My Happy Ending escrita por pequenadhampir


Capítulo 2
Capitulo 01 – Uma viagem na batinha!


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capitulo! Espero agradar!



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Capitulo 01 – Uma viagem na batinha! 

[PVD Bella]

Eu não sabia no que aquela viagem iria resultar, mas um sexto sentido desgraçado me dizia que muitas coisas iriam mudar, e não era mudar para melhor. Isso era bem óbvio.

Vovó Mary estava contente. A sua brilhante idéia de nos mandar para umas férias de verão em família estava se realizando.

Mas eu não conseguia sorrir, eu sentia que algo estava errado, que havia um motivo a mais para meu pai ter aceitado tão facilmente. Era como se minha inteligência gritasse: abre o olho, tem caroço nesse angu!

Suspirei e arrastei a minha mala até o alto da escada.

Eu queria chorar e espernear.

Na verdade eu queria acabar com essa viagem idiota.

Empurrei a mala escada abaixo.

- Madeira!!! – gritei caso houvesse algum desavisado passando por ali.

Desci lentamente dando de cara com uma Alice mais branca do que cera.

- Sua maluca! Voce quase me matou!

- Ah que pena eu ter ficado só no quase! – Alice me olhou magoada.

- Nossa, Isabella, como voce é gentil! Fico ate sensibilizada com a sua educação!

Rolei os olhos. Não estava com saco para os sentimentalismos de Alice. A inocência dela me dava nos nervos. A criatura acreditava piedosamente que papai estava indo a essas férias para apenas ficar com a gente, e que então quando voltássemos de lá, seriamos uma família de novo.

- Alice posso te dar um aviso? – ela me olhou curiosa – Cuidado pra não cair! Voce está sonhando muito alto com essa viagem!

Ela fechou a cara.

- A esperança é a ultima que morre!

-A sua ainda está viva? Por que a minha já foi enterrada junto com uma mulher chamada Elisabeth!

Sai da casa arrastando a mala. Pude ver Alice parada na beira da escada.

Eu odiava trazer Alice para a realidade. Ela sofria demais. Só que para mim valia mais a verdade, mesmo que ela doesse, do que uma eterna mentira.

-Ah querida deixa que eu te ajudo! Tem mais malas? – olhei meu pai desconfiada. Ele sabia que eu não acreditava naquela toda boa vontade dele.

- Não é só essa mesmo!

Fui me despedir da vovó e da Carmem.

Carmem trabalhava em casa mesmo antes de Rose nascer. Era a minha segunda mãe.

Olhei para a linda casa. Eu sentiria falta desse aconchego, do meu violão – que um dia fora de minha mãe - que tinha sido proibido de me acompanhar e das minhas aventuras com a minha Ducati preta!

Alice e Rose discutiam pra ver quem iria no banco da frente. Sem rodeios eu entrei e me sentei no banco do passageiro deixando as duas furiosas. Eu não sabia porque perdiam tempo com aquilo. Deviam estar cansadas de saber que no final das contas quem iria sentada na frente seria eu.

- Demoraram demais para decidir!

Dei um sorriso sínico. As duas bufaram de raiva e entraram na parte de trás do carro em sincronia.

- Yeh! Vamos à Califórnia! Muita praia, sol, cerveja gelada e mulher bonita pra dar e vender!

Olhei para meu pai. Como ele era nojento.

Eu entendia o porquê as mulheres eram completamente malucas por ele. Não era todos os dias que um cara estilo modelo da Calvin Klein atravessava o seu caminho!

Mas ele era meu pai. E não podia agir a vida inteira como o ganharão da bossa nova. Não mesmo!

- Hum então é esse motivo? Variar o cardápio? Cansou de comer as mulheres de Seattle e agora quer as San Francisco? Parabéns senhor Carlisle! Voce tem cérebro!

Cruzei os braços e encostei a cabeça no vidro da janela.

- Eita! Eu estava brincando! – olhei para ele com a expressão “realmente quer insultar a minha inteligência?” – Meninas essas são nossas férias certo? – ele fazia perguntas retóricas porque sabia que ninguém ria responder – Então! Vamos curtir! Aluguei uma casa enorme, com varias suítes, piscina, jardim! Vocês vão adorar!

- Serio?! Mas pai voce vai participar da recreação ou vai ficar pendurado no telefone com uma vadia? – Tinha que ser Alice! Me segurei para não rir.

- Desde quando eu deixo de ficar com vocês para ficar com outra mulher? – o idiota ainda fez a pergunta com a expressão incrédula.

- Desde sempre? – Rose perguntou irônica.

- Ah chega! Vocês em vez de estarem felizes com a nossa viagem, ficam procurando desculpa para torná-la um desastre!

