Deixe a neve cair escrita por Snow Girl


Capítulo 25
Sinceridade


Notas iniciais do capítulo

Ei, bom dia meuzamigos! Como estão nessa gloriosa manhã de sexta feira?
Eu não lembro se já comentei que estamos entrando na fase 2 da fic ~fase love and peace só que não~, mas se não, essa fase é meio doce demais pro meu gosto, poooortanto não criem expectativas para com a minha pessoa :3

No último capítulo de Danc::

"— Não gosto de você escapando com um rapaz. Isso não está certo.
— Robert! — reclamei.
Ele fez careta.
— Estou falando sério.
— Eu também — rebati. — Deixe que eu cuido da minha vida já sou crescida o suficiente para isso.
— Robert? Você está ouvindo o que eu estou dizendo? — papai o encarou a seu lado.
— Sim, desculpe, me distraí. O que foi? — ele se embolou todo. Uma parte pequenina de mim achou a cena engraçada. Meu irmão perfeito se atrapalhando para variar, mas imediatamente me senti mal por isso.
— Reunião. Eu, você e os russos — papai disse.
Meu irmão me olhou sério e se levantou. Ele não ia esquecer o nosso assunto."



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Bufei quando o tropel de passos indicou que as Selecionadas levantaram.

— Venha — mamãe disse e eu olhei para o meu prato vazio que eu nem sequer pude usar.

Acompanhei-a com o meu melhor sorriso até o Salão das Mulheres. Eu não costumava ficar muito tempo ali quando não tínhamos visitas — geralmente ficava fora de casa fotografando ou dentro, nas aulas. O lugar era como sempre grande, com espelhos e um amplo espaço comum para conversas e fofocas.

As meninas da Seleção estavam sentadas quietas nos sofás com expressões quase amedrontadas ao me olhar.

Eu não tinha ideia de o que fazer. Meus olhos correram para mamãe que sorriu apaziguadora.

— Layla irá chamar cada uma de vocês para uma conversa particular para que possam se conhecer melhor — ela disse por fim.

Fiz que sim e chamei a primeira menina, uma ruiva baixinha chamada Chelsea.

Nós fomos para a parte mais ao fundo da sala.

— Oi, Chelsea — cumprimentei e seus olhos se arregalaram. — O quê? Eu assisto a Seleção lá da Rússia.

Ela corou. Era fofa com a expressão como a de um cachorrinho assustado.

— Olá princesa — sua voz também era fofa, tão doce quanto o som de uma harpa.

— Então, você tem gostado do palácio?

Ela assentiu, o rubor deixou sua pele branca cheia de sardinhas.

— É um lugar maravilhoso, nunca pensei que seria escolhida e ainda mais que permaneceria tanto tempo.

— E meu irmão o que acha?

Ela corou violentamente.

— O príncipe Robert é muito charmoso — confidenciou envergonhada. — Ele é… incrível. Tão gentil…

Acho que não estamos falando da mesma pessoa, pensei, mas deixei o assunto em paz.

Perguntei sobre sua vida e família, um assunto que a deixou imediatamente animada. Chelsea amava sua família.

— Tenho dois irmãos, um mais velho e um mais novo. O mais velho, Ian, é músico e se casou no mês passado. Seu irmão me deixou participar — seus olhos brilharam felizes. — O mais novo, Dylan, tem apenas dez anos e é meu meio-irmão, mas eu o amo intensamente. Ele é um presente para nossa família e toca seis instrumentos, ele é um pequeno gênio.

Sim, ela era muito doce.

— E você, o que fazia antes de vir para cá?

— Eu estudava — ela inchou de orgulho. — Estava fazendo arquitetura na minha província, eu tranquei para vir para a Seleção, mas mesmo que seja a escolhida, irei continuar. É o meu sonho e embora adore seu irmão, eu amo constuir. Quero fazer monumentos e edifícios que durem mil anos, que todos se lembrem deles.

Então, Chelsea corou como se estivesse envergonhada de seu sonho ambicioso.

— Você terá meu total apoio, sendo ou não minha nova cunhada — prometi. — Estou ansiosa para que você seja uma arquiteta dedicada e tão maravilhosa quanto é como pessoa.

Depois dela, algumas meninas passaram totalmente em branco. Todas eram bem portadas, mas vazias, sem nenhuma chama que brilhasse intensamente. Conchas ocas.

Outra menina que eu notei positivamente foi Marian Kodak. Sua família era tradicional no ramo da fotografia e nós tínhamos muito assunto, mas ela também tinha uma aura contagiante de positividade que tornava tudo melhor. Foi uma das poucas que me fez rir, enquanto contava uma gafe que havia dado ao fotografar um evento em sua província e que envolvia achar que o marido da aniversariante era na verdade o pai dela.

— Eu fiquei tão feliz quando fui Selecionada! — contou por fim depois de secar as lágrimas de riso. — Não se vê muitas meninas negras aqui, mas seu irmão não se importa, ele diz que a cor da pele não interfere em nada, é apenas a falta ou excesso de melanina.

Embora ela fosse completamente contagiante, uma ponta de algo se infiltrou em sua voz.

— Alguém não concordou com ele — constatei o óbvio.

— Seu irmão a eliminou. Theresa Rosier.

Eu lembrava de Theresa. Cabelo escuro, pele pálida. Heterocromia castanha e verde nos olhos. Disseram que havia se envolvido em algum escândalo, mas ninguém chegou a dizer bem o quê, e Robert não respondeu minhas cartas que exigiam saber o que havia acontecido.

