Just One More Day escrita por Ana Viollet


Capítulo 13
Capítulo XII- Consulta




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"Sasuke, eu não posso fazer nada sobre isso. Talvez seja o melhor para ela, não sei..." Disse Tsunade, enquanto tomava o seu último gole de café na cozinha moderna dos Uchiha. Ela possuía um semblante ligeiramente cansado em seu rosto, portanto, café era útil nessas horas. Ela chegou cedo na mansão para tratar e atualizar-se dos assuntos referentes à sua paciente com Sasuke, e deparou-se com um moreno bastante inquieto.

"Eu tenho um mal pressentimento sobre isso, um péssimo, na verdade. Eu consigo sentir, Tsunade. Eu não conheço esse homem, ele..."

O moreno estava aflito com a situação, por mais que a própria paciente tenha a aceito sem problemas, ofuscando o seu real sentimento quanto à consulta. Após aquela incômoda e inoportuna ligação na noite passada, a única coisa que Sasuke fez foi avisá-la sobre a consulta e despedir-se dela com um singelo beijo na testa. Ligou para seu filho desejando-o boa noite como sempre estava fazendo antes de dormir e se deitou tarde da noite, ansioso.

"Você deve estar confundindo as coisas, Sasuke. Ele é só um médico. Eu até concordo com você que foi algo bem inesperado e intrusivo, logo nesse estágio do tratamento, mas vamos esperar." Sasuke concordou com um simples aceno de cabeça. Para tranquilizá-lo ainda mais, Tsunade procurou completar seu pensamento. "E digo mais, se ele fizer algum mal a minha menina, eu mesma cuido do infeliz, nem se preocupe!"

"Você deve estar certa, você sempre está." Seu último comentário fez um sorriso surgir em meio a preocupação do Uchiha. Objetivo cumprido. "Ele levou o lanche da manhã para ela?"

"Sim, insistiu. Justificou que era para observar os hábitos dela no momento, conversar de uma forma mais informal e observar a sua relação com a comida, etc. Deve ser coisa de psiquiatra; Só espero que ela coma tudo."

"Espero o mesmo, ela está indo tão bem, Tsunade. Eu não confio nele, eu tenho medo dele piorar sua situação, receitar remédios que ela não será capaz de aguentar, que eu sei que ela não necessita." Tsunade concordou com a cabeça, levantando-se para deixar a xícara de café na pia. Recordou-se brevemente de como sua menina estava há quase 2 meses atrás, frágil, gélida.

A Sakura de hoje era diferente. Possuía um brilho maior em seus belos olhos e um rubor natural em suas bochechas, e o melhor de tudo: era bem mais frequente captá-la com um belo sorriso no rosto ultimamente. Não se assemelha a Sakura de antes. "Não consigo imaginar quando ela for embora, quando ela sair de meu alcance... "

"Sasuke..."

"É, eu sei. Eu passei tanto tempo longe dela que minha única vontade é estar junto a ela, aproveitar esse tempo que temos juntos, sem interferir no tratamento, obviamente. Mas eu tenho que deixar esse pensamento de lado um pouco, essa angústia de que as coisas não vão ficar bem, por mais difícil que seja. Eu vou conversar um pouco com meu advogado por hora, tudo bem?"

"Claro. Inclusive, como vai o processo?"

"Teremos a primeira audiência em alguns dias. E, para ser sincero, estou muito preocupado com Daisuke, ele não parece estar bem, entende? Amanhã mesmo devo buscá-lo, quero ter meu filho junto a mim. Por mim, o dinheiro é de Karin, eu não me importo tanto. É um domínio que eu tenho total capacidade e de reconstruir, sem necessidade de recorrer aos meus pais. O que mais quero é ter meu filho por perto e contente por estar comigo."

"Eu compreendo, Sasuke. Não sei se agiria de forma diferente depois do que você passou nas mãos de Fugaku, até hoje desejo distância daquele homem. Mas eu tenho certeza de que a guarda de Daisuke será sua, aquela mulher não ficará com ele. No primeiro exame toxicológico, ela estará fora."

