Ele voltou? escrita por Lola Carvalho


Capítulo 3
A Boneca




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Com o decorrer das duas semanas, os bilhetinhos não vieram mais.

Patrick, porém, permanecia sempre em estado de alerta. Qualquer estranho já era uma ameaça.

Ele não temia por sua própria vida, mas sim pela de sua família. Teresa estava grávida. Ele apostava todas as suas fichas de que era uma menina.

Torcia para que essa menininha nascesse com os olhos verdes, como os da mãe.

E se algo as tirasse dele, assim como Red John tirara sua primeira esposa e filha, ele não saberia do que seria capaz.

Prevendo que aquele seria mais um dia qualquer, Patrick se adiantou para chegar ao escritório, pois Teresa disse que não iria trabalhar por conta do enjoo matinal.

Mas, assim que seus pés pousaram no chão do escritório, ele sabia que aquele não seria um dia comum.

Em cima da mesa de Lisbon havia uma boneca de pano, com alguns pontos de bolor e estava cheia de poeira.

Não era uma boneca comum. Era a boneca favorita de Charlotte.

– Isso não pode ser verdade – ele murmurou entre os dentes e saiu correndo o mais rápido que pôde.

Desceu até o andar térreo, e foi quando ele avistou sua mulher, Teresa, entrando no prédio do FBI.

– Patrick? Onde estava indo? – ela perguntou com um sorriso meigo nos lábios, enquanto Patrick parecia ter visto um fantasma – Está tudo bem, amor?

– Não, eu... Eu... – sem conseguir mais pronunciar nenhuma palavra, ele levantou a boneca que tinha em seu rosto a famosa assinatura de Red John – Encontrei na sua mesa. Tive tanto medo – ele a abraçou com força, e derramou algumas lágrimas no ombro de sua esposa.

– Mas o que isso significa? – ela perguntou, quando se apartou do abraço

– Essa boneca era a favorita de Charlotte. E estava na sua mesa. Eu pensei que... Que “ele” tivesse pegado você.

– Amor, presta atenção em mim – ela prendeu o rosto dele entre suas duas mãos, forçando-o a olhá-la nos olhos – Sou eu que tenho a arma, lembra? Nada de ruim vai acontecer comigo, ou com você, porque eu não vou deixar! Agora, vamos subir, fazer nosso trabalho e depois a gente vai ter o final de semana inteiro para aproveitar, está bem?

– Está bem... Hoje é dia de relatórios, então... Vai ser rápido.

– Isso. Vai ser rápido – ela dizia tudo calmamente, buscando tranquilizar seu marido – Se você quiser nós podemos ir viajar esse final de semana, está bem? – ele assentiu com a cabeça, e logo eles já estavam de volta no escritório.

Em cima da mesa de Lisbon, um papel.

“Adorei ver sua cara de desespero. Achou que eu seria assim tão óbvio?

Na hora que você menos esperar...”

Evitando que o desespero entrasse novamente em Patrick, Teresa não contou para ele que havia encontrado um bilhete.

Porém, no exato momento que Teresa fora sequestrada, no dia seguinte a este bilhete, ela arrependera-se amargamente de sua decisão.

.........

No dia seguinte, após a ligação de Cho...

Patrick correu o mais rápido que pôde.

Não sabia ao certo onde estava indo, só sabia que precisava ir. Precisava.

Só conseguia parar de pensar em Teresa e em como ele havia ficado irritado inutilmente no dia anterior.

Ah, se ele pudesse voltar no tempo... Ele teria abraçado sua esposa durante a noite inteira; teria pedido – até implorado – por perdão à sua esposa; teria acordado-a pela manhã espalhando beijos por seu rosto.

Mas ele deixara seu orgulho falar mais alto e, agora, sua esposa estava nas mãos de algum monstro. E o pior era que ele não sabia quem era.

Afinal, era impossível ser seu irmão.

Ou não?

Patrick olhou para o espelho retrovisor do carro e avistou uma land rover preta que estava seguindo-o.

Tentou aumentar a velocidade, mas quando ele menos esperava, a o carro que o seguia ultrapassou seu citroën azul que ele tanto amava, e bloqueou o caminho, de forma que Patrick teve de frear o carro.

Droga! Sem dúvida aquele carro pertencia ao responsável pelos bilhetes e pelo sequestro de Teresa.

Patrick fechou os olhos, com medo de que, se abrisse, viria seu irmão parado do seu lado, assombrando-o, como havia acontecido nas duas últimas semanas para cá.

Desta vez, porém, ele estaria presente de carne e osso.

A porta da land rover se abriu, e então se fechou.

Os passos não eram calmos, mas também não eram rápidos e, conforme o indivíduo se aproximava de Patrick, os passos se tornavam mais e mais audíveis. Até que eles pararam.

A única coisa que se podia ouvir era o som produzido pelo vento, as respirações lentas e o palpitar do coração.

“É isso” pensou Jane “Acabou. Não consegui proteger minha mulher quando ela precisava, e agora estou de olhos fechados, com medo de um fantasma...”

– Já acabou a auto comiseração? – perguntou o homem de voz, estranhamente, conhecida.

Naquele exato momento, Patrick abriu os olhos e virou-se, sem medo, para confirmar suas suspeitas.

– Sua mulher precisa de ajuda – ele continuou

– Cho? – indignou-se Patrick – Mas que porcaria foi essa? Como sabia onde eu estava? Ou para onde eu ia? Por que me parou desse jeito?

– GPS – Cho respondeu, sério como sempre – Quer mesmo perder tempo com essas perguntas bestas, ou quer me dizer para onde estava indo?

– Salvar Teresa.

– Grande novidade – ele comentou sem paciência – Onde, Jane?

– Los Angeles. Na casa que morei com meu irmão, antes dele morrer.

Sem dizer mais nenhuma palavra, Cho entrou no carro de Patrick, como se dissesse que ele não estava sozinho.


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Notas finais do capítulo

Sim, eu sei. Faz uma década que não posto as atualizações, nem respondo os comentários :'( Minhas sinceras desculpas...
Esta semana vou me organizar, vou responder os comentários lindos e maravilhosos de vocês e vou tentar ao máximo postar uma atualização de Life
Quero aproveitar e agradecer a compreensão de vocês em relação a minha facul :)
Valeu mesmo!
Mas, enfim... Gostaram do capítulo?
Até a próxima atualização (em breve, eu espero)
Beijinhos :*



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