Deixe a neve cair escrita por Snow Girl


Capítulo 41
Relatórios


Notas iniciais do capítulo

Hihihihi. Desculpem, moças, pelo final do último capítulo. Esse aqui vai ser melhor, I promisse (ou não, não sei o que vocês vão achar). Só digo que eu adoro vocês, viu? *-* E me matar nunca é a melhor opção.
No último capítulo de DaNC:

"— Alteza, precisamos conversar.
Só essas três palavras me fizeram prender a respiração. “Precisamos conversar” nunca é bom.
— Vou me retirar — Anya disse.
— Não, fique. — O rei respirou fundo. — Muito bem, não há modo gentil de dizer isso. Aparentemente o carro onde meu filho estava, juntamente com sua escolta, foi atacado. Não conseguimos rastrear nenhum dos carros e foi mandado um grupo de elite do exército russo para encontrar sobreviventes. Nos próximos dias receberemos um relatório dos membros do grupo de busca. Espero que tudo esteja bem com meu filho, mas se prepare para o pior, princesa Layla. Dimitri pode estar morto."



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No primeiro dia, eu fiquei esperando que Dimitri aparecesse. No segundo, eu esperei por boas notícias do grupo de busca do rei. Ao passar de uma semana, eu esperava por qualquer coisa.

— Princesa Layla — Anya chamou com delicadeza. — Há alguém lá fora querendo lhe falar.

Assenti e deixei os relatórios — aos quais eu não conseguia prestar atenção — de lado enquanto Anya dava espaço para o visitante e saia.

— Ei — disse Demyian entrando com as mãos nos bolsos. Ele parou perto da minha cama.

— Ei — respondi.

— Soube que os relatórios da missão de busca vão chegar hoje.

— É. — Deixei a cabeça pender para que eu pudesse olhá-lo. — Quero saber o que aconteceu. Depois de tanto tempo ele teria tido tempo de ligar ou pedir ajuda, não teria?

— Talvez esteja fugindo e se escondendo — ele deu de ombros.— Aquela não é uma área fácil, Layla.

— Dimitri não é do tipo que fica se escondendo. Ele iria mesmo se fosse em uma missão suicida só para ajudar os civis.

— Foi por isso que se apaixonou por ele? — Demyian perguntou como quem não quer nada. — Altruísmo?

Embora não tivesse nada a ver com o assunto em foco tive que deixar meu queixo cair.

— Como você…?

— Não é preciso mais de três segundos para perceber como vocês dois agiam perto do outro — explicou.

Sorri. Nossa cautela não serviu de nada, é claro.

— Não sei porque me apaixonei por ele, apenas… apaixonei — disse lentamente.

— E nunca haverá outro? Supondo que o pior tenha acontecido.

Suspirei.

— Eu não consigo imaginar a minha vida sem Dimitri, Demyian. Eu sei que posso perfeitamente viver sem ele, vivi dezenove anos assim, mas eu só não quero. Eu quero estar com ele ao meu lado, me ajudando e dizendo que está tudo bem.

— Outro homem poderia fazer isso por você. Qualquer um seria louco se não a ajudasse a ser tão incrível quanto você tem sido.

— Não vou levar para o lado pessoal — tentei sorrir e consegui, embora não estivesse bem firme no meio, parecia que eu estava prestes a chorar.

— Não leve — ele passou a mão por meu ombro. — Só que eu acho que meu tio tem razão em um ponto: Dimitri pode sim não ter sobrevivido e você precisa aceitar essa ideia.

— Ele está vivo.

— Como você sabe? — Demyian ergueu uma sobrancelha.

— Sabendo. É um sentimento bem aqui — apontei para o meu peito. — Dimitri vai voltar para casa. Para mim.

— Layla, você é linda e inteligente e eu odeio ter que lhe dizer isso, mas você precisa pelo menos aceitar a ideia de que ele se foi, porque quando aqueles soldados chegarem eu não quero que você sofra. Eu amo Dimitri, ele poderia ser meu irmão, mas não quero que você se machuque acreditando que ele pode voltar e que fique esperando por um retorno que pode não acontecer.