"Obrigada por todo o apoio, Tsunade, e por tudo que você fez e tem feito por nós"

"Não precisa agradecer, eu só quero ver vocês felizes, todos vocês.

Agora vai lá, Romeu, quando ele sair eu te aviso." Piscou para ele, brincalhona.

"Estarei em meu escritório." Finalizou, retirando-se da cozinha um pouco mais aliviado.

[...]

O outro jovem médico se preparava para entrar no quarto da menina. O moreno chamado Sai trocava mensagens com Karin, sua mais recente parceira, avisando que acabara de entrar na casa e que tudo corria bem. Era um plano maligno que iria suceder-se pelos próximos minutos, mas era só o início.

Encontrou uma espécie de cômoda ao lado da porta do quarto, com várias fotos de família e outros objetos de decoração. Afastou um pouco os objetos ao redor e colocou a bandeja de comida na superfície do móvel. Dentro da bandeja, havia um pequeno pote de iogurte natural de frutas vermelhas com aveia e chia que foi anteriormente preparado por Tsunade, além de um copo de suco de abacaxi com hortelã e água. Uma refeição nutritiva e completa para aquele determinado horário.

"O disfarce perfeito..." Sai falou, silenciosamente, enquanto um ligeiro sorriso se formava em seu rosto.

Olhando para os lados e cantos da casa à procura de câmeras, ele retirou com agilidade um pequeno saco transparente contendo um pó esbranquiçado do bolso, após perceber a ausência das máquinas no local em que estava. Abriu-o, depositou o pó esbranquiçado no suco e mexeu até ficar completamente diluído.

O conteúdo, de caráter suspeito, não passava de inúmeros comprimidos moídos, um real coquetel preparado por ele que deixaria sua paciente em condições não muito boas após a ingestão. 'E será só o começo...' pensou.

Abriu a maçaneta lentamente, ao mesmo tempo que segurava a bandeja de comida com a outra mão. Estava prestes a observar pela primeira vez inocente mulher que trouxe tanta ira para Karin, a ainda esposa do médico.

Lá estava ela, linda, prontamente deitada, lendo um de seus romances favoritos que tivera a chance de encontrar em uma das prateleiras de livros da casa. Precisava distrair sua mente, e "Morro dos Ventos Uivantes" parecia cumprir o objetivo. Sakura estava tensa com a nova visita, assim como seu médico, mas omitiu esse detalhe para não preocupar Sasuke ainda mais. Percebeu o quão nervoso ele estava ainda pela manhã, quando tomaram café de manhã juntos, ele estava distante. Talvez pensando no filho...

"Bom dia, Sakura." A voz diferente ecoou pelo quarto, retirando-a de seus pensamentos. Sem soltar o livro da mão ou fechá-lo sequer, fitou aquele ser aparentemente desconhecido com um pouco de receio. "Serei o mais novo psiquiatra no seu caso." Sai explicou enquanto se aproximava e deixava a sua bolsa transversal de couro em uma das poltronas do quarto. Em seguida, deixou a bandeja de comida na mesinha próxima à cama.

Casualmente, o jovem puxou as mangas do jaleco, deixando-as um pouco acima de seus cotovelos. Ela observou o psiquiatra com cuidado, lembrando-se vagamente de ter visto aquele rosto em algum local. 'Ele é jovem, muito jovem.' Pensara Sakura.

Sai procurou a cadeira mais próxima e a pegou, deixando-a mais perto da cama em que a menina estava deitada. Virou a cadeira ao contrário e se sentou, apoiando ambos os cotovelos, cruzados, na parte superior da cadeira.

"Podemos conversar um pouco?" Sua voz soou um pouco mais suave, quase que persuasiva. Sakura observou-o com ainda mais atenção e teve certeza de que aquele rosto era familiar. "Vamos lá, Sakura, não precisa encarar tanto. Não é possível que você não se lembre de mim da faculdade..."

