Jessica Drew: A Mulher-Aranha escrita por Max Lake


Capítulo 91
O poder da imprensa


Notas iniciais do capítulo

Capítulo alternativo nos comentários do capítulo anterior escrito pela Universal Traveler. Vejam lá, creio que o início deste esteja diretamente ligado ao comentário.



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Já estou me balançando a um longo tempo pela cidade e ainda não descobri alguém para entregar o pen-drive. Menos mal, pois posso passar tranquilamente pela cidade que nunca dorme. Só espero que eu não pare meu passeio para enfrentar supervilões. Isso costuma acontecer em momentos como este.

Por enquanto nada acontece. De repente, eu tive uma ideia. Vou até a casa de uma amiga. Sei que vou perder muito tempo, mas talvez ela me ajude. Balanço-me até o apartamento desta minha amiga, a Noemia. Como eu sei disso? É um segredo que vou guardar para mim.

Eu entro pela janela e procuro-a. Demoram alguns segundos, mas ela aparece, provavelmente saindo do banho. Ela diz alguma coisa assim que abre a janela, mas não compreendo.

–Oi. - Digo - Obrigada por ser minha anjo da guarda. E por salvar as alunas de Chicago. E por desarmar as bombas de Barbara e Cassie.

–De nada. O que você quer aqui? - Ela parece um pouco nervosa com minha presença.

–Garantir que você está bem. - Meu sentido-aranha vibra levemente, mas eu ignoro. Noemia? Uma ameaça? Duvido muito - Eu vou por a HAMMER e o Hammer para baixo, juntamente com minha equipe.

–Como?

–Estou pensando... - Olho rapidamente para a mesa, aonde está um jornal do Clarim Diário do dia de hoje. Na capa, claro que tem a foto do Homem-Aranha. Embaixo, uma manchete sobre um tal de "Rei do Crime" - ...ainda. Posso olhar?

Ela permite. Como sou bisbilhoteira, eu pego o jornal e leio o nome do jornalista. Ben Urich. Ele denuncia o nome do Rei do Crime (um cara chamado Wilson Fisk...esse nome é familiar para mim). Se ele tem coragem de denunciar um chefão do crime, então pode denunciar outro. E eu acabo de encontrar um meio de destruir a HAMMER.

–Vida longa à imprensa - Sussurro o título da manchete.

–O quê?

–Nada. Escuta, preciso ir e fique atenta. Nunca se sabe quando... - Antes de completar a frase, eu confesso que vi algo se mexendo nas roupas jogadas em um canto. Noemia percebe que eu estou olhando naquela direção e fica na minha frente - ...quando...quando você pode ser a vítima.

–Tá, eu sei me cuidar. - Diz ela, ainda aparentemente nervosa.

–Tchau. - Despeço-me.

Salto da janela e disparo teias, me balançando. Próxima parada: Clarim Diário! Aproveito para pensar em como está o Clarim desde que eu saí. Prometi a mim mesma que jamais pisaria naquele jornal outra vez - ou, pelo menos, enquanto aquele bigodudo rabugento for o editor-chefe.

Enquanto me balanço, olho distraída para o lado. Tive uma sensação estranha de formigamento na pele. Eu juro que vi alguém ali no prédio. E este alguém era o Alto Evolucionário. Não, deve ser apenas uma ilusão. E, se fosse real, meu sentido-aranha avisaria.

Já me sinto louca só em pensar que aquele homem ainda exista. Só não entendo o porquê dos sonhos e das visões recentes. Passei 8 meses sem pensar nele, foi só receber a visita de Barbara que vejo-o novamente. Definitivamente estou ficando louca.

...

Finalmente eu chego ao Clarim Diário! O prédio continua o mesmo. Pelo visto, o jornal ainda paga aluguel para continuar no Flatiron building¹. Agora que eu prestei atenção e bato na minha cabeça. O Jameson odeia mascarados e fantasiados!

–Droga! - Reclamo. Não tenho roupa reserva. Vou ter que dar um jeito nisso.

Volto parte do caminho até parar numa região doméstica. Vejo roupas nas varandas. Bom, é melhor do que entrar de calcinha e sutiã. Anotação para mim mesma: Devolver estas roupas.

Pego-as e volto até o Clarim. Retiro minha fantasia e visto a roupa. Então, para não deixar minha fantasia por aí - e porque eu posso precisar em algum momento - faço uma mochila de teias e guardo-a nela.

Eu salto do prédio e pouso numa parte vazia. Estou vestindo uma camisa de futebol, não o americano, mas aquele jogado na Europa. É uma camisa metade azul metade grená, com as letras "CFB" no meio da camisa, mas em letra dourada. A sorte que é uma camisa feminina. O short vai até antes do joelho, cobrindo minha coxa. E estou descalça - óbvio, pois ninguém colocaria um par de chinelo ou de sapato na varanda. Torço para que eu não seja barrada.

Passo pela porta automática e entro no elevador junto com três homens, todos vestidos como se fossem advogados ou executivos. Eu fico ao lado deles e creio que estou sendo analisada de baixo para cima - mais para baixo do que para cima. Será que é por isso que meu sentido-aranha está vibrando?

