Deixe a neve cair escrita por Snow Girl


Capítulo 26
Decisões


Notas iniciais do capítulo

Estou super super super atrasada então não revisei o capítulo e não vou falar nada aqui.
Enfim, no último capítulo de DANC:

"— Eu quero me casar com você, mas… isso não daria certo. E, mais do que tudo, a Rússia não é o lugar para você. Você ama o sol e o calor e… quase nunca vemos o sol em Moscou — ele disse como se fosse uma coisa simples, mas havia uma pequena ruga no canto de seus olhos.

— Eu não preciso do sol se tiver o seu sorriso, Dimitri — sorri ao vê-lo sorrindo da frase boba. — Não que você sorria muito, mas… vale a pena. Você não me trata como uma boneca ou um brinquedo eu me sinto útil. Não seria assim com outra pessoa.

— O potencial sempre esteve aí e você o trancafiava dentro de você —respondeu rapidamente. — Só dei um empurrãozinho.

— Cale a boca, Dimitri, estou tentando te elogiar — tentei fazer cara de brava. — Apenas aceite que dói menos.

Seus olhos brilharam em diversão.

— Minha doce e gentil noiva, como pude viver vinte e um anos sem o seu humor por perto?"



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— E então, Marian, como foi seu encontro com meu irmão ontem? — perguntei como quem não quer nada além de puxar assunto, e ela abaixou a cabeça envergonhada.

Eu queria muito saber se realmente havia mais entre eles dois, porque o que ela e as outras meninas contavam batiam, mas Marian parecia ser a mais afetada pelos encontros com Robert, era para ele que ele olhava quando seus olhos vagavam. Tudo combinava.

— Muito bom, mas sempre é — ela desviou o olhar.

Eu ri.

— Sempre, hein?

— O príncipe Robert é uma pessoa incrível, nós passamos um bom tempo juntos, mas… — ela deu de ombros com uma triste determinação. — Isso é uma competição. Um deslize e tchau. Ele deixou isso bastante claro.

Franzi as sobrancelhas.

— Você já deu um deslize?

Ela assentiu.

— Fiz bobagem, briguei com uma menina — contou.— Nada muito forte, mas Robert foi claro, ele não quer casar com uma mulher estourada. — Ela tentou sorrir. — E infelizmente eu sou bastante pavio-curto.

Dei de ombros.

— Eu também era, sempre fui — confidenciei. — Ele odiava isso, eu era... e ainda sou... bastante mimada, nunca quis tomar responsabilidades e me irritava que tentassem em obrigar. Mas na Rússia, com Dimitri, eu recebi designações, aprendi a voltar minha irritação para outras coisas, para os problemas que ainda existem tanto aqui quanto lá. Você só tem que aprender a canalizar sua raiva, depois… só curtir a vida.

Ela riu alto.

— Para você é fácil, cresceu cercada por muros e obrigações, mesmo que odiasse isso — apontou. — Eu vou enlouquecer aqui, isso que está me deixando assim e nós não podemos sair.

Eu sorri levemente.

— Pelo menos você pode tomar decisões por si só, eu só posso dar sugestões e olhe lá! O lugar de uma princesa é em silêncio ao lado de ohmens mais sábios — imitei de forma horrível a voz do professor Lore. — É um pesadelo. Que nem a coisa da pena de morte. Isso é tão antiquado! Não estamos mais na Idade Média, sabe?

— Totalmente — concordou fervorosamente. — Mas você pode fazer alguma coisa, você é da realeza, então deve ser mais ouvida que uma pessoa comum! Apresente um projeto de lei e mostre o quão rídiculo isso tudo é.

— Bem que eu queria, Dimitri diz que a população… — parei de falar devido ao súbito silêncio que se abateu sobre a sala.

E então, de repente, várias meninas deram gritinhos e risadas.

Virei-me e me deparei com Dimitri parado na porta corado como um rabanete.

— Dimitri! — gritei. — Sai daqui!

Ele parecia completamente perdido e recuou pela porta.

— Desculpe, Marian. Já volto — ergui um dedo e ela sorriu.

Fui o mais rápido possível para o corredor sem correr.

Dimitri estava parado com as mãos nos bolsos e o rosto vermelho diante da porta.

