A Seleção - Interativa escrita por Lady Ann


Capítulo 7
Cópias da Realeza


Notas iniciais do capítulo

Emili
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Ariel
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Amber
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Emilli Versalhes

Eu nem estava acreditando. Não acreditava que minha foto tinha aparecido no Jornal Oficial. Não acreditava que eu estava a caminho do palácio naquele dia. Não acreditava que faltavam poucos momentos para que eu me encontrasse com os príncipes. Estar frente a frente com o príncipe Matthew? Só em sonhos, mas agora isso estava prestes a virar realidade.

Toda a minha vida eu vivi sonhando com um amor verdadeiro como o dos meus pais, toda a minha vida eu vim pensando em como seria quando eu encontrasse o cara certo, toda a minha vida eu passei lendo sobre romance e como duas pessoas se apaixonam. E, finalmente, eu estava prestes a me apaixonar pelos dois garotos mais cobiçados de toda Illéa, bem, não pelos dois. Eu ainda era sortuda, pois nessa Seleção eu poderia escolher entre dois.

É incrível o quanto a vida de uma Cinco pode mudar quando você é uma Selecionada. Antigamente, quando eu passava na rua, as pessoas não me enxergavam (alguns até me julgavam por ter deixado a escola) e só os conhecidos acenavam para mim. Agora todos me param para tirar fotos. É como se eu fosse uma celebridade e eu nem era cantora ou algo do tipo, mesmo sendo Cinco. Eu nunca achei que minha vida fosse mudar tanto e tão de repente.

Uma semana. Só tinha sido uma semana. Pareciam meses, meses desde que eu vi a mim mesma no Jornal Oficial, era como há meses atrás minha vida tivesse sido completamente virada de cabeça para baixo. Mas foi só há alguns dias atrás, e isso tudo era surpreendente. Mas o que mais me empolgava era o fato de que, naquele dia, eu estaria saindo da minha província, Labrador, e indo para Angeles, para o palácio. E naquele dia, seria decretado o início da Seleção.

– Oi, querida, tem alguém aqui que quer te ver – disse minha mãe da porta.

Meu pai estava com ela, seus olhos azuis piscaram para mim e eles saíram, deixando-me ver Khruno Gullar, meu melhor amigo, parado no corredor com uma caixinha de presente.

Na escola, quando eu conheci Khruno, ele sempre foi meu amigo, mas quando eu decidi deixar a escola, ele foi um dos únicos a ficar do meu lado. O fato é que eu não preciso muito da escola quando tudo o que eu tenho está em casa, eu sou uma Cinco, não tem utilidade, tirando o fato de que eu sempre estou ocupada em casa. Mas quando eu decidi fazer isso, várias amigas se viraram contra mim, mas Khruno estava sempre lá me apoiando. Eu devo muito a ele, tanto emocionalmente quanto financeiramente, ele sempre me ajuda comprando coisas para mim.

– Oi, princesa – ele disse ironizando.

Me levantei da penteadeira. Já estava me aprontando para a hora tão esperada.

– Oi! – O abracei. – O que é isso, hein?

– Calma, vamos falar primeiro de como você está se sentindo sabendo que vai passar o resto dos seus dias em um palácio. – Ele riu.

– Nossa, Khruno, isso é tão novo, tão perfeito! – Sentei-me na minha cama. – É tão perfeito quando você sabe que está no caminho certo para sua vida decolar, sabe? Eu sinto isso agora.

– Que bom que está feliz. – Ele veio até a cama e se sentou do meu lado. – Eu achei mesmo que ia ficar.

– É sim, é tudo tão lindo, nunca me imaginei nem pensando em viver no palácio, e agora eu estou indo para ele. É a melhor coisa de todas! Ainda não acredito que eu estou prestes a passar por isso, de verdade, não estou acreditando!

– Bem, você vai finalmente conhecer o príncipe Matthew, né?

