Deixe a neve cair escrita por Snow Girl


Capítulo 3
Estratégia


Notas iniciais do capítulo

Hoje não é dia de postagem, maaaaas eu postei um prólogo e passei pro lugar do capítulo 1 e o capítulo 1 pro lugar do 2 e o 2 pra cá e.e
Sim, eu sou uma taioba, obrigada e de nada. Fiz também umas alterações no capítulo 1, quase nada, só mil palavras a mais e.e
É isso.. Divirtam-se.



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Os homens estavam conversando sobre política. Ainda. Depois de mais de três horas. Das mulheres, apenas eu e mamãe estávamos ali ainda; Lynn, Alessa e Penelope já tinham partido para suas casas cuidar de seus filhos e deixado seus maridos no palácio cuidando dos problemas do país. Assim como todos esperavam que eu fizesse quando me casasse. Quando, não se.

Eu já estava meio dormindo mas ainda assim ouvindo o que era dito sobre aquela situação e possíveis respostas. Eu deveria estar prestando atenção na conversa, mas depois da primeira hora eles voltaram à estaca zero e ficaram dando voltas.

— Nós não temos o apoio da Nova Ásia, obviamente. Eles nos querem pelas costas, mas certamente podemos contar com o apoio italiano e francês. — Robert continuava com o fôlego de quando a conversa havia se iniciado. A última meia hora tinha sido praticamente um monólogo só dele. — Nesse momento o que mais conta para vencer Michael e seus aliados será nos fortalecermos com as nossas alianças e não permitir que o povo de Illéa sofra por conta de nossas desavenças internas.

Meu pai soltou um suspiro longo e disparou com a voz rouca por falta de uso:

— Pelo que estou vendo, vencerá quem contar com o apoio dos russos. Se uma guerra civil acontecer, eles podem nos ajudar.

— Ou ajudar os Illéa — dei de ombros. — É uma possibilidade.

Todo mundo me lançou um olhar fulminante.

Era assim cerca de noventa por cento do tempo em que minha família me obrigava a participar da política: eles me queriam por perto, mas se minha opinião não condizisse com a deles...

— Podemos aproveitar o aniversário dos gêmeos e estreitar nossos laços com quem puder nos ajudar, especialmente com os russos — meu tio Henry disse com um novo entusiasmo, ignorando-me redondamente.

Tudo bem, ele tinha um ponto. Uma festa poderia realmente ser a melhor forma de começar uma aliança militar, não pareceria que estávamos interessados apenas no poderio militar russo e sim na sua simpatia. Se eu não estivesse tão cansada, teria rido desse pensamento. Quão idiota é preciso ser para não notar uma jogada dessas? Até uma criança sabe reconhecer essa tática, meu Deus.

— Talvez. — Papai se voltou para minha mãe, considerando a ideia de seu "general". — Alexia, querida, amanhã gostaria que você e Layla reorganizassem todo o evento voltado a ser uma recepção para grandes líderes, especialmente voltada aos russos. Ligue para Moscou e envie os convites. Robert, escreva à mão um bilhete para o príncipe Dimitri, ele tem apenas dois anos a mais que você e sua irmã. Torne-se amigo dele. — Pude até ver meu pai sorrindo diante da grande possibilidade de conseguir desfazer aquela rivalidade histórica entre Illéa e Rússia em apenas uma festa.

Não tão rápido, gafanhoto.

— Vocês sabem que os russos são um povo naturalmente desconfiado, não sabem? — meu tio George ergueu as sobrancelhas claras. — Eles vão ver isso de forma não muito positiva para buscarmos sua ajuda. Não é como se Illéa e a Rússia fossem melhores amigas. Uma aproximação com interesses por trás pode ser uma faca de dois gumes, principalmente agora.

— Ponto — concordei novamente aérea. Se todo mundo ia me olhar daquele jeito, preferia os meus pensamentos.

— Você tem alguma ideia melhor? — Robert inclinou-se para a frente, ofendido.

— Tenho — tio George sorriu de forma falsamente arrogante. — Acho que Layla deveria cuidar disso. Ela é mulher, e só Deus sabe como homens reagem melhor quando tem um bom incentivo — tio George piscou para mim.

— Espera aí… Quê? — Mamãe e eu estranhamos.

— Hum… — papai pareceu meditar. — Querida, o quê você acha de fazer novos amigos?

— Eu... acho melhor Robert cuidar disso — parecia mais uma pergunta.

Meu tio Patrick, que não parecia estar com a menor inclinação política, olhou irritado para as pessoas presentes.

— Ela é apenas uma garota! — protestou.

Essa é a maior diferenciação entre meus dois tios mais novos: George, por ser da realeza, é mais prático, enquanto Patrick é mais ligado no sentido sentimental e afetivo. Acho que é por isso que eles se dão tão bem: são totais opostos.

— Ela também é princesa de Illéa e tem a minha idade. Por quê não ela? — apontou Robert cruzando os braços enormes. — E esse é um excelente plano, tio.

— Não posso nem pensar em perder toda a minha vida por um acordo que pode se resolver de outros modos — olhei em súplica para meu pai. — Eu só tenho dezenove anos e nós todos sabemos que só dou bola fora. Deixa o Robert cuidando disso.

E eu esperando um "Não Layla, você às vezes faz as coisas certas" ouvi um:

— Sabe, ela tem razão nesse ponto — Robert concordou com um tom que era sinceramente insultante. — Eu cuido disso, pai. Antes da minha Seleção começar, Illéa estará novamente em paz.

Isso me faz sentir pena dele e raiva também. Você não está falando de uma festa que tem que organizar, você está falando de resolver uma crise no país, Robert.

O que falei foi apenas:

— Você não deveria se preocupar mais com as Selecionadas que com esse problema que papai pode resolver sem você?

Robert me encarou.

Sério, acho que fui mais encarada naquela noite que em toda a minha vida.

— Eu sou o futuro rei, acho que as Selecionadas não vão se importar de serem preteridas em relação ao bem-estar geral do país.

Blá-blá-blá bem-estar geral. Sei.

— Tudo bem, façam o que bem entenderem, desde que eu fique de fora de seus planos maquiavélicos...

Todo mundo suspirou. Alguns de satisfação, outros de resignação.

— Acho que essa reunião já pode ser encerrada — papai declarou dando de ombros.

— Apoiado — dissemos em uníssono.

— Isso não termina aqui, Layla — Robert sussurrou quando passei por ele para me voltar a meu quarto.


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Notas finais do capítulo

Enfim... eu sou mesmo uma idiotazinha que esquece de postar o prólogo, fazer o que né?
beijos e até segunda o/
Apareçam, eu não mordo!



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