Deixe a neve cair escrita por Snow Girl


Capítulo 14
Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Bom dia! Hoje postando excepcionalmente mais cedo porque sim. e.e
Enjoy!
Vamos lá....
No último capítulo de Deixe a Neve Cair:

"— Sei que… você me acha muito fechado, mas quero que se sinta à vontade comigo, Layla. Qualquer coisa que precisar, você entende? No que eu puder ajudá-la, tanto nos assuntos de Illéa quanto aqui em meu país.
Fiz que sim, feliz por Dimitri, um poço de mistério, ter dito algo tão legal e ter sido tão… aberto.
Não tocamos mais no assunto, mas eu sentia que,à sua maneira, Dimitri queria que eu o conhecesse tanto quanto eu queria conhecê-lo."



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Dimitri e eu estávamos sentados juntos, a televisão da saleta estava ligada mas nenhum de nós assistia ao programa de culinária onde uma linda apresentadora russa ensinava a fazer um doce típico de inverno.

Eu estava arrumando as fotos que havia revelado recentemente em um álbum e ele estava sentado na mesa a meu lado com vários papeis e lápis ao seu lado. Inclinei-me para ver o seu progresso com os dados à sua frente e me surpreendi. Ele não estava fazendo nada ligado ao governo russo.

— Você desenha? — perguntei, surpresa, bem próxima à ele.

Dimitri virou-se para olhar-me com um quase-sorriso tímido.

— É um hobby — disse dando de ombros. — Acho que você entende que viver preso em um palácio te dá certo tempo para desenvolver algumas habilidades.

Fiz que sim.

— Entendo sim. Você desenha muito bem — comentei. Ele ficou completamente vermelho.

Ele retratava a imagem que se via da janela diante dele com uma precisão impressionante. Até as minúsculas janelas das casas Dimitri estava fazendo. Era um trabalho maravilhoso.

— Muito obrigado — murmurou. — Suas fotografias são ótimas.

Comecei a chutar o ar, nervosa.

— Obrigada. Eu acho que esqueci… — apontei para a porta do meu quarto com polegar. Não tinha ideia de o que poderia dizer. Ainda não tinha recebido notícias de casa e a televisão não falava nada sobre o que eu queria saber.

— Não, fica aqui — pediu Dimitri, sério. Ele então franziu a testa para a fotografia que eu estava arrumando no álbum. — Esse sou eu?

Foi minha vez de corar.

— Sim.

Seus olhos encontraram os meus.

— Não me lembro de você ter tirado essa foto — ele ergueu uma sobrancelha.

Ops.

— Então… eu tirei quando você não estava olhando. As fotos espontâneas são as melhores, sabe? — tagarelei.

Por sua expressão, não o enganei nem por meio segundo.

— Imagino. Não estou reclamando, é uma honra estar aí — apontou para o álbum.

Se possível, corei ainda mais.

— Não precisa fazer isso — soltei e me arrependi no mesmo momento. Ele me olhou intrigado e me forcei a continuar. — Ser condescendente, quero dizer. Não precisa.

— Não seja boba, não estou sendo condescendente — disse apertando meu ombro de forma reconfortante. Nossos rostos estavam próximos. — Eu só fiquei surpreso com a foto, nada de mais.

Desviei os olhos.

— Obrigada, Dimitri. Você é muito… — o quê ele era muito? Bonito, gentil, fechado, talentoso… — legal.

Ele soltou-me.

— Você também é — disse virando-se de volta para a janela com uma pontada de algo indecifrável na voz.

Suspirei pesadamente e olhei para a paisagem que ele estava retratando — a de verdade, não o desenho — e percebi pequenas falhas caindo diante da janela. Coisinhas brancas e minúsculas.

Oh Deus. Sim, sim…

— Olha! — exclamei extasiada. — Está nevando!

Dimitri sorriu suavemente como se eu fosse uma criança ou um cachorrinho fazendo gracinha.

— Você nunca viu neve? — sua voz estava baixa e próxima.

Meu rosto estava praticamente colado à vidraça, as mãos espalmadas como se eu pudesse fazer o vidro desaparecer e pegar os pequenos flocos que rodopiavam lá fora.

— Já, mas essa é a primeira vez que vejo nevar — justifiquei. — É lindo!

— Bem, se você continuar aqui na Rússia vai ver nevar tanto que nem vai mais se importar — disse como se isso fosse um fato.

Dei as costas à janela, ficando frente à frente com Dimitri que estava perto demais, eu podia quase sentir o calor emanando de sua pele, embora eu soubesse que ao toque ela era fria.

Indiquei a janela levemente com um gesto, mas sem desviar o olhar de seu rosto.

— Como alguém pode ser imune à isso, Dimitri? É a coisa mais linda que eu já vi na vida!

Seus olhos escuros pareciam ter um brilho prateado hipnótico e eu me vi encarando-o.

— Estou pensando a mesma coisa — murmurou com a voz grave, os olhos escuros fixos em meu rosto do mesmo modo como os meus estavam no seu.

Meu coração começou a bater feito louco em respostas à sua voz baixa e muito sexy e minha respiração se entrecortou quando sua mão se encaixou em meu rosto. Os olhos intensos e sérios não deixavam dúvidas sobre qual era a sua intenção.

Oh Deus, ele vai me beijar. Ele vai me beijar. As palavras se repetiam em minha cabeça sem parar.

Fechei os olhos esperando, mas o beijo não veio. Ouvi Dimitri suspirar e senti quando seu corpo se afastou do meu.

Abri os olhos lentamente. Ele estava parado exatamente no centro da sala, bastante longe de mim.

— Desculpe-me, Layla. Eu… não sei o que deu em mim — sua voz estava muito baixa, era um milagre que eu conseguisse ouvi-lo.

Suspirei como se tivesse perdido algo muito precioso.

— Está tudo bem, não fez nada de mais — bem que eu queria, completei mentalmente.

Sacudi a cabeça para meus pensamentos. Não, eu não podia querer isso.

— Não, não está tudo bem — Dimitri chegou mais perto de mim. — Quando você aceitou vir para a Rússia eu jurei a mim mesmo que nunca iria tocar em você desse modo, já é difícil para você estar aqui ajudando sua família, não vou pressioná-la ainda mais — ele sacudiu a cabeça, desgostoso. — Desculpe-me.

— Dimitri... Sério, está tudo bem. Não vou pensar mal de você por isso, ok?

Ele baixou os olhos e assentiu.

— Obrigado, Layla — veio até onde eu estava e aproximou seu rosto do meu fazendo-me quase hiperventilar outra vez. — Você tira um peso de meus ombros.

Observei-o sair e sacudi a cabeça. Dimitri não queria me beijar, foi só o momento. E é claro que eu estupidamente queria mais.

Com um último olhar para a sala que repentinamente parecia muito fria e vazia, fui atrás de Anya. Eu tinha uma boa ideia de como me distrair de Dimitri e precisava de sua ajuda.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo ficou pequenino, mas o de segunda compensa o tamanho (espero).
E sim, eu sei que ultimamente ando sem postar músicas, mas não ando tendo inspiração musicais recentemente.



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