Ele riu e eu me joguei na cama de tanto rir. Ele sabia da minha paixonite pelo príncipe Matthew. O mais engraçado era que, quando a carta chegou, eu estava com Khruno e eu abri com ele por perto. Mostrei pra ele e ele disse que seria uma boa coisa se inscrever. E eu disse que só seria bom, pois eu iria conhecer o Matthew. E depois disso ele disse: “Então se inscreva, vai que o mundo te faz uma surpresa? Não custa nada!” Bem, agora eu estava prestes a conhecer o príncipe. Imagino o que eu estaria fazendo agora se Khruno não tivesse me aconselhado a participar.

– Vou, Khruno! Finalmente conhecer os dois príncipes! A rainha, o rei, os criados, as plantas de lá! – Ele riu. Ele sabia que eu conversava com as plantinhas quando eu não tinha nada pra fazer ou queria desabafar, o fato dos meus pais serem jardineiros me ajudou muito quanto a ser uma pessoa que fala com plantas. – Vai ser tão legal!

– Espero que sim, e se não der certo vão ter mil caras por aí esperando por você – ele riu.

Pensei na possibilidade. Quando você entra para a Seleção você não imagina que vai perder. Você só pensa que vai haver dois príncipes e você vai poder até escolher entre um e outro, você não chega a pensar que, mesmo com dois príncipes, 33 garotas vão para casa e só duas vão ficar lá, felizes. E, do fundo do meu coração, eu me imaginava sendo uma delas.

– É... – murmurei, pensativa.

– Bem, mas eu vim aqui por que hoje é seu ultimo dia nessa província por um bom tempo, então achei mais do que justo que eu viesse te visitar.

Eu corei. Não achava que Khruno iria vir hoje. Ele tem trabalho e tal, achei que estaria ocupado e a visita dele foi uma enorme surpresa. Ainda mais com aquela caixinha de presente.

– E... Emi, você sabe que é importante pra mim, né? E eu queria te dar alguma coisa de presente no seu aniversário...

– Oh, Khruno, não precisava!

– Emi, temos idade o suficiente pra admitir que precisa, sim, né? E você é importante pra mim, não queria deixar a data passar sem mais nem menos. Afinal, você só faz 18 uma vez e quando eu fiz 18, você me deu algo de presente.

Eu lembro, eu dei uma flor para ele. Um vaso cheio de flores, e ele cuida delas até hoje, me chama para ir ver como elas estão, e eu tinha 14 na época. Todos deram presentes para ele, menos eu, pois minha renda de Cinco não me dava o direito, mas eu mesmo assim quis dar alguma coisa, e dei a flor mais bonita do meu jardim para colocar no dele. Agora, ele estava fazendo a mesma coisa.

– Mas nem foi grande coisa, Khruno – eu disse.

– Mas significou muita coisa pra mim. Deixa de ser chata. – Ele sorriu. Eu estava quase chorando. Aquela surpresa só ficava melhor. – Bem, eu queria te dar isso no dia do seu aniversário, mas como você não vai estar aqui nesse dia, eu decidi adiantar um pouco as coisas.

Ele ergueu a caixinha muito bem embrulhada com um lacinho para mim. Eu sabia que não tinha sido ele que embrulhou, ele nem sabia dar um nó de gravata, imagina um laço de fita, mas ainda assim o fato dele ter feito alguém fazer para mim significou muito. Eu peguei a caixinha, era ridículo, mas eu já tinha começado a chorar. Ela era leve, mas nem tanto.

Olhei para ele e ele só sorria. Eu o abracei antes mesmo de abrir a caixinha. Era importante para mim aquele momento. Era muito importante para mim que ele estivesse ali. Ele deixou o trabalho, tudo só pra ter aqueles mínimos segundos comigo e só isso já teria me feito sorrir pelo resto da minha vida, mas ele ainda fez uma enorme surpresa. Ele se empenhou ao máximo para aquilo. Eu não poderia ter um amigo melhor.

– Não chora, senão eu vou começar a achar que você não gostou. – Podia senti-lo sorrindo.

– Obrigada – sussurrei, rindo.

Desfiz o abraço e abri o embrulho cuidadosamente. Era uma caixinha de veludo azul bem escuro. Eu olhei para ele. Ele tinha um sorriso enorme no rosto. Eu nunca tinha tocado numa caixinha daquela, só coisas caras vinham dentro dela. Era muita coisa espetacular acontecendo num dia só.

