Capítulo 22 – Uncontrolled emotions

Os raios de sol que atravessavam o vidro da janela e batiam diretamente em meu rosto, fizeram-me despertar vagarosamente, abrindo meus olhos com certa dificuldade.

Levanto meu tórax, deixando meu corpo sentado sobre a cama macia e confortável, enquanto as cobertas cobriam apenas minhas pernas até a cintura. Solto um demorado bocejo, logo depois correndo os olhos pelo ambiente que estou... Meu quarto.

– Bom dia, Srta. Romanoff. – a voz de Jarvis adentra meus ouvidos, fazendo-me esboçar um leve sorriso.

– Bom dia Jarvis. – respondo um pouco cansada ainda.

– O Sr. Stark pediu para a senhorita descer imediatamente. – o mordomo virtual avisa, fazendo-me enrugar o cenho.

– Algum problema? – questiono curiosa, tentando entender a urgência para qual Tony requeria minha presença.

– Ele não me disse o motivo Srta. Romanoff, apenas me pediu para chamá-la.

Bufo. O que o Stark deve estar querendo? Só espero que seja importante, porque se não for, eu vou estrangulá-lo por me tirar da cama tão cedo.

[...]

– Até que enfim Natasha, já estava quase subindo pra te buscar. – a voz sarcástica de Tony adentra meus ouvidos assim que coloco os pés no piso da sala de estar, encontrando Thor, Jane, Pepper, Tony, Bruce e Steve, acomodados nos sofás espaçosos do cômodo.

– Não enche Stark. – retruco com um ar impaciente, me aproximando do sofá – Só diz logo por que me tirou da cama assim tão cedo.

– Quanto mau humor, ruivinha. – ele comenta, e isso me fez lhe lançar um olhar mortal, indicando que eu não estava pra brincadeiras. Tony parece ter entendido, então simplesmente engoliu seco antes de começar – Bom, eu chamei todos vocês aqui para informar que... As primeiras fotos de lua de mel dos pombinhos chegaram.

Alguém me segura que eu vou arrancar a cabeça desse playboy desgraçado! Como assim ele acorda todos nós às sete horas da manhã só pra nos mostrar as fotos de lua de mel da Bobbi e do Clint? O que ele tem na cabeça, merda?!

– Sinceramente Tony, eu pensei que fôssemos tratar de um assunto sério, e não isso. – Bruce argumenta, aposto que ele também não gostou nada de ser tirado da cama há essa hora.

Ontem, depois do casamento, Clint e Bobbi pegaram um jato para o Havaí, onde devem passar três dias de lua de mel na mansão que o Stark tem lá. Já Thor, Jane e Bruce, resolveram passar à noite aqui na Torre, antes de voltarem para suas rotinas.

– Eu devia socar a sua cara. – exclamo demonstrando minha irritação, e Tony me lança um olhar indignado.

– Caramba Natasha! Clint e Bobbi são seus melhores amigos, achei que seria a primeira a querer ver essas fotos. – o playboy fala uma verdade, e mesmo que odeie admitir, ele tem razão.

Bufo, revirando os olhos.

– Então feche a boca e mostra isso logo. – ordeno com pressa, fazendo o Stark revirar os olhos.

Mas ele faz o que peço.

Repentinamente, Tony faz um movimento com as mãos, fazendo com que uma tela holográfica aparecesse diante de nós, e nela havia uma foto de Bobbi e Clint deitados na cama, abraçados um ao outro, olhando para a câmera e sorrindo, porém era notável que eles estavam com sono. Aposto que haviam acabado de acordar.

Na foto, percebi um detalhe pequeno. No criado mudo ao lado da cama estava um despertador, que marcavam exatas 06h00min da matina. Inacreditável! Os dois estão em lua de mel, pra que acordar tão cedo?

Esboço um leve sorriso com este pensamento, e logo surge outra foto na tela. Essa era um tanto engraçada. Clint estava e frente ao fogão, e sua expressão era de puro pânico. De inicio não entendi o porquê, mas quando olhei para a frigideira que ele segurava, não consegui segurar o riso. Seja lá o que ele estivesse fritando, havia pegado fogo, dava pra ver nitidamente as chamas dentro da frigideira.

– Viu só Nat, achamos alguém que é pior que você na cozinha. – Tony faz graça, e mesmo com vontade de esganá-lo, tive que concordar com a afirmação.

Clint realmente nunca foi um bom cozinheiro. Toda vez que eu o visitava em seu apartamento ou ele no meu, pedíamos alguma pizza ou comida japonesa, já que nenhum de nós sabe cozinhar.

– Imagino como a Bobbi deve ter reagido ao ver esta cena. – Pepper comenta entre risos, fazendo-me rir ao imaginar a loira rolando no chão de tanto rir, enquanto Barton suplica por sua ajuda.

A foto muda novamente, dessa vez para a obra prima de Clint Barton, que virou um total fracasso. Uma panqueca totalmente queimada dentro da frigideira. Certamente não tinha como não rir naquele momento. Quando os pombinhos voltarem, vou zoar muito com a cara do arqueiro, e aposto que Tony vai entrar nessa comigo também.

Enfim a última foto enviada pelo casal. Qual mostrava os dois se beijando, tendo de fundo a vista perfeita do mar, realmente um cenário bastante romântico. Não consegui segurar o sorriso de felicidade que surgiu em meus lábios, pois eu estava sim muito feliz pela união de meus melhores amigos.

Não sei por qual motivo, mas de repente meus olhos se direcionaram a Steve, que permanecia sentado no outro sofá ao lado de Thor. O mais engraçado é que o mesmo também me fitava, e assim que nossos olhos se encontraram, um sorriso sincero surgiu em seus lábios, qual eu retribui sem hesitar.

