Deixe a neve cair escrita por Snow Girl


Capítulo 50
Robert


Notas iniciais do capítulo

Eu deveria ter postado esse capítulo há 35367 anos, mas nunca aparecia a hora certa e agora a fic tem mais uns três capítulos normais + o epílogo e tem que ser agora ou nunca, alright?
Então, basicamente eu queria fazer um capítulo com o pov do Robert sobre alguns dos acontecimentos em Illéa depois que a Layla foi pra Rússia e esse capítulo cronologicamente ocorre +/- durante o capítulo 43
Como obviamente não vai interferir em nada... lerigou.



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A porta do meu escritório foi aberta e o meu convidado entrou. Michael Illéa sorriu para mim do batente.

— Boa tarde, Robert — disse como se estivéssemos apenas nos encontrado casualmente na rua.

— Michael — sorri também. — Bom revê-lo.

Ele assentiu e fez uma reverência leve a qual eu respondi apenas inclinando a cabeça.

— Por quê fui chamado aqui com urgência? — o outro perguntou erguendo uma sobrancelha.

— Não precisarei mais dos seus serviços agora que a Layla está em casamento firme na Rússia e a aliança está garantida. Os "ataques" podem cessar — afirmei satisfeito.

Michael riu e sentou na poltrona de couro preto diante da minha mesa.

— Pobrezinha da Layla quando descobrir que tudo não passou de uma mentira para que ela arranjasse logo um casamento — disse com falsa pena na voz. — Você é muito maquiavélico, meu amigo. Muito mesmo.

— Sou prático — dei de ombros. — Conheço minha irmã e sabia que ela aceitaria ir para a Rússia se isso significasse salvar a família. Agora ela está apaixonada pelo Dimitri… que está morto… e casada com o o primo dele. Não é bem o que eu planejei, mas vai servir.

Michael riu se recostando na cadeira.

— E qual era o plano exatamente?

— Layla e Dimitri permaneceriam juntos — eu disse revirando os olhos. Como se essa parte não fosse óbvia. — Odeio que minha irmã esteja sofrendo pela morte do marido.

Ele riu quase rouco.

— Ah, sim… uma pena, verdade. O rapaz era bem jovem, uma morte chocante — murmurou sacudindo a cabeça. Seus olhos se perderam por alguns segundos. — Então agora eu conto a verdade para os outros?

Revirei os olhos outra vez.

— Claro que não. Diga que viu o quão tolo você foi armando esses escândalos contra nossa família e que se arrependeu. A amizade entre nossas famílias irá amenizar os traumas dos últimos meses.

Michael assentiu.

— Você pensa em tudo. Também faz fluxogramas para não se perder? — alfinetou.

Eu o encarei, impassível.

— Eu me preparo apenas para todas as situações para não ser pego de surpresa — ergui uma sobrancelha.

Michael bufou.

— Certo. Sou necessário ou já posso ir?

— Pode ir. Meu expediente também já acabou por aqui.

Ele assentiu.

Esperei que Michael saísse do prédio antes de entrar no carro do governo e voltar para casa.

Assim que cheguei minha mãe me segurou, ela aparntemente estava mexendo com as flores de Layla, outra vez, e suas mãos estavam sujas de terra.

— As meninas estão se estranhando de novo — ela disse à guisa de boa noite.

Revirei os olhos e assenti.

— Tenho permissão para entrar no Salão das Mulheres?

Mamãe me analisou de cima à baixo e franziu os lábios.

— Você tem cinco minutos.

Agradeci-a e corri para a sala.

Bati à porta para anunciar a minha presença e entrei.

O confronto era evidente. Grace Crawford estava inclinada na direção de Blythe Puppeteer. Marian Kodak segurava os braços de Grace e falava alto para se sobrepor às duas vozes que berravam.

— O que está acontecendo aqui? — minha voz retumbou apesar da algaravia de vozes femininas.

— Eu estou tentando bater nessa magrela ridícula — Grace resmungou. — E a Marian não me deixa.

— Para você não bater nela — Marian retrucou.

Olhei para a cena à minha frente.

— Blythe, explique.

— Essa louca quer me bater sem razão alguma — exclamou com sua voz fina.

— Ninguém bate em um outro alguém sem razão — respondi com seriedade. — Alguma coisa você fez.

— Essa vaca falou da minha família — rosnou Grace. Eu sabia que ela não tinha a melhor das relações com os pais, então foi com um leve choque que recebi suas palavras.

Ela era uma menina consideravelmente calma, com uma chama ardente que raramente saia do controle. Eu nunca a tinha visto agindo assim, menos como uma dama e mais como um animal. Por alguma razão isso me lembrou minha amada irmã gêmea.

— Blythe? — ergui uma sobrancelha inquisidoramente.

— Não disse nenhuma inverdade — ela disse, já recomposta.

Olhei para Grace.

— Acompanhe-me.

Ela assentiu e olhou para Marian por meio segundo antes de me seguir até meu quarto.

Era a primeira vez que eu levava uma menina até ali e talvez eu a eliminasse.

Fechei olhos por alguns segundos para me concentrar.

Quando os reabri, Grace analisava a pilha de papeis sobre minha mesa. As músicas e poemas que eu tinha escrito.

Pigarreei para chamar sua atenção.

— Você poderia me dar um bom motivo para não eliminar você?

Seus lindos olhos verdes me analisaram com franqueza. De todas as Selecionadas, Grace era a que melhor me entendia. Ela sabia como era ter que fingir ser alguém que você não era, mas diferentemente de mim, ela às vezes se envolvia em algum escândalo, coisa que eu não podia me dar ao luxo de fazer.

— A única razão que eu tenho é o fato de eu estar completamente apaixonada por você — ela disse baixinho. — Mas não tenho nada a dizer que possa impedi-lo de fazer isso.

Suspirei e me recostei na parede.

— Você é uma mulher complicada, senhorita Crawford. Seria mais fácil que eu simplesmente a mandasse embora, mas eu não consigo mesmo você merecendo.

Grace sorriu de um jeito que faria o trânsito parar. Nossa, como ela era linda.

— Mesmo? E por quê não.

Há, pensei comigo mesmo, você não vai arrancar as palavras de mim.

Sentei na cama e ela se juntou a mim.

— O que Blythe disse? — perguntei olhando-a nos olhos.

A morena do meu lado suspirou.

— Disse que meus pais não se importavam comigo, só com a publicidade que eu traria a eles.

— Pensei que tivesse sido isso que você me disse quando nos conhecemos, que a publicidade que a Seleção proporcionaria era o fator decisivo pelo qual seus pais tinham a obrigado a se inscrever — ergui ambas as sobrancelhas.

— Sim, mas eu não vou permitir que uma qualquerzinha fale do que ela não sabe. Posso ter todos os problemas do mundo com a minha família, mas é a minha família.

Eu assenti a abracei pelos ombros.

— Aos problemas familiares e àqueles que são os únicos que podem reclamar de suas famílias problemáticas — me inclinei para beijá-la e Grace retribuiu com um sorriso na boca.

E ali eu soube que já tinha escolhido minha esposa e que ela era possivelmente ainda mais louca que a minha irmã.

Talvez fosse isso que eu precisava em minha vida: um pouco de loucura.


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Notas finais do capítulo

lalala.
Sexta feira teremos bombas explodindo e cabeças rolando. Pois é. Sou má ahsuahsu