– Ai. Meu. Deus! – falei. As lágrimas só caiam.

– Abre, abre, quero ver se vai gostar!

– Eu não acredito que isso está acontecendo! – Sorri.

– Pode acreditar.

Eu abri a caixinha e, dentro dela, tinha a mais linda pulseira de prata que eu já vi na minha vida.

● ● ●

Ariel Forbes

Ariel Forbes, Clermont, Três!, eram aquelas quatro palavrinhas. Eu só precisava escutar elas naquele dia. E elas vieram, definitivamente, elas vieram.

A Seleção para mim não era uma chance de mudar de vida, de ficar rica, de dar dinheiro para minha família. Era uma chance de conhecer meu verdadeiro amor. Era como nos contos de fadas, eu conheceria um príncipe e nós nos casaríamos, mesmo que, para isso, eu tivesse que aturar mais 34 garotas. Era o meu sonho e o de mais 34 garotas. Mas eu contava com aquilo não para me aproveitar dos príncipes, mesmo que minha família não fosse mais financeiramente estável como antes, eu contava com aquilo para me apaixonar.

Encarei a tela do meu celular. Ainda era hora do almoço e eu não conseguia aguentar meu coração no peito. A ansiedade de poder finalmente ir para o palácio depois de uma tortuosa semana estava acabando comigo. O meu sonho estava virando realidade, mas eu só iria acreditar quando colocasse meus pés no palácio. Era como se, depois de muito tempo enquanto eu estive dormindo, eu pudesse finalmente acordar e viver de verdade. E eu apreciava aquela sensação.

Arrumei-me para o almoço que minha mãe iria dar. Era meu almoço de despedida de Clermont para talvez só voltar daqui há meses ou anos como foi dito na última reunião que as Selecionadas tiveram, talvez nunca mais voltar, se eu tivesse essa sorte toda de ser a Escolhida.

Coloquei um vestido e tentei me arrumar ao máximo. Toda a minha família e alguns amigos viriam, era um almoço especial, era para comemorar. Além deles, eu parecia estar sendo fotografada a todo momento e precisava ficar linda em todos eles. Afinal, fiquei sabendo que umas fotos bem comprometedoras de algumas participantes que tinham vazando na internet. Eu realmente não queria ser a próxima.

– Amiga! – gritou Diana, invadindo meu quarto com tudo para me abraçar. Ela não me via há apenas três dias e já estava toda animada.

Diana também tinha se inscrito para a Seleção. Quando ela não foi Selecionada e eu sim, lembro-me de que ela ficou inconsolável, pois o que mais queria era conhecer o príncipe Thomas. Mas, nesses últimos dias, Diana descobriu que seu amor estava escondido em outro Thomas, meu melhor amigo, e ela começou a ficar feliz por mim. Feliz até demais, devo dizer.

– Você está L-I-N-D-A! – ela pulava de felicidade e eu só sabia rir. – Nem acredito que você vai poder conhecer aquele gato do príncipe Thomas e...

– Epa! – Atrás de Diana, eu consegui ver Thomas, a pessoa em quem mais confio. Ele estava entrando no quarto na hora e abraçou Diana por atrás. – De novo falando do Thomas menos bonito e menos carismático?

Eles se beijaram.

– Bem, já percebi que eu estou sobrando aqui, né... – falei. Diana riu e parou o beijo.

– Não esquenta, daqui há alguns dias você também terá o seu.

Eu sei que é clichê. Eu sei que é bem bobo! Mas eu nunca tinha beijado ninguém. Sempre achei que quando fosse a hora certa, eu estaria com uma pessoa especial, eu estaria com aquele cara com quem eu ficaria por toda minha vida, ou por um bom tempo, e eu me sentia super desconfortável com alguém beijando na minha frente, por simplesmente não ter nenhum tipo de experiência nisso e não saber o que fazer no momento.

