Deixe a neve cair escrita por Snow Girl


Capítulo 51
Encontro não tão romântico


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente! Eu tô completamente elétrica hoje porque eu recebe três fu**ing recomendações em DaNC!
A primeira foi da pudim de batata, esse ser semi-fantasmagórico que de vez em nunca aparece por aqui e que mentiu na recomendação hasuahsu
A segunda foi a recomendação mais doce e fofosa da Cupcake Valdez DiAngelo que me deixou toda vermelhinha
E a última foi a recomendação de cair forninhos da Layla Schreave Ivanov! Sim, meuzamigos! A menina tem o nome da minha personagem! Preciso dizer mais alguma coisa?
I'M DEAD ESSA SEMANA! Meu forninho caiu! Sério, vocês três foram tão tão tão fofas, que meu deuso.
E também quero agradecer a Lady West essa nindosa que foi quem me ajudou a fazer a Grace Crawford e fez um review do tamanho de um capítulo ahsuahsu (não estou reclamando *-*).

Enfim... chega de agradecimentos e bora pro antepenúltimo capítulo da fic!

E como sempre:::
Anteriormente em Deixe a Neve Cair (antes do capítulo do Robert):
"Ele me beijou outra vez. Primeiro foi leve e brincalhão, explorando, e em seguida o beijo foi tomando profundidade e nenhuma proximidade parecia ser suficiente e eu sequer notei que pulei nele até sentir que minhas pernas estavam em sua cintura, prendendo-me a ele.
— Layla — sua voz grave reverberou pelo meu corpo e eu gemi agarrando seu cabelo escuro outra vez. — Acho que vou fazer você se atrasar para o seu encontro.
Sorri puxando meu marido para a cama enquanto ele trabalhava para tirar meu vestido."



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Demyian estava impacientemente batendo o pé no piso de mármore e eu apressei o passo para alcançá-lo.

— Demyian — disse para anunciar minha presença e ele me olhou com uma expressão zangada.

— Caramba, achei que tivesse voltado a dormir — reclamou.

Reprimi um sorriso. Com Dimitri no meu quarto a última coisa que eu planejaria seria dormir.

— Eu não faria isso. Eu estava… me arrumando. — Dei uma pequena pirueta. — Gostou?

Demyian sorriu, os olhos descendo dos meus cabelos soltos até os pés em uma sapatilha prateada que combinava com o meu vestido cinza-chumbo

— Você está linda, Layla.

— Obrigada — murmurei quietamente. Minha alegria se evaporou, sendo substituída por desconforto com o olhar ferino e desejoso do rapaz. — Vamos, então?

Ele assentiu e estendeu-me o braço, o qual eu aceitei sem olhar para Demyian.

Eu teria mesmo feito melhor se tivesse continuado na cama com Dimitri, tal como ele tinha insistido para que eu fizesse durante todo o tempo em que eu tinha tomado banho e me vestido.

Escolher aquela roupa ridícula foi uma ideia boba que eu havia tido só para deixar Dimitri desejoso, eu sequer tinha cogitado a hipótese de factualmente usar aquela roupa para um encontro com Demyian, mas graças à Dimitri e sua insistência em tirar minha roupa sempre que eu me vestia tinha acabado me atrasando e muito para encontrar seu primo/meu marido e por isso não tive tempo de colocar outra roupa.

— Para onde estamos indo, exatamente? — perguntei quando Demyian me colocou dentro de um carro do governo.

— Um lugar que eu tenho certeza que você vai gostar — disse, todo misterioso.

Assenti para Demyian e me encostei na janela enquanto pegávamos a estrada e Demyian dava ocasionais instruções ao homem atrás do volante enquanto deixávamos o perímetro de Moscou para trás e entrávamos em uma floresta de coníferas.

— Aqui está perfeito — Demyian indicou uma entrada pequena e quase invisível entre as árvores e o carro parou.

Demyian e inclinou e falou algo no ouvido do homem que assentiu e voltou para dentro do veículo, imediatamente dando a partida e saindo pelo caminho pelo qual viemos.

— Meu Deus, Demyian! Como vamos voltar?

Ele deu uma risadinha de adolescente.

— Ele vai esperar a meio quilômetro, saiu para nos dar privacidade — Demyian ergueu as sobrancelhas.

