Soluço, o líder de Berk: A guerra pela paz escrita por Temperana


Capítulo 25
Parte 2: O último treinamento


Notas iniciais do capítulo

Oii!!! Desculpa estar postando tarde amores... mas são as circunstâncias dos estudos... Mas eu vou postar um capítulo por dia...
Essa é a segunda parte do capítulo anterior. Tem mais um capítulo com divisão, no caso o próximo. E vou dividi-lo, mas talvez poste os dois amanhã... Não prometo nada.
Muito obrigada a Lalah Campos e Luizarm por terem favoritado a minha fanfic... Me deixa muito feliz!
Até as notas finais...



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Nós fomos entrando na minha sala e a Astrid sentou-se no chão, encostada na parede. E eu fui até a estante da minha sala e peguei o livro. O livro que continha os nossos momentos, as nossas lembranças, a nossa história. Depois voltei e sentei-me com a Astrid no chão.

–Muito bem – ela falou. – Terá algumas partes incompletas em todos os capítulos e queria que você completasse com o que você sentiu em cada um deles.

–Está certo – eu pigarrei e então comecei a ler...

Capítulo 1: O primeiro olhar.

Tudo começou quando nós tínhamos seis anos. Éramos pequenos ainda. Soluço Spansitocus Strondus, o próximo líder da Tribo Hooligan, um ruivo de olhos verdes e Astrid Hofferson, uma loira de olhos azuis. Muitos diriam que o Soluço seria o grande guerreiro de Berk. Bem, mais tarde seria um grande líder e um grande guerreiro, mas com seis anos, a pequena Hofferson já mostrava suas habilidades.

–Com machado – eu acrescentei.

–Fica quieto – ela disse. Eu ri e continuei.

Astrid mostrava-se melhor que o futuro líder. E o Soluço... Muitos deixaram de acreditar nele. Mais tarde ele mudaria a história de Berk, mas por enquanto ele só tinha seis anos, e mesmo assim ninguém ousava apostar nele.

Era um jantar no Grande Salão, como qualquer outro. Porém, os nossos olhos encontraram-se pela primeira vez. Eu tentei desviar do seu olhar, mas não consegui. Seus olhos me puxavam para olhá-lo. Eu, Astrid Hofferson, senti-me hipnotizada com seus olhos esmeraldas. Obviamente eu não admiti isso a ninguém, até conhecê-lo melhor e contar-lhe que o amava. Era o Soluço, o que prometia ser o pior viking de todos os tempos. Mas nada disso importou naquele instante.

Havia um espaço em branco e então eu peguei um lápis e encontrei as palavras certas. Enquanto eu escrevia, falava para a Astrid. As nossas histórias então se misturaram. Tenho o livro até hoje. E lembro-me de como o completei com a Astrid. Nunca me esqueci daqueles momentos. E creio que nunca esquecerei...

Eu, Soluço, me afundei no mar feito do olhar da pequena Hofferson. Olhos azuis como o céu encontrando o mar. Eu não queria desviar o olhar e também não queria que ela desviasse. E para sua alegria, ela não desviou. Os dois se encararam por um tempo e então sorriram um para o outro. Quem ele iria enganar? Também a amava, e mais tarde os dois se declarariam.

Mas ali, naquela noite, foi adicionada uma pitada de amor nos nossos corações, o que durou para a vida inteira.

Terminei de ler e novamente me perdi no olhar dela. E sorri como naquela noite. Eu me lembrava daquele dia como se fosse hoje.

–Você se lembra disso também? Do nosso primeiro olhar? – eu perguntei sorrindo.

–É claro que sim. Como esqueceria como me hipnotizou pela primeira vez? Ainda é estranho – eu ri.

–Que tal o que adicionei pequena Hofferson?

–Você escreve melhor do que eu.

–Eu discordo pela primeira vez com você. É incrível o que colocou. Eu vou guardar para sempre esse livro comigo.

–Espero que você faça uma cópia para mim.

–Eu vou pensar no seu caso.

Ela revirou os olhos. Eu virei-me e dei um beijo nela.

–Obrigado pelo livro – eu disse.

–Obrigada por estar aqui. Vamos almoçar?

–Claro, vamos lá. Eu faço o almoço hoje.

Eu levantei-me e ajudei-a a levantar.

–Ah Soluço, sabia que o Pula Nuvem voltou para Berk?

