntou Ana.

– Não... – Respondeu Dani. – O que eu disse?

– Nada não, esquece... – Concluiu Ana.

Perto dalí...

Bia conversava com Binho, quando avistou Janjão passando rapidamente. Este usava óculos escuros e um curativo no rosto. Binho notou que Bia observava o garoto.

– Porque você tá olhando pra esse mala? – Perguntou Binho.

– Por nada, só achei que ele parece estranho. – Respondeu Bia.

– É, hoje lá na sala, a professora mandou ele tirar o óculos de sol, e ele disse que não, e quando ela perguntou o que tinha acontecido ele falou que tinha levado uma queda de skate. – Contou Binho.

– Ah, nossa que tenso... – Disfarçou Bia. Lembrando da noite em que ouviu Janjão sendo agredido pela mãe.

– Pois é... – Concluiu Binho, este notou que sua namorada parecia um pouco desconfortável, porém nada disse.

Janjão estava com os amigos, quando a diretora aproximou-se e o chamou.

– João! – Exclamou. – Me acompanhe até a diretoria. – Ordenou.

– Porquê? Eu não fiz nada! – Defendeu-se o garoto.

– Me acompanhe. – Repetiu a mulher. Logo o garoto a acompanhou sem questionar.

Na diretoria...

A diretora explicou que o motivo de Janjão estar lá era devido ao incidente na festa.

– Não fui eu diretora, eu juro! Quem contou mentiu. – Defendeu-se.

– Janjão, ou você confessa ou eu serei obrigada a comunicar a sua mãe! – Disse a diretora.

– Não diretora, minha mãe não! Fui eu sim, não chama ela não por favor! – Pediu o garoto. A diretora então percebeu que o garoto pareceu assustado ao ter que avisar a mãe para comparecer na escola, e ao ver os machucados em seu rosto, tirou uma conclusão.

– Sinto muito, mas amanhã você só entra na escola acompanhado pela sua mãe, caso contrário será suspenso. – Informou a diretora. Porém esta, além da intenção de castigar o garoto pelo delito, queria conversar com sua mãe sobre os machucados no rosto do mesmo.

No fim da aula...

– Nossa fiquei animada pra essa aula de teatro que vai ter! – Disse Cris sorridente.

– Eu já tô dentro, parece uma boa! – Exclamou Bia.

– Eu também! – Disse Mili.

– Eu tô fora, teatro é coisa pra menina! – Excamou Binho.

– Binho! – Exclamou Bia.

– Nem vem Bia, eu não vou mudar de ideia. – Disse Binho se mantendo firme.

– Eu concordo com o Binho, mó frescura esse lance. – Disse Mosca.

– Eu acho que seria legal... – Disse Thiago, fazendo os garotos o encararem. – Quer dizer, seria legal ir pra rir das garotas! – Disfarçou.

– Pois eu já estou dentro, vai ser ótimo pra minha carreira de modelo! – Exclamou Vivi, convencida.

Minutos depois, tocou o sinal pra aula extra de teatro, então todos que iriam fazer se direcionaram a sala, e os que não iriam, foram para casa. Mosca e Thiago acabaram mudando de ideia e resolveram participar da aula para ganhar um ponto extra na nota, além deles todas as garotas com exceção das menores foram, e também Samuca. Bel, Janu e André também estavam. De início o professor mandou que formassem duplas de casais para encenar uma peça com exceção daqueles que sabiam cantar.

– Pata... – Chamou Duda.

– Oi Duda... – Atendeu esta.

– Você quer fazer dupla comigo? – Perguntou.

– Pode ser! – Respondeu Pata, sorrindo. Esta percebeu que Mosca a encarou om cara feia, porém o ignorou.

– Mosca! – Chamou Janu.

– Oi Janu! – Atendeu.

– Vamo fazer dupla? – Perguntou.

– Beleza! – Aceitou Mosca. Mili observou enciumada, esta não participaria de duplas pois ficou no grupo dos que sabiam cantar, além dela, Thiago e Vivi também foram, sendo que essa ultima não sabia cantar coisa nenhuma. No fim todos formaram dupla, porém alguém ficou sobrando.

– Porque sempre sou eu quem fico sobrando? – Perguntou Bia irritada.

– Agradece ao seu namoradinho que não quis vir. – Zombou Cris, que havia formado dupla com o André, fazendo Bia mostrar a língua.

– Óh não fique assim minha querida, as inscrições valem até o final da semana, com certeza entrará mais gente e você encontrará sua dupla! – Falou o professor animado.

