Diamante Bruto escrita por Natsumin


Capítulo 3
Capítulo Dois - A Novata / Os Segredos de Natsumin


Notas iniciais do capítulo

Finalmente, eu sei, me desculpem.... Estive passando por uns bocados ultimamente e ainda não estou recuperada. Estou lutando para manter-me erguida. Obrigada por serem pacientes. Espero que quem nunca leu esse capítulo goste. Aqui estou dois capítulos, na verdade. o "A Novata", que é o capítulo dois da fic original e o capítulo três, "Os Segredos de Natsumin". Percebi que tinha pulado um capítulo quando já estava no sete.... Minha cabeça continua a mil. To perdida haha
A música no "Segredos de Natsumin" é de minha autoria. Algum dia irei posta-la, quem sabe...
Boa leitura a todos!!



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A NOVATA

 

— Sweet Amoris. — Natsumin sorriu, respirando calmamente, enquanto observava a placa em tons verde e rosa. “Belo nome para uma escola”, pensou de forma sarcástica.
Ela segurou firme a pasta que continha os detalhes de sua inscrição contra o peito, em seguida, dirigiu-se para a entrada do colégio.
— Novata, por aqui, por favor. — Uma “pessoa” alta e forte demais para ser mulher e com a voz grossa o suficiente para ser homem, porém, cujo sexo ela ainda não conseguia definir, apontou para uma sala grande. Natsumin sentiu-se encabulada, enquanto ainda se perguntava se era com ela mesma que a mulher— ou homem— falava. Ela olhou para os lados e sobre os ombros. Ninguém havia se manifestado.
— Eu? — ela perguntou baixinho, tentando não encarar a pessoa diretamente.
— Tem outra novata por aqui?
— Eu deveria saber? — ela se intrigou, mas, logo em seguida, resolveu obedecer. Ela havia prometido que deixaria a antiga Natsumin de lado. Aquela que não levava desafora para casa. Aquela que havia provocado a morte de seus pais.
— Entre logo. E nem mais um pio.
Vagarosamente, Natsumin atravessou a porta de vidro azul, indagando-se o que viria a seguir, enquanto tentava apagar de sua mente as lembranças do passado. A sala estava praticamente vazia, com exceção da presença de uma senhora baixa, com o cabelo grisalho preso em um coque baixo e óculos de costura, como os de sua avó materna, e que usava um vestido rosa de linho e conversava com um garoto.
Ele era novato também?
Se fosse, seria uma grande coincidência, afinal poucos eram os que entravam em uma escola nova três meses após o início das aulas.
Natsumin sentou-se na primeira carteira escolar à sua frente. Enquanto esperava sua vez, tudo o que tinha a fazer era observar as pessoas e o ambiente. A começar pelo garoto que, naquele exato momento havia cruzado os braços.
Ele tinha ombros largos e estava de costas para ela. A jaqueta preta de couro marcava seus braços fortes, formando uma silhueta incrível. Ele também usava calças e botas pretas. Seus cabelos eram rubros como sangue.
— Taylor. Por favor. — A senhora levantou a mão, acenando para o cara, ou mulher, na porta. — Convença-o.
— Não pode me revistar. — o garoto agora virou-se para trás, ficando de frente para Natsumin.
Ele tinha um rosto maravilhoso. Parecia que havia sido esculpido. Maçãs do rosto firmes, maxilar rígido, olhos negros como a noite. Cabelos rubros como sangue.
— Retire a jaqueta. — Taylor fez um pedido que mais parecia uma ameaça.
— Me obrigue. — o garoto sorriu. Um belo sorriso por sinal. Largo, sarcástico, intimidador.
— Castiel, por favor. — a senhora pousou o olhar em Natsumin, que ficou ruborizada. — Temos visita.
— É apenas uma novata. — Castiel jogou a mochila no chão e abriu um outro sorriso. Agora, ainda mais sarcástico, ainda mais... Atraente. — E é por isso que darei a ela esse prazer. Como um presente de boas vindas.
Era impressão, ou ele estava realmente falando dela? Natsumin olhou para trás, certificando-se de que não havia mais ninguém na sala, além dos três e ela. Em seguida, encolheu-se atrás da pasta que segurava, tentando esconder a vergonha que estava sentindo.
Castiel retirou a jaqueta preta, revelando uma blusa vermelha que estampava o símbolo de uma banda de rock conhecida. Em seguida, jogou-a junto à mochila, no chão.
Natsumin tentou disfarçar o encabulamento, mas era praticamente impossível. O garoto, Castiel, não tirava os olhos dela, como se tivesse certeza de que iria atingi-la com isso. Mas, ela sabia como se controlar. Sabia, agora mais do que nunca, como fingir ser o que não era. Sabia como ser fria como gelo e dura como uma pedra. A culpa a havia deixado assim.
