— Acho que... Estamos presos. — Natsumin afirmou.
— Você é uma boa observadora. — Castiel ironizou.
O silêncio tomou o local.
— Escuta. — Natsumin quebrou o silêncio, encarando o garoto. — Castiel, não é? Olha, o que você quer de mim?
Castiel estava com um belo sorriso de raposa estampado no rosto.
— Por que você está rindo? — ela perguntou, não encontrando motivos para a graça.
— Estou pensando nas coisas que eu quero de você.
— O quê? — A voz de Natsumin era serena e calma. — Olha, você está conseguindo me tirar do sério, Castiel. E isso não é ironia.
— Isso é bom. — ele sorriu novamente.
— Como?
— Tirar alguém do sério. Essa é a minha especialidade.
Natsumin lembrou-se imediatamente do que tinha acontecido com a diretora.
— Tudo bem. — ela respirou fundo. — Nada disso pode ser coincidência. Não estaríamos presos se você não tivesse destruído a minha solidão.
— Está achando que fui eu quem tramou tudo isso? — Castiel já não sorria mais.
— Não. — Natsumin foi sincera. — Até porque além de não poder te acusar sem provas, acho que você não seria esperto o suficiente para fazer algo assim.
Castiel sorriu. Natsumin se sentiu de certa forma aliviada.
— Então isso prova que você não me conhece nem um pouco. — ele afirmou. — E se, talvez, você soubesse que eu estaria aqui e tivesse tramado tudo isso apenas para ter um momento a sós comigo? — ele ironizou.
— Eu também não teria sido tão esperta. — Natsumin entrou no seu jogo de ironias. — E, além do mais, você nem me conhece direito.
— Não seja por isso. — Castiel levantou-se, puxando-a como da primeira vez para que ela ficasse de pé. — Meu Nome é Castiel. Prazer em conhecê-la.
— Meu nome é Natsumin. Mas não posso dizer que o prazer é meu. Não para você. — ela sorriu. Castiel também.
— Bom, agora que já nos apresentamos você não gostaria ir para aquele cantinho comigo? — Castiel puxou-a pela cintura.
— Não. Mas eu agradeço o convite. — ela empurrou-o para trás.
— Você não sabe o que está perdendo.
Natsumin sorriu. — Pode ter certeza de que sei sim.
E sim, ela sabia. Natsumin já havia conhecido outros como ele. E, apesar de Castiel parecer ser diferente, ela sabia que no fundo eram todos iguais. E ela não queria se apaixonar. Tudo o que ela queria era esquecer as mágoas do passado. Algo que, apesar de ela não querer admitir, ainda era uma desafio.
— Aposto que não. — Castiel cruzou os braços, abrindo um sorriso de raposa.
— Aposto que sim. — Natsumin retrucou.
— Aposto que você é como qualquer garota aqui deste colégio. — Castiel sentou-se no chão.
— Aposto que você não sabe de nada. — Natsumin sentou-se ao seu lado.
— Então tá. — Castiel pareceu se empolgar e Natsumin percebeu que toda aquela conversa de aposta não passava de um jogo em que, ela havia entrado sem perceber e, agora, não tinha como sair.
Mas, contrariando tudo o que ela estava pensando naquele momento, Castiel calou-se. Provavelmente, visto pela sua expressão sarcástica, ele deveria estar pensando em um plano.
— Castiel. — Natsumin colocou a mão em seu ombro, chamando sua atenção. — Olha, por favor, sobre o que você viu... Não conte a ninguém. Eu não quero que ninguém saiba que eu faço... Essas coisas.
— Tem razão. — ele sorriu. — Esse é um crime imperdoável. Cantar.
— Você não entende...
— Eu vou te propor um acordo, novata. — ele inclinou-se para frente, encostando sua testa na dela.
— Natsumin. — ela o corrigiu, arrastando-se para trás, afastando-se da aproximação brusca dele.
— Natsumin. — ele abriu o belo sorriso de raposa. — Meu silêncio tem um preço. E é o seguinte... — ele abaixou a cabeça, encostando os lábios no ouvido dela, causando-a um leve arrepio. — Tire a blusa. — sussurrou.
— O que? — ela empurrou-o para trás. — Não mesmo! Quem você pensa que eu sou?
Castiel gargalhava.
— É muito bom enganar você, Natsumin, azeite.
— Azeite? — ela deu um leve soco no ombro dele. — Não estou achando graça.
— É. Azeite. — Castiel repetiu. — Extra virgem.
Natsumin não conseguiu prender o riso. Como ele conseguia ser tão cômico?
— Diz logo que acordo é esse, Castiel. — Natsumin estava farta de esperar.
—Na verdade— Castiel aproximou-se novamente. — É uma aposta.