Quase que em um estalo, Sakura lembrou-se do pálido moreno que estava a sua frente. Ainda no primeiro ano da faculdade, eles frequentaram inúmeras aulas em comum e ele costumava ser uma ótima companhia em meio a tristeza que ela se encontrava inicialmente, a amizade permaneceu por um ano, até que Sai teve de ser transferido. Na época, ele aproveitou-se do momento de fraqueza da menina para conhecê-la melhor, quase que de forma indecente, por mais que isso não chegasse aos olhos da vítima. Sai tinha interesse nela, não havia dúvidas, e tentava a todo custo convencê-la daquilo, o que foi levemente eficaz. Mas, apesar da singela eficácia, era um sentimento fútil, passageiro, que sumiu tão rápido quanto sua aparição. Quem imaginava que ele estaria ali, mais uma vez, apenas alguns anos depois.

"Sai!" Um leve sorriso brotou nos lábios da rosada. E em um movimento rápido, mas ao mesmo tempo, muito bem planejado, Sai colocou seus braços ao redor da menina, diminuindo quase que totalmente a distância entre os dois. Um abraço apertado e reconfortante que perdurou por alguns segundos. Sakura separou-se dos braços do médico pouco tempo depois, um tanto constrangida. "Quase não te reconheci, Sai-kun, como está?" Logo tentou puxar conversa com seu antigo colega. Era reconfortante ter alguém conhecido de volta, alguém da época da faculdade.

"Estou muito bem e você, Sakura? " Havia uma certa malícia em sua voz, quase imperceptível, mas não iria entregar seu jogo logo no início, não fazia parte do plano. Por mais que estivesse internamente lutando contra a vontade de possuí-la no mesmo momento, naquele quarto, atar seus braços àquela cama... Sua mente perversa ia longe.

"Bem, se estou tento que ver um psiquiatra, acho que não estou tão bem quanto gostaria." Falou, sincera. Sakura ficou preocupada com a chegada do novo médico, pois indicava que algo poderia não estar indo bem quanto ao seu tratamento. E ela sabia disso.

"Você acha? " Perguntou com um certo interesse. Sua presença foi o suficiente para criar dúvidas antes inexistentes na mente da rosada, o que denotava que tudo estava seguindo os seus conformes. "Não se preocupe, estamos entre amigos, certo? Veja por outro lado, estamos apenas seguindo o protocolo, você é a médica aqui, não a paciente. " Abriu um sorriso sarcástico.

Sakura observou suas ações com cuidado, ainda um pouco retraída.

"Podemos começar? " Ela afirmou, timidamente. O médico tirou de sua bolsa uma espécie de caderno médio e uma caneta folheada à prata, e começou a escrever. "Ah, inclusive, não vai comer? "

Sakura observou o bonito prato, um tanto surpresa, pois nem havia notado a presença dele no quarto. O olhar de Sai sobre ela pesava, de uma forma que ela se viu quase obrigada a iniciar sua refeição. Bebericou um pouco do suco e 'roubou' uma das frutas vermelhas que estava por cima do iogurte, o suficiente para o psiquiatra esboçar um sorriso discreto.

"Bem, primeiramente, eu preciso que você me conte como está sendo sua relação aqui, desde que chegou, como está se sentindo quanto ao tratamento...."

E a consulta teve início.


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Notas finais do capítulo

Olá, leitores ♥

Espero que tenham gostado do capítulo e peço desculpas por só ter postado agora à noite. Eu fui fazer o 'Exame Nacional' e não pude postá-lo mais cedo, mas aqui estou eu com mais um capítulo para vocês. Primeiramente, eu quero esclarecer que esse capítulo foi mais introdutório do que qualquer outra coisa, pois eu queria que vocês conhecessem um pouco mais do novo personagem. Fiquem à vontade para comentar, mostrar suas opiniões quanto ao capítulo e ao personagem, o que estão achando da história... Eu ficarei super feliz em falar com vocês :)

Porém, entretanto, todavia, já vou avisando que o próximo será bem intenso. Preparem-se!