- Estamos apenas sendo realistas! Para não nos decepcionarmos sabe?

Ele me olhou irritado e passou a prestar atenção na estrada. Voltei a minha posição anterior e passei a olhar a paisagem do lado de fora da janela.

Logo que descobrimos que mamãe estava com leucemia, meu pai foi à luta procurou todos os especialistas possíveis e embora ele seja médico não foi uma tarefa fácil e já era um tanto que tarde demais. A doença estava em uma fase avançada e não demorou muito para que sugasse toda a vida da minha mãe, mas ela se manteve firme e forte embora a quimioterapia não funcionasse e a transfusão de sangue fosse uma opção fracassada, pois a medula óssea estava toda contaminada. O que restou foi o transplante de medula, mas ela não tinha o tempo ao seu favor e a espera na lista de doadores era um processo lento.

Ela não deixou de sorrir por nenhum segundo sempre nos aconselhando como tocar a vida sem ela. Um indício de que ela sabia que iria morrer, mas nós mantemos a noticia como uma alternativa surreal.

Só que mesmo sabendo da realidade dela, sua perda foi um baque muito grande, aquele ano foi sombrio não houve musica, aniversários, natal, ano novo, sorrisos, alegrias. Houve apenas dor. Lágrimas e mais dor! Dali em diante, todos nós sabíamos que ninguém seria mais o mesmo. Foi um ano difícil. Um processo doloroso de colagens dos caquinhos que restaram.

Alice não tinha mais ânimo para nada. Rose ficou trancada durante meses em seu quarto. Papai não saia do hospital, chegava a ficar 48 horas de plantão para não voltar pra casa. Eu com uma força sobrenatural criei coragem de recolher os pertences da mamãe e trancar no sótão. Ali então se tornou meu esconderijo, eu podia sentir seu cheiro, ouvir sua voz, ver seu sorriso. Passei a me dedicar à música, copiei minha mãe de todas as maneiras que pude. Eu a queria gravada em mim. Não queria me esquecer de como era gostoso ouvi-la cantar.

Depois de algum tempo, Alice passou a se interessar por moda, foi o que a salvou da depressão. Rosalie começou a freqüentar academias e assim passou ocupar sua mente com coisas mais fúteis como, viagens, dietas, cirurgias plásticas. Já papai começou a se envolver com uma grande variedade de mulheres, e cada noite era uma diferente, e tudo para ocupar o vazio da cama que mamãe deixou.

E era por isso que estávamos entrando nessa loucura de férias em família. Vovó Mary não gostou do rumo que as coisas tomaram. Ela não queria que nós nos focássemos em passatempos para amenizar a dor. Ela queria que nos focássemos um nos outros e como uma família unida, suportar a perda.

O que eu não entendia nisso tudo era o motivo de viajarmos de carro se poderíamos pegar perfeitamente um vôo. Ficar muito tempo em um minúsculo espaço com eles poderia trazer transtornos e então quando toda essa palhaçada terminasse, eu estaria sentada num banco qualquer de um psicólogo esperando ser chamada para a consulta. Mas só constando: não suporto psicólogos.

 - Olha um veado! – disse Alice apontando. 

- Nossa Alice, coitado do animal você nem o conhece e já fica chamando o pobre de gay!

DEUS me diz que a Rosalie não disse isso!

 - Rose é VEADO e não VIADO! – Alice explicou sem paciência. Não é pra menos!  

- Não vejo diferença nenhuma! Voce ainda continua chamando o pobre animal de gay!

 Depois que eu falo que eu vou precisar de um psicólogo papai me critica! Alice resolveu deixar pra lá, discutir com Rosalie era a mesma coisa que tentar explicar para a porta que a única função dela era abrir e fechar. 

O trajeto foi cansativo. Ouvir Alice e Rosalie discutindo não era uma das coisas que eu recomendaria nem para meu pior inimigo.

Rose queria estar em Madri. Alice estava revoltada por ter tido que adiar um encontro com o tal do Dave. Um moleque idiota por quem Alice insistia suspirar.

Havíamos saído de San Francisco há duas horas, mas o congestionamento para pegar a balsa e ir a Long Beach que seria aonde iríamos passar as férias, estava terrível!

- Vamos logo! – meu pai meteu o dedo na buzina. – Bando de filhos da puta! Sabem que essa época é de maior movimento e deixam apenas uma balsa funcionando!

Meu pai era puro estresse no trânsito. Não sei se era pelo fato de ser médico em que o tempo para ele era algo definia a sobrevivência de uma vida ou se ele era mesmo um estressadinho. Não importa! O que importa foi que o maluco saiu da fila e começou a cortar a frente de todo mundo. Minha vó foi muito bem lembrada, coitada!