O elevador abre e saio apressada. Eles também, mas me ignoram completamente.

Chego à redação do Clarim e procuro a secretária do editor-chefe. Enquanto eu atravesso o local, sinto olhares desconfiados virados para mim. Não deve ser costume uma garota vir descalça para cá.

Ela está sentada em frente ao computador e digitando bastante. Esqueci o nome dela. Paro à frente de sua mesa.

–Oi - Digo.

–Oi. - Ela ergue a cabeça e, provavelmente, sente um momento de lembrança - Você é aquela amiga do Peter.

–Sim, sou a Jessica. Eu trabalhei aqui, mas...

–Eu lembro. Você desapareceu por alguns dias. Naquela semana o senhor Jameson bateu o recorde de palavrões referenciados a uma mulher. E você não quer falar sobre isso.

–Não, não quero. Eu estou procurando um jornalista, o Ben Urich. É sobre a matéria do Rei do Crime.

–Ah. Ele está na mesa dele, ali. - Ela aponta com a caneta para o fundo da sala. - Creio que seja ele conversando com os homens de terno.

–Obrigada.

Eu me despeço da secretária (Betty! Lembrei!) e vou até o final da sala. Aqueles mesmos homens de terno estão ao redor de um jornalista branco e magro, com cabelo claro e que usa óculos. Acho que ele tem, no máximo, 45 anos. Eu tento me aproximar, mas os quatro saem apressados da sala.

–Esperem! - Digo, mas em vão. - Droga.

De repente, uma mão pousa em meu ombro. É uma mão pesada e eu fico assustada. Ao me virar, vejo que é só mais um funcionário do jornal.

–Garota, Quem te deixou entrar? - Diz um homem negro - Você não pode entrar assim.

–Desculpa, eu estava procurando alguém.

–O Peter Parker?

–O quê? Não. Era o Ben Urich, mas ele saiu. E eu já estou de saída, senhor. Desculpa.

Saio do prédio completamente cabisbaixa e triste. Vou ter que procurar outra pessoa para entregar este pen-drive. Não sei se posso entregar ao Jameson ou àquele homem negro. Meus instintos dizem para confiar o pen-drive ao Urich, e somente a ele.

Ao passar por um beco, vejo aqueles mesmos homens de terno e o Ben Urich sendo levado para um carro preto. Porém, vejo algo a mais: Uma faca no bolso da calça de um dos homens. Acelero o passo e me escondo atrás de uma lata de lixo para ouvir a conversa.

–O que estão fazendo? Para onde me levarão?

–Uma mensagem a você, senhor Urich. - Diz um dos homens, pondo algo nas próprias mãos. É um soco inglês? O homem retira os óculos do jornalista, jogando-os no chão - Você irritou pessoas perigosas. Pagará por isso.

Eles vão espancá-lo! Preciso impedir isto! Pego a tampa de lixo e jogo na parede para lhes chamar a atenção.

–O que foi isso? - Pergunta o homem com soco inglês.

–Deve ser um inseto. Vamos acabar logo com isso.

Saio de trás da lata e corro até eles. Disparo uma teia em cada um e puxo-os para trás. Em seguida, acerto um soco em um deles assim que ele se vira. Depois, empurro o mesmo bandido e nocauteio-o.

–Quem é essa vagabunda? - Pergunta o homem com soco inglês.

O outro não tem tempo para responder, pois eu acerto sua boca. Depois, dou sucessivos socos no homem do soco inglês e ele fica desmaiado. Meu sentido-aranha dispara. Eu olho para trás e bloqueio o soco, mas logo revido com uma joelhada no estômago do agressor. Por fim, dou um chute na cabeça dele.

–Senhor Urich, calma. Sou do bem. - Digo, entregando seus óculos. - Será que você pode botar depois? Preciso trocar de roupa.

–Como quiser...Desculpe se eu te chamar de moça, mas está tudo borrado.

Abro minha mochila de teias e pego minha fantasia. Eu retiro minha blusa, mas meu sentido-aranha vibra outra vez. Viro-me e uso a blusa para bloquear o soco. Em seguida, piso em seu pé e lhe ergo, jogando-o no lixo.

–O que foi isso? - Pergunta o jornalista, pondo os óculos.

–Não ponha os óculos! Ainda não estou pronta.

–Desculpe.

Para garantir que eu não seja atrapalhada novamente, prendo-os com minhas teias no carro. Enfim, eu estou novamente com minha fantasia e agora mascarada.

–Pronto. Sou a Mulher-Aranha e preciso de um favor.

–Como quiser. Antes, será que pode me levar para um lugar?

–Onde?

–Hell's Kitchen. Preciso ver um amigo. E não...será a primeira vez que irei com uma aranha.

–Levo-o sim.


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Notas finais do capítulo

Comentem aí qualquer erro que encontrarem
1- Sim, o prédio realmente existe (Joguem aí no google imagens). Pelo que pesquisei apenas por curiosidade, ele serve de cenário para o segundo filme do Homem-Aranha. Adivinhem qual é?