[...]

– Bom dia Claire. – cumprimento à moça simpática da recepção, que me lança um sorriso gentil.

– Bom dia Srta. Romanoff.

Continuo a andar a passos rápidos, até enfim chegar ao elevador da base. Observo as portas se abrirem, revelando-me o cubículo vazio, fato que me fez suspirar aliviada. Não estou muito a fim de ficar minutos dentro de um local fechado com várias pessoas me sufocando.

Aperto o botão que me levaria ao andar da sala de Fury, e assim que as portas estavam quase se fechando, ouço uma voz conhecida gritar ofegante.

– Segura o elevador. – ajo por impulso, colocando meu braço no pouco espaço entre as duas portas, fazendo-as se abrirem novamente.

Observo Steve diminuir os passos, puxando ar para seus pulmões, entrando no cubículo e se colocando ao meu lado, enquanto seu peitoral subia e descia exageradamente.

– Atrasado Rogers? – questiono olhando fixamente as portas fecharem e sentindo o elevador se mover.

– Tive alguns imprevistos no caminho até aqui. – ele se explica, fazendo-me assentir veemente.

Um silêncio agonizante toma conta do ambiente. Era notável a tensão presente entre o loiro e eu. Confesso que minhas emoções estavam quase ficando descontroladas, pois mesmo não olhando pra ele, eu sentia seu olhar sobre mim.

Os batimentos cardíacos do loiro ficavam cada vez mais audíveis, logo se misturando com os meus, que se tornavam cada vez mais altos. O cheiro de seu perfume era algo que me enlouquecia por dentro, ao ponto de ter que fechar meus punhos e firmar meus pés no chão para não agarrá-lo agora mesmo.

E outro fato que não me ajudava nem um pouco, era seu braço roçando-se em meu ombro, e mesmo estando com a pele coberta pelo uniforme da SHIELD, conseguia sentir o calor que seu corpo transmitia.

Quando já não estava mais conseguindo me controlar, sinto meu corpo ser virado, logo depois sou empurrada contra a parede, mas não com muita força. Steve avança contra meus lábios, iniciando um beijo quente e um tanto ansioso.

Não encontro motivos para não corresponder, e assim sinto sua língua penetrar minha boca, explorando cada centímetro dentro dela. Suas mãos apertando minha cintura levemente, enquanto eu com as minhas, puxava com cuidado seus fios de cabelo. Ambos gemíamos com o toque um do outro, mas continuávamos a nos beijar com ferocidade, cheios de desejos. Repentinamente os lábios de Steve se separaram dos meus. Nem tive tempo de questioná-lo, pois logo senti os beijos molhados e prazerosos de Rogers preenchendo todo o meu pescoço, enquanto eu arfava com a sensação daqueles lábios macios tocando a minha pele.

E poderíamos continuar com isso por um bom tempo, mas uma parada repentina do elevador fez com que eu e Steve nos desequilibrássemos e assim despencamos sobre o chão. O corpo musculoso de Rogers amorteceu a minha queda, e de repente as luzes do lugar se apagaram.

– O que foi isso? – Steve questiona já preocupado, mas sem se mover. Ainda deitada sobre o peitoral definido dele, solto uma longa e sonora risada, fato que deve tê-lo deixado confuso – Do que está rindo?

E então as luzes se acendem novamente, obrigando-me a encarar fixamente aquelas íris azuis que tanto me encantam.

– Blecaute. – respondo a primeira pergunta ainda em cima dele, o fitando com um sorriso divertido – Rápido, mas ainda assim um blecaute.

Steve não conteve o riso, pendendo a cabeça para trás até a encostar no chão gelado do elevador, soltando uma longa e contagiante gargalhada, sendo acompanhado pelos meus risos.

Um leve solavanco, o elevador volta a subir, e nós dois continuamos caídos no chão, pertinhos um do outro, rindo sem parar do estranho acontecimento.

[...]

– Que bom que vieram. – Nick diz assim que Steve e eu entramos em sua sala, com expressões mais sérias, apesar de não ter esquecido o momento estranho dentro do elevador.

– O senhor nos chamou, estamos aqui. – Rogers diz simplesmente, fazendo Fury assentir.

– Porque nos chamou Nick? – indago já querendo ir direto ao ponto, mas pude notar que Steve não estava tão interessado nesse fato, provavelmente ele já sabia do que se tratava.

Observo ele sentar-se em sua poltrona, nos encarando com uma seriedade um tanto estranha, ele parecia estar pensando em alguma coisa, provavelmente em problemas novos que a SHIELD enfrenta todos os dias.

– Só preciso que os dois interroguem uma pessoa e retirem dela o máximo de informações coerentes.

Enrugo o cenho, curiosa.

– E quem é essa pessoa? – questiono, um pouquinho impaciente apenas.

Um suspiro exala dos pulmões de Steve, o que me fez fitá-lo de imediato, encontrando uma expressão um tanto pesada, cheia de frustração.

– Bucky. – ele simplesmente responde, e isso de certa forma foi um choque pra mim.

Quer dizer então que ele conseguiu. Três meses atrás do amigo sem memórias e ele finalmente conseguiu capturá-lo.

Imagino que não será nada fácil pra mim fazer este interrogatório, ainda mais com o Steve presente, considerando o fato de que o cara a ser interrogado é o seu melhor amigo. Acho que é mais que necessário mudar minha forma de arrancar essas informações, com menos violência e mais astúcia, o que talvez venha a ser uma tarefa um pouco difícil pra mim.

Só espero que Bucky colabore, caso contrário, não poderei me responsabilizar por qualquer ato involuntário e agressivo.