Soube que existem meninas que se inscreveram para a Seleção por causa do dinheiro, por causa de todas as riquezas que o palácio pode oferecer. Eu acho isso injusto com quem realmente ama os príncipes e quer uma chance de um novo amor. A Seleção é a minha chance de ter um amor que dure, um amor de contos de fadas, que ninguém nunca viu. É a chance de várias garotas que querem a mesma coisa que eu, e não de meninas que querem tirar vantagem encima dos príncipes.

Sentei-me na minha cama.

– Eu estou nervosa com isso – admiti.

Thomas pegou uma cadeira e se sentou à minha frente, Diana se sentou do meu lado.

– Nervosa com a Seleção? Deveria estar pulando de felicidade! – ela disse.

– Não... É que eu vou ficar longe por muito tempo.

– Não é tanto tempo, são só alguns dias... – explicou Thomas.

– Ontem um funcionário do palácio veio aqui para me informar de algumas coisas que deveriam ser levadas a sério no palácio, sabem, regras e tal. E ele disse que eu não poderia sair do palácio nem se quisesse, apenas se algum dos príncipes me tirasse. E também disse que a Seleção poderia durar semanas, ou dias, ou anos! Anos é muita coisa!

– Eles não vão demorar tanto tempo pra escolher – falou Diana.

– Mas pensa, Di, na Seleção passada, o rei Richard demorou nove meses para escolher sua princesa. E agora são dois príncipes! Como dois príncipes podem escolher em menos tempo?

– Isso vai de cada pessoa, Ari – começou Thomas. – Você ouviu, eles podem demorar dias ou anos. Se chegar uma garota por quem o príncipe Matthew se apaixone em dois dias, e uma por quem o príncipe Thomas se apaixone em uma semana, a Seleção vai acabar em um segundo.

– Mas e se não? – Fiquei chateada. Eu não iria conseguir ficar tanto tempo longe.

– Por que está tão inconformada com isso? Quer que acabe rápido? Se você for a Escolhida vai ficar lá pra sempre, uns anos não é tão ruim.

– Eu sei, mas eu não quero passar anos sendo uma segunda escolha. Eu não quero que os príncipes fiquem confusos entre duas ou mais meninas, não quero ficar lá até que eles façam uma escolha e me joguem pra fora.

– Isso não vai acontecer, Ari, olha pra você, parece uma boneca de tão linda. Você é uma fotografa e tanto, sabe tanto sobre tudo, você com certeza vai ganhar. E, se não ganhar, ainda vão ter caras babando por você. Todas as meninas que saem da Seleção tem uma vida feita fora dela. Você não tem com o que se preocupar.

– Tem razão... – sussurrei, ainda discordando, mas achei que fosse melhor concordar para acabar com aquele assunto de uma vez.

Alguém bateu na porta do meu quarto e a cabeça da minha mãe apareceu lá de fora quando uma fresta da porta se abriu.

– Ariel, querida, os convidados estão chegando. Desça, por favor, o almoço já vai começar.

Era ali que começava. Eu iria me despedir de todos por não sei quanto tempo a fim de encontrar meu amor. Eu estava prestes a me tornar outra pessoa e conseguir tudo o que sempre sonhei. De repente, não importava mais o tempo que eu ficasse lá, desde que eu fosse escolhida, pois nesse momento eu seria completamente feliz.

● ● ●

Amber Francys

Eu achava que era a única Selecionada que não estava nervosa em me encontrar com os príncipes. Bem, mas eu devia levar em conta que era a única Selecionada que já os conhecia. Pelo fuso-horário da França, eu já estava me despedindo da minha cidade-natal na França para partir direto para o meu encontro com os príncipes. Eu não iria para nenhuma província antes, nem me encontrar com nenhuma Selecionada, eu iria direto para o meu encontro com Matthew e Thomas Lewis.

Era se de estranhar que, depois de tanto tempo longe deles, eu volte a fim de ficar com um para sempre. Faz cinco anos que não os vejo pessoalmente. Meu pai, Louis Francys, já viu eles várias vezes antes da Seleção. Claro que viu, pois foi ele que me enfiou nela pela janela.