–Mesmo, que bom, minha mãe deve estar feliz. Eu pensei na possibilidade de ir até a Ilha do Santuário ver se estava tudo bem.

–Ele está bem e está no estábulo.

–Ótimo.

Fomos para minha casa para almoçarmos. Nós entramos na minha casa. Astrid sentou-se na mesa e Tempestade ficou do lado de fora (depois de Astrid alimentá-la). O Banguela entrou e ficou olhando-me e esperando por seus peixes.

–Toma pidão – eu falei, rindo e dando uma cesta de peixes para ele. Ele sorriu e começou a devorá-los.

Então eu fiz a comida e quando terminei coloquei-a na mesa, sentando-me logo em seguida.

–Então Astrid, pode perguntar o que quer saber. – eu falei.

–O que eu quero saber? – ela perguntou assustada.

–Sim, dá para perceber que você quer perguntar-me algo – ela desviou o olhar. Sei que ela estava com uma dúvida na mente, dava para perceber.

–Ah – ela disse. – Então olhou novamente para mim. – Bem, por que você está fazendo isso tudo hoje? Treinando com os pilotos, treinando com os vikings, o que aconteceu? Você ficou sabendo de algo novo?

–De certa forma sim. É que eu tive outro sonho essa noite com meu pai. Ele disse no sonho que a guerra está próxima. Muito próxima. Eu acredito em intuição agora, sei lá. Porque, na outra vez que eu sonhei com ele, tudo se concretizou. E está ficando cada vez mais frio.

–Mas por que fazer isso tudo hoje? Pode estar próximo, mas você não...

–Ele disse-me que meu teste final pode ser amanhã.

Ela calou-se. Essa ideia é meio forte para suportar. Mas depois de um tempo, após termos acabado de almoçar, ela voltou a falar.

–Drago não deve ter gostado de saber que você libertou-me e derrotou o Labor em uma luta.

–Sinceramente, eu ainda acho que o Labor pode ser bom. Ele parece estar sendo usado pelo Drago, está deixando as emoções tomarem conta dele.

–Isso é sério? Soluço, você acredita mesmo nisso? – ela perguntou-me meio indignada. – Ele é filho do Dagur, aquele louco! Ele não pode ser bom do jeito que você pensa.

Eu olhei para ela assustado.

–Não vou dizer mais nada, se não quer pensar assim, esqueça.

–Não é questão disso Soluço...

–Deixa quieto – eu disse.

–Olha, me escute – ela disse olhando-me profundamente. – Se você acredita nisso, que seja. Mas, se ele está sendo usado, não pode nos ajudar não acha? Não pode ser bom agora. Tudo bem, eu posso estar errada por julgá-lo pelo seu pai, mas entenda, não pode iludir-se assim, que as pessoas mudam de uma hora para outra. Você não é tão ingênuo assim Soluço e aprendeu da pior maneira – ela referia-se ao meu pai com toda certeza. - Labor vai absorver suas palavras e pensar melhor – eu olhei-a por um minuto e suspirei. Ela tinha razão até certo ponto.

–Está bem, você pode ter razão. Mas você sabe que não tirarei isso da cabeça por um bom tempo não é mesmo?

–Teimosia crônica dos vikings, assim fica difícil Soluço. Depois eu tenho um nível alto – eu ri. Viu como não consigo ficar bravo com ela nem por um minuto? Pode ser meloso, mas é verdade...

–Vou tentar não pensar nisso, juro.

–Muito bem então – ela disse sorrindo. – Vou acreditar.

–Eu tenho agora que me concentrar em Drago. Vou ter que o enfrentar.

–Você tem que ser forte Soluço, e diferente de Labor, deixar as emoções de lado – eu arqueei as sobrancelhas dizendo que ela redeu-se ao meu argumento e ela deu de ombros, me fazendo rir. – Mas olha, - ela disse pegando em minhas mãos. – Você é forte. Eu acredito em você. Drago não é nada perto do Soluço, o meu treinador de dragões – eu sorri e beijei suas mãos.

–O seu treinador de dragões? – ela balançou a cabeça em concordância e rindo. – Obrigado pela honra – eu disse. Ela novamente sorriu tão lindamente, que me deu uma ideia. Levantei-me e fui até ela, do outro lado da mesa. – Milady – disse em uma pequena reverência. – Poderia dar a honra de um passeio com esse humilde cavaleiro de dragões e seu Fúria da Noite? – perguntei. Ela levantou-se também.

