White Rose - (Rosa Branca) escrita por Kaah Morganna


Capítulo 5
Capítulo 5 - Decepção


Notas iniciais do capítulo

Música tema do capitulo:

http://www.youtube.com/watch?v=u_DtGcwN_Fs



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Música tema do capitulo:

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A caminho da escola, tentei conter o nervosismo que me atacava pouco a pouco, tentei fingi entusiasmo ao sair de casa, mas acho que foi inútil, a impaciência havia tomado conta de mim.



Passei pelas ruas pouco movimentadas. Mesmo tentando me controlar, procurava desesperadamente pelo senhor que havia me assustado tanto...

Cheguei à escola e meu coração palpitou de um jeito estranho, não era medo, era algo que não reconhecia... Em seguida o rosto do Marcos apareceu em minha mente. Isso não provocou nenhuma surpresa, na noite anterior seu rosto veio a meus devaneios com uma freqüência anormal, mas na minha cabeça já tinha tudo explicado, tudo isso era resultado obvio da raiva que estava sentindo dele.

Encontrei sem esforço a sala do 3° ano, havia três meninas na porta, era a ‘matilha’ reunida de novo, parei por um segundo e cogitei a possibilidade de voltar pra casa, mas era muito mais fácil encarar elas, que minha querida mãe, quando ela estava brava. Aproximei-me, elas olharam para mim, e eu tremi.

– Olha só, Akyra... Não é? – falou ao que parecia ser a vice-líder, ela era da minha altura morena escura, cabelo cacheado, castanho e seus olhos eram da mesma cor.

– É... – respondi sem olhar para ela de verdade.

– Bom, meu nome é Carla. Se você precisar de ajuda, Akyra pode contar comigo. – ela falou num tom de piada.

– Talvez ela precise de conselhos sobre moda... – disse a líder da matilha, ela era da minha altura também tinha cabelo da altura dos ombros, ele era liso, castanho com mechas, olhos azuis. Todas riram.

– Obrigada, é... Carla. – olhei a primeira garota, depois virei para a líder da ‘matilha’. – Como é seu nome?

– Bianca Lins. – ela falou como se fosse um grande titulo.

– Bom, Bianca, eu realmente não acho que uma pessoa que tem apenas um par de roupas, esteja apta a dizer algo sobre moda, desculpe. – entrei na sala ignorando as risadas contra a própria companheira.

Fiquei surpresa, Marcos estava ali na sala, havia chegado cedo, sentado em seu ‘lugarzinho’. O lugar ao seu lado estava vazio então me aproximei. Bruscamente ele colocou seu pé na cadeira.

– Está ocupado! – disse ele sem emoção na voz fria. Em contraste, seus olhos ardiam em minha direção.

– Por um pé... – falei irônica.

– Preciso de espaço. Cai fora! – olhei para ele incrédula, levou alguns segundos, para perceber que ele pouco se importava com minha presença. Saí dali com a cara amarrada, provavelmente teria arrancado o pé dele se não houvesse testemunhas.

Avistei logo uma carteira com um lugar desocupado, só havia uma garota sentada ali, me aproximei então.

– Oi, posso... Sentar... Aqui? – falei desnorteada pela raiva, ela me respondeu docemente.

– Oi, claro que pode... – sentei rapidamente. – É Akyra... Seu nome, não é?

– É sim, e o seu? – já estava mais calma.

– Luiza Andrade, prazer. – sorri para ela.

– O prazer é todo meu. E então o Franco, é do seu pai?

– É sim. – falei, olhando em direção a Marcos.

– Como ele se chama? – perguntou Luiza.

– Luís Franco, ele... Chamava-se Luís Franco. – era desse interrogatório que queria fugir.

– Oh, sinto muito Akyra, eu não sabia... – falou atordoada.

– Não se preocupe, não foi culpa sua...

– Bom... Você é amiga do Caio, não é?

– Sou, você também é?

– Sou, o conheço desde criança. Ele fala muito de você, acho que ele gosta de você. – senti uma pontada de dor, em suas palavras.

– Bom, eu gosto dele também, mas não do tipo que se dá pra namorar. Eu não quero namorar ninguém. - ela olhou na direção do Marcos.

– É... Eu vi que a Bianca implicou com você. Ela é assim mesmo, se acha melhor que qualquer um. Mas como poderia ser diferente com você?

– Não entendi... Como assim, Luiza?

