Deixe a neve cair escrita por Snow Girl


Capítulo 15
Tempestade


Notas iniciais do capítulo

Oi amores!
Seguintche: talvez eu suma por um tempo, então esse capítulo aqui e os próximos estão agendados. Se eu não responder o reviews é por causa disso. Assim que eu voltar vou colocar o papo em dia com vocês.
Mas não vamos contar com os ovos que as corujas não botaram ainda...
Enfim.... no último capítulo de Deixe a Neve cair ~imaginem uma voz muito massa aqui~
" — Quando você aceitou vir para a Rússia eu jurei a mim mesmo que nunca iria tocar em você desse modo, já é difícil para você estar aqui ajudando sua família, não vou pressioná-la ainda mais — ele sacudiu a cabeça, desgostoso. — Desculpe-me.
— Dimitri...Sério, está tudo bem. Não vou pensar mal de você por isso, ok?
Ele baixou os olhos e assentiu.
— Obrigado, Layla — veio até onde eu estava e aproximou seu rosto do meu fazendo-me quase hiperventilar outra vez. — Você tira um peso de meus ombros.
Observei-o sair e sacudi a cabeça. Dimitri não queria me beijar, foi só o momento. E é claro que eu estupidamente queria mais.
Com um último olhar para a sala que repentinamente parecia muito fria e vazia, fui atrás de Anya. Eu tinha uma boa ideia de como me distrair de Dimitri e precisava de sua ajuda. "

Enjoy!



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Dimitri e eu havíamos criado uma espécie de padrão: tomávamos café juntos, ele ia resolver suas coisas, eu fotografava e andava pela propriedade com Anya e durante o fim da tarde nós dois tentávamos conversar e descobrir coisas em comum, até ali não eram muitas, mas gostávamos de jogar xadrez e ele me contava histórias de sua família. Nenhum de nós tocava no que quase havia acontecido no dia que nevou, mas eu não esquecia da forma como ele me abraçou e tocou meu rosto, aparentemente, nem ele, que passava ainda mais tempo no escritório.

Estávamos sentados no grande sofá macio da saleta compartilhada em um dos raros momentos que podíamos ficar juntos, no primeiro dia oficial da Seleção. Eu o havia informado que queria assistir o programa e Dimitri se prontificou a ficar comigo. Ele estava me contando sobre a próxima aula que eu teria de estratégia — nenhum de nós ia desistir daquilo, embora mais conversássemos que de fato fazíamos estratégias — quando o vento começou a soprar muito forte e relâmpagos cortaram o céu noturno, fazendo-nos perder o foco. Parecia que o início do apocalipse seria do lado de fora da janela.

— Tempestade — Dimitri explicou para a minha cara de fascinação.

Sacudi a cabeça. Como uma tempestade poderia ser bonita, meu Deus?

— Esse lugar é incrível, dá vontade de fotografar tudo — declarei esquecendo da televisão.

— Tudo parece diferente aqui, não é? — Dimitri verbalizou os meus pensamentos.

— Sim — admiti. — É muito mais incrível.

— Sério? — ele bufou uma risada. — Eu achei Illéa muito mais linda. Verão o ano inteiro, quem não gostaria disso?

— Posso tirar uma foto? — mordi o lábio inferior.

Pela primeira vez Dimitri riu. Era uma risada de quem não costuma fazer muito isso, baixa e rouca que me arrepiou até a medula.

— Fique à vontade. Acho que a Seleção vai demorar uns três dias para começar — ele bocejou quando indicou a televisão de plasma. Tive que concordar, no dia anterior nós tínhamos assistido as transformações das meninas e a enrolação absurda que foi não valia muito conhecer as trinta e cinco candidatas a ser minha cunhada.

Corri para o meu quarto e peguei a câmera que estava como sempre ao lado da cama.

Inclinei-me para a janela e focalizei para deixar a Basílica bem no centro, apesar de ela estar bem pequena ainda era reconhecível.

— Quer ir lá fora? — sussurrou Dimitri em meu ouvido, fazendo-me tremer. — Um ângulo melhor para a foto.

Comecei a me questionar se Dimitri era louco. Estava relampejando como se o mundo fosse acabar e pedras de gelo estavam caindo literalmente do céu e ele queria ir lá fora.

— Eu adoraria sair, mas não acho uma boa ideia. A Seleção, lembra-se? — e o fato de ter passado há muito tempo da meia noite noite e estar frio e essa ventania não está ajudando, acrescentei mentalmente.

Ele concordou e o encanto se desfez como se nunca tivesse existido.

— Você está certa — a fria indiferença que às vezes cobria seu rosto apareceu novamente e meu coração perdeu uma batida.