–Eu vou pensar no seu caso – ela fez uma cara de pensativa, levando à mão ao queixo. Então ela me deu um selinho rápido. – Sim – ela disse sorrindo.

–Nossa você pensou bem rápido – ela riu. – Vamos lá Banguela! – ele se animou todo e correu até a porta. Eu peguei a mão da Astrid e puxei-a até o lado de fora da minha casa. A Tempestade aproximou-se.

–Fica aqui Tempestade, eu já volto – ela disse carinhosamente para a sua Nader Mortal.

Então eu montei e encaixei a prótese no pedal, abrindo um dos lemes da cauda do Banguela. A Astrid montou logo depois.

–Vamos lá amigo – eu disse. – O de sempre. Mas com um pouco de adrenalina – Banguela se animou todo.

–Soluço, não faça...

Antes de ela terminar de falar, o Banguela decolou com toda velocidade.

–Seu louco! – ela gritou e abraçou-me.

–Só um pouquinho – eu gritei de volta.

Banguela ia cada vez mais rápido. Ele rodopiou e mergulhou em velocidade em direção ao mar. Astrid apertou o abraço e enterrou sua cabeça em minhas costas. – Agora Banguela – eu falei calmamente. Antes de tocarmos a água, como sempre, ele abriu as asas e suavizou o voo. Astrid tirou os braços da minha cintura. E permitiu-se abrir os olhos.

Naquele momento, o passeio estava lindo...

–Tudo isso para me lembrar do nosso primeiro voo? – ela perguntou.

–Você lembrou-se? Não sei por quê? – eu disse rindo.

–Na verdade eu nunca esqueci – ela disse abraçando-me novamente. – Pelo menos não precisei pedir desculpa, não é mesmo Banguela? – ele ronronou.

Com exceção de o nosso primeiro voo ter sido à noite e aquele voo à tarde, estava igualmente romântico.

O sol encaminhava-se para se pôr quando avistamos uma ilha muito bonita, com uma praia encantadora. O Banguela desceu e pousou.

–Que ilha é essa Soluço? – Astrid perguntou.

–Eu não sei – eu peguei o meu mapa (de um dos meus infinitos bolsos da minha antiga armadura) e o abri, sentando-me na areia. – A ilha não está aqui no mapa – apontei para o espaço vazio onde deveria estar à ilha. – Muito bem amigo, nós encontramos mais uma – eu disse para o Banguela, que sorriu. A Astrid sentou-se do meu lado.

–Como vai chama-la? – ela perguntou. Eu peguei uma folha em branco, que também estava em um dos meus infinitos bolsos, e colei no espaço vazio do mapa com a saliva do Banguela (pelo menos nessas horas, a saliva grudenta do Banguela servia para algo além de manchar as minhas roupas).

–Bom, eu não sei – eu respondi. – Pode me dar uma ideia?

–Eu? – ela perguntou incrédula. – Nem vem, não faço a menor ideia. Não sou eu que fico voando por aí o tempo inteiro.

–Que tal Recanto Hooligan? Não homenageei a nossa tribo em nenhumas das ilhas que encontramos ainda – eu disse, depois de pensar um pouco. Achei que seria um bom nome.

–Gostei do nome – ela disse olhando para o mar e eu vi como ela estava ainda mais linda com as luzes amarelas e laranjas do principio do pôr do sol. Depois ela voltou a olhar-me. – Bem melhor do que Sovaco Cosquento – ela disse rindo.

–Muito engraçada, senhorita Hofferson – eu ironizei. Comecei a desenhar a ilha (mais ou menos. Mas até que ficou bom).

–Pena que não podemos ficar um pouco mais, pois temos que ir para o treino – ela disse olhando para o mar. –Gosto desses passeios loucos que fazemos às vezes.

–Eu também – disse abraçando-a. – Infelizmente, temos que ir – ela correspondeu ao abraço.

–Vamos então – nós nos levantamos lentamente. E eu perigosamente decidi implicar com a Astrid.

–Não podemos ficar mais, mas não chore por isso... – funcionou perfeitamente porque ela me seu um soco no braço (que doeu um pouco). – Está bem, desculpe, só estava brincando e... – ela interrompeu-me com um beijo. Fazia tempo que ela não me roubava beijos assim.

–Só para não perder a mania – ela disse e eu sorri. Finalmente montamos e fomos voltando para Berk, admirando as luzes deixando o dia.

–Espero que tenha gostado do nosso passeio, milady – eu falei.