– Tanto faz... – Murmurou Bia.

No fim da aula o professor deu um folheto para que todos decorassem e apresentassem no outro dia.

No fim da aula de teatro...

Pata se preparava para ir pra casa quando alguém a chamou.

– Pata! – Chamou Duda.

– Oi! – Respondeu a garota.

– É... Eu queria saber se... você não quer ensaiar o texto na minha casa hoje. – Disse Duda.

– Ah! Claro, com certeza! – Exclamou Pata.

– Pata, você não vai vir? – Perguntou Mosca interrompendo.

– Não, eu vou ensaiar na casa do Duda. – Explicou Pata.

– Quê? Claro que não vai! Só Deus sabe o que esse tarado pode fazer! – Exclamou.

– Para de falar como se eu não tivesse aqui Mosca... – Pediu Duda.

– Eu falo é pra você ouvir mesmo! – Disse Mosca. – Se você pensa que vai iludir minha irmã como faz com as outras, tá muito enganado. – Completou.

– Chega Mosca, você não é meu pai! – Gritou Pata. – Você cuida da sua vida e eu da minha! – Completou. Todos observavam de longe.

– Eu não sou seu pai, mas sou seu irmão mais velho, eu sei o que é melhor pra você! – Gritou Mosca.

– Não Mosca, você não sabe! Quem sabe sou eu! – Exclamou Pata. – E tem mais, uma coisa...

– O quê? – Perguntou Mosca irritado. Então nessa hora Pata puxou Duda pelo braço e o beijou inesperadamente, fazendo Mosca ficar chocado com a reação da irmã. Nessa hora todos do orfanato gritaram surpresos também.

– Se eu quiser ficar com o Duda, não é você quem vai impedir! – Concluiu Pata, deixando Mosca sozinho, e saindo com Duda em direção ao carro.

– Nossa Mosca, perdeu a moral! – Zombou Bia.

– Não enche Bia! – Exclamou Mosca, entrando na van.

Na mansão Almeida Campos...

Duda e Pata chegaram, almoçaram e em seguida foram direto para o quarto. (Calma gente eles só foram ensaiar as falas u.u)

– Nossa, esse é o seu quarto? – Perguntou Pata admirada.

– É. Porque? – Perguntou Duda.

– É enorme! – Respondeu Pata.

– Não exagera vai! – Exclamou Duda, encarando-a. Logo os dois entreolharam-se em silêncio.

– Foi aqui que você beijou a Bia enquanto ela dormia? – Provocou Pata, estragando o clima.

– Nossa Pata! Que chata! – Exclamou Duda rindo.

– Tá, vamo logo ensaiar as falas vai. – Pediu a mesma.

– Na verdade eu tava pensando em ensaiar outra coisa... – Disse Duda.

– O quê? – Perguntou Pata.

– A cena do beijo... – Respondeu Duda, aproximando-se da garota, esta então também fez mesmo até que seus lábios se tocaram, dando início a um longo e calmo beijo. Logo, Duda pegou pela cintura da mesma, que colocou as mãos em sua nuca, enquanto o beijo se tornava mais intenso. Enquanto estes ainda se beijavam, Duda resolveu guiar Pata até a cama, porém esta ao perceber entrou em pânico.

– Duda espera! O que você pensa que tá fazendo?! – Perguntou empurrando o garoto.

– Calma! O que foi Pata? – Perguntou Duda sem entender.

– Fica longe de mim! – Exclamou a garota assustada.

– Mas Pata! Eu não ia fazer nada que você não quisesse... – Disse Duda estranhando a reação da garota.

– Não encosta em mim! Não encosta! – Gritou Pata. Esta mudou a expressão no rosto de uma hora pra outra, e passou a chorar descontroladamente.

– Pata... O que aconteceu? – Perguntou Duda, assustado.

– Eu não... Eu tenho que ir embora! – Exclamou a garota, saindo do quarto rapidamente, deixando Duda sem nenhuma explicação.

No orfanato...

Mosca e Rafa conversavam no quarto.

– Mosca você não precisa ficar desse jeito, vai ficar tudo bem, você vai ver. – Disse Rafa tentando acalmar Mosca, este parecia preocupado.

– Eu não sei Rafa, você sabe que eu não confio em nenhum garoto perto da Pata, nenhum! Você sabe porquê! – Disse Mosca alterado.

– Eu sei... – Disse Rafa sem jeito. – Mas fica tranquilo, não vai acontecer nada com ela... – Completou, confortando o amigo.