Deixe a neve cair escrita por Snow Girl


Capítulo 11
Treinamento militar


Notas iniciais do capítulo

Oooi, hoje não é dia de postagem, mas segunda eu disse que ia postar aqui (me embananei com os dias de postagem e.e) e acá estoy.
Esse capítulo é meio morninho, é mais para mostrar que o Dimitri não é um ogro do mal.... Enfim...
beijos e divirtam-se



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Despedi-me de minha família no hangar do palácio com o coração apertado. Não era um adeus, mas poxa, pra quem não podia nem dormir fora de casa, outro país era uma coisa grande.

— Seja boazinha com Dimitri, querida. Ele é um bom rapaz e você não precisa ser agressiva.

— Eu não sou agressiva, mamãe. As pessoas que tentam me enlouquecer — expliquei e ela riu. — Mas eu e Dimitri estamos começando a nos dar bem, não acho que vai dar alguma coisa errada. Não por minha causa.

— Seja a boa menina que você sempre é e será impossível para ele não te amar — vovó America recomendou abraçando-me com força até eu ficar quase sem ar.

Afatsei-me e ergui uma sobrancelha para a ruiva baixinha diante de mim.

— Por acaso sua família ficava falando isso antes da Seleção? America, seja boazinha com o príncipe Maxon! — fiz uma vozinha esganiçada em falsete e ela sorriu.

— Ah, sim, o tempo todo. Sua bisavó só faltou me matar quando soube que falei para Maxon que só estava aqui pela comida — contou com uma risada.

— Você fez o quê? E ninguém me contou nada sobre isso? Você era louca, vovó!

Ela riu outra vez, sacudindo a cabeça para si mesma.

— Louca não, apenas jovem.

— Sua mãe e eu vamos mandar milhares de cartas e ela pode te escrever contando as coisas que estão acontecendo aqui e comparando com nossa própria Seleção e sobre a dos seus avós — papai disse abraçando-me. — Comporte-se, seja boazinha, não se preocupe com nada.

Não se preocupe com nada. Como se fosse fácil deixá-los em uma quase iminente guerra civil e não me preocupar.

— Não há nada que você possa fazer aqui, Layla — Mamãe disse-me de forma séria quando ameacei abrir a boca para comentar isso. — Eles estão esperando.

Abracei-os uma última vez, bem apertado como só abraços de despedida podem ser.

— Amo vocês — declarei respirando fundo e entrando no jato da federação russa.

O interior da aeronave era incrível, cerca de vinte poltronas muito confortáveis com uma mesa e um laptop diante de cada assento. Tudo nas cores da federação russa: branco, azul e vermelho.

Praticamente todos os assentos estavam ocupados, com um ou dois gatos pingados vazios. Eu estava totalmente perdida naquele ambiente e Dimitri fez um gesto discreto chamando-me para onde ele estava.

Todos os homens estavam com ternos pretos e tinham capas grossas dobradas no colo e com idênticas expressões de austeridade no rosto. Passei rapidinho pelos ministros russos.

— Obrigada — sussurrei para Dimitri quando me sentei a seu lado e ele me brindou com sua versão de sorriso. Aquela coisa de apenas erguer uma sobrancelha e os olhos brilharem.

Ele deu de ombros.

— Imagina — pegou uma pasta e entregou-me. — Eu estava com seu irmão até agora há pouco e ele me pediu para te entregar isso.

Robert estava me evitando do jeito mais óbvio possível, como se tivéssemos cinco anos de novo.

— Ah, obrigada.

Peguei a pasta e verifiquei seu interior: planilhas e dados, alguns sobre a Rússia, outros sobre as tropas de Illéa.

Exercícios para você praticar estratégia militar. Quero isso resolvido e sobre minha mesa na terça, na quarta eu vou mandar outro. Papai também vai checar tudo, então faça um bom trabalho.

Com carinho, Robert Schreave.

Príncipe herdeiro de Illéa

Acho que emiti um som estrangulado, porque Dimitri me olhou de lado.

— Está tudo bem?— sussurrou tocando meu braço.

Suspirei e sacudi a cabeça para ele.

Eu ia me ferrar lindamente.

— Tenho que resolver isso — indiquei os papeis. — Não tenho a menor ideia do que fazer.

Deitei a cabeça nos braços. Essa era a ideia de Robert de fazer eu me sentir uma idiota na frente de Dimitri, sem dúvida.

— Eu te ajudo — declarou o rapaz a meu lado com uma voz inacreditavelmente suave, como se não tivesse percebido nada, e pegando os papeis diante de mim e lendo-os de forma superficial. Ele ergueu os olhos para mim e eles brilhavam com seu sorriso sem os lábios. — Seria pedir demais para estar em russo, não seria?

Eu ri, aliviada sem razão alguma.

— Aí eu que não entenderia.

Dimitri assentiu e voltou a ler. Minutos depois ele coçou a orelha.

— Nossa, complicado. Como Robert espera que você dê ideias pra aumentar o poderio bélico de Illéa sem aumentar os custos? E por que as tropas na Índia? Eles não precisam de mais soldados.

— Se eu soubesse... sempre que pergunto a Robert ele diz para eu me preocupar mais em resolver os problemas do que questionar o futuro rei do Illéa — amarrei a cara tentando imitar a expressão zangada do meu irmão.

— Parece um pesadelo — comentou Dimitri, destacando algumas coisas com um marcador amarelo brilhante que surgiu de lugar algum, aparentemente.— E ele acha que você ai resolver isso tudo sozinha? Bem, não vai ser fácil.

— É impossível — lamentei. — Isso parece... grego para mim — quase que eu falei isso parece russo.

— Claro que não é impossível — murmurou concentrado, fazendo anotações nas bordas das folhas com uma caneta executiva. Finalmente ele ergueu a cabeça e mostrou-me seu trabalho. — Veja, existem muitas coisas aqui que podemos fazer, primeiro que tem essa coisa com a Nova Ásia e que eu certamente não entendo porque a relação de vocês é tão sombria...

— Por que eles nos atacaram e várias pessoas morreram — respondi de pronto e Dimitri ergueu uma sobrancelha, ele não estava impressionado.

— Isso está no passado, a família atual é muito mais tranquila do que a que matou milhares de soldados de Illéa, mas tudo bem, deixe isso para lá… tenho outras ideias, veja se você pode me ajudar. Sem os gastos para manter os soldados de Illéa na Índia...

— ... poderíamos investir em armas. Você é um gênio, Dimitri!

Ele ficou sem graça.

— Imagina, só foi uma coisa que me ocorreu. E nem é uma medida tão boa assim.

— Você me salvou — discordei. — Pela primeira vez vou poder provar a todo mundo que eu sou mais que a imagem de capa.

— Você é muito mais que isso, Layla — ele ergueu a mão como se para tocar meu rosto mas mudou de ideia. — Eu me comprometo a te mostrar todo o seu potencial.


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Notas finais do capítulo

Beijos, até sexta