–Eu não gostei – ela disse friamente, de um jeito que eu assustei-me. – Eu amei – ela sussurrou docemente, me abraçando. E eu não pude deixar de sorrir.

Tempestade foi então ao nosso encontro. Eu vi os vikings reunidos na praça e um dragão de quatro asas com uma treinadora ao lado dele.

–Oi amiga – Astrid disse pulando do Banguela (eu não disse que fazíamos testes de confiança todos os dias...) e montando em Tempestade.

–Vamos pousar na praça – eu disse. Ela concordou.

Nós fomos chegando e pousamos no meio da praça. Estava cheia de vikings. A Astrid foi para o lado dos pilotos e dos outros dragões.

–Olá pessoal – eu cumprimentei. – Nós iremos realizar uma manobra defensiva de treinamento. Os dragões devem estar habituados a nos defender se formos atacados de repente sem chance de poder lutar e executar uma coisa mais ofensiva. Vocês devem ficar preparados enquanto nós fazemos a linha de defesa com os dragões para o caso de algum guerreiro inimigo passar da linha de defesa, estejam preparados. As catapultas também.

Não sei se fui muito claro, mas acho que todos entenderam, de modo que se organizaram rapidamente da maneira correta. Ainda fizemos um bom tempo de outros tipos de resistência (como ao vento frio que soprava), e nós estávamos preparados. Tínhamos que estar.

Todos foram liberados, com um alerta de ataque no ar. A qualquer momento uma enorme armada podia chegar à Ilha. Vikings ficaram de vigia durante a noite nos pontos estratégicos de Berk.

Eu e a Astrid voltamos para a Academia depois do treino. Fomos ler mais um capítulo do nosso livro. Minha parte misturou-se com a dela. E ficou de um jeito incrivelmente bonito...

Capítulo 2: A primeira burrice

Quando nós tínhamos oito anos, um de nós demonstrava traços de guerreiro. Astrid Hofferson. Eu e o meu machado. Uma ótima viking. Já o Soluço... Não tinha herdado talento para a luta, aparentemente. Mas quem disse que ele desistia? Queria ser como os outros, queria ser como seu pai, ou pelo menos dar-lhe orgulho.

Então, em um dos ataques dos dragões, os vikings lutavam na vila contra eles. Soluço olhava da janela assim como eu. Eu o vi observando a luta. Ele também me viu. Mas de repente ele sumiu da janela e apareceu na frente de sua casa. Ele queria mostrar que podia ser forte. Que podia matar um dragão como os outros e ser um grande viking. E no fundo queria impressionar os olhos azuis que o observavam à distância.

Porém foi sua primeira burrice. Ele acabou quase morto naquela noite. E se alguém ainda acreditava nele, parou de acreditar naquele dia. Mas eu continuei acreditando. Eu estava preocupada embora não quisesse mostrar aos outros isso. Tudo ficou bem no final daquela noite. E eu fiquei feliz por ele estar vivo e seguir o seu destino, ter mudado Berk.

Foi a sua primeira burrice. Houve muitas outras depois. Os outros caçoavam de suas tentativas que terminavam na maioria das vezes em fracasso. Apenas uma deu certo, mas anos depois. Eu não. Eu admirava sua força em tentar se mostrar forte. Sempre admirei. Admirava sua persistência. Já Soluço admirava o meu respeito em relação a ele.

É, foram sendo adicionadas com o tempo mais gotinhas de amor.

Eu fechei o livro e eu e Astrid ficamos apenas olhando um para outro no penhasco de Berk onde estávamos. Ficava perto do porto e é um penhasco que quando você senta-se em sua borda, tem seus pés em cima do mar e tem uma vista incrível do mesmo. Depois de nos despedirmos, do jeito dos noivos, com um beijo apaixonado aproveitando a vista, fomos para casa levando um ao outro para os seus sonhos.

Eu me aconcheguei no meu cantinho e o Banguela no dele. Todos nós vikings preparavam-se para guerra. Ou tentávamos. A guerra chegava e eu estava preparado. Ou aparentava estar...


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Notas finais do capítulo

E então gostaram? Prontos para a guerra? Desejam encarar o que estar por vir? Estou assustando vocês?? rsrsrs
Muito obrigada pelos reviews, eles sempre me animam.
PS: Só mudei o nome do capítulo que estava com letra minúscula...
Um beijo enorme amores, e até o próximo capítulo.
Temp