Corei.

—Ah… Isso não é necessário.

— Claro que é — respondeu tranquilamente. — Para todos os efeitos somos um casal, não é?

Assenti.

— Tudo bem, só que isso não parece seguro. Nenhuma escolta e coisa parecida.

— Meu celular tem rastreador — ele mostrou o aparelho prateado e minúsculo. — Se algo acontecer eu o ativo e a guarda aparece em uns quinze minutos.

Eu não me senti muito reconfortada com aquilo, mas concordei com a cabeça.

Demyian estendeu-me a mão e eu a peguei me sentindo esquisita. Aquilo parecia muito errado.

Começamos uma caminhada demorada em meio à lama de neve derretida na floresta. Era uma sorte que eu estivesse com um vestido consideravelmente curto, pois se eu estivesse com um dos longos habituais ele estaria encharcado, tal como minha sapatilha que certamente iria para o lixo quando voltássemos para o palácio.

Caminhamos por cerca de dez minutos antes de eu finalmente ver qual era o destino na mente de Demyian. Havia luz em algum ponto a frente e eu comecei a andar mais rápido, para descobrir do que se tratava.

Quando chegamos até o local que era um pequena clareira provavelmente abandonada por lenhadores ou caçadores, em vista da pequena cabana que ficava em uma das margens do espaço irregular, e passando pelas árvores ao redor da clareira haviam fios de luzinhas de natal brilhando e iluminando uma mesa de madeira que acomodava quatro pessoas. Sobre a mesa haviam travessas cobertas de metal e diversas garrafas de vários tipos de bebida.

— Demyian! Uau — comentei levando a mão ao coração. — É lindo.

Ele sorriu satisfeito e me guiou até a mesa pela mão.

— Bom, temos pão, molhos, algumas massas… fique à vontade. Quer beber alguma coisa?

— Um vinho está ótimo, obrigada.

Ele sorriu outra vez, abriu o vinho tinto e despejou uma boa quantidade em uma taça, fez o mesmo com uma garrafa de vodka e eu torci o nariz.

Demyian revirou os olhos e nós bebemos em silêncio por um bom tempo.

— Você sequer tenta gostar de mim — comentou. — É como se não quisesse abrir seus olhos para a verdade que é a morte de Dimitri.

Mantive o rosto tranquilo.

— Eu amo seu primo, Demyian. Não posso perder a fé agora.

Ele sacudiu a cabeça e se calou.

As duas garrafas já tinham perdido boa parte de seus conteúdos e boa parte do pão também estava no meu estômago antes de alguém abrir a boca. É claro que foi Demyian outra vez.

— Layla, eu sei que você não sente o mesmo por mim, mas estou completamente apaixonado por você. Eu não posso fingir que é diferente. Estou apaixonado desde o segundo em que pus os olhos em você.

— Demyian… — comecei, mas ele sacudiu a cabeça e avançou sobre mim. E não é um “avançou” fofo, como um garoto de dezessete anos paquerando uma menina. Demyian literalmente estava em cima de mim e eu estava no chão. Uma de suas mãos estava segurando ambas as minhas acima da minha cabeça e sua boca que estava com o gosto amargo da vodka estava pressionando a minha, exigindo uma reposta e eu permaneci parada como uma estátua congelada em horror e mais horror enquanto a sua outra mão erguia o meu vestido até a cintura.

De volta ao comando do meu próprio corpo comecei a me debater desesperadamente.

— Me beija — sussurrou Demyian a centímetros da minha boca e eu fiz a única coisa que não parecia estar restringida por seu peso ou suas mãos indecentes: eu o mordi no nariz com força.

Demyian soltou minhas mãos e eu aproveitei para socá-lo o mais forte e continuamente possível. Finalmente as aulas de muay thai que meu pai dera para mim e para Robert enquanto éramos menores servia para alguma coisa.

Eu não era grande coisa lutando, mas sabia me defender o suficiente para aquilo. Escapando de Demyian cujo rosto estava sujo de sangue, afastei-me dele, mantendo o corpo voltado em sua direção, sem lhe dar as costas.

— Eu odeio você! — berrei como uma criança, enojada demais para tentar ser um pouco menos ridícula.