- Pai para com isso!

Alice estava desesperada. Ele acelerou ainda mais, se as coisas continuassem do jeito que estava indo, ele entraria na balsa.

Mas como sempre, a lei de Murphy! Eu não entendo essa tara que ela tem por mim! Só pode ser encosto!

Uma mal comida duma figa atrapalhou nossos planos, jogou o seu carro na frente fazendo papai bater em um ferro para não bater no carro dela. Então para piorar a situação depois da batida é que os desgraçados dos airbags abrem.

Maldito Murphy!

Decidi chutar o pau da barraca de vez! Desci do carro fula da vida.

- Qual é o teu problema? – uma mulher de regata branca e calça jeans, muito bonita por sinal, desceu do carro com uma expressão assustada.

- Ah Bella calma querida! Não parta para a ignorância! – não, não e não! Diante de um rostinho bonitinho meu pai se dobrava é?

- Cachorro! Voce não sabe o desgosto de ser sua filha! Seu eu pudesse escolher jamais seria voce o felizardo a ser meu pai! – cuspi as palavras, Rose e Alice me olharam apavoradas no momento em que me virei para ele.

- Bella é melhor voce...

- Cala a boca Alice! – me virei para a mocréia – a Senhora nunca ouviu falar que é falta de senso provocar um acidente!

-Mais essa é boa! – ela cruzou os braços – Querida, e voce não sabe que é uma tremenda falta de educação furar a fila?

- Ah agora voce quer discutir conceitos? Pois bem mocréia vamos fazer o que deseja! E atrasar mais ainda essa fila dos infernos!

- Hey! Minha mãe não é mocréia não hein! – o protótipo de Serial Killer se manifestou dentro do carro e ao lado dele havia outro ser que tinha um estilo Emo e ao mesmo tempo bailarino, vai entender!

- Bella agora chega, voce está passando dos limites! – ah agora o cara iria virar homem? Não o meu pai não era homem, ele era um galinha! 

-Ah voce vai...

Parei imediatamente de falar. Senti o pior cheiro do mundo. Ferrugem com sal. Aquilo só podia ser uma coisa.

Sangue.

Era incontrolável. Algo que vinha do fundo da minha alma. Do fundo mesmo!

Vomitei tudo o que havia comido em toda a minha vida. E para piorar a situação, eu fiz o serviço em cima de um garoto. Ele havia acabado de chegar e estava ao lado da mocréia. Tentei me afastar e o próximo jato daquela coisa nojenta eu consegui lançar no mato da beira da estrada.

- Alice minha maleta!

Eu não conseguia raciocinar. Enquanto eu sentia aquele cheiro meu estomago se revirava. Papai começou a limpar minha testa, fato que ardeu, mas eu não estava em condições de reclamar. Alice me estendeu uma garrafa d’água e papai colou um curativo. Me ergui em busca de ar puro.

Isso tudo era culpa da Murphy! Todos no carro poderiam ter se ferido, no entanto, apenas eu consegui a proeza.

Me virei encarando o garoto. Ele estava arrancando a camisa com o maior nojo. Ele tinha o direito. Nossos olhares se encontraram, seus olhos verdes estavam furiosos enquanto os meus pediam em silencio desculpas.

- Me perdoe, eu não queria fazer isso em voce!

Ele passou as mãos em seus cabelos acobreados e propositalmente bagunçados.

- Que seja!

- Vão ficar papeando ai? Porque se sim a abram caminho para os outros passarem! Falta um carro para completar essa balsa!

Olhamos para o guarda ele estava com uma cara de pouco amigos.

- Nós vamos nesse! – disse o Wolverine e saiu pisando duro, a mulher mocréia me olhava de forma maternal desviou o olhar e entrou no carro sem dizer mais nada.

Sim, Wolverine. Ele era mal humorado, tinha os cabelos bagunçados e tinha a sorte de ser lindo.

Eles foram e nós ocupamos o lugar que era deles. A balsa demorou um tanto a voltar e então resolvi tirar um cochilo para me recompor.

Quando conseguimos chegar do outro lado, o relógio marcava quatro horas da tarde. A única coisa que eu queria era tomar um banho e dormir até amanhã!

- Chegamos, chegamos, CHEGAMOS! – disse Alice toda animada!

- Uau! A casa é realmente linda pai, não sabia do seu bom gosto! – disse Rose. 

- Se tiver uma cama ela está perfeita! – eu disse e eles riram. 

De repente o mundo parou! Na garagem da nossa casa estava a BMW da mocréia!


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Notas finais do capítulo

Pessoal eu preciso saber o que vocês acharam, para eu poder continuar investindo na fic!

beijinhos :*