Dimitri sentou-se no sofá e eu me empoleirei a seu lado depois de cuidadosamente pousar a câmera em uma mesinha de estudo. Minha camisola longa quase arrastando-se atrás de mim.

Dimitri não abriu mais a boca, mas de vez em quando eu o via olhando de relance para mim.

Finalmente o programa começou. Às quatro da manhã.

— Boa noite Illéa! — Peter Hawkings disse diante de uma bancada escura, atrás dele havia um telão com o brasão de Illéa. — Prontos para ver a primeira impressão das Selecionadas com nosso príncipe? Então vamos lá!

A imagem mudou para as portas do Grande Salão se abrindo e trinta e cinco meninas lindas entrando. Todas elas fizeram reverências a Robert, sentado em uma cadeira em um canto mais afastado do salão.

Ele se levantou e retribuiu a mesura, os olhos analisando as meninas com um sorriso em seu rosto. Ele era a imagem da realeza, extremamente nobre com os olhos azuis observando tudo ao mesmo tempo.

— Bom dia, senhoritas. Espero que tenham tido uma primeira noite agradável aqui no palácio — ele esperou que elas assentissem antes de prosseguir. — Infelizmente não posso me estender muito, mas farei uma pequena entrevista com cada uma de vocês, não há necessidade de se preocuparem, só desejo conhecê-las melhor.

Robert então foi até a garota mais próxima de si, uma menina de pele bronzeada e cabelo muito escuro preso em um coque firme e elegante.

A imagem voltou ao estúdio e Peter comentou:

— O príncipe mandou cinco dessas lindas moças para casa. Foram elas: Thea Lawyer, Eilena Clerk, Sophia Baker, Madelaine Potter e Emma Crofter. Esperamos que elas sejam muito felizes, mesmo que não seja com o príncipe — desejou às moças que provavelmente já estavam em casa.

Meus olhos começaram a pesar antes que Peter passasse à segunda fofoca das Selecionadas.

— Está tarde — Dimitri disse tocando meu ombro para ter certeza que eu estava acordada.

Realmente estava tarde, e frio como um cubo de gelo também e o vento estava uivando como se estivéssemos do lado de fora. Só eu que estava me borrando de medo daquele clima sinistro?

Estremeci contra a minha vontade.

— Eu preciso assistir — bocejei teimosamente, embora sem um pingo de convicção.

Dimitri me encarou.

— Está claro que não aguenta mais dois minutos acordada — ele cruzou os braços. — Você é teimosa assim naturalmente ou fez um curso especial?

Outro bocejo.

— Fiz curso. Sou uma aluna exemplar.

Ele sorriu com os olhos.

— Nota dez. Agora vai dormir, eu vou assistir o programa e amanhã te conto tudo.

— Você quem manda — murmurei, louca pela cama de penas me esperando.

Despedi-me de Dimitri com um beijo em sua bochecha e ele corou.

Mal tinha dado cinco passos quando a energia simplesmente caiu.

Gemi quando o granizo se tornou mais forte, batendo com tanta força nas janelas que eu temi que elas fossem se quebrar.

Graças a um relâmpago pude ver Dimitri vindo em minha direção.

— Pensando bem… vou ficar com você — me aproximei dele, encolhendo-me.

Dimitri olhou-me por dois segundos antes de estender-me a mão, que eu agarrei agradecida.

— Vem, eu te levo até seu quarto — fiquei feliz por não haver humor em sua voz.

Fui quase que guinchada até meu quarto, Dimitri fazia sons baixinhos com a boca, como os sons que se faz para acalmar cavalos.

— Shhh, estamos chegando — sussurrou quando abriu a porta do quarto. Ele me levou até a cama, e me encolhi como uma bola sob o grosso cobertor, só minha cabeça para fora enquanto os raios, relâmpagos e pedras de granizo faziam a janela parecer uma tela do apocalipse.

— AI MEU DEUS! — berrei quando um raio caiu bem ao lado do quarto, iluminando-o completamente por alguns segundos. — Ai meu Deus, ai meu Deus — gemi.

— Ei — Dimitri tocou meu rosto. — Você está bem?

— Nã… não — escondi a cabeça também, só meus olhos de fora.

Aqui jaz toda a dignidade de princesa Layla Schreave...

Dessa vez ele riu e deitou-se a meu lado na cama.

— Shh. Estou aqui — ele passou uma mão por minhas costas de forma constante, tentando me acalmar. — Não precisa ter medo.

Escondi a cabeça em seu ombro para me impedir de ver o brilho assustador vindo de fora.

— Eu não tenho medo — respondi, tremendo.

— Sei disso — havia algo parecido com ironia em sua voz. — Durma, Layla. Não vou sair do seu lado.


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Notas finais do capítulo

Hihihi. Não pensem besteiras, moças!
Até sexta *-*



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