Demyian tinha um sorriso… não, um esgar… maligno no rosto.

— Layla, Layla — cantarolou se aproximando. — Para onde você vai correr? O motorista está de volta ao palácio e só vai voltar se eu ligar para ele. Não há ninguém aqui.

— Eu não preciso dele para impedir você de me estuprar — retruquei.

— Não é estupro, linda. É consumação do nosso casamento.

Área de floresta ao redor, nenhuma casa na estrada, nenhuma ajuda a caminho… É, eu estava ferrada.

Eu não sabia onde estávamos, mas eu só tinha uma opção e não era algo que eu gostaria de fazer.

Tirei as sapatilhas e joguei-as com força em sua direção e corri pelo caminho pelo qual viemos, eu não tinha a mínima ideia de como chegar ao palácio, mas precisava abrir distância entre eu e Demyian se eu quisesse chegar lá viva e de preferência sem ser estuprada.

Minhas pernas se recusavam a dar mais um passo e meus pés estavam insensíveis, mas a adrenalina que queimava em minhas veias afastava aquilo e tudo que eu fazia era correr loucamente, perdida como só eu podia estar.

Finalmente avistei luzes no meio da escuridão compacta, uma casinha.

Bati à porta tremendo e uma mulher pequena abriu completamente aturdida olhando para mim.

— Boa n-n-noite — gaguejei tiritando de frio. — A senhora po-pode me indicar o caminho para o palácio?

— O palácio? — repetiu em dúvida. — Por quê?

— Não impor-porta — eu disse com medo de revelar que eu era. Ninguém era confiável. — Lá é minha única referência para minha ca-casa.

A mulher assentiu.

— Você é estrangeira?

Assenti.

— Vim de Illéa.

Ela sorriu.

— Como nossa princesa. Muito bem, entre e tome um banho e depois nós vamos para o palácio e para a sua casa, tudo bem?

— Não é necessário me banhar.

— Você está tremendo, provavelmente está tendo uma hipotermia. Vamos, tome um banho quente.

Eu me sentia como Branca de Neve sendo persuadida a comer a maçã, mas aceitei a ideia do banho e me lavei o mais rápido possível na pequena banheira, meu corpo se recusava a sair da água quente, mas por fim saí e vesti as roupas que a dona da casa deixou ao meu lado.

A calça jeans ficou um pouco pequena e apertada, mas servia, assim como os sapatos e o suéter grosso.

Ela me puxou pela mão até um carro antigo onde um homem que deveria ser seu marido esperava. Entramos no carro e viajamos em silêncio até o palácio.

— Você poderia escrever o seu endereço para que eu mande devolver suas roupas?

A senhora sacudiu a cabeça.

— Pode ficar, moça.

— Obrigada — agradeci e corri para dentro do palácio, as luzes dos andares inferiores estavam acesas, o que era um mau sinal.

Quase todo o clã Serov estava lá, a única pessoa que faltava era o rei.

Sasha e Kira estavam de braços cruzados no pé da escada, Alexander parado pensativamente no meio do saguão de entrada e Yeva especulativamente a seu lado.

Demyian estava poucos passos à frente das irmãs, já todo limpo e possivelmente de banho tomado.

Marchei para a escadaria sem me dar ao trabalho de esconder minha ira.

— Saiam da frente — rosnei acotovelando Kira para que ela saísse do caminho.

Demyian pegou me cotovelo.

— Não encosta em mim — berrei dando um tapa em seu rosto e me afastando. — Guardas!

Passos se apressaram pela escadaria, mas não era o tropel que eu esperava. Uma única pessoa descia os andares rapidamente.

— Ah, que pena, parece que o guardas estão de férias — disse Yeva com um sorriso maníaco.

Eu queria esganar ela, mas me mantive ereta.

— Princesa, Layla — a voz do rei estava ansiosa. — O que houve?

Todos os olhos se voltaram para o homem mais velho descendo a passos rápidos e, tão rápido que eu não acompanhei o movimento, seu irmão levou a mão ao cós da calça, pegou uma arma e disparou um tiro.

— Rei Ivan! — berrei enojada vendo-o desabar na escadaria larga.


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Notas finais do capítulo

Pois é. Trágico... ahsuahsu