— Você parece ter aceitado a morte dele muito bem, Demyian — minha voz tremia.

Demyian me abraçou.

— Não chore, shhh. Eu só não quero que você se magoe mais.

Eu nem tinha reparado que estava chorando até ele dizer.

— Dimitri está vivo — teimei com uma cascata de lágrimas turvando minha visão. — Ele vai voltar para ouvir o sermão que eu tenho preparado para ele.

Demyian riu baixinho.

— Você é teimosa demais.

— Não é teimosia se eu estou certa — solucei. — E isso não é engraçado.

O garoto continuou com os braços ao meu redor, mas usou uma mão para secar as lágrimas em meu rosto.

— Eu sei que não é, mas eu recebi um treinamento quase militar. Meus sentimentos conseguem ficar trancafiados quando eu preciso me concentrar em outra coisa e nesse momento eu estou me concentrando em você e em deixá-la menos para baixo.

Você está me deixando para baixo com essa conversa.

Alguém bateu à porta e eu pulei.

— Princesa Layla? — Anya chamou abrindo uma fresta. — O rei está chamando-a. Os soldados chegaram.

Desvencilhei-me de Demyian e respirei fundo.

— Estou indo, Anya.

Olhei no espelho e eu parecia alguém que andara chorando, mas minha maquiagem estava perfeita, assim como o cabelo.

Ensaiei um sorriso.

— Eu sou uma princesa e eu posso lidar com isso, certo? — perguntei para a imagem refletida que felizmente não respondeu.

Acompanhei Anya até o escritório do rei onde dois militares estavam com pastas nas mãos.

Com borboletas no estômago eu os cumprimentei em russo e me sentei em uma poltrona.

— Princesa Layla, esses são o tenente Ogonov e o soldado Nozhich — o rei disse, também em russo. — Eles estiveram à frente das buscas por Dimitri e sua escolta.

Assenti para indicar que compreendi.

— Temos aqui o relatório de busca na região da província de Volk — disse o primeiro deles, um homem enorme e louro com uma longa cicatriz correndo do canto do olho esquerdo até a direita do queixo. — E preliminarmente podemos afirmar que não houve incêndio. Todos os carros que enviamos permaneceram intactos com exceção de seus rastreadores. Há vestígios de luta corporal e tiros. Pelo menos duas dúzias de tiros foram disparados.

— E sobre sobreviventes? — perguntei.

— Não encontramos ninguém, vivo ou morto.

— O que vocês sugerem? — o rei interpelou. — Que meu filho pode estar morto?

— Não obtivemos resultados conclusivos, Majestade. O príncipe pode tanto estar morto quanto vivo.

O rei assentiu.

— E o que mais?

— Por enquanto é só isso. Os bens pessoais tal como armas permaneceram no local, o que indica que o ataque foi planejado para levar prisioneiros, não um saque.

— Então eles já deveriam ter feito suas exigências — o rei disse. — Ninguém se manifestou.

— E isso nos leva a nossa segunda grande dúvida: por quê? Por que levar o príncipe e não exigir nada em troca? Acreditamos que o tenham levado para uma execução, são bastante comuns em guerrilhas extremistas — o outro homem, soldado Nozhich, se manifestou.

— Mostrar que têm poder? — arriscou o rei.

— É o nosso palpite. Iremos investigar mais profundamente. mas não temos nada ainda. Aqueles homens viraram fumaça para nós.

rei Ivan assentiu e os dispensou.

Assim que os militares saíram, o rei pegou uma caneca de porcelana que estava sobre sua mesa e jogou contra a parede.

— Seis anos de instrução militar para me dizerem que não temos nada! Eu não acredito nisso — ele disse estressado.

— Eu não acredito nisso — murmurei. — Dimitri não pode ter "virado fumaça". Não pode! Ele está vivo.

O rei respirou fundo.

— Vamos esperar por novas notícias, mas depois de tudo que eu já passei, princesa, não ouso ter esperanças de merecer tê-lo de volta.


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Notas finais do capítulo

Awn, tadinho do rei. Tenham pena do rei, cara. Ele perdeu a mulher e agora os dois filhos. Poxa, que azarado que ele é.