Deixe a neve cair escrita por Snow Girl


Capítulo 44
A história de Yuri


Notas iniciais do capítulo

Eeeeeeeeeeeei! Bom dia, meus amores *-* Como vocês estão? Saudade de vcs que eu estava.
Achei que mais gente ia se emp*tecer comigo haushaus, vocês estão levando tudo muito de boa e isso é suspeito pacas.

Anteriormente em Arrow... digo, DaNC:

"Quando eu vim para a Rússia para conhecer Dimitri, todos já previam um casamento, mesmo que não nos conhecêssemos nem um pouco à época. Eu achava aquilo uma idiotice sem tamanho eu nunca iria me apaixonar por Dimitri, eu dizia. Mas não foram precisas muitas semanas para que isso fosse pelo ralo — respirei fundo. — Dimitri era a pessoa mais maravilhosa que eu já tinha conhecido, ele às vezes era engraçado, em tantas outras era protetor e me ensinava coisas. E eu o amava por isso. Quando Dimitri me pediu em casamento foi o dia mais feliz da minha vida e quando nos casamos… desculpe, pai… nos casamos escondido, eu me senti completa. Eu posso ter vindo de Illéa, mas meu lugar sempre foi na Rússia, ao lado do homem que eu amo — uma lágrima idiota escorreu do meu olho esquerdo. — Dimitri não está morto para mim, e nunca estará. Eu sempre vou mantê-lo em meu coração.
Fui a primeira a jogar uma rosa branca sobre o caixão vazio que lentamente era baixado para dentro da terra."



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— Como assim "Nos casamos em segredo"? — Robert estava insistindo no assunto ainda que tenham se passado dias e aquele era o seu refrão constante. Como eu pude me casar sem contar para ninguém?

— Pela milésima, vez, Robert: nós fomos à igreja, o padre falou algumas palavras em latim, eu concordei com o casamento, Dimitri concordou. Ele colocou a aliança no meu dedo e pronto. Casamos.

— E a bênção dos pais? E o anúncio de noivado?! O quê você tem na cabeça?

— Robert, pare de chatear a sua irmã! — Mamãe ordenou irritada. — Você não está vendo que ela está infeliz devido aos últimos acontecimentos? Deixe ao menos o luto por seu marido passar.

O luto. Eu não conseguia falar.

Sacudindo a cabeça, pedi licença e me recolhi muito cedo em meu quarto.

Em silêncio, Anya entrou e sentou a meu lado na cama.

— Por quê todo mundo parece tão certo de que ele morreu? Até o rei suspendeu as buscas, e não se passaram nem duas semanas direito.

Minha assistente afagou o meu cabelo e eu me inclinei para sua mão.

— Rei ivan não quer se iludir, não quer passar pela frustração que passou após o desaparecimento do príncipe Yuri — ela disse com delicadeza. — Perder ambos os filhos é um golpe duro demais para que ele alimente esperanças de reencontrar um deles.

Suspirei.

— Sabe, às vezes até eu começo a duvidar de que Dimitri vai voltar — murmurei. — Mas eu vejo tudo que já construímos, sabe? Eu sinto a presença dele, principalmente aqui no quarto, e penso em como tudo poderia ter sido diferente com uma ou duas ações certas minhas.

Anya sacudiu a cabeça.

— Você não sabe o que poderia acontecer. O destino prega peças em quem tenta evitá-lo. Uma bomba poderia explodir no palácio ou o príncipe poderia ser sequestrado. Tudo o que você pode fazer é torcer, querida.

Tentei sorrir, mas as palavras de Anya não foram tão reconfortantes quanto geralmente; parecia que ela também tinha começado a acreditar naquelas bobagens sobre ele ter morrido.

Quando deu nove horas minha assistente pareceu achar que já era hora de se retirar e saiu silenciosamente e eu continuei no mesmo lugar, minha mente me torturando com o que poderia acontecer se eu tivesse acreditado nele em primeiro lugar com toda aquela história de Kira e assim permaneci por um interminável período, quando uma sombra mais escura que as outras pareceu se mover em minha visão periférica.

Acendi o abajur de uma só vez e o que vi me deixou chocada.

Olhos e cabelos escuros, pele muito pálida e roupas pretas. Uma figura dolorosamente familiar, assustadoramente estranha.

Gelada, reconheci o intruso. Um grito ficou congelado na garganta mas um sussurro pôde sair.

— Você é Yuri.

— Sim, e você é a princesa Layla. A esposa do meu irmão.

Concordei fracamente com sua afirmação.

— Sou. O que o traz aqui? — minha voz soava muito mais corajosa que eu me sentia. Eu sabia que Yuri estava de algum jeito relacionado com os rebeldes ao leste da Rússia e que isso era muito ruim para mim.

— Vim procurá-la — explicou como se fosse óbvio. — Eu sei que Dimitri provavelmente falou de mim para você, a forma como fugi e sei que você não entendia minhas razões para fazê-lo e imaginou coisas terríveis a meu respeito. Mas agora você é minha irmã e precisa mais do que apenas especulações. Eu vou contar-lhe a minha história.

