Deixe a neve cair escrita por Snow Girl


Capítulo 5
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Notas iniciais do capítulo

Antes de comentar o capítulo, deixem-me contar uma historinha pra vocês:
Era uma vez uma menina em um canto mais afastado do colégio onde estava estudando para a prova de matemática, essa menina estava muito focada na equação segmentária (aquela enganadorazinha) quando do absoluto nada um amigo da menina aparece correndo com um livro na mão e JOGA na cara da menina, que inocentemente grita um "EITA PORRA!" porque tinha nas mãos o livro O Sangue do Olimpo que só seria lançado dali a uma semana. O dono do livro (de quem o amigo da menina havia roubado) apareceu e ele e a menina se engalfinharam no chão. A menina perdeu a luta, mas não sem antes ler a última página do livro que está chocante.
Fim.

Agora sobre o capítulo::: Dimitri is here! Esse capítulo tá meio coisado, mas eu gostei e.e

Beijos de luz e divirtam-se



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Eu estava andando de um lado a outro no foyer, esperando nossos convidados chegarem para a recepção de aniversário. Os primeiros a chegar foram os membros da delegação francesa, possivelmente os nossos aliados mais antigos.

A rainha Annelise olhava tudo com um ar crítico enquanto seu filho, um garoto meio nerd com cara de rato, beijava minha mão.

— Linda como sempre, Layla — príncipe Olivier sorriu piscando. Apesar da cara de fuinha e do olhar astuto, eu gostava muito dele.

— Obrigada Olivier. Você continua como sempre — comentei fingindo tristeza. Não nos víamos há quase seis meses e ele parecia o mesmo.

— Bem... não há muito a melhorar aqui — e piscou como se fosse o guru da pegação.

— Somos os únicos esperrados parra esta noite? — a rainha questionou mamãe com seu sotaque carregado.

— Ah, não. Estamos esperando o alemães também. As federações da Rússia e Inglaterra devem chegar pela madrugada e a italiana só amanhã.

— Perrfeito. É bom verr que Illéa está caminhando parra um acorrdo com a Rússia, eles son adorráveis.

Mamãe sorriu, ms se absteve de comentar enquanto outras pessoas chegavam.

— Bem na hora — Robert murmurou olhando seu relógio. — A pontualidade alemã.

A delegação alemã era provavelmente a maior de todas, mesmo que o país tivesse pouco menos da metade de Illéa em tamanho. O rei Niklaus estava à frente, com seus quatro filhos e a rainha estava atrás de um batalhão de guardas, todos grandes e sérios. Francamente, não vi a razão para aquele tanto de guardas, mas quem sou eu pra dizer alguma coisa?

Depois dos cumprimentos formais, fomos jantar, a conversa fluía em vários idiomas e estava difícil acompanhar enquanto éramos servidos.

Após o jantar eu me esquivei de um convite para irmos ao Salão das Mulheres e voltei a meu quarto pronta para dormir. A manhã seguinte seria o início de um longo processo que nos levaria ao nome da nova rainha de Illéa.

Mal havia me deitado na cama e abri os olhos, totalmente vigilante. Olhei ao redor, tudo estava muito escuro. Ou era muito cedo, ou era muito tarde.

Consultei o relógio ao lado da minha cama: 04h47. Muito cedo.

— Eu mereço — sussurrei para o escuro.

Depois de rolar muito na cama decidi que eu não iria conseguir dormir. Com um suspiro resignado eu comecei a fazer minhas tarefas (atrasadas) de idiomas.

Já estava me preparando psicologicamente para aquela tortura chamada "alemão" quando notei que estava com o livro errado. Aquilo só podia ser piada.

Revirei o meu quarto antes perfeitamente organizado. O danado do livro não estava ali.

Havia uma biblioteca do outro lado do palácio que eu podia usar apenas seguindo pelo corredor principal do terceiro andar, não seria difícil encontrar os livros que eu precisava ali.

Caminhei silenciosamente pelo corredor escuro, nem guardas havia por ali àquela hora da manhã.

Passei direito pela primeira fileira, onde os livros estavam em inglês, e procurei onde estavam os livros em alemão. E ali estava um exemplar encadernado em couro. Saí a passos rápidos, folheando o livro. Em determinado momento parei de vez no meio do corredor, lendo aquele tomo sobre a segunda grande guerra mundial. Era chocante ver os pensamentos de uma criança em meio à toda aquela coisa terrível.

— Bom dia, princesa — uma voz grave me tirou da minha leitura.

Era um rapaz, talvez dois ou três anos mais velho que eu, com um uniforme de soldado de Illéa. Seu crachá o identificava como Soldado Taylor.

— Bom dia, soldado. — Pisquei algumas vezes na repentina claridade. Um pensamento comprimiu a boca de meu estômago. — Que horas são?

Soldado Taylor olhou em um relógio em seu pulso. Era impressão minha ou ele estava totalmente vermelho?

— São cinco e meia, Alteza — disse sem me olhar.

— Ai, inferno — reclamei. — Preciso ir! Tenha um bom dia, soldado.

Corri com toda a delicadeza de um guaxinim bêbado pelo castelo e tropecei em alguma coisa macia enquanto corria ao meu quarto para me preparar para o café da manhã, caindo embolada com ela e a coisa reclamou.