Mas, Castiel com aquele sorriso sarcástico, olhos profundos, rosto e corpo maravilhosos, estava conseguindo romper parte daquele muro de pedra e bloco de gelo que a envolviam.
Ele retirou a camisa.
O coração de Natsumin acelerou.
— Taylor— a senhora apontou para Castiel com a cabeça, como se pedisse que o revistasse imediatamente. O garoto ainda sorria, como se não se incomodasse com nada.
— Satisfeita agora? — Castiel retrucou as ordens da diretora. — Ou quer que eu tire a calça?
— Ora, vejam só. — A diretora ficou um pouco sem graça com as afirmações do garoto. — Acho que já chega por hoje, senhor Castiel. Guarde seus showzinhos para o seu pessoal.
— O meu pessoal? — o garoto sorriu, colocando apenas a jaqueta preta, ficando sem camisa por baixo. — Eu não preciso de ninguém.
— Vejo isso pela sua emancipação, senhor Castiel. — a senhora continuou, retrucando-o. — Entretanto reconheço que possa estar enganado.
Castiel sorriu. — E eu reconheço que a senhora precisa procurar melhor pelos suspeitos. Se eu trouxesse bebidas, não as daria a ninguém.
— Taylor, mostre a porta ao senhor Castiel. — a senhora completou.
— Não precisa. Conheço este inferno desde que nasci. — ele passou rápido ao lado de Natsumin, mas, antes de passar pela porta, voltou, parando ao lado da garota logo em seguida.
— Qual o seu nome? — ele indagou com os olhos negros firmes nos azuis dela. — E o seu número?
— Infelizmente, não falo com estranhos.
Castiel sorriu. Não era esse tipo de resposta que estava acostumado a receber.
— Tudo bem. Tome. — ele colocou sua camisa vermelha em cima da pasta que ela segurava. — Quando for me entregar a camisa, lembre-se do seu nome.
— Eu não pretendo ficar com...
Castiel sumiu pelos corredores antes mesmo de ela terminar a frase.
Taylor e a diretora conversavam— provavelmente sobre o garoto— e, por isso, não pareciam nem mesmo terem visto a cena final.
— Ah. — me desculpe, senhorita...Natsumin, não é. — A diretora olhou os dados que ultrapassavam a pasta transparente que Natsumin segurava assim que se levantou. — Esse menino tem nos dado muitos problemas.
— Ah. Tudo bem, não há problema. — Natsumin abriu a pasta. — Aqui está minha matrícula e o dinheiro para a taxa de inscrição. Espero que seja suficiente.
— Sim, é sim. Obrigada senhorita Natsumin e Bem-Vinda à Sweet Amoris. Eu sou a diretora. Me chamo Elizabeth Maria.
— Obrigada, Diretora Elizabeth. Acho que já me sinto em casa. — mentiu.
A diretora abriu um sorriso pequeno e simples. — E que agradeço. Por favor, siga a senhorita Taylor. Ela lhe mostrará sua sala.
— Tudo bem. Obrigada.
Natsumin dirigiu-se à porta, mas, quase caiu ao tropeçar em uma espécie de pano. Ela olhou para o chão e em seguida abaixou-se para pegá-lo. Era a camisa de Castiel. Deveria ter caído assim que ela se levantou. Ela segurou a blusa e dobrou-a, colocando-a dentro da mochila. Podia sentir o seu cheiro. Um aroma forte e ao mesmo tempo misterioso. Como o seu dono.
— Esta é a sua sala. — Taylor deu um tapinha em seu ombro que, para ela equivaleu a um soco.
— O-obrigada. — Natsumin passou a mão pelo ombro atingido. “Ai”, pensou consigo.
Natsumin estava entrando na sala quando três corpos distintos jogaram-na no chão.
— Saia do meu caminho. — Uma menina de longos cabelos loiros parou em sua frente, olhando-a com desprezo. Outras duas a seguiram rindo. Uma parecia ser descendente de orientais, a julgar pelos olhos alongados lateralmente e a outra tinha os cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo.
Natsumin sentiu a raiva crescer em seu peito. Ela respirou fundo, tentando se controlar. Ela queria evitar confusões ainda mais no primeiro dia de aula. Ela não queria voltar a ser quem era. Embora situações como essa pedissem isso.
Por isso, ela apenas abaixou a cabeça e começou a recolher os diversos papéis que haviam saído da pasta assim que ela fora jogada no chão.
— Você está bem? — uma menina que antes estava sentada em uma das mesas, agora havia se ajoelhado ao seu lado, ajudando-a a recolher os papéis.
— Sim. Obrigada. — Natsumin fechou a pasta assim que terminaram.
— Eu me chamo Iris. E... Bom, você já deve ter conhecido Ambre e suas amigas. — a garota simpática de cabelos ruivos e olhos verdes sorriu.
Natsumin sorriu. — Eu preferia não ter esse prazer. Eu me chamo Natsumin. Prazer em conhecê-la, Iris.
O sinal tocou. Hora da aula.

OS SEGREDOS DE NATSUMIN


“Porque é ainda mais difícil fugir de si mesmo/Porque a mágoa que guardo em mim é apenas minha/E a culpa também/ E eu sei que é egoísta pensar em vê-los novamente/ E esse é o problema/ Não posso”.