– Bom, desculpa, não faz o meu gênero isso, mas vou falar mesmo sabendo que não é dá minha conta.

– Pode falar.

– Você não gosta do Caio, você gosta do Marcos, e ela notou isto.

– Hãm, eu? Não, eu não gosto do Marcos! – quase gritei.

– Tem certeza?

– Se eu realmente gostasse dele, acho que eu seria a primeira, a saber, não? – falei com sarcasmo.

– Então, porque você faz tanta questão de se sentar perto dele?

– Eu não faço questão de sentar perto dele, eu gosto daquele lugar. É só isso. – falei convicta.

– Bom então siga um conselho de amiga, não vale a pena, se envolver com o Marcos, mesmo que seja por uma cadeira. – fiquei paralisada com a idéia, será que outros pensavam a mesma coisa. Olhei em volta.

A aula de Biologia havia começado, a professora era linda, seu longo, liso, e loiro cabelo estavam impecavelmente colocados de lado, seus olhos eram escuros, sua altura era a de uma modelo, havia esquecido que pouco provavelmente acharia alguém desprovido de beleza ali em Gramado.

Rio Grande do Sul era o estado da maior porcentagem de pessoas bonitas. A professora se chamava Teresa, ela trouxe um DVD que falava sobre plantas, eu acho, sinceramente não estava dando atenção ao filme.

Olhava para Marcos sem crer, que alguma forma de vida inteligente pudessem achar que eu, que eu gostava dele. A Luiza me cutucou e eu olhei para ela de verdade pela primeira vez, ela era clara demais assim como eu, e possivelmente sofria do mesmo male quando se envergonhava, sua boca era pequena e vermelha, cabelo curto com cachos soltos, seus olhos eram castanhos.

– Eu, se fosse você, não procuraria problemas com o Coimbra, não vale a pena! Pare de olhar para ele, todos estão notando, se você não gosta dele, tá difícil mostrar isso.

– Obrigada Luiza... – baixei a cabeça e me perdi em pensamentos e lembranças. Aquele senhor, eu tinha que encontra-lo.

Ao acabar a aula, corri sem paciência para atravessar os portões da escola. À volta para casa foi igualmente agoniante como a ida para a escola. E esta sensação se repetiu durante uma semana inteira.

Durante uma semana segui o conselho de Luiza. Sentei ao lado dela todos os dias, evitando um confronto com Marcos. Concentrei-me em estudar, então pouco notava Marcos, mas o que percebi claramente foi o fascínio de Bianca por ele.

Voltava para casa, desta vez menos ansiosa em encontrar o senhor que sabia de mais. Tropecei, geralmente isso era normal para mim, mas fazia um bom tempo que isto não ocorria, então parei por um minuto, olhei para meus pés, e vi que não havia nada de errado com eles, levantei os olhos e vi... Era ele, era aquele senhor, não podia acreditar ele estava apenas alguns metros de mim, estava de costa, não agüentei o inflamar de minha garganta e gritei.

– Ei... – minha voz falhou, me aproximei, mas um pouco, para o caso de minha voz falhar de novo e então gritei mas forte. – Ei... Ei... – desta vez gritei alto de mais, ele possivelmente ouviria mesmo que estivesse a dez metros, o senhor se virou atordoado, e não era ele.

E algo explodiu dentro de mim, havia um nó na minha garganta, este nó agora se desmanchava em lagrimas, sentei no chão chorando desesperadamente, não me preocupei em possíveis telespectadores.

Era uma verdadeira decepção. Eu estava com muito medo também, fiquei sentada ali durante um tempo, quando finalmente olhei o relógio do celular, já passava das 2:00 da tarde, agora eu ia ter que me explicar com minha mãe, que com toda certeza estaria muitíssimo brava. Levantei-me e enxuguei as lagrimas que restavam para lembrar a minha decepção, corri para casa, tentei imaginar em uma desculpa convincente para explicar o meu atraso, mas não estava com cabeça para isto.

Atordoada, hesitei ao abri a porta. Sabia o que me esperava lá dentro... Mas não podia fugir, tinha de enfrentar, tomei coragem e abri a porta.


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Notas finais do capítulo

Dei Cara aos personagens, então se estiverem a fim de verem como Akyra, Caio, Marcos, aquele senhor estranho, entre outros são....
Copiem e colem este link numa nova Guia :


http://jersykamorganna-official.blogspot.com.br/



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