O fato é que meu pai não me acha boa o suficiente para virar a próxima Rainha da França. Eu terei que me casar com um dos príncipes de Illéa e, assim, meu pai continuará no poder até sua morte. E é claro que, antes disso, ele colocará alguém com mais competência em guerra do que uma menina de 18 anos que não foi consciente nem na hora de escolher quem amar. O rei Richard deve ter falado “sim, completamente SIM” na hora que meu digníssimo pai me ofereceu para ele. Ter uma garota francesa na Seleção era como um pote de ouro. Nossas famílias sempre terão um elo de ligação e estariam dispostas a negociar por tudo. Por que não tirar a vida de uma adolescente de míseros 18 anos em troca de todo o dinheiro que os mares de Illéa podem oferecer? Era tão fácil para eles, não era a vida deles que estava em jogo.

Os avisos para a Seleção começaram a ser repassados no começo do mês passado, mas mesmo antes disso minha vaga já estava lá, pronta para me encaixarem, e meu quarto já reservado, pronto para ocupar uma verdadeira dama. Um verdadeiro pote de dinheiro, devo dizer, uma moeda de troca. E, há três meses, eu já tinha começado a aprimorar meu inglês. Eu deveria entender tudo o que eles dissessem, deveria perder o sotaque da França, deveria seguir todos os padrões. Era a preparação mais simples para ganhar. E eu tinha que ganhar.

Eu não precisava vestir nada que representasse minha província, pois eu não era de Illéa, então apenas me vesti normalmente, como eu faria para qualquer ocasião formal. Eu fazia tudo com calma. Não queria perder nenhum segundo na França. Aquele era meu lar. Era onde eu devia ficar, era onde eu devia me casar com quem eu amava... Mas agora eu estava indo para o outro lado do mundo. Incrível como a vida das francesas são sempre dramáticas.

Mas, por outro lado, eu estava muito curiosa também. Seria a primeira vez que eu iria falar mais que “Bonjuor” para algum dos príncipes. A primeira vez que iria falar com eles em inglês. O que será que eles iriam falar quando me vissem? “Nossa, você é a princesa da França, faz um tempão que não te vejo!” Ou, quem sabe... “Nossa, você é a princesa da França, eu nem me lembrava mais de você!” E ririam. Como eles estariam agora? Lembro-me de quando via eles brincando e correndo pelo jardim enquanto eu ficava com as criadas no meu quarto. Lembro que sempre que eles me olhavam, eu me escondia de vergonha. Agora eu não poderia mais fugir...

Pelas fofocas internacionais que rolam pelos mares, o príncipe Thomas continua sendo o mais rebelde e o mais irritado. E ele sempre parece tão calmo em frente às câmeras, é comum confundir as personalidades dos príncipes quando você só vê eles através de uma TV. E eu sei disso mais que todos, pois, mesmo quando queremos desabar, temos que sorrir, temos que ser gentis. E essa é, sem dúvida, a pior parte. Mas, uma pessoa por quem tenho muito respeito nesse quesito é o príncipe Matthew. Ele é o que é, na frente das câmeras ou atrás delas. Ele é despreocupado, não se importa se o sorvete é azul ou rosa se, no final, ele for sorvete. Ele é o tipo de garoto que consegue as melhores coisas sem muito esforço. E isso sempre deixou Thomas com muita raiva. Será que eles continuam assim? Disputando atenção? Será que, depois de cinco anos, eles continuam os mesmos? Ou foram obrigados a mudar como eu?

– Amber, querida – minha mãe, Elizabeth Francys, a querida Rainha da Monarquia Francesa, apareceu na porta do meu quarto. – Apresse-se, já está quase na hora.

Foi precisa só uma troca de olhares para minha mãe saber que eu estava desmoronando por dentro. Ela abriu os braços e eu só me enfiei entre eles.

– Calma, amor... Não precisa ficar assim. Pense nisso como um novo começo, logo, logo você já vai estar acostumada com a Seleção.

– Mas eu não quero estar! – protestei. – Eu não quero ir, eu nunca quis...