— Ela disse que a única coisa que salvava em mim eram os olhos, que são azuis. Seu irmão ficou tão furioso que pensei que estava tendo um surto, mas… eu já tinha ouvido muito esse comentário antes e não me abalei. Já convivi com muita gente como ela — deu de ombros. — Mas Robert não quis saber, ele disse que, se a minha cor a revoltava, a atitude dela o revoltava ainda mais, que ela não era sequer uma senhorita, pois senhoritas são gentis e boas e ela não o era e menos ainda, ela não era digna de sequer pisar no palácio ou em Illéa.

Nossa, eu nunca pensei que Robert pudesse ser assim tão durão, mas fiquei feliz por sua atitude. Marian era incrível e despertava seu lado mais protetor. Hum... eu ia investigar um pouco mais aquilo.

Eu agradeci a conversa e prometi que iríamos nos falar mais.

A próxima foi Blythe Puppeteer, uma garota com olhos castanhos enormes.

— Por causa da boneca? — foi minha primeira pergunta, me referindo a seu nome, um famosos estilo de bonecas com olhos grandes.

Ela assentiu.

— Minha família criava bonecos, fantoches, esse tipo de coisa. E como meus olhos são grandes…

Nossa conversa não rendeu nada, ela só respondia o que era perguntado e sempre deixava alguma coisa no ar. Minha avaliação não foi muito positiva, mas queria ver sua interação com os outros.

Em seguida veio uma loura chamada Evangeline Acquire.

— Princesa — ela me cumprimentou com a voz baixa e melodiosa. — É um prazer imenso conhecê-la. Ouvi tão bem sobre sua pessoa! Seu irmão a adora — acrescentou como quem não quer nada.

Ela tornou a conversa em monólogo, falando de tudo que suas amigas devem ter dito que eu perguntei então ela me disse que era modelo, que adorava sua família que eles eram ótimos e tal. Tudo aquilo tinha um ar de fala ensaiado que não convenceu, mas ela parecia uma boa pessoa, só muito egomaníaca.

Depois dela, mais uma rodada de meninas silenciosas e quase mudas.

Por fim veio a última menina, Grace Crawford.

Ela fazia um contraste forte com todas as que a antecederam, e Grace parecia saber disso.

Sua pele era bronzeada porém clara, os cabelos eram escuros e seu jeito era falador e ao mesmo tempo educado.

Ela era uma princesa em sue jeito.

— Seu irmão é um gato — disse quando nos terminamos e eu ri.

— Se você diz…

Ela sorriu e nos juntamos às outras meninas.

No almoço Dimitri parecia chateado e aéreo, com o olhar vago e fixo para uma parede.

Robert não soube me dizer qual era o problema qual o puxei para um canto, só disse que Dimitri estava ruminado a conversa que tiveram no escritório, o que me fez supor que não poderia ser nada de bom o que ele ouvira do meu pai e irmão.

***

Só pude conversar com Dimitri realmente ao entardecer, estávamos juntos fazendo absolutamente nada no jardim, Robert passeava com Marian Kodak e vez ou outra o riso suave dela chegava até nós. Eu teria uma conversa a sós com aquela menina.

— Qual o problema? — perguntei afinal virando-me para meu companheiro silencioso.

Ele desviou o olhar.

— Nenhum, por quê?

— Você é um mentiroso terrível — comentei erguendo uma sobrancelha.

— Eu era bom nisso, antes de te conhecer — deu-me um sorriso relutante.

Dei de ombros como quem pede desculpas.

— Então, qual é o problema?

Ele desviou o olhar outra vez.

— Nossos pais querem que nos casemos quando esse acordo terminar.

Ah.

— E porque você está irritado? Eu não seria uma mulher tão ruim assim — brinquei. — Nem vou ter que cozinhar, o que é ótimo, porque eu sou muito ruim na cozinha.

Ele fechou a cara.

— Porque não quero você por um contrato, Layla. Eu quero… — ele parou como se fosse sufocar.

— Você quer…? — estimulei.

Dimitri não respondeu, ele apenas me encarou por um momento interminável enquanto o sol baixava no horizonte.

Ele me beijou na testa delicadamente.

— Eu quero me casar com você, mas… isso não daria certo. E, mais do que tudo, a Rússia não é o lugar para você. Você ama o sol e o calor e… quase nunca vemos o sol em Moscou — ele disse como se fosse uma coisa simples, mas havia uma pequena ruga no canto de seus olhos.

— Eu não preciso do sol se tiver o seu sorriso, Dimitri — sorri ao vê-lo sorrindo da frase boba. — Não que você sorria muito, mas… vale a pena. Você não me trata como uma boneca ou um brinquedo eu me sinto útil. Não seria assim com outra pessoa.

— O potencial sempre esteve aí e você o trancafiava dentro de você —respondeu rapidamente. — Só dei um empurrãozinho.

— Cale a boca, Dimitri, estou tentando te elogiar — tentei fazer cara de brava. — Apenas aceite que dói menos.

Seus olhos brilharam em diversão.

— Minha doce e gentil noiva, como pude viver vinte e um anos sem o seu humor por perto?


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Notas finais do capítulo

Sim, eu sei que está bastante monótono, mas tenho uma explicação a dar no futuro e eu "needo" que esse capítulo aconteça. Acho que é fácil entender o motivo haushaus
beijos, comentem o que acharam, o que precisa ter no futuro e etc. Eu não sou uma ogra do mal, sabem?
Beijos ♥