— O que eu fiz?

Tive que conter o riso com sua expressão apavorada.

— Aquele é o Salão das Mulheres, Dimitri. Você não pode entrar lá.

— Oh — murmurou com o rosto quase em chamas. — Eu soube que você estava lá, e eu precisava conversar com você e Robert me disse que eu podia… — ele deu de ombros. — Acho que entendi errado.

Sacudi a cabeça. Conhecnedo meu irmão como eu conhecia, não duvidava que ele mandasse Dimitri para um lugar exclusivo para mulheres por pura maldade.

— Tudo bem, não foi nada demais — desprezei suas desculpas com um gesto de deixa pra lá. — Você queria falar comigo?

Ele assentiu, o embaraço substituído por outra coisa.

Ele baixou os olhos.

— Nós vamos voltar para Rússia.

Parei por alguns segundos só para ter certeza que ele realmente havia dito aquilo.

— O quê? Por quê? Pensei que iríamos ficar aqui até o dia cinco — disse, confusa.

Ele assentiu sem me olhar.

— Aconteceram alguns problemas na Rússia, não podemos adiar nem um minuto. Só quis te avisar primeiro sobre a minha partida.

A forma como ele disse aquilo me pegou de guarda baixa.

— Quando você diz nós...

Me refiro a meu pai e a mim — conclui. — Não vou estragar o seu ano-novo, sei o quanto você está animada para passá-lo com sua família — explicou. — Um avião russo virá buscá-la no dia cinco.

— Mas… por quê? É amanhã! Não podemos adiar só mais um dia e meio? Por favor, Dimitri?

Ele fechou os olhos e se inclinou contra a parede atrás de si.

— Lamento, Layla. Nos vemos no dia cinco.

— Ah, mas não mesmo — murmurei. — São só trinta e seis horas a mais. O que custa?

Ele me segurou pelos ombros e se inclinou para olhar nos meu olhos, extremamente sério.

— Se fosse só por mim, eu ficava, não tenha dúvidas, mas problemas não têm hora e nem data para acontecer.Sinto muito.

E como sempre, ele me deixou conversando com as paredes. Tínhamos que rever o conceito de "comunicação".

Fui atrás da única pessoa que eu sabia que tinha o poder de mudar a resoluça~ode Dimitri, sue pai.

O rei não estava em seu quarto, então fui no lugar óbvio: o escritório do meu pai. E é claro que os encontrei conversando.

— Alteza — rei Ivan se curvou e eu também.

— Querida, qual o problema? — paapi parecia preocupado.

— Eu... preciso falar com rei Ivan — disse.

Os dois ficaram surpresos, mas papai prestativamente disse que tinha algo a resolver fora dali, o que era uma mentira deslavada, mas deixei estar.

— Então… — comecei hesitante — o Dimitri me disse que vocês planejam voltar para a Rússia ainda hoje. É verdade?

O homem me encarou com espanto.

— Ele te contou? Não sabia que você estava a par dos acontecimentos recentes na Rússia, com todas as ações imprudentes do meu filho...

— Não estou — disse rapidamente, contudo, sua expressão indicava que ele não acreditou em mim. — Acontece que eu queria muito que Dimitri passasse o ano-novo comigo...

— Isso é fácil de ser arranjado — cortou-me. E eu quase quiquei de empolgação. — Basta que você volte conosco!

Murchei.

— Ah… é que eu queria passar com minha família.

Ele sorriu bondosamente. Eu tinha quase certeza que era primeira vez que ele sorria para mim.

— Sinto muito mesmo, princesa, mas é realmente importante que voltemos para nosso país. Mas sinta-se à vontade para permanecer em Illéa, jamais a privaríamos do que você quer.

E ali estava. O momento no qual eu tinha que escolher entre minha família e Dimitri. Não era uma escolha definitiva, certamente, mas de repente parecia mais real. Eu estava noiva dele. Se eu quisesse, teria que fazer essa mesma escolha no futuro, diante de um padre: meu passado — minha família — que me ensinou tudo ou um futuro com a pessoa que me ensinou em pouco mais de um mês mais sobre mim do que eu havia aprendido nos dezenove anos antes disso?

Engoli em seco.

— Eu voltarei para a Rússia.


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