– Agora é tarde, filha. Você sabe que temos que fazer alguns sacrifícios pelo nosso povo. Você sabe que todas nós temos responsabilidades.

– Eu vou ficar longe de você, longe da França, mãe, eu vou ficar longe de tudo o que eu amo. E não é por pouco tempo, é pra sempre!

– Nós vamos te visitar, eu vou sempre que puder, eu escrevo cartas, eu te mando mensagem, pode olhar no seu celular, amor. Se você for Rainha, pode voltar quando quiser. Sua casa vai sempre ser aqui, mas seu lar é onde você está feliz.

– Eu não vou ser feliz lá – resmunguei. Queria estar chorando, mas não podia borrar a maquiagem, e sempre me ensinaram que eu deveria sorrir. Pra que serve aquilo tudo? Eu queria morrer.

– Amber, se você disser mais uma vez que não vai ser feliz lá, eu vou te fazer se arrepender de ter dito isso. Quando eu tinha sua idade, e seu pai me conheceu, eu achei que ele fosse um traste, mas depois eu percebi que realmente o amava. E, advinha, eu achei que nunca iria ser feliz em um castelo, longe da minha mãe, mas eu sou. Eu tenho você, eu tenho quem eu amo. O seu lar é onde você está feliz, e, mesmo que você não esteja feliz com a ideia agora, se dê uma chance. Pode valer a pena, filha.

Eu olhei para ela. Ela estava com lágrimas nos olhos. Estava prestes a chorar. E aquilo me fez ficar triste. Sabia que ela estava falando a verdade e me ver partir também era difícil para ela. Eu deveria parar de tentar tornar tudo mais difícil do que precisava ser para ambas de nós. Eu estava decidida, por ela, eu faria de Illéa meu lar.


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Notas finais do capítulo

Só pra que saibam, só tem duas maneiras de você conseguir se safar de ser a primeira ou quarta ou qualquer número a sair:

PRIMEIRA: Eu já disse que, quem comenta melhor, tem melhores colocações. Se você, no sorteio, foi a primeira a sair, e fez vários comentários bons, é quase minha sombra, fez tudo pra merecer sair mais tarde, você realmente vai sair mais tarde. Cada comentário é um ponto e se você completar 2 ou 3 ou 4 pontos (dependendo da dificuldade) você sobe uma colocação, ou seja, você vai ser a segunda a sair. E se, no sorteio você fosse a sexta a sair, e acumulasse 9 pontos por ter vários comentários legais, você vai ser a nona, pois fez 9 comentários perfeitos e cada um deles valeu 1 ponto. E vamos supor que eu decidi que você tem que ter 3 pontos para subir uma colocação. Como você tem 9, pode subir 3, ou seja, de sexta você passa a ser a nona! E você pode conseguir até ficar com um dos príncipes desse jeito, mesmo sendo a quarta a sair no sorteio. Boa sorte!!!

SEGUNDA: Esse é o jeito mais rápido, mas talvez seja o mais difícil. Faça um comentário merecedor de uma estrela e você sobe uma colocação, simples. Gente eu amo dar estrelas pros comentários, é lindo :3 E eu decidi fazer vocês lutarem por suas estrelas. É assim, se você receber uma estrela em um comentário, AUTOMATICAMENTE você sobe uma colocação. Se você era a sétima a sair, fez um comentário perfeito e recebeu uma estrela, você vai ser a oitava, se você foi a vigésima sexta a sair, você pode ser a vigésima sétima e ficar com um dos príncipes, OLHA Q BELEZA, Q PRITTY GENT!!!

Mas vocês nunca vão saber em que colocação estão ou se subiram ou não de colocação, então apenas deem seu melhor em troca de serem felizes no futuro. O universo recompensa quem faz as coisas boas.
OBS: Quem não receber pontos continua no mesmo que está, ou desce colocações, por que quando um sobe alguém tem que descer né? Então façam por onde.
OBS²: Os comentários antigos estão valendo.
OBS³: Na primeira parte vocês precisam de 2 pontos pra subir uma colocação, na segunda metade da primeira (eu vou avisar quando), vocês precisam de 3, na Elite, 4 pontos.