Os livros em meus braços voaram de todas as direções enquanto eu tentava me manter sobre os calcanhares. Levantei os olhos e então pude ver o que havia se chocado comigo. Uma coisa sólida de um metro e noventa e poucos, cabelos ligeiramente longos, pretos como petróleo. A franja caía teimosamente na altura dos olhos, a parte de trás se enroscava na gola da camisa e os olhos da mesma cor pareciam emitir luz própria. Eu estava quase hiperventilando, então ele abriu a boca e o encantamento se desfez.

— Olha só o que você fez! Eu levei horas para colocar esses papéis em ordem! — Ele bufou, agachando-se para pegar um monte de folhas que estavam no chão misturados com meus livros, depois olhou para cima, os olhos queimando como carvão em brasa. — Me ajude aqui, por favor? — sua voz estava carregada de sarcasmo.

— Eu não sabia que tinha alguém aqui. Geralmente ninguém anda por esse corredor tão cedo — reclamei ajoelhando-me, mas com um tom de desculpas na voz irritada. — E quem é você?

— Não importa — retrucou com um leve arrastar nas consoantes nem um pouco sexy. Nem um pouquinho! — Me ajude com isso.

Estávamos no mesmo nível, ajoelhados, e eu bati continência.

— Sim senhor! — peguei todas as folhas e juntei-as em um monte desorganizado e instável e entreguei-lhe. — De nada.

— Por me fazer perder horas de trabalho? Muito obrigado!

Encarei-o por mais uns dois segundos antes de dar-lhe as costas e marchar de volta à biblioteca para usar uma rota alternativa. Não queria passar nem meio segundo com aquele branquelo mal-humorado.

Quando voltei para o quarto com o bendito livro — obrigada professor Lore! — e narrei a história para Kristine, ela literalmente caiu no chão de tanto rir.

— Isso não é engraçado — censurei.

— Desculpa, amiga — ela ergueu as mãos com as palmas para cima como se estivesse se rendendo —, mas é sim. Ele deve trabalhar para algum desses líderes estrangeiros que vieram para o aniversário de vocês.

Fiz que sim.

— Esse cara deveria ser demitido — continuou —, não se trata ninguém assim, ainda mais se for da realeza.

Revirei os olhos.

— Eu estou vestindo um shortinho e uma camiseta surrada e meu cabelo parece um ninho. Até as pessoas que trabalham no estábulo costumam se vestir melhor — lembrei-a. Eu não culpava o cara pelo modo como me tratou, embora um pouco de gentileza fosse legal.

— Verdade. Não sei porque você gosta de dormir vestindo isso — minha amiga torceu o nariz.

— Conforto, praticidade, comodidade… chame do que quiser.

— Desleixo.

Revirei os olhos.

— Vou tomar banho e me juntar ao café da manhã, você pode pegar um vestido para eu usar? — pedi me dirigindo à porta lateral que levava a meu banheiro particular.

— Ahn, o Robert disse para você não fazer isso. Ele disse que você se comportou pessimamente ontem — respondeu desaprovadoramente.

Ele queria me vender e eu que me comportei pessimamente! É mole hein.

— O Robert não manda em mim. Vamos, qual a pior coisa que pode acontecer? Ele se irritar comigo! E isso acontece o tempo todo.

Kristine riu, ela sabia que isso era verdade. Robert se preocupava demais comigo e com meu jeito e geralmente acabava explodindo sempre que eu agia de forma menos do que digna de uma deusa.

Como Kristine era minha "criada", embora eu não permitisse que ela usasse esse termo, me ajudou a tomar banho e vestir um vestido branco com decote em V e que ia até o joelho. Depois de ela me ajudar a driblar a cara de panda fui até a sala de jantar. Estava lotada e várias cabeças se viraram à minha aproximação.

Fiz uma leve reverência e andei displicentemente até o meu assento, à direita de minha mãe.

— Você está atrasada — sussurrou Robert de forma reprovadora.

— Eu sei. Tive um contratempo: eu peguei o livro de latim em vez do de alemão e por isso precisei correr até a biblioteca para trocar — e esbarrei em um cara lindo e mal-encarado. — Enfim… atrasou tudo.

Meu irmão concordou com um gesto de cabeça, me dispensando.

Deixei meus olhos vagarem pela mesa, vendo nosso aliados ali e quase engasguei ao ver o cara do corredor em um terno muito bem engomado com os super importantes papeis à sua frente.

— Mãe — sussurrei baixinho. Ela me olhou de forma interrogativa. — Quem é aquele cara ali, do lado do tio Henry?

— É o príncipe Dimitri, da Rússia, ele e o pai chegaram durante a madrugada. Por quê?

Sacudi a cabeça e dei de ombros.

— Por nada. Só… curiosidade.

Mamãe sorriu de um jeito que deveria ser proibido para velhos, era um sorriso malicioso.

— Você o achou bonito?

Fiz um som indefinível do fundo da garganta e ela riu suavemente.

— É um rapaz bonito — meditou. — Muito gentil, também.

Só se for com você.


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Notas finais do capítulo

Dimitri tá de TPM ahushaus



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