— Lá Menor. — Natsumin escreveu a nota abaixo da palavra “posso”. Aquele seria o tom da música. Encaixava-se perfeitamente com a melancolia do ambiente. — Não acredito no que estou fazendo. — ela sussurrou para si mesma.
Depois, sorriu.
Era loucura fazer o que ela fez. Fingir que foi embora, trancar-se no banheiro feminino até todos irem para casa. Seria um pouco melhor se ela estivesse em uma das salas de aula, ou no pátio. Mas, logo no primeiro dia de aula, ela teve que ficar na sala cuja entrada de alunos era estritamente proibida.
Só que ela não podia evitar.
A música era a única maneira que ela encontrava para manter-se firme. Era a única maneira de ela se recompor, seguir em frente. A única maneira em que ela poderia provar para si mesma que ainda tinha um coração.
A música a rodeava todos os dias. Estava em todos os lugares. O canto dos pássaros, um céu sem nuvens, um céu estrelado, um sorriso... Tudo era fonte de inspiração. No começo, logo depois do que aconteceu com seus pais, ela culpava a música pela tragédia. Por isso, todos os dias ela tentava se esquivar de suas composições. Chegou até mesmo a jogá-las fora. Mas, mesmo que tentasse, era impossível se livrar da música. Agora, mais do que nunca, ela fazia parte de sua vida.
Contudo, ninguém poderia sequer imaginar que ela estava ali naquele horário. Eram seis horas da tarde e as aulas haviam terminado às três. E o colégio, fechado às cinco. Ela não temia levar punições da escolar, ou de qualquer outro lugar, ou pessoas. Tudo o que temia era que vissem seu talento. Temia que reconhecessem que ela era boa no que fazia. Afinal, aquele era um talento impuro. Era o dom que havia matado seus pais.
Afinal, elas não entrariam no avião se não fosse para vê-la em seu primeiro show. Um show que havia ido por água abaixo assim que ela soube do que aconteceu.
Por sorte, ou não, as pessoas ainda não tinham visto seu rosto. Ela nem havia chegado a iniciar o show. Estava os esperando.
Mas, mal ela sabia que teria que esperar para sempre. Eles não voltariam.
Natsumin balançou a cabeça a fim de dissipar os pensamentos ruins, praticamente inevitáveis.
Ela ronronou um pouco, aquecendo a voz antes de começar a cantar.
“Refrão: Sei que é egoísmo pensar que poderia vê-los novamente/ Sim, eu sei/Sei que nunca mais o sol vai brilhar para mim/Não como antes/Porque meu céu desbotou assim que acordei e vi que vocês não estavam mais lá/Agora, não passa de cinzas/ Cinzas do meu passado, Cinzas do meu...”.
Natsumin estremeceu com as palmas às suas costas.
— Bravo, novata. — a voz grossa de Castiel foi sendo refletida pelas paredes da sala vazia.
Natsumin arquejou, deixando todas as folhas com as composições se espalharem pelo chão, com o susto.
— Não acha que está cometendo uma infração?— Castiel brincava com ela, que simplesmente não via graça alguma.
Ele ajoelhou-se ao seu lado, pegando algumas folhas do chão.
— Não precisa. — Natsumin sentia seu coração acelerar com a realidade de ter alguém reconhecendo seu talento. Depois de tanto tempo. Ela retirou os papéis da mão dele, sem dizer mais nada.
— Por que o nervosismo, novata? Ele provocou.
— Não era para você estará aqui
.— Acho que eu deveria dizer o mesmo para você— ele retrucou, levantando-se e estendendo a mão para ajuda-la a se levantar. — Bela voz. E bela música.
— Obrigada. — Natsumin recusou a ajuda para se levantar, deixando cair a pasta no chão.
— Deixe de ser orgulhosa. — Castiel pegou a pasta dos braços dela, em seguida, puxou-a para cima pela cintura.
Com o impulso, o corpo leve de Natsumin foi jogado para cima dele, com os rostos a menos de um centímetro um do outro. Seu coração acelerou e, por incrível que pareça, o dele também. Ela podia sentir seu coração por debaixo do seu peito nu que a jaqueta preta não tampava. Castiel apertou-a contra si e foi abaixando o rosto lentamente...
Alguém fechou a porta.
Natsumin empurrou-o para trás com o susto.
No mesmo momento, Castiel correu para porta, mas não teve tempo de segurá-la. Ela fora trancada por fora.
— Droga! — Natsumin gritou, batendo na porta junto com Castiel.
— Abra a porta! — os dois gritaram juntos.
Mas não teve jeito. O culpado não apareceu. E já deveria ter até ido embora.
Castiel cruzou os braços e abaixou a cabeça, deixando o corpo cair sentado no chão e encostado à porta. Natsumin, mesmo sem querer, fazia o mesmo.
Por um momento ela podia jurar que ele estava corado.
Mas aquilo seria um outro segredo.


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Notas finais do capítulo

Lembrando que também podem acompanha-la pelo Amor doce, link do meu perfil: http://www.amordoce.com/profil/Natsumin
Podem me adicionar tbm!
E, por favor, favoritem, comentem, enfim.. Obrigada desde sempre e boa leitura! o/



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