Ele sentou na ponta da cama, aos meus pés e eu me encolhi sentada, preparada para ouvir o que ele tinha a dizer

A semelhança entre os irmãos era espantosa. Ia desde o jeito de sentar até o modo como escolhia as palavras. Yuri parecia uma versão mais velha e desgastada do irmão, e embora eu soubesse que ele só tivesse vinte e cinco anos de idade, parecia muito mais experiente com sua barba e a expressão compenetrada.

Yuri se aprumou e começou a narrar.

— Desde o dia em que eu nasci, todos se preparavam para que quando eu me casasse a coroa viesse para mim; Dimitri tinha uma doença congênita no coração e se ele parar de bater, seria para sempre, então ninguém ligava muito para a possibilidade de um dia ele poder se tornar rei, afinal, ele exigia certos cuidados e era bastante frágil, não estaria apto para ser rei mesmo sem o meu empecilho.

Tentei imaginar isso que Yuri descrevia. Para mim Dimitri sempre foi forte e corajoso, sempre tão seguro de si! Seria a última pessoa no mundo que eu acreditaria ter um problema no coração.

Yuri continuou.

— Mas eu? Eu era a síntese de um príncipe, diziam. Era forte, saudável e o filho mais velho — ele cuspiu no chão com raiva. Eca. — Mas ninguém parecia entender que não era o que eu queria. Tudo estava normal, mesmo odiando meu trabalho eu me saía bem e já tinha uma idade razoável para me casar quando fugi. — Vendo minha expressão ele completou: — Ah, eu não fugi das minhas obrigações. Eu fugi por ser obrigado.

Ele olhou para minha expressão confusa e prosseguiu:

— Era inverno e eu e Dimitri tínhamos acabado de voltar do festival na cidade. Eu estava deitado na cama fazendo absolutamente nada quando os ouvi do outro lado da porta. Achei que fossem guardas, mas todos meus instintos diziam para que eu fugisse, então me escondi no armário que tem uma passagem para fora do palácio. Eu ouvi quando eles entraram e vi quando tiros foram disparados com silenciadores em minha cama. Quando perceberam que eu não estava ali os homens começara a conversar agitados. “Ele vai nos matar”, disse um. Outro concordou “Tínhamos que matar esse aqui e esperar o tempo dar cabo no outro. Ele não vai gostar se o príncipe ainda estiver vivo”. Eles continuaram falando e cada segundo mais eu tinha certeza que precisava sumir do mapa. Fui até a cidade para me despedir de uma garota por quem eu tinha sentimentos e ela quis fugir comigo. Juntos fomos para o leste, que é uma área mais difícil e um pouco sem lei e nos estabelecemos como outras pessoas lá. Dimitri, para a surpresa de todos continuou crescendo mais e mais, cada dia mais forte e não parecia apresentar nenhuma complicação. Ele seria o novo rei da Rússia em pouco tempo. E então…

Engoli em seco.

— Você acha que decidiram matá-lo?

— Alguns homens deixam o poder subir à cabeça — asseverou. — Se meu pai pode mandar matar um filho, por quê não o outro?

— O seu pai? — ri incrédula. — Ele ficou louco nos últimos dias de preocupação com Dimitri e estava sempre falando de você! Você realmente não acha...

— Sim, eu acho — ele disse sério, me cortando. — Só quero deixar você a par das coisas, princesa. Meu irmão a desposou por uma razão e eu acredito que foi por amor. Não posso deixar a amada do meu irmão às cegas.

— Você… o encontrou? Dimitri.

Yuri negou com a cabeça e seus olhos pareceram se perder um pouco, se tornaram opacos.

— Estamos procurando, mas até agora, nem sinal.

Suspirei.

— Você tem homens sob seu comando, tem certeza de que está fazendo tudo possível?

Yuri me encarou.

— Embora eu queira encontrá-lo, tenho outras prioridades no momento, princesa. Se Dimitri for esperto ele está se escondendo.

Eu o olhei por alguns segundos e assenti.

— Tudo bem, obrigada por estar fazendo alguma coisa, embora eu ache difícil um irmão mais velho se preocupar tão pouco com a segurança do próprio irmão.

Yuri deu de ombros.

— Eu em importo, mesmo que não pareça a você — disse-me. — Dimitri é muito importante para mim, apesar de meus modos. Ele é meu irmão e ninguém ameaça o meu irmãozinho., mas ele pode se virar sem mim por enquanto. Na hora certa eles irão pagar, um a um, por toda essa bagunça.

Com essa nota pragmática, o príncipe se calou e se esgueirou para o lado de fora do quarto enquanto eu meditava sobre suas palavra misteriosas.


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Notas finais do capítulo

É, eu sei que não foi grandes coisas, mas Yuri vai começar a aparecer bastante por agora ;3